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quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

ROCK OF AGES - O FILME

Rock of Ages-EUA
Ano: 2012 - Dirigido por: Adam Shankman

Sinopse: Sherrie (Julianne Hough) é uma jovem que chega em Los Angeles vinda de uma cidade pequena. Ela sonha se tornar uma cantora de sucesso, mas pouco após desembarcar do ônibus tem sua mala roubada. Quem a ajuda é Drew (Diego Boneta), que consegue para ela uma vaga como garçonete na famosa casa de shows Bourbon, ícone do cenário rock da cidade. Drew também trabalha no lugar e não demora muito para que eles engatem o namoro. Só que o Bourbon enfrenta problemas financeiros e seu dono, Dennis Dupree (Alec Baldwin), acredita que possa salvar o local com a renda do último show de Stacee Jaxx (Tom Cruise) com a banda Arsenal, já que ele pretende seguir carreira solo. Entretanto, a esposa do prefeito (Bryan Cranston), Patricia Whitmore (Catherine Zeta-Jones), pretende fazer o que estiver ao seu alcance para fechar o Bourbon, já que o considera um antro de perdição para os jovens.


Eu sou um apaixonado por musicais. Gosto de filmes onde as pessoas começam a cantar de repente, e dançam ao mesmo tempo e de todo o inimaginável capaz de se criar nesse gênero. Mas não é fácil fazer um musical e conseguir manter a atenção do público do começo ao fim com pessoas cantando e dançando de um lado para o outro. 

Este “Rock of Ages” é baseado na peça da Broadway de mesmo nome e possui uma ideia até bacana: um musical seguido por grandes sucessos do rock que vão conduzindo a história. Algo como em “Mamma Mia!” onde a história foi criada em cima das músicas do grupo ABBA. 


Entretanto, o grande problema deste “Rock of Ages” é justamente ter rock de menos e transformar as músicas em números pop ao estilo o seriado "Glee". E também por optar investir em um romance adolescente e deixar de focar em personagens mais interessantes como o de Tom Cruise, por exemplo. 

Dirigido por Adam Shankman, que fez o bem divertido “Hairspray”, Shankman não cria números envolventes, as músicas soam mal colocadas na história, se perde com muitos personagens e ainda a trama é tão infantil como aqueles filmes de cantoras teen da Disney. 

Realmente uma pena, pois “Rock of Ages” tinha tudo para ser algo marcante.

Nota: «««««

Comentário por Matheus C. Vilela

PARANORMAN

Paranorman-EUA
Ano: 2012 - Dirigido por: Sam Fell e Chris Butler

Sinopse: Norman Babcock (Kodi Smit-McPhee) é um garoto que consegue ver e falar com os mortos. Entretanto, o único que acredita em suas habilidades é Neil, um amigo excêntrico. Um dia, o tio de Norman conta sobre um importante ritual anual realizado na cidade, com o objetivo de protegê-la de uma maldição jogada por uma bruxa séculos atrás. Norman resolve ajudar no ritual, mas as coisas não saem como planejado e uma nuvem mágica faz com que os mortos se levantem das tumbas da cidade.


“Paranorman” foi uma das gratas surpresas que tivemos em 2012. Feito em stop motion, o filme homenageia o cinema clássico de monstros e através de uma trama simples, consegue não só captar a nossa atenção como também criar momentos de muita empolgação juntos a um visual lindíssimo. 

Dos mesmos criadores do ótimo “Coraline e o Mundo Secreto”, em “Paranorman” também temos uma boa dose de suspense e tensão. Momentos um tanto quanto sinistros capazes de nos deixar fixados no sofá. A fita também conta com um humor muito bem equilibrado com o suspense amenizando a tensão em algumas partes e gerando um clima mais de aventura. 


Dirigido por Sam Fell e Chris Butler, “Paranorman” é um delicioso filme. Simples, divertido, sombrio e com inúmeras homenagens ao clássico cinema de horror, a obra merece ser vista.

Nota: «««««

Comentário por Matheus C. Vilela

COLEGAS

Colegas -BRASIL
Ano: 2013 - Dirigido por: Marcelo Galvão

Sinopse: Stallone (Ariel Goldenberg), Aninha (Rita Pook) e Márcio (Breno Viola) eram grandes amigos e viviam juntos em um instituto para portadores da síndrome de Down, ao lado de vários outros colegas. Um belo dia, surge a ideia de sair dali para realizar o sonho individual de cada um e inspirados pelos inúmeros filmes que já tinham assistido na videoteca local, eles roubam o carro do jardineiro (Lima Duarte) e fogem de lá. A imprensa começa a cobrir o caso e a polícia não gostou nem um pouco dessa "brincadeira". Para resolver o problema, coloca dois policiais trapalhões no encalço dos jovens, que só querem realizar os seus sonhos e estão dispostos a viver essa grande aventura, que vai ser revelar repleta de momentos inesquecíveis.


Não tem como não se divertir com “Colegas”, tanto por sua simplicidade quanto pelo carisma e espontaneidade dos protagonistas que possuem síndrome de Down. Com um trabalho de marketing fortíssimo, envolvendo até a realização do sonho de Ariel Goldenberg em trazer para o Brasil o seu ator preferido Sean Penn para ver o filme, “Colegas” é de fato um filme feito por colegas, para colegas e com todo o carinho e amor do mundo. 

O elenco é o grande destaque sem dúvida. Não me lembro de outro filme cujos protagonistas fossem especiais, de verdade não atuação. E isso aumenta ainda mais nosso carinho pela fita e em ver a felicidade e o entusiasmo de Ariel Goldenberg, Rita Pook e Breno Viola em estar ali participando de uma produção cinematográfica. 


Minha única ressalva fica justamente na história. Não que o resultado final tenha sido ruim, pois “Colegas” diverte e muito. O problema é o pouco aprofundamento nas motivações de cada personagem e no drama de cada um. Daí um ponto que me decepcionou. A preocupação em colocar os atores em momentos engraçados devido à doença é bacana e bonitinho, porém, a trama em si deixa a desejar, pois soa arrastada em muitos momentos e sem nada o que fazer. 

O diretor Marcelo Galvão coloca uma trama policial de fundo, realiza inúmeras homenagens a filmes clássicos do cinema incluindo “Psicose”, “Thelma e Louise” e “007”, já que os personagens amam cinema e por isso decidem fugir do Instituto onde viviam para viver uma aventura cinematográfica. Mas faltou mais nuances nos sonhos, nas situações, no drama. Faltou mais “Forrest Gump” ou “Peixe Grande e Suas Histórias Maravilhosas”, algo mais impactante, envolvente, algo que nos pusesse com mais emoção no mundo único daqueles personagens que possuem uma visão totalmente diferente e inocente das coisas. O drama é superficial e barato e o que vale no final é o carisma dos atores, e só. Principalmente Lima Duarte, que narra o filme magistralmente. 


Portanto, esperava mais emoção deste “Colegas”. Mas o filme diverte e agrada proporcionando momentos de um humor puro, simples e cativante.

Nota: «««««

Comentário por Matheus C. Vilela

quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

HITCHCOCK

Hitchcock-EUA
Ano: 2012 - Dirigido por: Sacha Gervasi

Sinopse: Baseado no livro "Alfred Hitchcock And The Making Of Psycho", este filme revela os bastidores do clássico Psicose (1960). Na época, mesmo estando no auge de sua carreira, Hitchcock não conseguiu apoio para realizar a obra, porque os estúdios não queriam investir em um pequeno filme de terror. O resultado foi uma produção independente, de baixo orçamento, que encontrou grandes dificuldades para driblar a censura e para ser distribuída nos Estados Unidos, em função das cenas de violência e nudez. Além disso, diversos obstáculos surgiram durante as filmagens, como as brigas constantes entre Hitchcock e sua esposa, Alma (Helen Mirren), os problemas de saúde do diretor e seus desentendimentos com o elenco. Contrariando todas as expectativas, "Psicose" se tornou uma referência no cinema mundial, e um dos maiores sucessos na carreira do cineasta.


Não vou perder tempo falando quem foi Alfred Hitchcock ou da importância que este diretor tem para o cinema. Creio que todos conhecem ou já ouviram falar desse nome de um dos grandes diretores que Hollywood já teve, um grande empresário e publicista que soube trabalhar bem com sua imagem e vender o seu produto como ninguém. Portanto, vamos ao filme. 

Este “Hitchcock” é dirigido por Sacha Gervasi, que dirigiu um documentário chamado “Anvil!” que não vi. Gervasi faz aqui sua estreia em um, digamos, grande produto. A história é baseada no livro “Alfred Hitchcock And The Making Of Psycho”, cujo autor Stephen Rabello é também quem assina o roteiro que narra os bastidores do processo de filmagem do maior clássico de Alfred Hitchcock, “Psicose”. Desde a conturbada trajetória para vender a ideia aos estúdios, passando pelos bastidores e a vida pessoal de Hitch com a esposa Alma, o longa busca retratar a grande importância que Alma teve para o diretor, e que ela não foi apenas uma esposa para se mostrar na mídia, e sim, uma imponente e importante peça para a vida de Hitchcock e a realização de seus filmes. 


Entretanto, confesso que esperava bem mais da fita. A nós fãs e cinéfilos é muito gratificante os inúmeros detalhes presentes no filme sobre Hitch e conhecer também como se sucederam as filmagens de “Psicose”, e ver um grande ator como Anthony Hopkins interpretar Hitchcock é um deleite. Sua química com Helen Mirren, que faz sua esposa, é essencial para o êxito do longa. Os dois atores se divertem juntos e criam uma interação dinâmica e convincente. 

A maquiagem é outro grande destaque da fita. Recebeu uma indicação ao Oscar e transforma completamente Anthony Hopkins em Alfred Hitchcock. Porém, confesso que ora achei parecido e em outros momentos achei mal realizada e nitidamente que Hopkins estava maquiado. Não repete o efeito de Meryl Streep lá em "A Dama de Ferro", cuja maquiagem permanece sublime durante todo o filme. Daí o motivo que acho do porque o longa ter perdido a estatueta para "Os Miseráveis". 


Agora, um filme que foca mais no intimo do diretor do que necessariamente nas filmagens de “Psicose”, pois mesmo tendo como fundo as filmagens do clássico, “Hitchcock” trata da vida de Hitch, de seu temperamento, problemas com mulheres e da importância de sua esposa. Tudo isso é apresentado aqui, mas de forma amena e agradável. 

“Hitchcock” parece ser aquelas “reportagens homenagens” feitas para a TV para serem mostradas na comemoração do aniversário do homenageado, no caso aqui de Alfred Hitchcok. A obra mostra o seu prazer e amor em fazer cinema e sua perseverança para concretizar “Psicose”. Fora isso, o longa não passa de referências e homenagens, soando oco em seu drama e pouco impactante em seu todo. 


Hitchcock tinha sérios problemas com mulheres, diga-se de passagens com as loiras, e hoje temos até relatos de atrizes que trabalharam com o diretor e disseram terem sido assediadas por ele e que seu temperamento era forte e incisivo, por vezes até desrespeitoso. E como fica sua esposa Alma nisso tudo? Então... Um detalhe que o filme apenas sugere, passa superficialmente e busca o caminho mais prazeroso criando uma imagem positiva de Hitch até nos defeitos. 

Não estou dizendo que “Hitchcock” é um filme ruim, porque não é. Uma obra nitidamente de fã feita para fãs. Divertido, suave e com um desenrolar agradável e prazeroso. Nada mais do que isso. Mas sobre a vida de Hitchcock, a obra pouco acrescenta e deixa muito a desejar mostrando o quão ótimo ele era como diretor, mas esquecendo de apresentar o verdadeiro Hitchcock da vida real.

Nota: «««««

Comentário por Matheus C. Vilela

ANNA KARENINA

Anna Karenina-REINO UNIDO
Ano: 2012 - Dirigido por: Joe Wright

Sinopse: Século XIX. Anna Karenina (Keira Knightley) é casada com Alexei Karenin (Jude Law), um rico funcionário do governo. Ao viajar para consolar a cunhada, que vive uma crise no casamento devido à infidelidade do marido, ela conhece o conde Vronsky (Aaron Johnson), que passa a cortejá-la. Apesar da atração que sente, Anna o repele e decide voltar para sua cidade. Entretanto, Vronsky a encontra na estação do trem, onde confessa seu amor. Anna resolve se separar de Karenin, só que o marido se recusa a lhe conceder o divórcio e ainda a impede de ver o filho deles.


O começo de “Anna Karenina” é fenomenal. Uma poética construção narrativa onde Joe Wright juntamente com o roteirista Tom Stoppard adapta o clássico livro de Liev Tolstoi numa linguagem teatral que me lembrou o melhor de Fellini e até de “Moulin Rouge”. A edição do inicio é sublime e toda a mudança de cenários é incrivelmente dinâmica, rítmica dando uma originalidade a história de Tolstoi como nunca antes foi feita nas inúmeras adaptações já realizadas do livro “Anna Karenina”. Sem dúvida, muito interessante e empolgante de se assistir. 


No entanto, Joe Wright, que dirigiu filmes excelentes como “Orgulho e Preconceito”, “Hanna” e o melhor “Desejo e Reparação”, perde o rumo dessa mistura cinema/teatro do inicio e acaba caindo em uma narrativa padrão, diminuindo os momentos ocorridos no palco, o fervor dos minutos iniciais e toda a coreográfica irresistível com que fomos introduzidos no filme. Com isso, senti que “Anna Karenina” perde um pouco de sua graça e beleza. Mas não deixa de ser um filme envolvente que foge do padrão das demais adaptações do livro. 


Trabalhando novamente com sua musa Keira Knightley, a atriz é perfeita para filmes de época, além de talentosa. Knightley sempre oferece um frescor às personagens misturando uma sutil sensualidade com carisma e jovialidade. Jude Law também não faz feio, oferece maturidade ao papel do marido traído. Assim como Aaron Taylor Johnson vêm se mostrando um ator versátil e interessante, aqui ele interpreta o Conde Vronsky, amante de Anna Karenina. 

A produção é outro detalhe incontestável. Creio que o Oscar de Melhor Figurino é mais do que garantido já que um dos maiores destaques são as roupas, principalmente os vestidos usados por Knightley. De mesmo modo a fotografia e montagem são importantíssimas dando uma beleza ainda maior ao filme e a sua linguagem teatral. 


Mas maior destaque vai para a trilha sonora de Dario Marianelli. Essencial para o dinamismo as cenas e envolvimento dramático, principalmente no inicio onde tudo é muito lírico e pulsante, a trilha sabe ser elétrica quando necessário e sensível quando conveniente. 

Anna Karenina” não consegue superar o maravilhoso “Desejo e Reparação”, ou os excelentes “Hanna” e “Orgulho e Preconceito”, mas destaca-se pela originalidade e frescor dados a história do escritor russo Liev Tolstoi. Ainda que perca o ritmo do meio em diante, Wright sabe fazer um filme de época envolvente e de nenhum modo cansativo.

Nota: «««««

Comentário por Matheus C. Vilela

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

DURO DE MATAR - UM BOM DIA PARA MORRER

A Good Day to Die Hard-EUA
Ano: 2013 - Dirigido por: John Moore

Sinopse: 
Nova York, Estados Unidos. O policial John McClane (Bruce Willis) está em busca de informações sobre o filho, Jack (Jai Courtney), com quem não fala há alguns anos. Com a ajuda de um amigo, ele descobre que Jack está preso na Rússia, acusado de ter cometido um assassinato. John logo parte para o país na intenção de rever o filho e, pouco após chegar, acaba encontrando-o em plena fuga do tribunal onde seria julgado. Jack está com Yuri Komorov (Sebastian Koch), um terrorista que diz ter em mãos um dossiê que pode incriminar um potencial candidato à presidência russa, Chagarin (Sergey Kolesnikov). Ele não gosta nem um pouco de reencontrar o pai, mas a insistência de John em ajudá-lo acaba, aos poucos, quebrando o gelo entre pai e filho.


Sempre deixei bem claro de como me preparo para assistir a um filme de ação do chamado “testosterona”. Vou em busca de empolgação e muita mentira! Amo mentirada no cinema, afinal, esse não é um dos prazeres que a Sétima Arte é capaz de proporcionar? Viver aquilo que na vida real não seria possível? No entanto, a coisa também não pode ser feita de qualquer jeito. Por mais que a história seja a mais clichê que exista, precisa ser no mínimo bem contada e uma ação bem feita e coreografada. 

Quando a coisa surpreende tendo não só uma boa trama, mas uma ação de primeira com situações criativas, efeitos de encher os olhos e mentiradas bem filmadas onde se consegue captar a emoção de tal momento, a experiência é simplesmente maravilhosa. Um cinema de ação de qualidade. E isso foi justamente o que aconteceu com o primeiro “Duro de Matar” em 1988. Um filme que tinha tudo sob medida. Desenvolvia muito bem a história e situação do seu protagonista gerando interesse do público por ele. Consequentemente, já envolvidos com o momento, não só torcemos como nos sentimos junto com Bruce Willis na fita. Tal feito se repetiu muito bem no segundo e mais ainda no quarto filme, lançado em 2007 e que apresentava uma história muito interessante envolvendo o poder da tecnologia atual e ainda uma ação de tirar o coração do peito. 


Portanto, a franquia “Duro de Matar” é muito mais do que uma mera franquia de ação. Ela conseguiu nos fazer se interessar por John McCLane (Willis) tornando-nos parte de sua história. Esses três excelentes filmes desenvolveram e amadureceram com qualidade o personagem, e junto com a ação, o resultado final ficou ainda mais saboroso. Porém, infelizmente, tudo isso se perde neste quinto filme. Se tivéssemos falando de um filminho de ação qualquer como muitos que são lançados aos baldes por aí, tudo bem, entretanto, estamos falando de uma franquia de nome e de qualidade onde aqui, perde-se por se interessar somente na ação e esquecer daquilo que fez de “Duro de Matar” algo tão especial e marcante. 

Neste filme usa-se novamente o velho clichê de Hollywood do filho distante que nunca conversa com o pai. Para tirá-lo do problema em que se meteu, McCLane acaba indo para a Rússia, onde está o menino, e tentar assim mudar a cabeça do garoto. 


A história deste “Um Dia Para Morrer” é tão mal construída que se nos filmes anteriores da franquia John McCLane era forçado pela situação a estar envolvido naquilo (ele sempre estava no lugar errado, na hora errada) neste daqui John McCLane têm pouco a fazer e não possui nenhuma ligação convincente com os vilões ou o porquê dele e do filho estarem se arriscando naquilo. Digo também o filho porque ambos, em certo momento, possuem a chance de cair fora e deixar que os vilões se matem sozinhos, já que o interesse deles não envolve em nenhum instante a pessoa de John McCLane ou John McCLane Junior. Ou seja, não é a situação que força os personagens a estarem nela, e sim, os próprios personagens que entram na briga sem ter necessidade ou importância alguma nela. Nada a ver com Duro de Matar! 

Dirigido pelo inexpressivo John Moore, que fez aquela bomba chamada “Max Payne” de 2008, Moore não apenas deixa de acrescentar algo à mitologia de John McCLane tornando-o um mero machão pronto para atirar e matar “caras maus”, como gosta de ressaltar no filme, mas também é péssimo em filmar a ação. Criando inúmeros momentos de zooms forçados abrindo a câmera e executando o zoom meio que procurando onde está o personagem, o diretor usa tal efeito seguidamente causando alto desconforto. Filma os personagens muito perto e mexe exaustivamente a câmera deixando de explorar todo o ambiente e nos fazendo pouco entender o que está acontecendo. E sem esquecer da fotografia escura e sem foco. 


Quanto ao elenco Bruce Willis continua com o carisma e competência de sempre, ainda que o filme não o ajude. Por outro lado achei Jai Courtney apagado e com pouca presença, causando pouco impacto e ficando sob a sombra de Willis. Se for outra tentativa de Hollywood em colocar o filho para assumir a franquia depois de alguns anos, olha, pense em outra coisa, pois Courtney é bem fraquinho pra tal posto. 

Então, “Duro de Matar – Um Bom Dia Para Morrer” causa uma mancha feia no currículo da franquia. Willis já confirmou o sexto filme e espero que o próximo diretor entenda como funciona “Duro de Matar” e faça algo do patamar do primeiro, segundo e quarto. Vamos ver...

Nota: «««««

Comentário por Matheus C. Vilela

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

PARA ROMA COM AMOR

To Rome With Love-EUA
Ano: 2012 - Dirigido por> Woody Allen

Sinopse: O longa é dividido em quatro segmentos. Em um deles, um casal americano (Woody Allen e Judy Davis) viajam para Roma para conhecer a família do noivo de sua filha. Outra história envolve Leopoldo (Roberto Benigni), um homem comum que é confundido com uma estrela de cinema. Um terceiro episódio retrata um arquiteto da Califórnia (Alec Baldwin) que visita a Itália com um grupo de amigos. Por último, temos dois jovens recém-casados que se perdem pelas confusas ruas de Roma.


Depois do grande sucesso e dos inúmeros elogios que teve com “Meia Noite Em Paris”, era mais do óbvio que o próximo trabalho de Woody Allen seria comparado com o seu tão excepcional anterior, com isso, “Para Roma Com Amor” defini-se como um filme absolutamente inferior em todos os aspectos com “Meia Noite Em Paris”, porém, ainda assim, Allen continua divertido e realizando com simplicidade e competência o seu habitual senso de humor e olhar crítico com a vida. 

Adaptação livre da obra “Decamerão”, clássico literário escrito por Giovanni Boccaccio, “Para Roma Com Amor” se constitui de quatro histórias diferentes e todas se passando em Roma. O filme marca a volta de Allen como ator que não atuava em um filme desde "Scoop – O Grande Furo" (2006), e o cineasta aproveita não só para mostrar sua paixão pela cidade e sua história, como também o seu amor pela ópera e aversão a fama. 


O filme possui alguns problemas em relação ao surrealismo presente ali. Em minha opinião, Allen deixa certas coisas no ar e tudo acontece muito depressa. No entanto, o ritmo habitual do diretor, sua trilha sonora melódica e o talento e carisma de seu elenco que conta com Penélope Cruz, Alec Baldwin, Roberto Benigni, Ellen Page, Jesse Eisenberg e Judy Davis fazem a experiência de assistir “Para Roma Com Amor” tão prazerosa quanto tomar um sorvete ou se divertir com quem ama. 

Um trabalho nada ousado de Allen, mas não menos divertido.

Nota: «««««

Comentário por Matheus C. Vilela

FUGA IMPLACÁVEL

The Cold Light of Day-EUA
Ano: 2012 - Dirigido por: Mabrouk El Mechri

Sinopse: Henry Cavill ('Superman - O Homem de Aço') vive um jovem americano cuja família é sequestrada durante um temporada de férias na Espanha. Ele corre contra o tempo para encontrá-los, descobrir a ligação do sequestro com o governo e os segredos de seu pai (Bruce Willis). Sigourney Weaver ('Avatar') vive a vilã. Roschdy Zem e Óscar Jaenada completam o elenco.


Bruce Willis tem estado tanto nos cinemas nesses últimos meses que decidiram lançar este “Fuga Implacável” direto para Home Vídeo. Ou talvez por não acreditar no sucesso deste filme que, ainda que com um elenco de peso, é mais do mesmo e nada que saia do padrão do cinema de ação hoje em dia. 

Porém, por mais que a figura de maior peso seja a de Bruce Willis, o ator aparece pouco e não faz muito coisa. Quem protagoniza é Henry Cavill, que será o próximo Super Homem e terá a chance de alcançar de vez o estrelato, mas enquanto isso, Cavill vêm protagonizando filmes como “Imortais” e este “Fuga Implacável” e mostra ter carisma não só para segurar um longa sozinho como também para convencer no cinema de ação.


Ainda que a trama da fita abuse excessivamente de clichês e situações previsíveis tirando um pouco da empolgação, “Fuga Implacável” entretém pela boa e bem filmada ação. Dirigido por Mabrouk El Mechri, o filme peca por ser mais um exemplar do gênero, não tendo nenhum diferencial. É descartável e rapidamente esquecível, no entanto, durante os seus 90 minutos, não deixa de empolgar.

Nota: «««««

Comentário por Matheus C. Vilela

terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

ALVIN E OS ESQUILOS 3

Alvin and the Chimpmunks 3: Chip-Wrecked-EUA
Ano: 2011 - Dirigido por: Mike Mitchell

Sinopse: Os irmãos Alvin, Simon e Theodore partem em uma viagem de cruzeiro juntamente com Dave (Jason Lee) e as esquiletes, formadas por Eleanor, Jeanette e Brittany. Durante a viagem Alvin quer se divertir, enquanto que Dave tenta ter algum controle sobre os esquilos. Numa de suas brincadeiras Alvin acaba em uma asa delta, que o leva, juntamente com os irmãos e as esquiletes, para uma ilha. Dave parte atrás deles usando outra asa delta e acaba carregando consigo Ian (David Cross), o ex-empresário dos esquilos que agora trabalha vestindo a roupa de um pelicano, para entreter os passageiros do cruzeiro.


Demorei a assistir este “Alvin e os Esquilos 3” e só vi pois estava passando no Tele Cine, estava na casa da vó passando mal, então, pra relaxar, acabei dando uma chance ao terceiro filme dos esquilos. Porém, mesmo querendo assistir algo não tão bom, pois às vezes você faz isso e até o que é ruim fica agradável, “Alvin e os Esquilos 3” nem querendo consegue ser satisfatório. 

Confesso que gostei do primeiro filme. Bem bobinho e simples, mas agradável e divertido trazendo para os cinemas o desenho da nossa infância. No segundo já se via sinais de falta do que fazer transformando a obra num filme de colegial. Já neste terceiro eles levam Alvin, seus irmãos, as esquiletes, o “pai” deles Dave e o vilão Ian para uma aventura a lá Indiana Jones numa ilha deserta com direito a vulcão em erupção e muita música no meio. 


Para as crianças o filme é divertidíssimo, elas vão gostar sem dúvida. Mas para nós adultos chega a ser um tormento, não só pela falta de ritmo como pelas situações forçadas e irritantes que juntamente com as vozes dos esquilos ajudam mais ainda a crescer nosso nervosismo. 

Os personagens ficam presos numa ilha após caírem do iate onde estavam passando as férias, com isso, o filme começa a fazer inúmeras referências a obras como “Naufrago”, “Viagem Ao Centro da Terra” e o já citado “Indiana Jones”. 


Até tento relevar os erros grotescos por ser um filme de criança, mas tudo é tão estúpido que fica difícil. Primeiro por que os esquilos encontram na ilha uma moça que já esta lá há oito anos e parece viver como se estivesse numa cidade. As roupas são limpíssimas e inteiramente perfeitas como se tivessem saindo da loja agora, e a aparência dela é tão bem cuidada que fica difícil acreditar que ela ficou presa por oito anos na ilha sozinha e sem nada. 

Realmente a série perdeu toda a simplicidade do primeiro. Parece que quanto mais o sucesso mais exagerado as coisas ficam e menos ainda o interesse de querer fazer algo bom. Se vier um quarto eu passo longe!

Nota: «««««

Comentário por Matheus C. Vilela

NA TERRA DE AMOR E ÓDIO

In the Land of Blood and Honey-EUA
Ano: 2011 - Dirigido por: Angelina Jolie

Sinopse: Ajla (Zana Marjanovic) e Danijel (Goran Kostic) se conheceram em uma boate. Logo eles começam a flertar um com o outro, mas a explosão de uma bomba acaba com qualquer clima existente entre eles. Era o início da Guerra da Iugoslávia, que colocaria sérvios e bósnios como inimigos mortais. Logo Ajla, que é bósnia, é capturada pelo exército sérvio. Em meio a ameaças de estupro, ela é salva por Danijel, que ocupa uma posição de destaque na tropa. A partir de então ela se torna a protegida de Danijel, que ordena que ninguém toque nela. É o início de um estranho relacionamento, onde ele tenta protegê-la e também tê-la sob seu controle, enquanto ela segue suas ordens com medo de que algo pior lhe aconteça.


Angelina Jolie realiza sua estreia na direção e também assina o roteiro deste “Na Terra de Amor e Ódio”. Embaixadora do Alto Comissariado das Nações Unidas Para Refugiados, pertencente a ONU, Jolie aproveita sua influência e fama para apresentar ao mundo sua opinião sobre os conflitos entre sérvios e bósnios, e criando um romance como escape para o verdadeiro interesse da atriz, “Na Terra de Amor e Ódio” é bonito, bem feito esteticamente, mas perde-se em boas intenções e mal realizadas execuções em seu roteiro. 

As atitudes de Jolie em relação aos problemas sociais e étnicos do continente africano e de outras regiões da Europa são de fato admiráveis. A atriz não se esconde nem se acanha em defender as causas e colocar a mão no arado, e depois de Jolie, outras estrelas decidiram seguir o mesmo caminho. 


No entanto, ainda que com boas intenções, neste seu primeiro filme Jolie perde a mão e pouco sabe extrair as emoções das situações. É nítido que o seu interesse é denunciar e criticar a guerra inútil e violenta entre bósnios e sérvios, e também a violência dos soldados para com as mulheres muçulmanas onde muitas foram violentadas e espancadas inúmeras vezes. Porém, o romance criado por Jolie acaba soando altamente artificial e pouco convincente, estando ali apenas como justificativa para apresentar o amor proibido entre uma muçulmana e um sérvio e assim, mostrar que todos somos iguais e que a união entre os dois povos é o melhor a se fazer e que há esperanças. Ou seja, o velho clichê a lá Romeu e Julieta. 

Ao término, o romance não causa efeito e a crítica soa vazia, com pouca profundidade e sustentando-se por meio de algumas cenas violentas de assassinato e estupro. 


Visualmente gostei muito do filme. A fotografia e figurinos são bem realizados e gostei da firmeza com que Jolie filma. Pena que o romance tira o peso da história e da crítica. Mas a intenção foi boa e claramente honesta.

Nota: «««««

Comentário por Matheus C. Vilela

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

A HORA MAIS ESCURA

Zero Dark Thirty-EUA
Ano: 2012 - Dirigido por: Kathryn Bigelow

Sinopse: Os ataques terroristas sofridos pelos Estados Unidos em 11 de setembro de 2001 deram início a uma época de medo e paranoia do povo americano em relação ao inimigo, onde todos os esforços foram realizados na busca pelo líder da Al Qaeda, Osama bin Laden. Maya (Jessica Chastain) é uma agente da CIA que está por trás dos principais esforços em capturar Laden, por ter descoberto os interlocutores do líder do grupo terrorista. Com isso ela participa da operação que levou militares americanos a invadir o território paquistanês, com o objetivo de capturar e matar bin Laden.


Durante a pré produção de “A Hora Mais Escura”, Kathryn Bigelow não contava com a morte de Osama Bin Laden, detalhe este que não só exigiu uma reformulação no roteiro como também ofereceu algo de mais interessante ao filme. Partindo das buscas pelo ex-terrorista desde o pós-11 de Setembro, Bigelow criou polêmicas por enfatizar nos métodos de tortura feitos pela CIA e, como em seu filme anterior “Guerra ao Terror”, tem-se aqui umA personagem chave para a resolução de tudo isso. Neste caso me refiro a Maya, uma agente da CIA interpretada por Jessica Chastain. 

“A Hora Mais Escura” é um filme de investigação. A busca por um dos homens mais odiados do planeta, e Bigelow, uma diretora forte que não se acanha por ser mulher e sabe como criar a tensão e desenvolver a ação melhor do que muitos diretores homens por aí, busca o extremo realismo sem os exageros habituais de Hollywood. Assim como no envolvente “Guerra ao Terror”, Bigelow filma com câmera na mão e usa muito bem o silencio como ferramento para gerar desconforto no público e um ar de imprevisibilidade. 


No entanto, considero um filme bem inferior a “Guerra ao Terror” e pouco surpreendente. Como um relato a obra é interessante mostrando com dinamismo o processo de busca por Osama, mas nada mais do que isso. Talvez o problema tenha sido o excesso de expectativa. 

A protagonista interpretada por Jessica Chastain é uma das mais desinteressantes dos filmes que estão concorrendo ao Oscar este ano. Pouco aprofundada sobre quem ela é, não consegui me identificar com sua pessoa nem me interessar por suas motivações em caçar Osama Bin Laden. O ponto de interesse vem das cenas onde Chastain nem passa perto. 


Portanto, “A Hora Mais Escura” é um filme envolvente, interessante e bem realizado mas nada, a meu ver, de surpreendente. Um filme redundante digo eu.

Nota: «««««

Comentário por Matheus C. Vilela

sábado, 16 de fevereiro de 2013

AS SESSÕES

The Sessions/EUA
Ano: 2012 -  Dirigido por: Ben Lewin

Sinopse: Mark O'Brien (John Hawkes) é um escritor e poeta que, ainda criança, contraiu poliomielite. Devido à doença ele perdeu os movimentos do corpo, com exceção da cabeça, e precisa passar boa parte do dia dentro de um aparelho apelidado de "pulmão de aço". Mark passa os dias entre o trabalho e as visitas à igreja, onde conversa com o padre Brendan (William H. Macy), seu amigo pessoal. Sentindo-se incompleto por desconhecer o sexo, Mark passa a frequentar uma terapeuta sexual. Ela lhe indica os serviços de Cheryl Cohen Greene (Helen Hunt), uma especialista em exercícios de consciência corporal, que o inicia no sexo.


Mark O´Brien foi um escritor e poeta que contraiu poliomelite logo quando criança tendo todo o seu corpo paralisado, exceto a cabeça. Passa os dias numa maca e de noite dorme dentro de um aparelho apelidado de “pulmão de aço”. Sua vida é totalmente focada no trabalho, até aquele momento de qualquer ser humano que desperta o desejo de conhecer o amor e ser amado. Com isso, O´Brien decide contratar uma terapeuta sexual e conhecer o prazer de se ter uma mulher ao lado, já que aos 38 anos ele ainda era virgem. 

“As Sessões” é aquele tipo de filme que mesmo tendo uma história complexa e melancólica, tudo acaba sendo passado de maneira positiva sem aprofundamentos em dramas complexos e no peso por trás da vida do personagem. É um feel good movie podemos dizer. Um filme que, mesmo tendo nudez, não torna nada vulgar ou repulsivo e cria-se uma estrutura cômica que deixa a obra acessível a todos. E passando mensagens positivas sobre valorizar a vida e se valorizar, o clima de “As Sessões” entretém e, usando com gosto do bom melodrama em seu desfecho, o longa chega a ser tocante. 


Estrelado por John Hawkes e Helen Hunt, a dupla de fato convence respectivamente como O´Brien e a terapeuta. Hawkes não só possui carisma como também transmite a simpatia do seu personagem, um homem que mesmo paralisado consegue ser interessante e nos fazer amigo de sua pessoa. Justamente o que ele faz com a personagem de Hunt, que com o decorrer da obra verá que O´Brien é muito mais do que um escritor paralitico, mas um homem amoroso, carinhoso e interessante de se conversar e conhecer. A atriz recebeu uma indicação ao Oscar de Melhor Atriz por sua atuação aqui. 

Portanto, “As Sessões” é um filme simples. Redondinho. Feito sob medida para agradar a todos os públicos. E com êxito.

Nota: «««««

Comentário por Matheus C. Vilela

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

AS AVENTURAS DE TADEO

Las Aventuras de Tadeo Jones-ESPANHA
Ano: 2012 - Dirigido por: Enrique Gato

Sinopse: Tadeo (Óscar Barberán) é um trabalhador simples, mas de espírito aventureiro e sonhador, que vive em Chicago. Um dia, ele é confundido com um arqueólogo bastante conhecido e, por causa disto, é enviado para uma expedição no Peru. Lá ele precisa enfrentar uma organização criminosa que, especializada em roubar tesouros, deseja agora saquear uma mítica cidade inca que acaba de ser descoberta. Para impedir que isto aconteça, Tadeo conta com a ajuda de seu fiel cachorro Jeff, a professora de arqueologia Sara (Michelle Jenner) e o guia Freddy (José Mota).


Confesso que estava com preconceito para com este “As Aventuras de Tadeo”. Acho que ficamos sempre assim quando temos uma animação de estúdio não famoso e um visual daqueles inferiores se comparado com o realismo e excelência técnica que estúdios como Pixar, Dreamworks, Disney e dentre outros nos acostumaram. Mas resolvi dá uma chance e surpreendentemente o filme se saiu acima da média, sendo simples e bem divertido. 


O filme é uma animação espanhola dirigida por Enrique Gato que nitidamente busca inspiração e em homenagear o grande ícone do cinema de aventura, Indiana Jones (só a roupa do protagonista e o seu chapéu falam tudo!). Partindo desse ponto, o ritmo é incessante lembrando e muito os filmes do icônico arqueólogo. E Gato não deixa a peteca cair mantendo sempre o tom e o espírito de aventura presentes na história. Tudo isso acompanhado de uma trilha sonora inspiradíssima na de John Williams nos longas do já citado Indiana Jones, tornando assim, a experiência ainda mais envolvente. 

Mas claro, “As Aventuras de Tadeo” sofre de uma boa estrutura narrativa. Tudo que se compensa com o ritmo e a ação perdem-se no aprofundamento dos personagens (nenhum aqui é interessante nem mesmo o protagonista) e em buscar uma história com resoluções mais criativas e menos bobas. Sem falar na insistência de em todo momento realizar piadinhas que raramente conseguem ser engraçadas. 


Entretanto, o filme, como já falei, compensa com um ritmo frenético conseguindo passar a empolgação de se viver uma aventura. Principalmente uma a lá Indiana Jones. Ainda que nada memorável, os 90 minutos são gratificantes. Um filme simples que proporciona nada mais que um bom entretenimento.

Nota: «««««

Comentário por Matheus C. Vilela

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

A ARTE DA CONQUISTA

The Art of Getting Bye-EUA
Ano: 2011 - Dirigido por: Gavin Weisen

Sinopse: George Zinavoy (Freddie Highmore) é um jovem que acredita que o ser humano nasce e morre sozinho. Para ele, de nada adianta viver de ilusão. Com a mente totalmente ocupada por esta linha de pensamento, ir à escola, participar das tarefas ou fazer os deveres de casa tornam-se algo a ser desprezado. Mergulhado em sua amargura, ele acaba conhecendo a bela Sally Howe (Emma Roberts) e algo de diferente acontece. Com ela, ele faz novas amizades e começa a sentir novas sensações, sem saber ainda ao certo o significado. No meio do caminho, os dois conhecem Dustin (Michael Angarano), um artista de sucesso apresentado pelo professor de arte, dando início a um inesperado triângulo amoroso.


Exibido no Festival de Sundance e escolhido para o Prêmio do Júri, “A Arte da Conquista” é um exemplar simples, com uma história comum, mas que consegue ser muito envolvente devido às ótimas atuações e condução. A direção é do estreante Gavin Wiesen, que cria o tom certo para a história fazendo um filme tocante e animador. 

A história tem como protagonista um garoto chamado George que acredita que o ser humano nasce e morre sozinho. Não busca se enturmar e permanece no seu mundo sem buscar grandes propósitos. Afinal, se um dia vamos morrer, porque passar a vida estudando e sofrendo de tanto trabalhar? Essa é a pergunta feita pelo personagem em determinando momento. Porém, aparece em sua vida uma garota chamada Sally. Os dois vão ficar amigos e nascerá algo bem maior do que uma simples amizade. 


“A Arte da Conquista” é um filme que desde o inicio já fica claro como tudo irá terminar. Sem grandes interesses em reviravoltas ou surpresas, a obra segue uma linha tênue não saindo do previsível e optando pelo caminho mais garantido. No entanto, ainda que clichê e previsível, o longa acerta no tom maduro e em seu muito bom elenco. 

Freddie Highmore, conhecido por ser o protagonista de filmes como “A Fantástica Fábrica de Chocolate” de Tim Burton e “O Som do Coração”, cresceu e está ficando um ator cada vez mais eficiente. O rapaz consegue criar o tipo fechado que pouco consegue transparecer os seus sentimentos. E isso sem soar caricato ou inexpressivo. Já Emma Roberts, com toda sua beleza e carisma, oferece uma jovialidade maior ao filme criando uma química bem envolvente com Highmore. 


Portanto, “A Arte da Conquista” é um exemplar eficiente e emocionante sobre os aprendizados que temos na vida. Um filme simples, sem abordagens muito aprofundadas que consegue ser agradável do inicio ao fim. Vale à pena conferir!

Nota: «««««

Comentário por Matheus C. Vilela

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013

MARLEY

Marley/EUA, REINO UNIDO
Ano: 2012 - Dirigido por: Kevin MacDonald

Sinopse: A vida do cantor, compositor e guitarrista Bob Marley, ícone do reggae mundial e um dos responsáveis por sua popularização. Dirigido por Kevin Maconald (O Último Rei da Escócia), é o primeiro filme a ter autorização de sua família para usar imagens do arquivo pessoal do músico.


Bob Marley é um desses ícones que pode passar centenas de anos e sempre será lembrado por todos. O grande nome do reggae, estilo de música nascida na Jamaica que teve Marley como um dos criadores e o maior divulgador do gênero, este documentário dirigido por Kevin MacDonald é o primeiro filme que teve a autorização da família do cantor para o uso do seu acervo pessoal de imagens e vídeos. 

Com grande riqueza de informações e entrevistas com filhos, amigos e de suas mulheres com quem se relacionou, incluindo sua esposa, a vida de Robert Marley, ou Bob Marley, é narrada com profundidade sendo passados diversos detalhes da vida do cantor que não conhecíamos. Fatos sobre sua doença que ocasionou sua morte em 11 de maio de 1981 e que é alvo de inúmeras discussões sobre o motivo, inclusive envolvendo sua religião, aqui, com as entrevistas de amigos e familiares que viviam praticamente 24 horas com Marley, tal assunto já ganha maior credibilidade e um teor mais verdadeiro, já que as informações provem de pessoas que conviviam com ele, e não de conclusões distantes da mídia. 


Outros assuntos como sua infância, o seu pai, a imparcialidade de Marley em relação à politica, a sua incessante busca em ser o melhor naquilo que fazia e crescer no ramo da música, os seus ideais sobre religião, casamento, a sua entrega ao povo, aos fãs e tudo no qual acreditava e pregava por meio da música. E também são explorados os conflitos de grupos na Jamaica onde Bob Marley era visto como uma influente figura para a paz e união do povo. 

Com este filme, acredito que aos leigos as músicas de Marley ganharão maior significado e profundidade, já que em cada frase de suas canções Marley estava relatando um momento de sua vida, do seu eu, do seu intimo. Vamos também ver que sua grande paixão era a música, e por meia dela falava ao mundo o que pensava e o que estava sentindo. 


Kevin MacDonald cria um documentário altamente envolvente. Se em alguns casos um documentário tendo duas horas e meia acaba ficando chato e cansativo, as duas horas e meia deste “Marley” passam rápido de tão envolvente que é. A edição eficaz que oferece um dinamismo ao filme juntamente com as músicas do cantor tornam a experiência ainda melhor. 

Não só aos fãs de reggae e de Bob Marley, como eu, devem assistir ao filme. Creio que todos precisam dar uma chance e conhecer melhor esse grande nome da música. Recomendado!

Nota: «««««

Comentário por Matheus C. Vilela

UMA FAMÍLIA EM APUROS

Parental Guidance/EUA
Ano: 2012 - Dirigido por: Andy Fickman

Sinopse: Quando a filha sai para trabalhar, Artie (Billy Crystal) e Diane Decker (Bette Midler) passam a cuidar dos netos. O problema é que os métodos modernos de educação, que excluem punições e deixam de lado qualquer tipo de diversão, entram em conflito com tudo aquilo que Artie e Diane aprenderam com a vida. Logo eles decidem abandonar as recomendações da filha e adotar seu próprio método, usando algumas táticas inesperadas para conquistar os netos e ensiná-los a serem crianças de verdade.


Filmes como este “Uma Família Em Apuros” seguem uma fórmula já pré pronta de filmes família, abusa incessantemente de gags físicas e humor pastelão bem infantil que depende do momento de cada um. Digo, dos mais velhos. Já as crianças é garantia certa de diversão. 

É também um tipo de filme que não necessita de uma analise aprofundada sobre os seus temas, personagens, produção, pois é uma obra extremamente simples que, como já falei, vai depender da disposição de cada um. É bobo? Sim! Muitíssimo clichê? Sem dúvida! Já cansamos de ver filmes assim? Ish, e como! Então, o que buscar de interessante em uma obra do tipo? Creio que são os seus atores. Dependendo do elenco, muitas vezes torna-se um prazer assistir bons atores se divertindo e transparecendo carisma e disposição. 


Não acho uma maravilha, mas têm os seus momentos os dois filmes “Doze É Demais” estrelados por Steve Martin. E aqui, Billy Cristal e Bette Midler, dois sumidos de Hollywood, voltam oferecendo todo o carisma que cada um possui de sobra, e conseguem tornar “Uma Família em Apuros” uma experiência agradável. Bem família. 

Não é um tipo de filme para sair de casa e pagar seja R$ 7, ou R$ 10, ou R$ 20 reais no cinema. É um tipo de filme feito para a televisão, uma Sessão da Tarde, e dentro desses moldes a experiência dá mais certo. 


De vez em quando sinto vontade de embarcar em baboseiras clichês de família, vendo bons atores caindo de um lado, vomitando do outro e tendo suas vidas atormentadas por crianças, no bom sentido claro. 

Uma Família em Apuros”, então, dentro do seu gênero e do seu objetivo, merece uma chance. Na TV, claro. De preferência com muita pipoca e Coca-Cola em um dia que você estiver muito cansado e querendo ver um filme light sem grandes exigências. E ainda melhor com aquela avó ou tia que ri de qualquer tombo ou escorregão. Não exija muito.

Nota: «««««

Comentário por Matheus C. Vilela