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segunda-feira, 29 de abril de 2013

A ENTIDADE

Sinister-EUA
Ano: 2012 - Dirigido por: Scott Derickson

Sinopse: Ellison (Ethan Hawke) é um escritor de romances policias que acaba de se mudar com a família. No sótão da nova casa ele descobre antigos rolos de filme, que trazem imagens de pessoas sendo mortas. Intrigado com o que elas representam e com um estranho símbolo presente nas imagens, ele e sua família logo passam a correr sério risco de morte. Com Vincent D'Onofrio.


O diretor Scott Derickson sempre buscou investir sua carreira em filmes de suspense mesclado com o terror. Talvez o mais diferente dessa lista tenha sido o seu longa anterior “O Dia Em Que A Terra Parou”, remake do clássico de 1951. Mas os demais são obras que englobam esse gênero, exemplos: “Lendas Urbanas 2”, “O Exorcismo de Emily Rose”, “O Visitante” e “Medo e Obsessão”. 

Este “A Entidade” possui uma ideia que não é das mais originais. Uma família se muda para uma casa que há muitos anos aconteceu um terrível assassinato lá dentro. O pai da casa é um escritor que se mudou para a nova cidade em busca de inspiração para o seu novo livro, um romance policial. Porém, fatos estranhos começam a acontecer com sua família e na medida que segue sua investigação, irá descobrir a existência de uma entidade que age em crianças. 


A existência de uma casa, um escritor e crianças perturbadas são algo extremamente clichê em Hollywood. Mas apesar disso, aí que entramos no quesito direção. Derickson mostra não saber lidar com o suspense que a trama é capaz de proporcionar e muito menos com o tal ser presente ali. Alias, o fator sobrenaturalidade e espiritual é o que mais falta em “A Entidade”. 

Quando pensamos que algo de surpreendente irá acontecer, logo em seguida nada acontece. E o ritmo segue bem arrastado e pouco inspirado e vamos perdendo a empolgação com o desenrolar da história. 


Portanto, “A Entidade” é um exemplar descartável desse gênero cada vez mais banal em Hollywood. Ainda que bem feito e com a presença de Ethan Hawke no elenco, o filme é cansativo e em nada impressiona.

Nota: «««««

Comentário por Matheus C. Vilela

sábado, 27 de abril de 2013

HOMEM DE FERRO 3

Iron Man 3-EUA
Ano: 2013 - Dirigido por: Shane Black

Sinopse: Desde o ataque dos chitauri a Nova York, Tony Stark (Robert Downey Jr.) vem enfrentando dificuldades para dormir e, quando consegue, tem terríveis pesadelos. Ele teme não conseguir proteger sua namorada Pepper Potts (Gwyneth Paltrow) dos vários inimigos que passou a ter após vestir a armadura do Homem de Ferro. Um deles, o Mandarim (Ben Kingsley), decide atacá-lo com força total, destruindo sua mansão e colocando a vida de Pepper em risco. Para enfrentá-lo Stark precisará ressurgir do fundo do mar, para onde foi levado junto com os destroços da mansão, e superar seu maior medo: o de fracassar.



Geralmente quando se chega ao terceiro capitulo de uma trilogia tem-se ali um desgaste de ideias, um amontoado de história e um conglomerado de exageros para o bom uso dos efeitos e de tudo aquilo que a série já se mostrou um dia. Felizmente, com este “Homem de Ferro 3” não acontece isso. 

Chegamos ao final do ciclo de um personagem antes pouquíssimo lembrado pelo público mas que nas mãos da Marvel, de Robert Downey Jr. e Jon Favreau se tornou um dos mais conhecidos e amados heróis do cinema. Obviamente a história possui possibilidades de continuar já que o universo é imenso e a última frase apresentada durante os créditos finais sugere justamente isto ao mostrar “Tony Stark voltará”, ou seja, Homem de Ferro não acabou. Porém, com este terceiro filme temos um fechamento de um arco muito bem iniciado em 2008 com o primeiro filme, e que seguiu com a mitologia do personagem trazendo informações novas no segundo, perdurou em “Os Vingadores”, e agora, encerra-se neste terceiro trazendo um herói atormentado pelo que aconteceu em Nova York ao lado dos vingadores e obcecado cada vez mais em sua existência e na construção de suas armaduras. 


O diretor não é mais Jon Favreau, que havia deixado o posto na época para se dedicar ao filme “Cowboys e Aliens” e Favreau só retorna como ator na pele do segurança de Tony Stark, Happy. Agora quem assume é Shane Black, que já dirigiu Downey Jr. no divertidíssimo “Beijos e Tiros” e foi indicado por Downey Jr. justamente por ser um diretor que sabe contar uma história pela ação e, principalmente, criar sequencias altamente empolgantes e criativas. Este é o melhor filme dos três no quesito ação. Momentos não só de uma beleza técnica e efeitos especiais estupendos, como conseguem criar a expectativa e o suspense que tornam tais momentos ainda mais empolgantes. Detalhe esses que não havia tanto nos longas anteriores. 

Este “Homem de Ferro 3” é também o que menos expande e interliga o universo Marvel. A história é totalmente focada em Tony Stark e não temos aparições de outros heróis nem referências ao universo Marvel. Thor é e apenas citado como “o cara do martelo” e o portal mostrado em “Os Vingadores” é chamado de “buraco de minhoca”. Só! Nada mais do que isso. O resto é apenas Tony Stark e seus problemas pessoas em relação a sua pessoa, um ser humano comum em meio a um universo cheio de aliens, deuses, etc. 


Talvez esse seja o mais dramático dos três, e o que mais pede de Robert Downey Jr. como ator. E mais uma vez Downey Jr. comprova o porquê de ser o personagem e ter se tornado um ícone. O astro não cai na mesmice e não se mostra cansado. Tendo interpretado quatro vezes Tony Stark, é incrível como Downey Jr. não perde o entusiasmo e o interesse em explorar cada vez mais a fundo os sentimentos de Stark. O ator não só traz mais emoção, como também aumenta o nosso interesse em conhecer mais daquele sujeito. E temos aqui uma interação deliciosa entre Downey Jr. e um garotinho que o ajuda com a armadura. 

Devo destacar também as atuações de Gwyneth Paltrow, definitivamente não só como a mocinha do herói, mas aqui muito mais do que isso. Guy Pearce como um interessante cientista e Ben Kingsley excelente na pele do vilão Mandarim, possuindo uma aparência a lá Bin Laden tipificando o horror do terrorismo. Só não achei muito bem explorada a personagem de Rebeca Hall, que soa perdida e sem necessidade alguma ao longo de todo o filme. 


Apesar de todas as qualidades notáveis de “Homem de Ferro 3”, o filme possui sim os seus problemas, principalmente em relação a história. Alguns furos que geram desconforto e nos faz sair do cinema com um incômodo na cabeça. 

O primeiro problema começa com o vilão Mandarim. A reviravolta que se tem no roteiro em relação a sua pessoa é um total desprezo ao personagem dos quadrinhos, e principalmente ao que fora estabelecido lá no primeiro filme, onde o Mandarim foi citado. Mas aqui, quando acontece tal reviravolta, é difícil acreditar que um vilão tão assombroso e o principal do herói nos quadrinhos, acaba se resumindo ao que é mostrado. E assim, Ben Kingsley é desperdiçado totalmente, e ao final parece mais um daqueles vilões do Scooby Doo do que um dos vilões mais marcantes da história do Homem de Ferro. Uma vergonha! 


Outro desprezo dado a história já estabelecida do Homem de Ferro no cinema, é quando Tony Stark, numa sequencia de menos de cinco segundos e com ele narrando em off, decide fazer uma operação e médicos tiram sem grandes problemas os estilhaços próximos ao seu coração que o ameaçavam de morte, e que foi o motivo dele ter aquela fonte de energia no peito. Porém, se em dois filmes Tony Stark sofreu por causa daquilo, buscando até tecnologias novas para aperfeiçoar o aparelho, neste terceiro o problema é solucionado com tanta facilidade que não precisava ter tido tanto trabalho antes. 

E ainda, a tecnologia Extremis apresentada na fita é tão mal explicada que não entendemos o porquê de sua necessidade e importância. O filme termina e ficamos a ver navios. 


Portanto, gostei demais deste terceiro filme. É empolgante, divertido e bem mais maduro em relação aos anteriores e principalmente em relação a Tony Stark. O problema são esses defeitos alarmantes que prejudicam a total eficácia do filme. Mas ainda assim, Tony Stark e Robert Downey Jr. já deixam saudades. Agora só na sequencia de “Os Vingadores” para revermos o playboy mais popular da atualidade. E que venha o quarto!

Nota: «««««

Comentário por Matheus C. Vilela

terça-feira, 23 de abril de 2013

CELESTE E JESSE PARA SEMPRE

Celeste and Jesse Forever-EUA
Ano: 2012 - Dirigido por: Lee Toland Krieger

Sinopse: Celeste (Rashida Jones) e Jesse (Andy Samberg) se conheceram na escola e logo resolveram se casar. Agora aos 30 anos, Celeste cuida de sua própria firma de consultoria, enquanto Jesse está mais uma vez desempregado e não parece se esforçar muito para mudar a situação. É quando ela decide que o melhor que ambos têm a fazer é se separar, já que isto acontecerá mais cedo ou mais tarde e, se for logo, eles ainda poderão continuar amigos. Apesar de ainda ser apaixonado pela esposa, Jesse aceita a proposta. Só que a vida sozinho não será nem um pouco fácil para ambos.


Para mim as melhores comédias românticas norte americanas sobre relacionamento dos últimos anos são “500 Dias Com Ela”, “Brilho Eterno de Uma Mente Sem Lembranças”, “Amor a Toda Prova” e ”Ruby Sparks - A Namorada Perfeita”. Filmes maduros que lidam com o assunto sem fantasias, exageros e principalmente sem abusar de clichês e da dramatização transformando em algo novelesco e forçado. 

Quando li a sinopse de “Celeste e Jesse Para Sempre” imaginei que seria o próximo filme a entrar na lista na qual pertence às obras citadas acima, no entanto, apesar de não cair no tom caricato e novelesco, o longa deixa de extrair aquilo que tem de melhor em sua história e o resultado acaba sendo um tanto quanto superficial e pouco emocionante. 


O problema começa quando o filme não decide em quem focalizar, ou se em Celeste ou em Jesse. E se em ambos, então que fosse de maneira equilibrada para cada um dos lados. Entretanto, há momentos onde a história segue Jesse, e em seguida muda o foco totalmente para Celeste esquecendo-se de Jesse e tornando-o apenas um personagem participativo na vida de Celeste. 

Em “500 Dias Com Ela”, por exemplo, o foco do longa era o personagem do Joseph Gordon Levitt, e não Zooey Deschanel. E ainda, devido a essa falta de decisão do roteiro, não presenciamos o amadurecimento de Jesse, que começa dependente da esposa Celeste sendo um garoto desempregado esperando as oportunidades aparecerem. Mas logo em seguida, após a separação, ele já se encontra estabelecido profissionalmente, encontrou outra mulher que tinha se envolvido meses atrás e descobre que ela esta esperando um filho seu. 


São detalhes minuciosos muito pouco explorados pelo roteiro e que deixa o filme tão comum e pouco chamativo. É uma obra que fala do amadurecimento e de vida a dois, de um casal que se casaram cedo, mas com o desgaste do tempo decidiram se separar, mas o curioso é que continuam super amigos saindo juntos, se divertindo e gostando ainda um do outro. 

O elenco não compromete. Não considero Andy Samberg um grande ator, muito menos essa tal de Rashida Jones, mas ambos consolidam uma química convincente que oferece até certo frescor ao filme. 


Celeste e Jesse Para Sempre”, portanto, é uma comédia romântica agradável, e só. Não é enjoada como a maioria que vemos hoje em dia em Hollywood, mas está longe de ter a profundidade de certas pérolas inesquecíveis já citadas nesse texto.

Nota: «««««

Comentário por Matheus C. Vilela

segunda-feira, 22 de abril de 2013

A CAÇA

Jagten-DINAMARCA
Ano: 2012 - Dirigido por: Thomas Vinterberg

Sinopse: Lucas (Mads Mikkelsen) trabalha em uma creche. Boa praça e amigo de todos, ele tenta reconstruir a vida após um divórcio complicado, no qual perdeu a guarda do filho. Tudo corre bem até que, um dia, a pequena Klara (Annika Wedderkopp), de apenas cinco anos, diz à diretora da creche que Lucas lhe mostrou suas partes íntimas. Klara na verdade não tem noção do que está dizendo, apenas quer se vingar por se sentir rejeitada em uma paixão infantil que nutre por Lucas. A acusação logo faz com que ele seja afastado do trabalho e, mesmo sem que haja algum tipo de comprovação, seja perseguido pelos habitantes da cidade em que vive.


Este filme dinamarquês trata de uma situação daquelas difíceis de lidar. Diferente de outros filmes que procuram investir no suspense sobre se tal ocorrido aconteceu de fato ou não, o trunfo de “A Caça” é por não esconder nada, e focar na trajetória do seu protagonista. 

Estamos falando aqui de abuso sexual. Lucas, interpretado por Mads Mikkensen (“007 – Cassino Royale” e “O Amante da Rainha”) é um sujeito bom, paciente, bom amigo, bom pai e, principalmente, um homem de caráter e respeito. O diretor Thomas Vinterberg faz questão de mostrar isso. Lucas trabalha em um jardim de infância e se relaciona super bem com as crianças, que o adoram. Principalmente com uma em particular que é uma garotinha chamada Klara. Porém, durante um momento de brincadeira, Klara demonstra de maneira muito direta e inocente seu enorme carinho por Lucas dando-lhe um selinho na boca e lhe entregando uma lembrancinha. Após falar com ela explicando que beijinhos apenas no papai e na mamãe, Klara sente-se magoada até dizer para a diretora não gostar de Lucas e que havia visto o seu órgão sexual ereto. 


Obviamente a diretora irá acreditar na criança e buscar as devidas providencias. Lucas é acusado de abuso sexual e tal história vai ganhando proporções enormes a ponto de ser acusado de abuso em todas as crianças do jardim de infância. 

“A Caça” não esconde a inocência de Lucas. Vemos que ele não fez absolutamente nada. Mas a partir do momento em que você é acusado de algo tão sério como no filme, as consequências e marcas que são deixadas é um caminho árduo, e por vezes impossível de superar. Pois o ser humano é facilmente levado por suas emoções, e algo relacionado a uma criança com menos de dez anos de idade é ainda pior. 


O diretor Thomas Vinterberg, portanto, cria um filme que sustenta-se nessa abordagem, de reações negativas por parte de todos e a esperança do protagonista em conseguir vencer aquilo e provar que é inocente. “A Caça” é um drama tenso e envolvente do inicio ao fim, que nos prende fazendo torcer e sofrer junto ao personagem. 

Mads Mikkensen que interpreta Lucas é um ator que vêm crescendo e muito no cinema. Foi o vilão do primeiro 007 com Daniel Craig, estrelou o excelente “O Amante da Rainha”, é o protagonista da nova série norte-americana “Hannibal” onde interpreta o serial killer Hannibal Lecter, e agora, vêm com este "A Caça" numa interpretação poderosa e emocionante. 

A Caça” é uma obra imperdível e uma das mais impressionantes desses últimos anos. Recomendo!

Nota: «««««

Comentário por Matheus C. Vilela

MáquinaDoTempo: HOMEM DE FERRO 2

Iron Man 2- EUA
Ano: 2010 - Dirigido por: Jon

Sinopse: Após confessar ao mundo ser o Homem de Ferro, Tony Stark (Robert Downey Jr.) passa a ser alvo do governo dos Estados Unidos, que deseja que ele entregue seu poderoso traje. Com a negativa, o governo passa a desenvolver um novo traje com o maior rival de Stark, Justin Hammer (Sam Rockwell). Jim Rhodes (Don Cheadle), o braço direito de Tony, é colocado no centro deste conflito, o que faz com que assuma a identidade de Máquina de Combate. Paralelamente, Ivan Vanko (Mickey Rourke) cria o alter-ego de Whiplash para se vingar dos atos da família Stark no passado. Para combater Whiplash e a perseguição do governo, Stark conta com o apoio de sua nova assistente, Natasha Romanoff (Scarlett Johansson), e de Nick Fury (Samuel L. Jackson), o diretor da S.H.I.E.L.D.


Com o sucesso estrondoso do primeiro “Homem de Ferro” e a volta por cima triunfal de Robert Downey Jr. na carreira, obviamente a Marvel já tinha todo o sinal verde para o desenvolvimento do projeto “Os Vingadores” e dos filmes que antecederiam o longa da reunião dos heróis. Portanto, já começava as produções de “Thor”, “Capitão América” e claro, do próprio Homem de Ferro. Daí, em 2010 temos o lançamento de “Homem de Ferro 2"! 

O diretor Jon Favreau retorna na direção mantendo todo o excelente clima mostrado no primeiro filme. O humor de Tony Stark está mais afiado do que nunca, temos um herói mais maduro em relação às responsabilidades que possui, conhecemos um pouco da figura do seu pai Howard Stark e temos o ingresso de outros personagens que servem como introdução para o universo “Os Vingadores”. 


E mais uma vez “Homem de Ferro 2” sustenta-se mais ainda no talento de seu protagonista. Robert Downey Jr. é que gera o nosso interesse mesmo com os pouquíssimos momentos de ação. Em minha opinião, a melhor foi a sequencia em Mônico que além de linda visualmente, é empolgante. Já o final, assim como o primeiro, peca pela falta de criatividade e por criar um combate fraco e pouco animador entre o herói, o vilão e, agora, a Máquina de Combate comandada pelo Coronel James Rhodes, interpretado neste filme por Don Cheadle que entrou no lugar de Terrence Howard. 

Aliás, as falhas de ritmo e estrutura de “Homem de Ferro 2” prejudicam mais neste do que prejudicavam no primeiro. Agora temos dois vilões. Um deles é um empresário armamentista interpretado por Sam Rockwell que compete com Tony Stark e que se une ao vilão principal chamado Ivan Vanko, ou Chicote Negro, encarnado por Mickey Rourke. Ambos são sem graça e pouco interessantes e fazem nada do que só estender a história. Não possuem importância alguma a trama e estão ali apenas pela necessidade de se ter um vilão. 


Com isso, o que queremos ver mais é Robert Downey Jr. que com seu humor ácido e carisma conquista nossa atenção e nos anima em continuar assistindo. 

Homem de Ferro 2” não ruim. Um entretenimento que diverte e agrada, mas está longe do excelente primeiro filme, que era sob medida, possuía um vilão interessante e momentos memoráveis. Já aqui, torna-se uma continuação mais cheia de personagens, efeitos e história, e, superficial em seu todo.

Nota: «««««

Comentário por Matheus C. Vilela

domingo, 21 de abril de 2013

MáquinaDoTempo: HOMEM DE FERRO

Iron Man-EUA
Ano: 2008 - Dirigido por: Jon Fraveau

Sinopse: Tony Stark (Robert Downey Jr.) é um industrial bilionário, que também é um brilhante inventor. Ao ser sequestrado ele é obrigado por terroristas a construir uma arma devastadora mas, ao invés disto, constrói uma armadura de alta tecnologia que permite que fuja de seu cativeiro. A partir de então ele passa a usá-la para combater o crime, sob o alter-ego do Homem de Ferro.


Homem de Ferro era, repito, era um herói de segunda da Marvel nos quadrinhos e mal conhecido pelo público. A Marvel para iniciar sua empreitada como realizadora de seus próprios filmes tinha que escolher um para dá o ponta pé inicial. Já que os heróis principais como Homem Aranha, X-Men, Quarteto Fantástico estão com os direitos para a realização dos filmes em outras empresas, a escolha foi optar pelo Homem de Ferro, já que Capitão América e Thor ainda não eram apostas confiáveis para iniciar o legado Marvel no cinema. E olha que a empresa já estava ambiciosa tendo em mente o projeto “Os Vingadores”, mas só daria certo se a estreia no cinema do seu primeiro filme independente desse certo, portanto, não poderiam errar na mão. 

A Marvel adquiriu os direitos para fazer o filme em 2006. O projeto para colocar o herói na telona existia desde 1990, quando a Universal Studios adquiriu os direitos e planejava um filme de baixo orçamento que seria dirigido por Stuart Gordon. Como não vingou em 1996 a 20 Century Fox adquiri os direitos. Um roteiro foi escrito por Stan Lee, Jeff Vintar e Jeffrey Caine e, vejam só, Quentin Tarantino foi convidado para ser o diretor. Porém, mais uma vez, nada chega a um consenso e os direitos são vendidos para a New Line Cinema que em 2006 os repassa para a Marvel Studios. 


Pois bem, escolhido o herói, ainda assim a escolha do projeto era incerta, perigosa. Sendo o primeiro filme a ser produzido pela Marvel, um herói pouco conhecido, alcoólatra e excêntrico não parecia à escolha adequada. Até que aparece Jon Fravreau, um ator de comédias e diretor de filmes como “Um Duende em Nova York” e “Zathura”, dizendo ser fã do personagem e com ideias de fazer um longa realista com ar de espionagem e inspirações em icônicos personagens como James Bond, Robocop, Tom Clancy e ainda no filme “Batman Begins” no quesito amadurecimento e criação do herói. Como Fravreau havia trabalhado com a Marvel em “Demolidor”, foi então escolhido como diretor de “Homem de Ferro” em 2006. 

Mas existia outro impasse pela frente: a escolha do ator que viveria o personagem nas telas. Nicolas Cage e Tom Cruise mostraram-se interessados só que a intenção de Fravreau era ter um desconhecido interpretando Stark. Mas ainda assim, sua escolha acabou sendo Robert Downey Jr., que não era um completo desconhecido, mas andou com a carreira manchada devido aos anos de envolvimento com drogas, álcool e suas inúmeras prisões. Fravreau viu em Downey Jr. a escolha perfeita para o papel, pois além do ator entender o lado problema do personagem, também tinha todo o carisma e time cômico para construir alguém excêntrico, porém, simpático e que fizesse o público se interessar. Mais ainda assim a escolha de Robert Downey Jr. era arriscada, principalmente para um filme que seria o termômetro para todos os planos da Marvel no cinema, e se desse errado, provavelmente não teríamos tão cedo filmes como “Thor”, “Capitão América” e muito menos “Os Vingadores”. 


Após o lançamento de “Homem Ferro” em 2008, as criticas recebidas pelo filme foram as melhores possíveis, principalmente em relação à interpretação de Robert Downey Jr. O ator que já vinha buscando restaurar sua carreira há alguns anos se entregou por completo ao projeto e criou um personagem tão divertido, carismático e interessante, que até esquecemos os defeitos de moral existentes ali. E o filme até brinca com isso. Portanto, Downey Jr. conseguiu se colocar na mídia novamente e fisgar o interesse do público, e hoje já é um dos atores mais bem pagos de Hollywood. Para quem dizia ser um ator que jogou a carreira fora, o astro deu a volta por cima. Recebeu 50 milhões só de salario para atuar em “Os Vingadores”, é conhecido por todos, foi chamado para interpretar Sherlock Holmes no cinema que acabou se tornando outra franquia lucrativa, recebeu uma indicação ao Oscar de Melhor Ator Coadjuvante por seu papel na comédia “Trovão Tropical” e hoje é sinônimo de lucro na indústria. Tudo isso em apenas cinco anos! Mas isso não foi sorte, e sim, talento e perseverança de alguém que buscou se reerguer e aproveitou as oportunidades que surgiram, e talento Robert Downey Jr. tem de sobra, sua atuação em “Chaplin” mais do que comprova isso. 

“Homem de Ferro” é um filme um tanto quanto curioso. Geralmente esperamos em um filme de super-herói a ação, e aqui temos momentos inspirados e empolgantes, mas a ação de “Homem de Ferro” fica para escanteio, pois o interesse que temos no longa é justamente Robert Downey Jr. como Tony Stark. A história sustenta-se totalmente no ator em seu personagem do que, necessariamente, nos atos heroicos do herói, tanto que grande parte do filme busca desenrolar o personagem mostrando o seu amadurecimento ao longo da trama. E por não ter tantas cenas de ação, e ainda com um clímax insosso e sem graça entre o herói e o vilão, Robert Downey Jr. é tão poderoso e tão cheio de presença em cena que o ver esbanjar seu chame, inteligência e cinismo é até melhor do que ver o Homem de Ferro agindo. 


Mas não só Robert Downey Jr. quem arrebenta, ainda que seja a alma do filme, porém, Gwyneth Paltrow oferece beleza, simpatia e delicadeza a assistente de Stark, Pepper Potts. Assim como Terrence Howard transmite respeito e carisma como o coronel amigo de Stark, James Rhodes. E Jeff Bridges na pele do vilão Obadiah Stane cai como luva. O ator com um visual imponente e sua voz rigorosa faz de Obadiah uma figura imprevisível e ameaçadora. 

Outro detalhe interessante é a forma com que a Marvel estabelece o seu universo aqui. Ela cria um filme realista e um tom que se mantêm nos demais filmes da empresa, e de um jeito que a fantasia nesse universo não soe deslocada do realismo que temos aqui, e ambos se casam perfeitamente soando convincente e, real.


Portanto, “Homem de Ferro” foi um tiro no escuro da Marvel, mas que acabou acertando em cheio o alvo. Transmite com êxito a história do personagem no cinema apresentando um herói que hoje é sinônimo de sucesso, colocando-o no mesmo patamar de outros bem mais conhecidos como o Homem Aranha, por exemplo. 

Se Christopher Reeve ficou eternizado como Superman, Christian Bale como Batman, Harrison Ford como Indiana Jones, Robert Downey Jr. se eterniza como sendo O HOMEM DE FERRO! 

Nota: «««««

Comentário por Matheus C. Vilela

sábado, 20 de abril de 2013

DENTRO DA CASA

Dans la Maison-FRANÇA
Ano: 2012 - Dirigido por: François Ozon

Sinopse: Um pouco cansado da rotina de professor, Germain (Fabrice Luchini) chega a atormentar sua esposa Jeanne (Kristin Scott Thomas) com suas reclamações, mas ela também tem seus problemas profissionais para resolver e nem sempre dá a atenção desejada. Até o dia em que ele descobre na redação do adolescente Claude (Ernst Umhauer) um estilo diferente de escrever, que dá início a um intrigante jogo de sedução entre pupilo e mestre, que acaba envolvendo a própria esposa e a família de um colega de classe.


“Sempre há um jeito de entrar em qualquer casa.”. Essa é uma frase dita pelo protagonista nos instantes finais de “Dentro da Casa”. O longa dirigido por François Ozon flerta com o romance, a comédia e o suspense mostrando o poder da literatura de influenciar quem lê para fisgar o público com uma história interessante e criativa. 

François Ozon é um diretor, a meu ver, um tanto quanto instável. Seus trabalhos costumam se perder ao longo do caminho e cair em um ritmo seco sem grandes impressões. Filmes como “Ricky” e “O Refúgio” comprovam essa falta de ritmo do diretor. Surpreendentemente, este “Dentro da Casa” é o seu trabalho mais impressionante que já vi. Ozon consegue segurar a tensão com competência criando minuto após minuto um filme que vai se tornando cada vez mais instigante. O deslize acaba sendo tomado justamente no final, que poderia ter tido mais impacto e reviravoltas mais ousadas. Porém, não deixa de ser uma obra empolgante e envolvente. 


O ator Fabrine Luchini interpreta Germine, um professor de literatura que descobre em sua sala de aula um aluno cuja maneira de escrever se destaca dos demais devido ao tom irônico e persuasivo. Tudo começou quando Germine pediu aos alunos para escrever sobre o final de semana, e o tal garoto chamado Claude descreve os momentos que teve dentro da casa do seu melhor amigo. Germine então se une a Claude e ambos vão começar a dar vida a essa história, daí, o filme começa a se misturar entre o que é real e o que é imaginado pelo autor da história, no caso Claude, que tem como mentor Germine. 

A situação vai ganhando proporções cada vez mais dramáticas e o melhor é que não distinguimos se o que é relatado pelos protagonistas é verdadeiro ou não. Será que é a realidade influenciando a ficção ou a ficção influenciando a vida real dos seus criadores? São perguntas que nascem em nossa mente num filme extremamente eficiente que nos leva para dentro de sua história. 


Estrelado por atores excelentes, e destaco as atuações de Fabrine Luchini como o professor Germine e Ernst Umhauer como Claude, a ótimo química entre os dois é essencial para que nós se interessemos por seus personagens. 

Portanto, “Dentro da Casa” é uma viagem ao nosso imaginário e pelo poder da escrita. Um trabalho notável do diretor François Ozon que merece ser visto.

Nota: «««««

Comentário por Matheus C. Vilela

SETE PSICOPATAS E UM SHIH TZU

Seven Psychopaths-REINO UNIDO
Ano: 2012 - Dirigido por: Martin McDonagh

Sinopse: Marty (Colin Farrell) é um escritor pouco experiente que não encontra inspiração para seu novo texto, chamado "Sete Psicopatas". Seu melhor amigo é Billy (Sam Rockwell), um ator desempregado e ladrão de cachorros que está disposto a tudo para ajudá-lo. As ideias inusitadas de Billy colocam Marty na mira de um gângster temperamental, Charlie (Woody Harrelson), que não pensaria duas vezes antes de matar qualquer pessoa que pusesse as mãos em seu cachorro.


O diretor Martin McDonagh lançou em 2008 um filme que gosto muito chamado “Na Mira do Chefe”, que possui um humor negro sutil e reviravoltas empolgantes e bem feitas. Agora, McDonagh vem com este “Sete Psicopatas em Shih Tzu” brincando com os filmes de mafiosos de Hollywood usando a metalinguagem para criar situações a lá Tarantino, ou seja, pega momentos aparentemente bobos e faz algo grandioso, surpreendente com muita violência e morte. 

McDonagh também assina o roteiro e claro que ele não é um Tarantino, não consegue oferecer o aprofundamento necessário aos personagens nem às situações que ocorrem ali, no entanto, “Sete Psicopatas e um Shih Tzu” não deixa de ser divertido. 


Grande parte desse envolvimento que temos com o filme deve-se ao seu elenco. Colin Farrell vem mostrando um ator cada vez mais simpático e interessante. Sam Rockwell está hilário na pele do melhor amigo de Farrell que é um ladrão que rouba cachorros para depois devolver aos donos e ganhar recompensa. E Christopher Walken, o mais experiente do elenco em relação a mafiosos, como sempre, fisga o filme para si quando aparece. 

Portanto, “Sete Psicopatas e Um Shih Tzu” é um entretenimento empolgante e divertido. Uma brincadeira aos filmes de máfia e a toda sanguinolência existente no gênero. Vale a pena!

Nota: «««««

Comentário por Matheus C. Vilela

SHAME

Shame-REINO UNIDO
Ano: 2011 - Dirigido por: Steve McQueen

Sinopse: Brandon (Michael Fassbender) é um cara bem sucedido e mora sozinho em Nova York. Seus problemas de relacionamento, aparentemente, são resolvidos durante a prática do sexo, tendo em vista que é um amante incontrolável. Contudo, sua rotina de viciado em sexo acaba sendo profundamente abalada quando sua irmã Sissy (Carey Mulligan) aparece de surpresa e pretende morar com ele.


Dirigido por um tal de Steve McQueen (não vamos confundir com o astro da década de 60 e 70 que estrelou “Bullit” e “Pappillon”) “Shame” é o retrato do vazio do ser humano, perdido em prazeres momentâneos e incapaz de encontrar sua própria felicidade. Estrelado por Michael Fassbender, que já trabalhou com McQueen em “Hunger”.

Fassbender realiza uma de suas melhores e mais tocantes atuações, transparecendo no olhar sua solidão e abandono. Chamado de Brandon Sullivan, seu personagem é um sujeito que sofre de erotomonia, um distúrbio que gera compulsão pelo ato sexual. Sullivan se masturba em banheiros públicos, no trabalho, durante o banho, contrata com frequência prostitutas e olha para mulheres na rua imaginando como seria o sexo com elas.


Mas ele não é o tipo de pessoa que sofre aparentemente com tal tipo de vicio. Percebemos a existência de um vazio e que Sullivan não é uma pessoa realizada na vida, e busca através do sexo momentos de alivio e conforto. Porém, temos também o surgimento de outra personagem chamada Sissy, a irmã de Sullivan interpretada muito bem por Carey Mulligan. Cantora de bares e restaurantes, ela vêm tendo sérios problemas em sua vida pessoal, e juntamente com o irmão, formam duas figuras complexas e sem rumo. 

“Shame” é um filme difícil. Necessita de disposição devido às suas longas sequencias, algumas de quatro minutos seguidos, outras de seis, o que torna certos momentos cansativos e desinteressantes. Assim como também o aprofundamento dado à irmã do protagonista que é distante e superficial, detalhe que quando chega ao final ficamos pouco impactados com o desfecho de sua história.


Mas o longa não deixa de ser interessante e reflexivo. Vemos muitos casos de pessoas bem sucedidas financeiramente, com um excelente emprego, mas nada parece fazer sentido ou ter relevância.

Não considero uma obra prima como muitos alegam, mas vale a pena conferir “Shame”.

Nota: «««««

Comentário por Matheus C. Vilela

sexta-feira, 19 de abril de 2013

HISTERIA

Hysteria-EUA
Ano: 2011 - Dirigido por: Tanya Wexler

Sinopse: No século XIX, muitas mulheres eram diagnosticadas com histeria. Segundo o Dr. Robert Dalrymple (Jonathan Pryce), famoso especialista em medicina da mulher, essa doença exclusivamente feminina "dominava" quase que população feminina de Londres. Por acreditar que a origem do problema encontrava-se no útero, ele tratava suas pacientes com longas massagens na vagina, provocando assim um outro efeito, mais conhecido como prazer sexual. Ao dar oportunidade para que o jovem Dr. Mortimer Granville (Hugh Dancy) começasse a dar consultas no seu consultório, o local passa a receber cada vez mais pacientes, provocando no rapaz um grave problema nas mãos. Disposto a combater a dor crônica que sentia, ela acaba descobrindo em um aparelho criado por seu amigo e inventor Edmund St John-Smythe (Rupert Everett) uma solução que iria atender a ele e também as mulheres: um massageador elétrico. Baseado em fatos reais sobre a criação do aparelho, também conhecido nos dias atuais como vibrador, consolo, entre outros nomes.


Primeiro filme da diretora Tanya Wexler, “Histeria” relata o surgimento do brinquedo sexual mais popular do mundo: o vibrador. Wexler adota um tom cômico sutil ao melhor estilo inglês e faz um filme sem besteiras focado na resolução dos personagens. 

Além de termos o desenrolar das situações que levaram a criação do aparelho, também temos tramas paralelas de certos personagens como a filha moderna e fora de época interpretada por Maggie Gyllenhaal e a do personagem principal, interpretado por Hugh Dancy, que despertará um interesse amoroso por ela. 


Justamente por ter essas diferentes tramas é que o foco central da história se perde, já que em muitos momentos o surgimento do vibrador acaba sendo deixado de lado e lembrado apenas minutos antes do final. Nesse meio tempo, a preocupação fica sendo a trama da personagem de Gyllenhaal com a do protagonista. 

Mas enfim, “Histeria” é um filme leve, bem produzido e com atores carismáticos que seguram bem os seus papéis. Simples e com aquele leve humor inglês, o longa é um entretenimento que merece uma conferida!

Nota: «««««

Comentário por Matheus C. Vilela

quarta-feira, 17 de abril de 2013

SEM SEGURANÇA NENHUMA

Safety Not Guaranteed-EUA
Ano: 2012 - Dirigido por: Colin Trevorrow

Sinopse: Darius (Aubrey Plaza) é estagiária numa revista de Seattle. Junto com Jeff (Jake Johnson) e Arnau (Karan Soni), ela é designada para investigar o autor de um anúncio no jornal procurando companhia para uma viagem no tempo. Enquanto Jeff persegue um antigo amor e Arnau tenta ganhar novas experiências, Darius se aproxima cada vez mais de Kenneth (Mark Duplass), o tal dono da máquina do tempo.


De vez em quando, bem timidamente, é lançado em DVD alguns filmes que valem a pena assistir e serem lembrados posteriormente. Este “Sem Segurança Nenhuma” não possui um titulo chamativo nem mesmo um pôster que nos faça acreditar em sua eficácia, porém, quando li a sinopse fiquei intrigado e com muita vontade de assistir. 

Agora tendo visto, digo que fiquei com um sorriso no rosto ao término do longa. Uma produção independente que aposta no talento de seu elenco e, principalmente, em sua história que envolve viagem no tempo e o despertar de um novo amor. 


Dirigido por Colin Trevomorrow, “Sem Segurança Nenhuma” consegue o feito de envolver o público o fazendo se interessar cada vez mais por sua trama, e o romance é conduzido sem cafonice ou exagero de dramatização. Tudo é contido e sob medida, e acompanhado de atores competentes como Aubrey Plaza e Mark Duplass. 

O que enfraquece o ritmo é a abordagem de tramas paralelas envolvendo outros personagens, tirando assim o foco do objetivo principal. E tramas estas mal terminadas chegando ao final esquecidas pelo roteiro. 


Simples, competente e agradável, “Sem Segurança Nenhuma” é um exemplar que a vale a pena conferir. Sem grande repercussão, o filme esta sendo largado nas prateleiras das locadoras injustamente. Bom!

Nota: «««««

Comentário por Matheus C. Vilela

terça-feira, 16 de abril de 2013

OBLIVION

Oblivion-EUA
Ano: 2013 - Dirigido: Joseph Kosinski

Sinopse: 2077. Jack Harper (Tom Cruise) é o responsável pela manutenção de equipamentos de segurança em um planeta Terra irreconhecível, visto que a superfície foi destruída devido a confrontos com uma raça alienígena. O que restou da humanidade vive hoje em uma colônia lunar. Jack irá para este local daqui a duas semanas, já que está perto de terminar seu trabalho na Terra. Só que, um dia, ele encontra uma espaçonave que traz uma mulher dentro. Ao conhecê-la, tudo o que Jack sabe até então é posto em dúvida. É o início de uma jornada onde ele precisará descobrir o que realmente aconteceu no passado.


O diretor Joseph Kosinski estreou na direção em 2010 com “Tron – O Legado” e mostrou competência para ficção e conseguiu fazer um filme respeitoso ao clássico, porém, com o problema de ser longo e oscilar em seu ritmo. Mas ainda assim, mostrou ser um diretor promissor com uma visão definida e sabendo do que estava fazendo.

Neste “Oblivion”, Kosinski cria uma ficção cientifica instigante que desperta o nosso interesse. Homenageando clássicos como “Planeta dos Macacos” em toda a questão da Terra destruída e do desespero da solidão, até o humanismo existencial de "2001 – Uma Odisseia do Espaço". E ainda vi pitadas de “O Vingador do Futuro” e inspirações dos livros escritos por Philip K. Dick.


As cenas de ação de “Oblivion” são bem filmadas e toda a produção é de alto apuro técnico. Desde a devastação da Terra até os destroços da Lua no céu, “Oblivion” é uma ficção cientifica que desperta nossa atenção e interesse em querer saber mais daquela história e daqueles personagens.

O grande problema de Kosinski é justamente por optar seguir o caminho do óbvio usando em sua resolução clichês velhos e nada impactantes. O grupo de humanos sobreviventes na Terra, liderados pelo personagem de Morgan Freeman, estão ali apenas para revelarem o grande segredo ao herói, encabeçado por Tom Cruise, segredo este tão sem originalidade que fica óbvio desde bem antes de ser revelado.


E quando digo que o filme busca inspirações nas obras escritas por Philip K. Dick, autor de “O Preço do Amanha”, “Agentes do Destino” e “Blade Runner”, é porque o grande foco central da história sustenta-se em um romance, outro detalhe criado e desenrolado de forma clichê e sem impacto.

Portanto, em meio a ótimas ideias e belas homenagens, Kosinski se perde criando um filme aquém do que este poderia ter sido. Ainda que belo e envolvente, a impressão que fica ao término é de algo bacana e só, justamente por ser tão previsível e ter alguns problemas de ritmo.


Mas ainda assim “Oblivion” é uma ficção cientifica imperdível, com um Tom Cruise sempre competente e convincente, porém, infelizmente, nada memorável ou surpreendente.

Nota: «««««

Comentário por Matheus C. Vilela

A HOSPEDEIRA

The Host-EUA
Ano: 2013 - Dirigido por: Andrew Niccol

Sinopse: A fome e a violência foram erradicadas da Terra, bem como os problemas climáticos do planeta foram resolvidos. Estes feitos foram conquistados graças aos seres alienígenas conhecidos como almas, que ocupam corpos humanos como se fossem parasitas. Pregando uma sociedade baseada na paz, as almas perseguem os poucos humanos que ainda não foram dominados. Um deles é Melanie Stryder (Saoirse Ronan), que se sacrifica para que o irmão caçula, Jamie (Chandler Canterbury), possa escapar. Melanie passa a ser dominada por uma alma chamada Peregrina, que tem por missão vasculhar suas memórias para encontrar rastros de outros humanos. Entretanto, a consciência de Melanie ainda está viva dentro do corpo, o que faz com que Peregrina tenha que lidar com ela constantemente. Com o tempo, a alma fica cada vez mais fascinada com a vida e os sentimentos que Melanie tinha e passa a protegê-la de Buscadora (Diane Kruger), que deseja capturar seus amigos humanos o quanto antes.


Como “Crepúsculo” já acabou nem vale o esforço de ficar falando sobre a série, pois as coisas ruins do passado não merecem ser lembradas, e sim, esquecidas. E também não vêm ao caso. Mas o que se trata e da autora Stephanie Meyer que utiliza todo o seu talento nos levando a um mundo onde alienígenas se apossaram do corpo da maioria dos seres humanos do planeta Terra, e após isso, conseguiram fazer do planeta um lugar de paz, harmonia, respeito, sem fome, violência ou todo e qualquer tipo de problemas sociais. 

Antes embarcando na fantasia, agora Meyer trilha os rumos da ficção cientifica, mas sem deixar de lado sua fixação pelo romance e injeta aqui outro triangulo amoroso entre adolescentes. 


Não li o livro e falo logo de cara que pouco me interessa, mas existem obviamente os defensores da obra literária alegando que os livros de Meyer são melhores e mais detalhados que as adaptações cinematográficas proveniente deles. Através desse ponto eu não sei, mas dou minha opinião sobre o filme como filme, e não como adaptação. 

Como filme, “A Hospedeira” consegue ser patético, cafona e sem graça tanto quanto os quatro filmes da “Saga Crepúsculo”. Talvez se escrito por alguém como Philip K. Dick, o lado ficção seria no mínimo interessante, mas aqui o que temos é um pano de fundo para o desenrolar do romance e da exposição de opiniões da autora em relação aos humanos, que diz ser uma raça sem respeito que gera guerras por interesses e não se importam com o bem do seu próximo. Isso não deixa de ser verdade, mas a crítica é passada tão descaradamente que o filme vira um manifesto assumido em certos momentos, e, enquanto não é isso, temos um triangulo amoroso onde a protagonista está entre dois sujeitos, um deles apaixonado pela criatura alienígena que habita na garota chamada Melanie (daí o nome hospedeira) e o outro pela verdadeira Melanie que não consegue se expressar e se comunica através da mente com a criatura dentro de si. 


Nem todos os humanos ao serem habitados por esses seres morrem de fato. Assim como a personagem principal, alguns resistem iniciando uma batalha interior dentro deles entre a pessoa e o alien chamado de Alma. No caso da personagem Melanie, ela irá mostrar para sua Alma a importância do amor e que tem como viver em paz com os humanos, pois existe uma operação que persegue os sobreviventes da invasão para captura-los e usa-los como hospedeiros. 

Resumindo, Stephanie Meyer cria tudo isso para justificar que o amor muda as pessoas, que existe solução para os problemas da humanidade se todos forem unidos e confiar um nos outros. 


Não chega a ter os absurdos e pieguices de “Crepúsculo”, mas “A Hospedeira” compartilha do mesmo ritmo arrastado, romance pouco relevante e sem nenhuma grande cena que nos faça acreditar de fato na paixão dos personagens. E o lado da ficção cientifica fica sobrepujado por esses outros interesses da autora que parece não esquecer, creio eu, do romance a três que viveu um dia em sua vida. Descartável!

Nota: «««««

Comentário por Matheus C. Vilela

ALVO DUPLO

Bullet to the Head-EUA
Ano: 2013 - Dirigido por: Walter Hill

Sinopse: Jimmy Bobo (Sylvester Stallone) foi contratado para matar um policial corrupto e consegue completar sua missão. Mas o contratante resolve matar ele e seu parceiro, dando início a uma intensa caçada. Só que o detetive Taylor Kwon (Sun Kang), da polícia de Washington, também quer saber quem foi o responsável pela primeira morte. Agora, dois caras durões e pertencentes a lados opostos da lei vão unir forças para dar um ponto final nesta onda de assassinatos brutais, mas a tarefa não será nada fácil e muito sangue vai rolar.


Eu já falei inúmeras vezes defendendo esses filmes de Stallone e companhia dizendo que temos que assisti-los com o intuito de se divertir vendo muito exagero, pancadaria e tiroteio. Tanto que gosto dos dois “Os Mercenários”, curti o último do Schwarzenegger “O Último Desafio” e, ainda que o mais inferior desses citados, “Alvo Duplo” me prendeu do mesmo jeito. E esses atores clássicos do cinema de ação testosterona ainda trazem o charme e a nostalgia dos anos de ouro de suas carreiras. 

A história de “Alvo Duplo” é o remendo de tramas envolvendo carteis, mercenários buscando vingança e empresários corruptos com o desejo de demolir prédios caídos para a construção de grandes edifícios. E com Stallone protagonizando, nossa expectativa é ver o astro mostrando aquilo que o tornou um ícone do gênero, então muito blá blá blá não dá. 


“Alvo Duplo” realiza bem isso. Tem pouca conversa e bastante ação, com Stallone na pele de um mercenário traído que se junta a um policial para se vingar dos traidores. O longa possui uma duração ideal de 90 minutos e um Sylvester Stallone ainda competente e divertido. Diferente do recente Jason Momoa (que fez o último Conan) que soa tão estúpido e inexpressivo quanto um pau no meio de uma estrada, mostrando assim, sua falta de carisma para ser um astro do cinema de ação atual. 

E outra coisa que me incomodou em “Alvo Duplo” foi a direção de Walter Hill, cujo último filme dirigido foi “O Imbatível” de 2002 com Wesley Snipes e Ving Rhames. Hill realiza certos maneirismos com a câmera que destoa nossa atenção do que está acontecendo ali no momento, e filma certas cenas de ação de modo apressado e muito próximo aos atores não dando muito para entender o que está acontecendo. 


Mas ainda assim, “Alvo Duplo” não deixa uma sensação de desagrado. Não é um marco como “Rambo”, por exemplo, nem será lembrado como um dos melhores de Stallone, no entanto, diverte e agrada como um bom filme de “ação testosterona”. Quem é fã do estilo vale a pena dar uma olhada!

Nota: «««««

Comentário Matheus C. Vilela