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sexta-feira, 28 de junho de 2013

Especial Superman: SUPERMAN III

Superman III-EUA
Ano? 1983 - Dirigido por: Richard Lester

Sinopse: Superman (Christopher Reeve) enfrenta agora um computador diabólico, programado por um gênio da informática que pretende dominar o mundo.


Como falei na minha crítica de “Superman II – A Aventura Continua”, Richard Laster assumiu a direção durante o conturbado processo de filmagens onde o diretor Richard Donner, que dirigiu o primeiro, devido a brigas entre ele e os produtores acabou sendo demitido. Lester finalizou o segundo e foi oficialmente contratado como o diretor deste terceiro filme, e seguindo a vontade dos produtores de fazer uma aventura mais cômica e divertida, idéia esta que não foi aceita por Donner nos dois primeiros, Lester, que já dirigia comédias, aproveitou a oportunidade para colocar os seus talentos em prática. 

É até controverso falar de  “Superman III”, pois, ao mesmo tempo em que ele consegue ser uma comédia criativa com gags e situações bem coreografadas a lá Charles Chaplin, Spencer Tracy, Peter Sellers e outros, para um filme do Superman soa fora de contexto e pouco característico do já havia sido feito até então. 
     

A seriedade dos anteriores para com a mitologia do herói perde-se totalmente neste terceiro. Existem sim idéias bacanas como explorar o lado sombrio do personagem, que ao entrar em contato com a kryptonita vermelha, torna-se violento, desleixado, bêbado e sem educação. E também temos o ingresso de Lana Lang  (interpretada por Annette O´Toole, que faz a Marta Kent na série "Smallville") na história, uma personagem que fez parte da adolescência de Clark Kent, e que aqui ocupa o lugar de Lois Lane, já que a atriz Margot Kidder entrou em conflito com os produtores e estes reduziram totalmente a sua participação no filme. 

Mas o tom cômico excessivo prejudica tais abordagens, e colocar um computador como vilão, lutando ainda com o homem mais poderoso da Terra não convence e colabora ainda mais para a graça do filme. 


E comprovando a intenção de se fazer uma comédia, chamaram Richard Pryor para co-estrelar com Christopher Reeve. Pryor foi um comediante bastante conhecido na década de 70 e 80, principalmente no estilo de comédia stand-up. Estrelou obras conhecidas como “O Expresso de Chicago”, e ganhou a oportunidade de participar do filme por se declarar um imenso fã do personagem. Pryor não desagrada, mostra o seu talento para o humor e tira algumas risadas, mas o que poderia servir como um alívio cômico, Pryor ganha uma participação enorme colocando-se muitas vezes como o próprio protagonista, fazendo o Superman parecer uma mera participação especial. 

Já Christopher Reeve continua excelente tanto como Clark, quanto como o Superman em suas diferentes fases. Reeve traz simpatia e inocência como Clark. Imponência e heroísmo como o Superman, e surpreende como a figura violenta quando entra em contato com a pedra vermelha. Ainda que em um filme falho, Reeve consegue ser a alma, o corpo e espírito de todo ele. 


Portanto, “Superman III” é algo para se esquecer. Uma comédia voluntária que dilui tudo aquilo apresentado do homem de aço até agora.

Nota: «««««

Comentário por Matheus C. Vilela

SEMANA QUE VEM A CRÍTICA DE "SUPERMAN IV - EM BUSCA DA PAZ"

CHAMADA DE EMERGÊNCIA

The Call-EUA
Ano: 2013 - Dirigido por: Brad Anderson

Sinopse: Jordan (Halle Berry) é atendente do sistema de emergência da polícia americana. Determinado dia, atende uma ligação de uma jovem assustada com o fato de que existe um homem tentando invadir sua casa. O caso acaba com o pior final possível e Jordan fica traumatizada. Anos mais tarde, ela se vê diante do mesmo criminoso, que agora ameaça outra garota, Casey (Abigail Breslin).


Pelo fato da maioria dos críticos terem detonado “Chamada de Emergência”, confesso que acabei assistindo ao filme meio relutante. De fato é algo nada surpreendente ou original. A figura do assassino que o longa tenta criar é mal construída e superficial e não conseguimos sentir a tensão dos seus atos. 

Mas o diretor Brad Anderson, que já mostrou competência para o suspense e em criar clima com o excelente “O Operário” de 2004 com Christian Bale (“Batman – O Cavaleiro das Trevas”), neste “Chamada de Emergência” pega uma historinha básica e clichê e injeta agilidade na narrativa criando um clima envolvente que nos imerge para a situação decorrente. 


Ainda que a decisão de fazer no final um desfecho de efeito e vingança, algo que soa pouco crível, mas que engrandece as personagens e deixa o público feliz da vida pela atitude tomada por elas, “Chamada de Emergência” é uma obra que empolga e prende a nossa atenção graças ao diretor Brad Anderson. Que não faz o seu melhor filme, nem algo para se aplaudir, mas algo que compensa ver sem muito compromisso. Bom!

Nota: «««««

Comentário por Matheus C. Vilela

quinta-feira, 27 de junho de 2013

GUERRA MUNDIAL Z (3D)

World War Z-EUA
Ano: 2013 - Dirigido por: Marc Forster

Sinopse: Epidemia se espalha pelo mundo transformando as pessoas em mortos vivos. Até que surge Gerry Lane (Brad Pitt) numa missão para buscar uma solução a epidemia.


“Guerra Mundial Z” possui todos os requisitos necessários para um bom filme de zumbi. Tem suspense, ação, sustos e o planeta devastado e todo destruído por causa da epidemia que ninguém sabe como começou. E para deixar ainda mais atrativo, o longa é uma super produção orçada em 200 milhões com inúmeros efeitos especiais e cenas grandiosas que fazem jus ao custo, e um ator muitíssimo carismático trazendo alma ao filme. 

Na história uma epidemia se espalha pelo mundo transformando as pessoas em mortos vivos. Até que surge Gerry Lane (Brad Pitt) numa missão para buscar uma solução ao problema. 


Nunca li o livro de mesmo nome escrito por Max Brooks, mas receio em acreditar que a trama seja algo tão comum e previsível como a apresentada no filme. Como falei no inicio, “Guerra Mundial Z” possui todos os elementos essenciais de um filme de zumbi, e todos feitos com extrema competência técnica e méritos também para a direção de Marc Foster (“Em Busca da Terra do Nunca”, “Mais Estranho Que A Ficção”), que cria um suspense instigante e empolgante. 

No entanto, o longa é uma grandiosidade visual que no fundo soa vazia e banal. É uma maravilha assistir cenas dos zumbis perseguindo Brad Pitt em Israel, derrubando helicópteros e por ai vai, mas a falta de argumentos interessantes, ou pelo menos mal adaptados aqui, deixam a sensação de incompletude. Quando surge uma possível “esperança” para salvar os não contaminados, que resulta na criação de doenças hibridas para aplicar na população sobrevivente e criar assim uma camuflagem, já que os zumbis não sentem a presença dos doentes, tal argumento não causa impacto algum soando como mera resolução de roteiro colocada ali apenas para se ter uma reviravolta e um final esperançoso. 


Os motivos do porque Israel vinha resistindo a epidemia e as hipóteses de seu surgimento na Índia são citadas, esquecidas e pouco estudadas pelo roteiro, que parece querer agradar o público apenas com a ação e o suspense. 

Não estou dizendo que “Guerra Mundial Z” é um filme ruim, porque definitivamente não é. O 3D é impecável e ajuda muito na nossa imersão no ambiente hostil do planeta, mas, infelizmente, “Guerra Mundial Z” não passa disso, sendo que poderia ser bem mais. A sensação que senti quando terminou foi a de algo faltando, como se a trama estivesse confusa sem saber como terminar a história, deixando uma larga porta para uma continuação. Que aliás já está confirmada. 

Nota:  «««««

Comentário por Matheus C. Vilela

segunda-feira, 24 de junho de 2013

Series: HANNIBAL - 1ª TEMPORADA

Hannibal 1ª temporada-EUA
Total de episódios: 13
Ano: 2013


Hannibal Lecter não é o serial killer mais aclamado da cultura pop sem motivos. O personagem criado por Thomas Harris e que teve o seu rosto eternizado no cinema pelo ator Anthony Hopkins (que ganhou o Oscar de Melhor Ator pelo papel em “O Silêncio dos Inocentes”) é o típico assassino que possui todos os elementos que o público adora: é manso, simpático, sagaz, não age por impulso, pensa minuciosamente nos seus atos, gosta de trabalhar com o psicológico das pessoas e é aquela figura que dificilmente é vencida por alguém, pois é boa de argumento e conhece diferentes tipos de comportamento. 

Tanto nos livros, quanto nos filmes, Hannibal tornou-se um alvoroço, e com o sucesso que a TV vem proporcionando nos últimos anos, chega à vez do personagem ganhar as telinhas. A emissora NBC iniciou o desenvolvimento da série em 2011 e chamaram o produtor Bryan Fuller para escrever o episódio piloto. Fuller é um veterano na televisão. Começou como co-produtor na última temporada da série “Jornada nas Estrelas: Voyager” em 2001, foi produtor executivo em “Pushing Daisies” e “Wonderfalls”, mas o seu ápice foi em 2009 quando trabalhou como produtor e roteirista na série “Heroes” também da NBC. 


A ideia de Fuller para o personagem na série, que se passa antes dos acontecimentos de “Dragão Vermelho” (quem não conhece o livro, têm também o filme de 2002), não era de colocar Hannibal como o vilão central da trama, mostrando-o como o assassino sorrateiro eficiente em cobrir os seus rastros e que gosta de comer, literalmente, pessoas. Nada disso! Nesta primeira temporada, temos uma excelente construção da figura enigmática do personagem. O vemos atuando como psicólogo, e temos ressalvas importantes do seu talento para a medicina, já que ele havia sido cirurgião anos antes, e, principalmente para a culinária, mostrando o seu prazer em comer sempre do melhor. 

No decorrer dos 13 episódios sabemos o que ele esconde por trás daquele ser amigável e passivo. Mas não os demais personagens da série, gerando um suspense ascendente e um ambiente imprevisível onde sempre colocamos Hannibal como um dos possíveis responsáveis por alguns crimes. 


Porém, apesar de ser o mais famoso psicopata da série, o foco principal acaba não sendo Hannibal, e sim, o detetive especial do FBI Will Graham (que para quem viu o filme “Dragão Vermelho” sabe que foi ele o responsável pela prisão do Dr. Lecter). Will é chamado por Jack Crawford (agente especial responsável pelo departamento de Ciências Comportamentais do FBI) para auxiliar nas investigações de assassinatos, onde Will têm o talento de se colocar no lugar do assassino e reconstruir, passo a passo, suas ações, facilitando o trabalho da polícia em prender o individuo. 

Mas esse talento de Will o torna uma pessoa instável psicologicamente, e um alvo fácil para Hannibal, que é contratado pelo FBI para ser o seu psicólogo e auxiliá-lo nos assassinatos. Obviamente, Hannibal e Will criam uma amizade. Duas pessoas que pensam como assassinos e entendem a mente humana. Mas Hannibal é astuto e sabe usar essa amizade a seu favor, e na medida em que a situação de Will vai piorando, Hannibal aproveita para colocar esse dom e vulnerabilidade de Will contra o próprio Will. 


Não entrarei muito em detalhes, pois a série cria maravilhosamente bem essa imagem que tornou Hannibal um personagem tão icônico. A tensão crescente a cada episódio é um deleite para os fãs de suspense e thriller policial, assim como para os apaixonados por histórias de serial killer

Anthony Hopkins ficou marcado para sempre como sendo O Hannibal. Os olhares compenetrantes e a fala mansa e melódica do ator o tornaram um clássico. Como chamar alguém a altura de Hopkins? Pois bem, o ator dinamarquês Mads Mikkelsen não só traz os olhares compenetrantes e a fala mansa e melódica de Hopkins, como oferece charme ao personagem, que, aliás, o torna ainda mais perigoso. 


Hugh Dancy, que sempre fez papéis leves em filmes como “Os Delírios de Consumo de Becky Bloom” e “Hysteria”, mostra carisma e convence no papel do perturbado Will Graham, aparecendo como a figura mais complexa e problemática da série. 

Nesta primeira temporada tivemos a construção das figuras de Hannibal e Will Graham e da amizade entre ambos. Como fica evidente no final do último episódio, podemos esperar na segunda temporada um embate fervoroso entre o detetive e o doutor Hannibal Lecter. 


Podemos até saber como essa amizade entre os dois termina, porém, o que vale à pena é acompanhar como tudo aconteceu e o que fizeram de Will Graham e Hannibal Lecter inimigos tão mortais. Mais que recomendado!

Nota: «««««

Comentário por Matheus C. Vilela

sábado, 22 de junho de 2013

ASTÉRIX E OBÉLIX: AO SERVIÇO DE SUA MAJESTADE

Astérix et Obélix: Au Service de Sa Mahesté-FRANÇA
Ano: 2012 - Dirigido por: Laurent Tirard

Sinopse: 50 anos antes de Cristo. Julio César tem um enorme desejo de conquista. À frente de suas legiões gloriosas, ele decide invadir a Grã-Bretanha. Em pouco tempo domina todo o território, faltando apenas a pequena aldeia de Breton. Seu povo resiste bravamente, mas vai enfraquecendo. Eles, então, decidem buscar ajuda em outro povoado conhecido pela resistência aos romanos. É aí que surgem Asterix e Obelix, que irão levar um barril de poção mágica para a aldeia atacada.


Criado em 1959 pelos franceses Albert Uderzo e René Goscinny, os quadrinhos de Astérix e Obélix é um fenômeno em toda a Europa. A criação já vendeu mais de 400 milhões de exemplares e rendeu quatro longas metragens e um filme animado. 

O mais bacana desse mundo criado por Alberto e René é a crítica construída em relação aos impérios e reinos existentes no período antes de Cristo. Enquanto toda a Gália é ocupada pelos romanos, uma aldeia resiste ao poder bélico de César com a força monumental proporcionada por uma poção mágica criada pelo grupo de gauleses. 


No cinema, as histórias de Astérix e Obélix foram felizes em seus dois primeiros capítulos, “Astérix e Obélix Contra César” (1999) e “Astérix e Obélix: Missão Cleópatra” (2002), sendo este último o melhor de toda a franquia até hoje. Em 2008, após seis anos, lançaram “Astérix nos Jogos Olímpicos”, onde a franquia assume de vez ser uma comédia pastelão, mas sem o sarcasmo e irreverência dos dois anteriores. Mas era dinâmico e divertido, tendo participações especiais de Zidane e Michael Schumacher. 

Chegando agora ao quarto filme este “Astérix e Obélix: Ao Serviço de Sua Majestade” consegue ser o mais cansativo e tedioso filme da franquia. Apostando em piadas com os costumes ingleses dessa vez, o filme soa perdido sem saber o objetivo de sua história, tendo a necessidade de todo instante mostrar algo engraçado. No fim, pouquíssimas piadas funcionam gerando um riso tímido e apagado. 


Uma pena que personagens tão queridos e divertidos como Astérix e Obélix estejam caindo no comodismo de comédias clichês recheadas de gags repetitivas e sem contexto. Pena!

Nota: «««««

Comentário por Matheus C. Vilela

sexta-feira, 21 de junho de 2013

UNIVERSIDADE MONSTROS

Monsters University-EUA
Ano: 2013 - Dirigido por: Dan Scalon

Sinopse: Mike Wazowski (Billy Crystal) e James P. Sullivan (John Goodman) são uma dupla inseparável em Monstros S.A., mas nem sempre foi assim. Quando se conheceram na universidade, os dois jovens monstros se detestavam, com Mike sendo um sujeito estudioso, mas não muito assustador, e Sulley surgindo como o cara popular e arrogante, graças ao talento inerente para o susto. Após um incidente durante um teste, os dois são obrigados a participarem da mesma equipe na olimpíada dos sustos. A equipe, por sinal, é formada por uma série de monstros desajustados, para o desespero de Sulley, acostumado a conviver com os caras mais populares da escola.


Eu estava com muito medo deste “Universidade Monstros”. A Pixar surpreendeu com “Toy Story 3” ascendendo a emoção que os dois longas anteriores já haviam proporcionado. Depois fizeram o pior filme da empresa, “Carros 2”, que mostrava uma Pixar cedida a cupidez com uma continuação desnecessária e puramente comercial de “Carros”. Depois disso, quando soube que voltariam ao mundo dos monstros apresentado em “Monstros S.A” a apreensão tomou conta de mim. Primeiro por estarem mexendo em um filme perfeito em cada aspecto, e segundo, por estarem trazendo novamente personagens tão carismáticos e marcantes como Mike e Sully. 

Como se não bastasse, o intitulado “Universidade Monstros” não daria continuidade ao final sob medida de “Monstros S.A”, mas, voltaria ao passado mostrando os dois protagonistas na época da universidade. O medo aumentou ainda mais por temer que “Universidade Monstros” cairia na armadilha de “Carros 2”, tornando-se um exemplar puramente comercial, vazio e com o velho clichê hollywoodiano dos “filmes de colegial”, com os “descolados” oprimindo os “nerds” (ou “geeks” como é atualmente) na escola. 


Na história, Mike Wasowski sonha em ser um assustador. Entra na universidade para o curso de sustos com o desejo dentro de si de sair dali e tornar-se um dos maiores assustadores da história dos monstros. Porém, Mike não é o tipo assustador, e quando conhece James P. Sullivan, uma guerra entre os dois começa, pois Sullivan é grande e possui talento para a profissão, mas é desleixado, não estuda e vive ridicularizando Mike. Até que, terão que trabalhar juntos para vencerem a Olimpíada dos Sustos e conseguirem uma vaga no grupo de assustadores da universidade. 

Surpreendentemente, e fico muito, mas muito feliz em dizer isso, “Universidade Monstros” é a Pixar provando, mais uma vez, porque a Pixar é a Pixar. O filme utiliza os clichês de filmes de colegial, mas nunca torna isso o foco principal da história. E não é algo acentuado como geralmente são nos filmes de Hollywood desse estilo. Os conflitos e provocações existem, assim como as divisões de grupos por personalidade e gosto. Entretanto, a trama vai muito além revertendo tais clichês a favor da história, nunca soando bobos diante do público. A mensagem inicial de nunca desistir dos sonhos, reverte-se em algo muito mais profundo e humano sobre como temos que usar nossos talentos a nosso favor, e que nem sempre o que tanto queremos é no que realmente somos bons. Por isso, temos que saber nos avaliar e entender onde somos melhores e em quê. E que tudo na vida começa de baixo, e temos que aproveitar as oportunidades e entender que ninguém alcança o topo sem antes sair do andar de baixo. 


Com esse ambiente universitário, o diretor Dan Scanlon aproveita para mostrar suas afeições com o mundo do Vale do Silício, onde jovens gênios como Mark Zuckerberg (criador do Facebook), Bill Gates (fundador da Microsoft) e, principalmente, Steve Jobs (fundador da Apple e da Pixar) saíram. Todos estes icônes do mundo atual nunca completaram a faculdade. Passaram por ela, mas suas ambições estavam muito além. Com um final que serve como prova da realidade desses gênios, “Universidade Monstros” mostra que, acima de tudo, é preciso ser destemido para chegar onde queremos chegar. Algo que o próprio Jobs ressaltou em seu famoso discurso para a Universidade de Stanford em 2005. 

Outro detalhe notável é a desenvoltura da relação entre Mike Wazonski e James Sullivan. Continuando com uma química e entrosamento essenciais, “Universidade Monstros” trata de mostrar essa trajetória de amadurecimento dos dois personagens até ser o que vimos em “Monstros S.A”. A amizade entre ambos, e principalmente com o público, fica ainda mais completa. 


Portanto, “Universidade Monstros” não desagrada, não deixa de divertir nem de emocionar. O filme é uma surpresa além do esperado, trazendo algo a mais desses personagens e desse universo que conhecemos pela primeira vez lá em 2001. 

Se a Pixar já fez de um formigueiro, do fundo do mar, do espaço sideral, de um planeta só de carros e máquinas ou de um mundo só de monstros lugares tão inesquecíveis e mágicos, nunca antes ir para a universidade foi tão legal. Obrigado Pixar. Mais uma vez.

Nota: «««««

Comentário por Matheus C. Vilela

Especial Superman: SUPERMAN II - A AVENTURA CONTINUA

Superman II-EUA
Ano: 1980 - Dirigido por: Richard Lester

Sinopse: Três perigosos prisioneiros do extinto planeta Krypton, que estavam confinados na Zona Fantasma, se libertam graças à uma explosão. O trio parte então para a Terra, onde passam a ter os mesmos poderes do Super-Homem, mas o objetivo deles é dominar o planeta.


Vou começar esTe texto dizendo logo de imediato que não sou um grande apreciador do Superman. Respeito os fãs, mas... Gosto é gosto! No entanto, aprecio e muito o primeiro filme lançado em 1978 que apresentou ao mundo o Homem de Aço e fez todos acreditarem que era possível o homem voar. O clássico filme dirigido por Richard Donner possuía todos os atributos certeiros para o seu êxito. Tinha ação, humor, heroísmo, romance e uma produção sofisticada para a época. Não era necessariamente um filme de super-herói como estamos acostumados hoje em dia, mas era, e continua sendo, uma aventura de primeira.

Portanto, é de se criar uma grande expectativa em torno de sua continuação. Dois anos depois chegava aos cinemas “Superman II – A Aventura Continua” em volta de muitos problemas durante a produção, mas, mantendo o equilíbrio do anterior e dando continuidade a mitologia do herói.


Os problemas na produção de Superman II começaram com o diretor Richard Donner. Tensões entre ele e os produtores do filme foram decisivas para sua saída do projeto, resultando na entrada do produtor Richard Lester (que tinha sido produtor no primeiro e nesta sequencia estava no cargo de segundo diretor) assumir a frente após a demissão de Donner pelos produtores.

Porém, Donner já havia dirigido 80% de todo o filme o que, pela lógica, o tornaria o principal diretor do projeto. Mas o clima nos bastidores entre Donner e os produtores estava tão pesado que Lester levou todo o crédito, sendo creditado oficialmente como o diretor de “Superman II”. Tal discussão afetou até os atores, que apoiavam Donner e criticavam a postura dos produtores. Gene Hackman, que interpreta o vilão Lex Luthor, não aceitou voltar no terceiro filme e Margot Kidder, que faz Louis Lane, foi esnobada também no terceiro capítulo aparecendo por menos de cinco minutos.


Obviamente que tais problemas prejudicam certos entendimentos da história, principalmente em seu final, que no corte original não fala o que aconteceu com Lex Luthor e ficamos sem entender o porquê dele aparecer preso no quarto filme. A gente tem um entendimento melhor na versão editada por Richard Donner, que foi lançada em 2006 trazendo mais de 20 minutos que não foram exibidos no cinema.

Mas ainda assim, a história deste “Superman II – A Aventura Continua” por si só deixa muito a desejar. O equilíbrio narrativo, que seria perdido nas continuações, existe aqui. O filme é bem dosado em sua ação, no humor, vindo principalmente da excelente atuação de Christopher Reeve, e na relação entre Louis Lane e o herói, que aqui ela descobre ser o seu colega de trabalho Clark Kent. Isso cria uma liberdade maior para explorar a relação dos dois gerando maior afinidade entre ambos.


Porém, tirando isso, não me agradei muito com os rumos tomados em relação ao vilão Zod (Terence Stamp) e seus dois auxiliares, Ursa (Sarah Douglas) e Non (Jack O´Halloran). Zod foi comissário em Krypton, virou general, esteve lado a lado com o pai de Karl-El/Superman, até se tornar um criminoso perigoso e ser banido do planeta Krypton antes da sua destruição. Zod, Ursa e Non são colocados numa zona fantasma (um tipo de prisão) e jogados no universo. Passam anos até conseguirem sair da zona fantasma e chegar até a Terra. Até então eles não sabem que o filho de Jor-El (pai biológico do Superman e responsável pela prisão e banimento dos três criminosos) mora no planeta, e quando descobrem, o plano inicial de dominar a Terra transforma-se num plano de vingança.

Pois bem, Zod é um personagem muito complexo e interessante em relação à figura do Superman. Principalmente por ser da mesma raça e um dos sobreviventes do planeta natal do herói. Zod serve como contraponto de caráter e ideais entre ele e o Superman. Ambas são duas figuras que compartilham dos mesmos poderes, mas possuem maneiras distintas de como utilizá-los. Acredito que o filme de Zack Snyder irá focar muito bem nisso, abordando com maiores detalhes o passado de Zod e sua relação com o Superman e sua família biológica.


Entretanto, tudo isso é meramente deixado de lado pelo roteiro e o que temos é um vilão ameaçador de fato, mas vazio em suas motivações e em sua história. O resultado final que temos é a de uma vingança pessoal que, felizmente, consegue bem empolgante em alguns momentos. Mas, particularmente, pouco convincente.

E o que falar da presença desnecessária de Lex Luthor? Gene Hackman continua ótimo e se divertindo horrores, mas Luthor pouco acrescenta ao filme e é usado mais como alivio cômico do que como um dos vilões. Aliás, Luthor é o principal vilão do Superman e um dos mais temíveis, se bem usado. Um personagem que chegou a ser presidente dos EUA nos quadrinhos. Um manipulador, assassino, insano e sem limites na sua busca por poder e mais poder. Mais no cinema nunca tivemos um Luthor desse porte. Principalmente nesses filmes antigos, Luthor é um empresário bilionário que quer dominar o mundo criando planos mirabolantes, beirando a infantilidade, e a todo instante o personagem se auto afirma como “a maior mente criminosa que o mundo já viu!”, como que querendo lembrar a todos que ele é um homem mal na história. Pena que o resultado soa mais cômico e banal, do que ameaçador, ou enigmático.


Outro detalhe que me deixa nervoso são as resoluções instantâneas que o roteiro apresenta. Você precisa destruir os vilões? Basta prendê-los numa capsula que extrai toda a força tornando-os indivíduos comum. Ou como no luta entre o herói e os vilões na Fortaleza da Solidão no final do filme. O Superman se multiplica de maneira inexplicável para confundi-los, arremessa, a lá Batman, uma “não sei o quê” no formato do seu símbolo para neutralizar suas ações e alguns outros detalhes que ao longo de todos os filmes antigos são jogadas na mesa, mas nunca explicadas. Isso que me deixa pouco fã do personagem, principalmente no cinema. Estou confiante que no filme deste ano, “O Homem de Aço”, o realismo injetado na história do herói, assim como a discussão sobre como o mundo seria se tivesse um ser como o Super Homem, trarão maior profundidade e seriedade ao personagem. Principalmente uma definição melhor acerca dos seus poderes e quais os seus limites.

Superman II – A Aventura Continua” segue a linha do original mantendo a seriedade da franquia. O que virá depois talvez nem mereça ser lembrando. Não agora. E ainda que tenha problemas, “Superman II” é um entretenimento divertido e envolvente. Nada surpreendente, mas vale a pena. O segundo melhor filme do Homem de Aço no cinema. Pelo menos até agora.

Nota: «««««

Comentário por Matheus C. Vilela

SEMANA QUE VEM A CRÍTICA DE "SUPERMAN III"

terça-feira, 18 de junho de 2013

O HOMEM COM PUNHOS DE FERRO

The Man With Iron Fists-EUA
Ano: 2012 - Dirigido por: RZA

Sinopse: A trama é centrada em um ferreiro (RZA) que faz armas em uma pequena vila da China feudal. Algo acontece e ele é forçado a defender a si mesmo e aos camponeses do local.



Quentin Tarantino sem dúvida é um daqueles diretores que conseguiu criar um estilo próprio e original que influenciou inúmeros outros diretores. Aquela ação extrema movida por movimentos de câmera frenéticos, trilha sonora atemporal, mas que se encaixa perfeitamente bem em cada cena tornando a experiência ainda mais empolgante. E sem falar, claro, de um roteiro original ágil que torna momentos, aparentemente bobos, em algo grandioso e memorável. Filmes como “Kill Bil Parte 1 e Parte 2”, “Pulp Fiction”, “Bastardos Inglórios” e “Django Livre” estão aí para comprovar. 

Porém, nem sempre esses genéricos de Tarantino são bons. Nem mesmo tendo o diretor como um dos produtores prova ser sinal de qualidade. Alias, quando vejo “Quentin Tarantino Apresenta” na capa, fico até com o pé atrás. 


Este “O Homem Com Punhos de Ferro” é a prova concreta desse meu temor. Dirigido por Robert Diggs, ou mais conhecido como o rapper RZA, o filme é um orgasmo ininterrupto de um apaixonado por Tarantino. Porém, sem a competência do mesmo. 

O filme inteiro é uma sucessão de cenas de ação sem propósito que acontecem do nada sem o mínimo de sentido possível. Frenético, agitado e com sangue jorrando para todos os lados (um sangue nitidamente digital por assim dizer) em “O Homem Com Punhos de Ferro” tudo é motivo para cortar, chutar, bater e matar. Nada é construído com clareza ou equilíbrio. E não consigo entender o porquê da presença de Russell Crowe em um filme como este.

Nota: «««««

Comentário por Matheus C. Vilela

segunda-feira, 17 de junho de 2013

BEHIND THE CANDELABRA

Behind The Candelabra-EUA
Ano: 2013 - Dirigido por: Steven Soderbergh

Sinopse: Esta cinebiografia do famoso pianista Liberace (Michael Douglas) mostra os cinco anos em que o artista namorou Scott Thorson (Matt Damon), em uma relação turbulenta que terminou com um longo processo judicial.


“Behind The Candelabra” narra os cinco anos em que o pianista e showman Wladziu Valentino Liberace (Michael Douglas) namorou com Scott Thorson (Matt Damon), numa relação que começou as mil maravilhas, mas terminou de maneira conturbada e problemática. 

Se o diretor Steven Soderbergh anunciou sua aposentadoria das telonas alegando que “Terapia de Risco” foi o seu último filme para o cinema, ao menos sua empreitada na televisão inicia-se com o pé direito com este “Behind The Candelabra”, produzido pela HBO. 


Nos trabalhos de Soderbergh é costumeiro existir uma tensão no ambiente e um aprofundamento obsessivo em relação a um assunto. “Sexo, Mentiras e Videotape” abordava a vida sexual. “Traffic” o mundo do tráfico de drogas. O mais recente “Terapia de Risco” entrava no universo da indústria farmacêutica. Aqui, em “Behind The Candelabra”, Soderbergh utiliza-se da personalidade difícil de Liberace para apresentar um mundo de poder e luxúria e a obsessão de um homem pelo prazer que possui em ter o mundo aos seus pés. 

Liberace foi um dos maiores pianistas e artistas mais bem pagos da história. Chegava a ganhar 5 milhões de dólares anualmente na época, montando um império que nenhum outro instrumentista até então havia conseguido. Para preservar sua carreira e imagem, Liberace nunca revelou ao mundo sua homossexualidade. Utilizava-se da imprensa inventando mentiras e possuía uma equipe de assessores que trabalhavam em seu favor para manter em segredo sua vida pessoal e escolhas. Mas mesmo assim, Liberace não deixava de ser extravagante e fazia questão de mostrar isso ao mundo. Gastava milhões com jóias, roupas, carros, móveis, quadros, mansões, plásticas e em manter sempre o seu envolvimento com homens, apresentando uma vida de sonhos no começo, para depois, quando a relação estiver desgastada, trocá-lo por outro. 


A mais conhecida e conturbada foi o seu relacionamento com Scott Thorson, que conheceu Liberace no camarim depois de um de seus shows, despertando o interesse do astro que começou a investir pesado no rapaz. “Behind The Candelabra” é muito mais do que um filme sobre “relacionamento entre duas pessoas do mesmo sexo”. Aliás, não vejo este como sendo o foco da obra. 

“Behind The Candelabra” é um filme sobre obsessão, poder e prazer. Soderbergh não busca ficar mostrando cenas de sexo, ainda que não economize nos beijos entre Michael Douglas e Matt Damon, mas retrata o vazio de um ser humano que se utiliza do seu poder para chantagear e prender aos seus pés outras pessoas. E desprovido de qualquer emoção, descartá-la quando não mais saciar os seus desejos. 


Michael Douglas está fenomenal como Liberace, encarnando os trejeitos e toda a excentricidade do pianista. Matt Damon faz uma de suas melhores interpretações da carreira na pele do namorado de Liberace, Scott Thorson. Damon começa o filme mostrando uma inocência e ingenuidade diante de Liberace e o seu mundo, e na medida em que vai se entregando a tudo aquilo, transforma-se numa figura autodestrutiva devido aos excessos e rejeição do parceiro. 

Não deixem de assistir ao filme por causa de preconceitos em relação à homossexualidade. “Behind The Candelabra” é um drama maduro que fala de algo onde a homossexualidade entra como mero detalhe. Com uma direção excelente de Steven Soderbergh e atuações soberbas de Michael Douglas e Matt Damon, o filme está recomendado!

Nota: «««««

Comentário por Matheus C. Vilela

JACK - O CAÇADOR DE GIGANTES

Jack - The Giant Killer-EUA
Ano: 2013 - Dirigido por: Bryan Singer

Sinopse: Jack (Nicholas Hoult) é um fazendeiro que adquire grãos de feijão com a única recomendação de que não devem ser molhados. Obviamente, isto acaba ocorrendo e criando um enorme pé de feijão que vai dar em um mundo de gigantes. Em meio a tudo isso, a princesa Isabelle (Eleanor Tomlinson) é sequestrada pelos gigantes e Jack se unirá ao Rei (Ian McShane) numa cruzada para a salvar a jovem.


Com a onda de adaptações dos grandes contos clássicos da literatura para o cinema, chega agora “Jack – O Caçador de Gigantes”, adaptação da famosa história chamada aqui no Brasil de “João e o Pé de Feijão”.  

Dirigido por Bryan Singer (X-Men), o diretor não moderniza nem transforma o conto em um exemplar teen, movido a um romance água com açúcar como vemos acontecendo nos últimos anos. Ou então, em um filme dark como o “Alice no País das Maravilhas” de Tim Burton, ou algo mais violento como “João e Maria – Caçadores de Bruxas”, ou mesmo uma ambientação épica como a vista em “Branca de Neve e o Caçador”. Na realidade, Singer segue fiel a essência da história original, modificando apenas certas situações para, assim, poder criar momentos de ação. 


A força de “Jack – O Caçador de Gigantes” concentra-se justamente em seu espírito de aventura e na competência de Singer em criar um empolgante clímax. O filme não apresenta nada de original, nem busca ser algo pretensioso, apenas proporcionar duas horas de pura e leve aventura. 

Com atores simpaticíssimos compondo o elenco, Nicholas Hoult (do divertido “Meu Namorado É Um Zumbi”) mostra confiança e carisma na pele do protagonista Jack. Ewan McGregror (O Impossível) se diverte como nunca na pele do fiel guarda do rei. Stanley Tucci (O Diabo Veste Prada) traz sarcasmo e ironia como um dos vilões, porém, infelizmente, é mal aproveitado pelo roteiro e logo tirado de cena. Ian McShane (Piratas do Caribe – Navegando em Águas Misteriosas) traz imponência como o rei Brahmwell, e como não temer Bill Nighy (Piratas do Caribe – O Baú da Morte) e sua voz inconfundível compondo o líder dos gigantes, o General Fallon. 


Portanto, “Jack – O Caçador dos Gigantes” é nada mais do que pretende ser: um bom entretenimento de fim de tarde. Leve, com um timing adequado aos seus parâmetros e atores competentes, Singer faz um bom filme. Recomendado!

Nota: «««««

Comentário por Matheus C. Vilela

sexta-feira, 14 de junho de 2013

ALÉM DA ESCURIDÃO - STAR TREK (3D)

Star Trek Into Darkness-EUA
Ano: 2013 - Dirigido por: J. J Abrams

Sinopse:Em sua nova missão, a tripulação da nave Enterprise é enviada para um planeta primitivo, que está prestes a ser destruído devido à erupção de um vulcão. Spock (Zachary Quinto) é enviado para dentro do vulcão, onde deve deixar um dispositivo que irá congelar a lava incandescente. Entretanto, problemas inesperados fazem com que ele fique preso dentro do vulcão, sem ter como sair. Para salvá-lo, James T. Kirk (Chris Pine) ordena que a Enterprise saia de seu esconderijo no fundo do mar, o que faz com que a nave seja vista pelos seres primitivos que habitam o planeta. Esta é uma grave violação das regras da Frota Estelar, o que faz com que Kirk perca o comando da nave para o capitão Pike (Bruce Greenwood). A situação muda por completo quando John Harrison (Benedict Cumberbatch), um renegado da Frota Estelar, coordena um ataque a uma biblioteca pública, que oculta uma importante base da organização. Não demora muito para que Kirk seja reconduzido ao posto de capitão da Enterprise e enviado para capturar Harrison em um planetóide dentro do império klingon, que está à beira de uma guerra com a Federação.


O diretor J.J Abrams (da série “Lost” e “Alias”) foi o responsável por reacender o universo “Jornada nas Estrelas” nos cinemas, trazendo um filme encabeçado por atores jovens, mantendo e respeitando a mitologia da série e dos filmes antigos, criando não só algo para os fãs, mas também abrindo o leque para os leigos em relação a “Star Trek” se entregarem por completo. 

Após o sucesso e a excelente recepção de “Star Trek”, lançado em 2009, chega aos cinemas a tão esperada continuação que mostra não só a competência de J. J Abrams como diretor, como também comprova ser ele a pessoal ideal para dirigir não só “Star Trek”, como o próximo capítulo da franquia “Star Wars”, que ele já está confirmado. Abrams entende o que é um universo de ficção cientifica, respeita os elementos já pré-estabelecidos da série (provando ser um grande fã), mas principalmente transpõe tudo isso de um jeito empolgante e divertido que serve para fãs e para o público em geral. Ou seja, Abrams não seleta e cria algo amplo para todos os públicos. 


Mais do que no anterior, temos neste filme cenas de ação excelentes, batalhas espaciais de tirar o fôlego (dando uma palha do que Abrams fará em “Star Wars”) e efeitos especiais que considero, até agora, os melhores do ano. O 3D ajuda bastante na imersão no universo, principalmente em momentos onde a câmera pega a grandiosidade das naves, ou em partes como, por exemplo, a Enterprise voando na velocidade da luz. 

Não posso deixar de elogiar a estupenda trilha sonora criada por Michael Giachinno (que levou o Oscar de Melhor Trilha Original por “Up – Altas Aventuras"). Giachinno repete o feito do último longa com uma trilha fundamental para nosso envolvimento na história. O tema principal é um dos mais marcantes dos últimos anos. 


O elenco também é outro destaque, principalmente Benedict Cumberbatch, que interpreta o vilão John Harrison. Chris Pine (Capitão Kirk), Zacuari Quinto (Spocl), Zoe Saldana (Uhura), Simon Pegg (Scotty) e                    os demais veteranos do elenco dão sua graça e carisma como fizeram em 2009, mas é Benedict Cumberbatch o grande destaque. Cumberbatch é um ator novo no cinema, seu primeiro longa foi em 2004, e é um ator que vêm se mostrando um dos mais talentosos da nova geração. Seu ponto alto foi quando interpretou o detetive Sherlock Holmes na excelente série “Sherlock” da BBC. Depois disso, as portas se abriram. Aqui em “Além da Escuridão”, Cumberbatch cria um vilão enigmático, desprovido de sentimentos que no falar já apresenta sua natureza insana. Mostrando ser um terrorista que pretende causar o caos por opiniões até plausíveis, detalhe este que o filme correlaciona com os tempos atuais, Cumberbatch entra no hall dos melhores vilões do cinema. 

Mas “Além da Escuridão – Star Trek” possui os seus problemas, e o mais notável deles se encontra na sua história, que não é ruim, mas nitidamente cai numa zona de conforto deixando de ir além do que poderia. Introduzindo um dos principais vilões do mundo “Star Trek”, o filme apresenta discussões interessantes acerca dos direitos humanos, terrorismo, imortalidade e outros assuntos usados apenas para resoluções básicas de roteiro. Nada que traga à história profundidade ou peso. A terrível guerra eminente contra o povo klingon apresentada no inicio do filme logo é esquecida e o foco torna-se a vingança do vilão.  


Entretanto, “Além da Escuridão – Star Trek”, ainda que com seus deslizes, não deixa de ser um filme imperdível. De ritmo incessante e cenas de ação eletrizantes, juntamente com uma produção belíssima, o segundo filme de “Jornada nas Estrelas” já cria grandes expectativas para um terceiro. Mais que recomendado!

Nota: «««««

Comentário por Matheus C. Vilela

Especial Superman: SUPERMAN - O FILME

Superman - The Movie-EUA
Ano: 1978 - Dirigido por: Richard Donner

Sinopse: Jor-El (Marlon Brando), um renomado cientista, prevê a destruição do seu planeta e alerta o governo, que não lhe dá credito. Assim, decide salvar seu filho, mandando-o para a Terra, onde terá superpoderes. Na Terra, ele usa o nome de Clark Kent (Christopher Reeve) e já adulto e trabalhando como repórter em um jornal, não demonstra ter superpoderes. Mas quando uma situação inesperada põe em risco a vida de Lois Lane (Margot Kidder), uma colega de trabalho, ele obrigado a se revelar para o público, ficando conhecido popularmente como Superman. Descontente com o surgimento de um super-herói na cidade, Lex Luthor (Gene Hackman), um gênio do mal, o obriga a se desdobrar para evitar a morte de milhões de pessoas.


Superman foi o primeiro super-herói criado cuja estreia aconteceu na HQ “Action Comics nº 01” em 1938. O herói foi também o responsável por iniciar em Hollywood a onda de filmes baseados em HQs, abrindo caminho para outros heróis ganharem a telona posteriormente. 

“Superman – O Filme” foi lançado em 1978, dirigido por Richard Donner ("Máquina Mortífera" e "Os Gonnies") e estrelado por Christopher Reeve, em seu segundo trabalho para o cinema, o anterior foi o desconhecido “SOS Submarino Nuclear”. 


Ainda que eu não tenha vivido os anos 70 e não tenha passado pela experiência de ver o filme no cinema, “Superman – O Filme” possuía todas as ferramentas fundamentais para o seu êxito. O filme de Donner traz consigo a essência do heroísmo apresentando ao mundo, de uma maneira mais global através do cinema, o símbolo da esperança e paz, com um homem vindo de outro planeta, criado na Terra e que adere a causa de defendê-la contra tudo e contra todos. 

Com a Guerra do Vietnã encerrada, e após uma guerra mundial onde os Estados Unidos foi uma peça fundamental, Superman é o símbolo, obviamente, da soberania norte americana, entretanto, olhando mais além, é o herói que o mundo precisava naquele momento. E não vamos esquecer da Guerra Fria queda corria solta na época, aumentando ainda mais a tensão e a instabilidade de toda uma nação. 


O filme de Richard Donner foi o responsável por extrair de cada um a força da persistência, de que os sonhos não estavam perdidos e, que sim, o que o homem quer ele consegue. Inclusive voar. Com efeitos especiais que levaram o Oscar da categoria, Donner mostrou ao mundo que nada era impossível ao homem. E fez o mundo acreditar que o homem podia voar. 

Principalmente nesse período entre o surgimento do herói nos quadrinhos e sua ida ao cinema, o Superman é o símbolo do que é ser um verdadeiro herói. Honesto, dedicado e preocupado com as causas pelo bem da humanidade, ele é o filho que toda mãe orgulharia em ter. Aliás, a ligação entre o personagem e Deus sempre existiu, e com os anos foi crescendo ainda mais. Confesso que não sou um fã assíduo do personagem, mas não posso negar que ele é o herói mais humano e de caráter que o mundo já conheceu. E olha que nem daqui ele é! 


Estrelado por um ator até então pouco conhecido, Christopher Reeve, Reeve ganhou na loteria tornando-se um fenômeno mundial e se transformando na figura absoluta do herói. Com um carisma e um humor espontâneo que traziam maior profundidade e interesse ao personagem, Reeve mantinha também uma excelente química com Margot Kidder, interprete da repórter Louis Lane, a paixão de Clark Kent/Superman. E sem falar de Gene Hackman que reforça o elenco como o vilão Lex Luthor, se divertindo e muito no papel, e Marlon Brando como o pai biológico do herói, Jor-El. 

Hoje pode parecer datado e sem graça tanto este quanto as três continuações que tivemos com Christopher Reeve. Mas, mesmo assim, “Superman – O Filme” é uma obra equilibrada que transmite com fervor o espirito do heroísmo. E graças a Richard Donner e Christopher Reeve, tivemos, até hoje, o melhor filme baseado no mais velho super-herói do mundo. 

Nota: «««««

Comentário por Matheus C. Vilela

SEMANA QUE VÊM A CRÍTICA DE "SUPERMAN II - A AVENTURA CONTINUA"!