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sexta-feira, 26 de julho de 2013

WOLVERINE - IMORTAL (3D)

The Wolverine-EUA
Ano: 2013 - Dirigido por: James Mangold
Elenco: Hugh Jackman, Tao Okamoto, Rila Fukushima

NOTA: «««««

Sinopse: Após matar Jean Grey (Famke Janssen) para salvar a humanidade por ela não conseguir controlar os poderes da Fênix, Logan (Hugh Jackman) decidiu abandonar de vez a vida de herói e passou a viver na selva, como um ermitão. Deprimido, ele é encontrado em um bar pela jovem Yukio (Rila Fukushima). Ela foi enviada a mando de seu pai adotivo, Yashida (Hal Yamanouchi), que foi salvo por Logan em Nagasaki, no Japão, na época em que a bomba atômica foi detonada. Yashima deseja reencontrar Logan para fazer-lhe uma proposta: transferir seu fator de cura para ele, de forma que Logan possa, enfim, se tornar mortal e levar uma vida como uma pessoa qualquer. Ele recusa o convite, mas acaba infectado por Víbora (Svetlana Khodchenkova), uma mutante especializada em biologia que é também imune a venenos de todo tipo. Fragilizado, Logan precisa encontrar meios para proteger Mariko (Tao Okamoto), a neta de Yashida, que é alvo tanto de seu pai, Shingen (Hiroyuki Sanada) quanto da Yakuza, a máfia japonesa.


Wolverine não só tornou o ator Hugh Jackman conhecidíssimo mundialmente, como também tornou o personagem ainda mais querido por fãs e aqueles que não o conheciam. Com o fim da trilogia em 2006, era de se esperar algo derivado antes de investir em novas ideias com os X-Men, e como Wolverine é o mais popular dos mutantes do grupo, eis que tivemos em 2009 “X-Men Origens: Wolverine” que nos apresentava a criação do herói. 

Ainda que trouxesse um Hugh Jackman simpático e dando o melhor de si, “X-Men Origens: Wolverine” erra não só em perder o ritmo ao longo da história, como exagera na quantidade de personagens e derrapa na maneira infantil e errada que explora cada um deles, obtendo um resultado final frustrante e vergonhoso. Mas o personagem sem dúvida cativa o público e com a boa bilheteria arrecadada, a Fox decidiu investir em mais um filme do personagem, buscando agora algo mais violento e centrado na capacidade física do Wolverine numa história cujo interesse é trabalhar em cima da imortalidade do mutante.


O diretor Darren Aronofsky ("Cisne Negro") estava envolvido no projeto, mas largou a direção alegando que gostaria de ter mais tempo com a família. Após a desistência, quem assume o cargo é o eclético James Mangold, que dirigiu ótimos filmes como “Garota, Interrompida”, “Johnny e June”, “Os Indomáveis”, e por último, em 2010, o divertido “Encontro Explosivo” com Tom Cruise e Cameron Diaz. 

Mangold e Hugh Jackman, também produtor, transformam este “Wolverine Imortal” em um filme de ação equilibrado, com inúmeras lutas corpo a corpo aproveitando o instinto violento de Wolverine e não temos exageros de personagens como tivemos no anterior. 


Na história, após salvar um soldado japonês em Nagasaki durante a explosão da bomba nuclear no período da Segunda Guerra Mundial, anos mais tarde Logan/Wolverine é convidado por ele para viajar até o Japão e se despedir dele antes do seu falecimento. Chegando lá recebe a proposta da mortalidade, e descobre uma rede de interesses e mentiras que o colocarão ao extremo tanto do seu físico quanto do seu emocional. 

“Wolverine - Imortal” não têm sangue nem violência explicita, mas possui cenas de ação que mostram um Wolverine mais brutal, e diverte trazendo o personagem para um patamar mais humano que possibilita uma demonstração de força e vitalidade maior do que a dos outros filmes. Mas confesso que certas cenas poderiam ter sido melhores, mais longas e mais criativas. O insosso e sem graça final com o Samurai de Prata é rápido demais e não empolga. 


Outro problema é o ritmo e os rumos tomados pela história. Tudo bem que não temos aqui a confusão e cafonice do “X-Men Origens”, mas a fita perde a oportunidade de se aprofundar nas questões relacionadas ao personagem e à sua vulnerabilidade, e se contenta em ser um filme de fuga que insiste em colocar um interesse amoroso para o personagem, que além de sem química e não convencer, diminui o ritmo que ora fica lento demais e cansativo. 

Mas “Wolverine – Imortal” não é ruim. É competente, sombrio, sério e maduro na maneira como trata o personagem. Ainda não é aquele filme do Wolverine que podemos sair do cinema gritando “Uau!”. Até agora o mutante foi mais feliz junto com os X-Men que, aliás, durante os créditos, temos uma cena sensacional que prepara o caminho para o próximo filme da franquia: “X-Men – Dias de Um Futuro Esquecido”, que marca a volta de Bryan Singer (“X-men” 1 e 2) a frente do universo que ele adaptou em 2000 e 2003. 


Já o 3D é tão desnecessário como na grande maioria dos filmes atualmente. Não vale a pena gastar mais dinheiro vendo o filme no formato.

Comentário por Matheus C. Vilela

quarta-feira, 24 de julho de 2013

AQUI É O MEU LUGAR

This Must Be The Place-EUA
Ano: 2011 - Dirigido por: Paolo Sorrentino
Elenco: Sean Penn, Francis McDormand, Judd Hirsch

NOTA:  «««««

Sinopse: Cheyenne (Sean Penn) é um astro da música de 50 anos de idade, afastado dos palcos há mais de duas décadas. Deprimido e refém de sua própria fama, ele vive de renda, deprimido e angustiado. Quando recebe a notícia que seu pai, que não vê há 30 anos, está muito doente, resolve visitá-lo em Nova Iorque, mas chega tarde demais. Decidido a encontrar aquele que foi o algoz do seu pai nos tempos da guerra, no campo de concentração de Auschwitz, ele sai em busca pelos Estados Unidos numa viagem de descoberta pela América.


Dirigido pelo italiano Paolo Sorrentino, de filmes como “O Crocodilo” e “O Divo”, “Aqui É O Meu Lugar” possui um começo interessantíssimo e Sorrentino realiza uma narrativa singela ao som de uma trilha delicada nos apresentando esse personagem excêntrico e depressivo de Sean Penn, um astro do rock de meia idade aposentado que lembra e muito no visual Johnny Depp em seu “Edward Mãos de Tesoura”, ou artistas do rock n’ roll como Ozzy Osborne e Alice Cooper. 

Mas esse começo fabuloso e muito interessante se esvai ao longo do filme que se perde sobre que caminho seguir. Penn interpreta um astro conhecido do rock chamado Cheyenne, que após dois jovens se suicidarem por causa de suas canções, se retrai e abandona o mundo da música transformando-se em um ser humano recluso, fechado e inexpressivo. As únicas pessoas que possui no mundo são sua esposa e uma amiga apaixonada pelo seu trabalho e com quem se sente muito a vontade de estar junto. 


Após receber a noticia que seu pai, que não via há 30 anos, faleceu nos Estados Unidos, Cheyenne viaja para o velório e inicia uma busca por um antigo algoz de seu pai nos tempos da Segunda Guerra Mundial dando partida numa jornada de descobertas sobre si e sua família.

Como falei anteriormente “Aqui É O Meu Lugar” começa de um jeito não só interessante em relação ao personagem de Penn como extremamente prazeroso de se assistir. O problema começa quando Penn viaja para o velório do pai nos EUA e inicia essa busca mal explorada e pouco convincente que, diga-se de passagem, não acrescenta em nada ao personagem e pouco ajuda em torná-lo mais significativo. 


Perdido ao longo do caminho e sem nunca definir os reais problemas de Cheyenne, o que tira o impacto do final, “Aqui É O Meu Lugar” seria mais emocionante se centrasse unicamente nas razões que fizeram de Cheyenne um ser humano tão amargurado, e como essa morte do pai pode despertar sentimentos há muito tempo escondidos por ele. 

Ao final não conhecemos nada sobre Cheyenne e pouco sentimos sua mudança ao longo da história. Uma pena já que Penn está excelente e o elenco de apoio formidável.

Comentário por Matheus C. Vilela

terça-feira, 23 de julho de 2013

HEMINGWAY E MARTHA

Hemingway & Gellhorn-EUA
Ano: 2012 - Dirigido por: Philip Kaufman
Elenco: Nicole Kidman, Clive Owen, Molly Parker

NOTA: «««««

Sinopse: Após uma pescaria bem sucedida, o escritor Ernest Hemingway (Clive Owen) conhece Martha Gellhorn (Nicole Kidman) em um bar. Interessado nela, logo a convida para um evento que ocorrerá em sua casa, onde serão discutidos meios de ajudar a defesa republicana espanhola em meio ao ataque fascista do general Franco. Neste encontro ela conhece John dos Passos (David Strathairn) e Paco Zarra (Rodrigo Santoro), que insistem para que ela vá ao front e divulgue o que está acontecendo nos jornais. Animada com a ideia, Gellhorn consegue um emprego como corresponde de guerra e parte para a Espanha. Ao saber da notícia Hemingway também vai ao país, no intuito de ajudar na confecção de um documentário sobre a batalha. Lá eles ficam hospedados no mesmo hotel e se aproximam cada vez mais, iniciando um romance que reúne paixão e inteligência.


“Hemingway & Martha” relata, sob o ponto de vista de Martha Gellhorn, que foi uma das mais importantes correspondentes de guerra dos Estados Unidos, o romance que a jornalista/escritora viveu com o também escritor Ernest Hemingway, um dos mais aclamados autores da história norte americana tendo escrito obras de sucesso como “Porque Os Sinos Dobram” e “Adeus às Armas”. 

Dirigido por Philip Kaufman, que colaborou com Steven Spielberg ao roteirizar os filmes da série Indiana Jones, exceto o segundo, e que dirigiu filmes marcantes como “Os Eleitos” e o sucesso “A Insustentável Leveza do Ser”, Kaufman retorna ao posto de diretor com este telefilme produzido pela HBO sobre a relação de Hemingway com Martha Gellhorn. 


Mostrando um domínio narrativo exímio sempre fluindo a história de maneira a nunca deixa-la cair no marasmo, Kaufman apresenta um filme que ao mesmo tempo em que explora a relação conturbada e fervorosa entre os dois escritores, também abre espaço para mostrar as atrocidades da guerra, ainda que seja bem superficialmente, mas que traz algo a mais ao filme. 

Uma escolha interessante de Kaufman durante a narrativa foi mesclar imagens de arquivos com as imagens do próprio longa intercalando mudanças súbitas na fotografia do filme. Ora temos uma filmagem em preto em branco, em outros momentos em tom sépia ressaltando o estilo antigo de filmagem, e criando a sensação de estarmos vendo momentos reais gravados ao vivo. O problema é que tal façanha seja muitas vezes abrupta e usada em momentos inadequados prejudicando a eficiência da ideia. Mas não deixa de ser algo diferente e original. 


Nicole Kidman, como há muito tempo não se via, interpreta com sutileza e emoção Martha Gellhorn, mostrando com muito talento o amadurecimento da personagem ao longo da história. E Clive Owen (que aqui achei muito parecido com Nicolas Cage) traz um Ernest Hemingway caótico e perturbado, mas que transmite carisma e afinidade com o público. 

Hemingway e Martha” é um exemplar eficiente dirigido por Philip Kaufman. Um ótimo filme dessa leva de ótimos trabalhos que a HBO vêm realizando nos últimos anos. Uma obra que não só traz dois excelentes atores em duas excelentes interpretações, como possui uma direção criativa, ainda que não perfeita, mas criativa e interessante de Kaufman.

Comentário por Matheus C. Vilela

2013: O ANO EM QUE OS BLOCKBUSTERS AFUNDARAM!


Recentemente em um Congresso numa Universidade norte-americana, os cineastas Steven Spielberg e George Lucas deram uma declaração um tanto quanto preocupante. Ambos alegaram que a indústria cinematográfica de Hollywood vem passando por uma crise cujo futuro não é nada animador. Spielberg disse em determinado momento que “Eventualmente, vai acontecer uma implosão - ou uma grande ruptura. Vai haver uma implosão quando três, quatro ou talvez meia dúzia de mega produções vão dar errado, e isso vai mudar o paradigma”, e isso já podemos perceber dando uma olhada nas super produções lançadas no chamado “verão americano” deste ano, período onde Hollywood costuma lançar os seus filmes mais caros aproveitando as férias escolares. 

Creio que depois de 2013 muitos estúdios vão pensar duas vezes antes de dar sinal verde para um projeto. Filmes como “Homem de Ferro 3”, “Além da Escuridão - Star Trek”, “Velozes e Furiosos 6” e “Homem de Aço”, garantiram o sucesso pois derivam de materiais já existentes e sinônimos de sucesso. Enquanto que apostas em novos projetos que o público atual desconhece como “O Cavaleiro Solitário”, “RIPD”, “Depois da Terra” e “Círculo de Fogo”, o resultado nas bilheterias não só foi decepcionante como acende um sinal de alerta e preocupação na indústria norte americana. 


“O Cavaleiro Solitário”, baseado numa série de TV da década de 50, recebeu todo o endosso e grandiosidade da mesma equipe de “Piratas do Caribe”. Modernizado, com cenas de ação megalomaníacas e inúmeros efeitos especiais de encher os olhos, o filme foi custeado em US$ 250 milhões, e não arrecadou US$ 50 no seu primeiro final semana. O mesmo com o novo filme de Will Smith, “Depois da Terra”, que custaram altos US$ 135 milhões e arrecadou em seu final de semana de estreia apenas US$ 27 milhões. 

Daí, entramos em outra questão sobre qual, de fato, é a fórmula do sucesso atualmente. “O Cavaleiro Solitário” e “Depois da Terra” são exemplos de duas obras encabeçadas por atores de peso e renome como Johnny Depp e Will Smith, mas que não conseguiram decolar mesmo tendo forte divulgação em cima dos seus nomes. Antigamente quando se dizia que determinado filme teria a presença de um Tom Hanks ou Marlon Brando, o sucesso era garantido e multidões corriam para assistir o novo filme do astro queridinho da América. Hoje em dia vê-se que não é assim. Um filme precisa de muito mais que um nome conhecido para levar pessoas ao cinema. E mais difícil ainda fica com a pirataria e as novas mídias que facilitam não apenas o acesso do público aos filmes, como os tornam muito mais cômodos e retraídos. 


Imagine um pai de família que chega numa sexta feira em casa cansado do trabalho, quer tirar o final de semana para ficar com a família e relaxar. Ele passa a semana inteira preocupado, saí do trabalho todos os dias e enfrenta um transito congestionado com um barulho ensurdecedor. Imagina esse mesmo pai de família ter de enfrentar um trânsito congestionado com um barulho ensurdecedor para chegar ao shopping, e lá dentro ter de enfrentar uma fila quilométrica para comprar os ingressos do filme? A opção de alugar um vídeo pela internet, ou comprar uma cópia pirata na feira ou assinar pacotes que disponibilizam na integra filmes que acabaram de sair do cinema soa muito mais confortável e gratificante do que enfrentar estacionamento de shopping, fila na lanchonete e fila no cinema. E vale lembrar que tal empreitada fica bem mais cara do que organizar um programa familiar dentro de casa. 

Outro grande fracasso da temporada foi “O Ataque”, longa de ação dirigido por Roland Emmerich que dirigiu sucessos como “2012” e “Independence Day”, que custou US$ 130 milhões e arrecadou um pouco mais de US$ 50 milhões já com duas semanas em cartaz. Outra prova de que não basta oferecer destruição em massa sem proposito para conquistar o público. Já temos esse tipo de material com marcas mais conhecidas como “Velozes e Furiosos” e “Transformers” e tentar um espaço nesse campo de gigantes trazendo nada mais do mesmo é arriscado. 


Os sucessos da temporada ficam a cargo de filmes menores como a comédia “As Bem Armadas” com Sandra Bullock e Melissa McCharty que custou US$ 43 milhões, “Truque de Mestre” com custo estimado em US$ 75 milhões e ambos já quebraram a barreira dos US$ 100 milhões somente nos Estados Unidos. O suspense “The Purge” com Ethan Hawke que arrecadou mais de US$ 60 milhões e apenas US$ 3 milhões para ser feito. A nova comédia de Seth Rogen e amigos “É o Fim” e o terror “Invocação do Mal” também foram outros que custaram menos de US$ 50 milhões e já caminham para quebrar a barreira dos 100. 

Será que Hollywood vai começar a pegar os milhões investidos em apenas um filme e dividir o valor investindo em obras mais baratas com grandes chances de um retorno maior, e se caso não, de um prejuízo mais ameno do que se fosse com um blockbuster? Se o cinema continuar no caminho que mostrou seguir este ano, não vejo outra alternativa. Ao menos de acordo com pessoas entendidas como Spielberg e Lucas  o apocalipse em Hollywood não está muito longe.

             SUPER PRODUÇÕES QUE             SUPER DECEPCIONARAM NAS BILHETERIAS ATÉ AGORA

DEPOIS DA TERRA
Valor de produção: US$ 135 milhões
Final de semana de estreia (USA): US$ 27,520 milhões
Arrecadação total EUA: US$ 59,400 milhões

O ATAQUE
Valor de produção: US$ 150 milhões
Final de semana de estreia (USA): US$ 24,852 milhões
Arrecadação total EUA: 63 milhões
 

O CAVALEIRO SOLITÁRIO
Valor de produção: US$ 250 milhões
Final de semana de estreia (USA): US$ 29,210 milhões
Arrecadação até agora EUA: US$ 72 milhões (em cartaz)

O REINO ESCONDIDO
Valor de produção: US$ 100 milhões
Final de semana de estreia (USA): US$ 33,531 milhões
Arrecadação total EUA: US$ 105 milhões

CÍRCULO DE FOGO
Valor de produção: US$ 180 milhões
Final de semana de estreia (USA): US$ 37,285 milhões
Arrecadação até agora: EUA: US$ 37,285 (em cartaz)

R.I.P.D
Valor de produção: US$ 130 milhões
Final de semana de estreia (USA): US$ 12,691 milhões
Arrecadação até agora: EUA: US$ 12,691 milhões (em cartaz)

TURBO
Valor de produção: US$ 135 milhões
Final de semana de estreia (USA): US$ 21,312 milhões
Arrecadação até agora: EUA: US$ 31,015 milhões (em cartaz)


Por Marcos Vieira

segunda-feira, 22 de julho de 2013

EM TRANSE

Trance-EUA
Ano: 2013 - Dirigido por: Danny Boyle
Elenco: James McAvoy, Vincent Cassel, Rosario Dawson

NOTA: «««««

Sinopse: Um profissional (James McAvoy) ligado aos leilões de peças de arte acaba envolvido com uma gangue responsável pelo roubo de quadros. Para se livrar destas pessoas, ele deve se unir a uma hipnoterapeuta (Rosario Dawson), mas logo a relação entre desejo, realidade e sugestão hipnótica começa a colocar todos em perigo.


Danny Boyle é um daqueles diretores que consegue transformar qualquer história, seja a mais comum possível, numa experiência impulsiva cheia de ritmo e empolgação. No inicio de sua carreira com “Trainspotting” ou nos mais recentes “Quem Quer Ser Um Milionário?” e “127 Horas”, a direção de Boyle se destaca e mostra ser um fator essencial que eleva e muito a qualidade da obra. 


Neste “Em Transe” Boyle parte de um argumento muito interesse sobre um roubo a um leilão de obras de arte cujo um dos funcionários da casa está envolvido na operação. Durante o ato, ele acaba recebendo uma coronhada na cabeça ficando com amnésia e não lembra onde colocou o quadro. Portanto, a situação afetará não só ele, como os demais da quadrilha que decidem contratar uma doutora especializada em hipnose para descobrir em qual lugar foi deixado a pintura. 


Buscando mexer com o consciente do público e juntamente com a direção frenética de Boyle, “Em Transe” começa de maneira espetacular nos levando para dentro de uma história onde absolutamente nada parece ser o que é. James McAvoy, como já mostrou em “O Procurado” e em “X-Men: Primeira Classe”, traz um interesse enorme ao personagem e consegue com muito êxito prender a nossa atenção. 


Infelizmente, da metade até o final o filme vai ganhando cada vez mais e mais informações resultando num emaranhado de justificativas e reviravoltas vazias que não conseguem esconder as "surpresas", que vão ficando cada vez mais evidentes. A direção de Boyle é tão agitada e cheia de maneirismos que maquia bem o final nada surpreendente ou marcante. Mas ainda assim, é um filme divertido que vale a locação.

Comentário por Matheus C. Vilela

QUERIDO COMPANHEIRO

Darling Companion-EUA
Ano: 2012 - Dirigido por: Lawrence Kardan
Elenco: Diane Lane, Kevin Kline, Richard Jenkins, Elizabeth Moss

NOTA: «««««

Sinopse: Beth (Diane Keaton) e sua filha Grace (Elisabeth Moss) salvam um cão perdido no acostamento de uma estrada. Joseph (Kevin Kline), marido de Beth, odeia o animal, agora a principal companhia da esposa. Um casamento é realizado na casa de férias da família e Joseph acaba perdendo o cachorro. Beth se recusa a voltar sem ele e os convidados remanescentes são obrigados a se empenhar na busca.


Eu prefiro Lawrence Kardan como roteirista do que como diretor. Kardan participou do roteiro de “Indiana Jones e os Caçadores da Arca Perdida”, “Paradise Lost”, “Star Wars – O Império Contra Ataca” e foi chamado para integrar o time de roteiristas dos próximos Guerra nas Estrelas que a Disney irá fazer. Mas como diretor, Kardan nunca foi muito expressivo e sofre em não conseguir oferecer um ritmo satisfatório aos filmes. 

Seu último trabalho como diretor foi aquele terrível “O Apanhador de Sonhos” lançado em 2002 estrelado por Morgan Freeman e baseado no livro de Stephen King. Após dez anos Kardan volta com este “Querido Companheiro”, onde não só produz como também assina o roteiro. 


Lidando com relações familiares, desde esposas insatisfeitas até maridos egocêntricos que não dão a atenção necessária para a mulher, “Querido Companheiro” é uma sucessão de temas clichês e previsíveis apresentados ao público da maneira mais lenta e desinteressante possível. Sem aprofundamento algum nas tramas ou nem mesmo exagerando na emoção, o filme nunca sai do ponto morto e serve para comprovar a falta de pulso e sensibilidade do seu diretor.

Comentário por Matheus C. Vilela

sábado, 20 de julho de 2013

TURBO

Turbo-EUA
Ano: 2013 - Dirigido por: David Soren
Elenco: Ryan Reynolds, Paul Giamatti, Michael Peña, Snoop Dogg.

NOTA: «««««

Sinopse: Theo (voz original de Ryan Reynolds) é um caracol de jardim, que passa o dia com outros caracóis, colhendo tomates e torcendo para não ser capturado por aves predadoras. Apesar da vida pacata, este jovem animal sonha em se tornar extremamente veloz, como o seu ídolo, o corredor campeão de Indianápolis Guy Gagné (voz original de Bill Hader). A obsessão pela velocidade faz que com Theo seja ridicularizado pelos colegas. Um dia, no entanto, ele cai acidentalmente dentro do motor de um grande carro de corrida, e um efeito inesperado acontece em seu corpo, fazendo com que ele se torne extremamente veloz. Rebatizado Turbo, o caracol encontra abrigo na casa de Tito (voz original de Michael Peña), um vendedor de comida mexicana conhecido pelos planos inusitados e que quase sempre dão errado. Surpreso com a velocidade de Turbo, Tito decide levá-lo à corrida de Indianápolis, para competir com Guy Gagné.


A DreamWorks desde que surpreendeu em 2010 com “Como Treinar O Seu Dragão”, vêm mostrando uma sensibilidade nunca antes vista. Considerada uma empresa mais voltada para trabalhos cômicos e em continuações, a DreamWorks vêm realizando obras notáveis como “Kung Fu Panda 2”, que consegue superar o original, “A Origem dos Guardiões” e o mais recente “Os Croods”, filmes que não só trazem uma ótima dose de diversão, como conseguem transmitir uma emoção surpreendente em sua história. 

Se um dos principais objetivos do cinema é nos fazer viver situações que na vida real seriam totalmente impossíveis de se viver, nada melhor do que as animações para proporcionar uma liberdade maior nesse quesito. Ainda que a trama de “Turbo”, mesmo sendo um desenho, seja algo difícil de engolir, procurei se desvencilhar de todo e qualquer desconforto e embarcar de cabeça nesta que é a nova animação da DreamWorks. 


”Turbo”, de fato, não possui a profundidade dos filmes citados no começo desse texto, ainda que busque emocionar com a trajetória do personagem principal: um caracol que sofre uma mutação e torna-se extremamente veloz e que sonha em competir na corrida de Indianópolis. Aparentemente não existe lógica ou possibilidade alguma de um caracol competir numa corrida ao lado de carros velocíssimos, portanto, o filme parte dessa lógica para falar de perseverança e aquela velha mensagem de nunca desistir dos nossos sonhos, mesmo que o mundo inteiro não nos apoie. 

Confesso que minha expectativa estava zero para este filme. A história não me convencia, e ainda não convence, e isto me deixava relutante em relação ao meu envolvimento com a fita. Mas “Turbo” não é ruim e consegue ser melhor do que esperava. Não é uma maravilha ou um dos filmes mais divertidos do estúdio, mas o caracol protagonista é uma figura tão carismática, confiante e perseverante, que é impossível não se identificar com tal figura. 


Os personagens coadjuvantes não surpreendem e não temos nenhum que fique na memória, e olha que a DreamWorks é ótima para criar personagens secundários inesquecíveis. Mas dentre eles destaco o irmão de Turbo chamado Chet, um caracol responsável, preocupado com a segurança e que bate de frente com as idéias do seu irmão sempre otimista e elétrico, mas ainda assim, Chet nunca deixa de amá-lo e protegê-lo. A relação dos dois é a mais gratificante de todo o filme, que traz de maneira muito convincente e envolvente esse relacionamento de irmão. 

Portanto, deixe de lado o pessimismo em relação à ideia de ter um caracol correndo numa corrida de automobilismo e embarque nessa nova viagem da DreamWorks que não faz um dos seus melhores trabalhos, mas nos entrega um filme agradável, divertido com mensagens bacanas e positivas.

Comentário por Matheus C. Vilela

sexta-feira, 19 de julho de 2013

O ÚLTIMO ELVIS

El Último Elvis-ARGENTINA
Ano: 2011 - Dirigido por: Armando Bo
Elenco: John McInemy, Margarita Lopez

NOTA: «««««

Sinopse: O cantor Carlos Gutiérrez (John McInerny) é cover de Elvis e sempre viveu a vida do grande astro do rock como se fosse ele próprio reencarnado, negando a si mesmo. Só que ele se aproxima da idade que Elvis tinha ao morrer, e seu futuro se mostra vazio. Uma situação inesperada acaba por obrigá-lo a cuidar da sua filha Lisa Marie (Margarita Lopez), uma menina pequena que ele quase não vê. Nos dias em que fica com ela, Carlos experimenta ser realmente um pai e Lisa aprende a aceitá-lo como tal. Mas o destino lhe apresenta uma difícil decisão: em uma viagem de loucura e música, Carlos deverá escolher entre seu sonho de ser Elvis e sua família.


“O Último Elvis” fala através de uma ótima plot temas universais como: depressão, obsessão, família, responsabilidades, e de quebra, nos traz um relacionamento de pai e filha. Nosso personagem principal se chama Carlos Gutierrez, um fã obcecado por Elvis Presley que renegou sua verdadeira identidade para viver uma vida se passando pelo rei do rock. Carlos canta idêntico a Elvis, faz shows inspiradíssimos no cantor e vive como se fosse o verdadeiro Elvis, deixando de lado traços do Carlos, que no mundo real possui uma filha e uma esposa para criar. 

Mas Carlos está chegando a um momento crítico de sua vida. Para alguém que sempre buscou andar conforme Elvis andava, Carlos está prestes há completar 42 anos, a idade em que Elvis morreu por overdose de medicamentos. O mais interessante no filme é que esse artifício servirá não apenas para adentrar nesse contexto da obsessão de um ser humano por outro, como explorar o saudosismo de certos fãs capazes de destruír suas vidas por alguém que mal conhecem. 


O que me incomodou em “O Último Elvis” foi à superficialidade com que o filme trata o relacionamento de Carlos com sua filha e esposa, o que tira a intensidade no último ato. Carlos nunca foi um pai muito presente na vida da filha, até o momento em que a esposa sofre um acidente e ele precisa cuidar da criança. A partir daí o filme entra no relacionamento dos dois, mostrando não só um aparente amadurecimento da parte de Carlos, como uma quebra de gelo entre pai e filha. Mas ainda assim o que prevalece é a sua adoração por Elvis Presley, o que o leva a tomar certas atitudes extremas e fortes, prejudicando sua família. Mas o que poderia ter um impacto maior, não causa muito efeito pela maneira distante com que é explorado. 

O Último Elvis” é o primeiro filme de Armando Bo como diretor. Ele escreveu o roteiro de “Biutiful” e está trabalhando novamente com o diretor Alejandro Iñarritu no roteiro de “Birdman”, que será lançado ano que vem.

Comentário por Matheus C. Vilela

quinta-feira, 18 de julho de 2013

SPRING BREAKERS - GAROTAS PERIGOSAS

Spring Breakers-EUA
Ano: 2013 - Dirigido por: Harmony Korine
Elenco: James Franco, Selena Gomez, Vanessa Hudgens, Ashley Benson

NOTA: «««««

Sinopse: Candy (Vanessa Hudgens), Faith (Selena Gomez), Brit (Ashley Benson) e Cotty (Rachel Korine) são quatro jovens inconsequentes que assaltam um restaurante para poderem juntar dinheiro e tirar férias na praia durante a primavera norte-americana, num período conhecido como "spring break". No local, elas se envolvem em confusões e acabam presas. Na delegacia, conhecem um criminoso barra pesada (James Franco) que se encanta por elas e tenta convencê-las a integrar seu grupo.


Muito sexo, drogas e adolescentes impulsivos buscando viver a vida sem medo das conseqüências. “Spring Breakers” usa esta realidade (não digo atual, pois adolescente sempre foi assim independente do período) para contar a história de quatro garotas que estão cansadas da mesmice de suas vidas e decidem tirar férias. Sem dinheiro, roubam uma lanchonete e viajam rumo à Flórida. Lá, são pegas numa festa com bebidas e drogas e acabam presas. Passam-se algumas horas e um traficante da região paga a fiança das meninas em troca de um trabalho sujo. 

Não considero “Spring Breakers” uma maravilha de filme, mas confesso que me surpreendeu conseguindo ser além do que esperava. O diretor Harmony Korine, que também escreveu o roteiro, nos entrega um exímio exemplar da juventude atual, desde o seu comportamento até os anseios e curiosidades da maioria dos jovens. Mostrando festas, uso de drogas, bebidas e criando uma alta tensão sexual presente ao longo de todo o filme, “Spring Breakers” é uma obra claustrofóbica que te imerge em um mundo melancólico, cheio de prazeres, mas sem vida. 


Korine filma com closes e inverte a câmera como se as personagens estivessem em transe. A fotografia escura cheia de luzes neon transmite essa sensação de tristeza e vazio acompanhada de uma trilha sonora movida por hip hop e rap que tipificam a geração atual. 

Mas se Korine acerta em transmitir com tanta veracidade e realismo esse mundo de criminalidade, drogas, bebidas e sexo, por outro lado ele derrapa em pouco ousar na sua história. Colocar as quatro protagonistas dentro desse ambiente soa como pretexto para Korine esbanjar sexualidade, com repetidas seqüências de festas, prazer e mulheres lindíssimas dançando sem roupa. 


São tão pouco explorados os problemas das protagonistas que não conseguimos nos identificar com nenhuma delas. O que mais chama a atenção é ver atrizes como Selena Gomez ou Vanessa Hudges de biquíni em cenas sensuais, do que necessariamente entender o que se passa com cada uma delas para decidirem entrar naquele mundo. Tudo bem que adolescente age por impulso e curiosidade, mas elas já estavam mal e infelizes com suas vidas e isso o filme não se aprofunda. E a cena final não convence nenhum pouco por ser exagerada e improvável de acontecer numa história que é pautada no realismo. 

Apesar das atrizes Selena Gomez, Vanessa Hudgens, Ashley Benson e Raquel Korine estarem ótimas como o quarteto principal, quem de fato dá um show é James Franco na pele do traficante de armas e drogas chamado de Alien. Com cabelo de trancinha e dentes de ouro, Franco assusta, causa repulsa e apresenta sua atuação mais emblemática da carreira até agora. Sua presença em cena traz imponência e instabilidade, gerando um desconforto sensacional ao longo do filme. 


Como representação da realidade da juventude atual. “Spring Breakers” é excelente nesse quesito. Mas deixa de explorar os seus personagens deixando um abismo grande entre o público e eles. No entanto, merece ser visto não só por causa dessa realidade triste dos jovens, mas pela atuação memorável de Franco.

Comentário por Matheus C. Vilela

O QUARTETO

Quartet-EUA
Ano: 2012 - Dirigido por: Dustin Hoffman
Elenco: Maggie Smith, Tom Courtenay, Billy Connolly, Pauline Collins

NOTA: «««««

Sinopse: Cissy (Pauline Collins), Reggie (Tom Courtenay) e Wilfred (Billy Connolly) vivem em um lar para músicos aposentados. Diversas personalidades famosas, hoje aposentadas, convivem juntas, treinando seus dotes musicais e relembrando os tempos de sucesso. Todos os anos a casa realiza um concerto para recolher fundos que permitem a sobrevivência da instituição. A celebração, é claro, é feita com apresentações musicais. Porém, quando Jean (Maggie Smith), ex-esposa de Reggie, integra a casa de repouso, a harmonia do local é quebrada. Enquanto os organizadores da festa vêem na presença de Jean uma oportunidade única de refazer o famoso quarteto que interpretou Rigoletto, com Cissy, Reggie e Wilfred, a nova habitante recusa-se a cantar. As amizades e os amores de antigamente são questionados na tentativa de convencê-la.


Primeiro filme dirigido pelo ator Dustin Hoffman, “O Quarteto” é um tipo de filme que se sustenta nos ótimos atores que compõe o seu elenco. Baseado numa peça teatral escrita pelo também roteirista Ronald Harwood, Hoffman consegue extrair interesse de uma história simples e nos fazer se interessar pelos personagens da trama. 

O roteiro assinado pelo ótimo Ronald Harwood (que escreveu obras marcantes como “O Pianista” e “O Escafandro e a Borboleta” e foi o autor da peça que inspirou este filme) concentra-se na história envolvendo o tal quarteto do título, que no passado interpretaram a ópera “Rigoletto” juntos, e terão que lidar, depois de muitos anos, com o reencontro e os ressentimentos do passado. 


Como falei, a história de “O Quarteto” é algo bem simples. Não temos um drama impactante ou cenas marcantes, mas o elenco está tão à vontade e é tão talentoso, que por causa do carisma de atores como Maggie Smith, Tom Courtenay, Billy Connolly e Pauline Collins, o filme torna-se uma experiência não só gratificante como algo singelo e tocante. Vale à pena!

Comentário por Matheus C. Vilela

INVASÃO À CASA BRANCA

Olympus Has Fallen-EUA
Ano: 2013 - Dirigido por: Antoine Fuqua
Elenco: Gerard Butler, Morgan Freeman, Aaron Eckhart, Dylan McDermott

NOTA: «««««

Sinopse: Mike Banning (Gerard Butler) é um dedicado funcionário do serviço secreto americano, que tem por função proteger o presidente Benjamin Asher (Aaron Eckhart) e sua família. Ao levá-los para uma festa de Natal, uma intensa nevasca faz com que o carro em que estão o presidente e sua esposa, Margaret (Ashley Judd), sofra um acidente. Mike consegue salvar Benjamin, mas a primeira-dama morre. A partir de então, Mike é deslocado para um serviço burocrático de escritório em Washington, que ele detesta. Dezoito meses depois, a Casa Branca é atacada por terroristas norte-coreanos. Percebendo o pânico na população e o perigo que o presidente corre, Mike segue para a Casa Branca para ajudar no que pode. Com toda a equipe de segurança local dizimada, ele se torna a única esperança dentro da Casa Branca para combater os terroristas e salvar o presidente.


“Invasão À Casa Branca” começa de um jeito muito eficiente com uma seqüência de ataque ao presidente, e poucos minutos depois temos uma angustiante e empolgante seqüência onde coreanos liderados por um terrorista internacional, invadem a Casa Branca com poder bélico pesado matando civis, explodindo carros e destruindo sem receio o que tiver ao redor. Apesar da ideia de atacar a Casa Branca ser algo clichê no cinema norte americano, e ainda temos outro filme chamado “O Ataque” lançado este ano e que se utiliza da mesma ideia, confesso que o diretor Antoine Fuqua (de filmes como “Dia de Treinamento” e “Lágrimas de Sol”) acerta nesse começo criando uma tensão e ritmo incessantes. 

Mas, infelizmente, se o começo estava sendo um entretenimento prazeroso de ação e muitos exageros, após essa meia hora inicial “Invasão À Casa Branca” começa a querer ficar um filme sério. Nada contra, afinal, boa ação e boa história juntos sempre é algo bem vindo. Entretanto, a falta de uma boa história acaba sendo o pior problema aqui. 


Aproveitando a tensão atual entre os Estados Unidos e as duas Coreias, o longa parte desse contexto atual para criticar e mostrar, do jeito bem norte americano, a soberania do país mais poderoso do mundo. Mas o que não convence são as motivações pouco aprofundadas do vilão e a má desenvoltura dos seus interesses. Querer explodir os Estados Unidos inteiro com bombas nucleares soa plano de vilão de desenho animado e de um filme que não se leva a sério, mas, infelizmente, Fuqua leva a sério mudando assim nossa visão inicial da obra. 

Fora os 30 minutos iniciais, as cenas de ação que temos ao longo de todo o filme também é outro problema. Se passando de noite, a iluminação é tão escura que não entendemos o que está acontecendo em muitos momentos. Ouvimos barulho, vemos explosões, tiros, mas não conseguimos identificar como ocorreu de fato tudo aquilo ali. 


Toda a competência inicial se perde ao longo dos 90 minutos restantes, e “Invasão À Casa Branca” fica um filme tão sonolento e banal quanto sua trama de invadir a casa branca.

Comentário por Matheus C. Vilela

segunda-feira, 15 de julho de 2013

G.I JOE - RETALIAÇÃO

G.I Retaliation-EUA
Ano: 2013 - Dirigido por: Jon M. Chu
Elenco: Dwayne Johnson, Bruce Willis, Channing Tatum, Adrianne Palicki

NOTA: «««««

Sinopse: Um acordo entre as grandes potências define a redução das ogivas nucleares no mundo todo, mas os Estados Unidos, comandados pela organização Cobra, desconsideram o acerto e dão ínicio a um plano de proporções alarmantes. Enquanto isso, seguindo as ordens do presidente americano (Jonathan Pryce), o esquadrão de elite G.I. Joe é acusado de traição e, após ser atacado brutalmente, tem vários de seus integrantes mortos em combate. Agora, os poucos que sobreviveram vão contar com a ajuda do criador dos G.I. Joe, Joe Colton (Bruce Willis), para, liderados por Roadblock (Dwayne Johnson), revidar o ataque em grande estilo.


Após o êxito de “Transformers” em 2007, a Hasbro resolveu investir em adaptações dos seus brinquedos para o cinema. Se os robôs gigantes já eram um sucesso antes e deram certo na telona, a próxima empreitada foi a adaptação dos brinquedos “Comandos em Ação”. Ou, como no original, chamados de “G.I Joe”. 

Arrecadando um pouco mais de 400 milhões de dólares mundialmente, e custado 175 milhões, o primeiro “G.I Joe” não obteve o mega sucesso de Transformes, mas motivou a Paramont a investir num segundo. 


Modificando completamente a fórmula e deixando de lado toda e qualquer preocupação em desenvolver a história dos personagens, este “G.I Joe – Retaliação” muda a estratégia e opta por uma trama básica de vilões querendo dominar o mundo, e os G.I Joe incumbidos de salvá-lo. 

Mudando grande parte do elenco do original, o novo protagonista nesta continuação é Dwayne Johnson, e Bruce Willis participa oferecendo o charme e carisma que o tornaram um ator tão querido do gênero. Com a presença de dois astros como Johnson e Willis, “G.I Joe – Retaliação” ganha um destaque maior, e o diretor Jon M. Chu, que entra no lugar de Stephen Sommers, investe pesado em seqüências de ação movidas a muitas explosões, tiros e lutas corpo a corpo. 


No final das contas, este segundo filme consegue um resultado superior ao original justamente por reconhecer não ter uma grande história, e investir seus recursos no entretenimento. Não saímos do cinema lembrando quais são os personagens ou discutindo situações marcantes da história. É um filme que usa a marca “G.I Joe” dos brinquedos para se vender, e aproveitando a carona, chamam dois atores rentáveis do gênero de ação para aumentar ainda mais o interesse do público pelo filme. Por fim, o longa não se diferencia de outros trabalhos “testosterona” dos atores, e consegue como diversão ser mais empolgante e divertido que o seu predecessor. Principalmente por causa do carisma de Johnson e Willis.

Comentário por Matheus C. Vilela

domingo, 14 de julho de 2013

O NEGOCIADOR

Whole Lotta Sola-INGLATERRA/IRLANDA
Ano: 2013 - Dirigido por: Terry George
Elenco: Brendan Fraser, Albert Brooks, David O´Hara

NOTA: «««««

Sinopse: O filme tem Fraser como um americano, proprietário de uma loja de calçados, aprisionado no meio de um assalto mal sucedido. O ladrão é Jimbo (Martin McCann), um jovem pai desesperado que precisa saldar suas dívidas de jogo ou, então, perder o filho bebê para um gangster local (David O’Hara). Enquanto é mantido como refém em sua loja, Joe Maguire (Fraser) é obrigado a ajudar o ladrão, o que pode ser extremamente difícil, já que a polícia e SWAT cercam o local.


“O Negociador” está sendo vendido erroneamente pela Califórnia Filmes aqui no Brasil com sendo uma fita de ação. Desde capas, pôsteres e propagandas oferecidas pela empresa, tudo sugere que “O Negociador” é esse tipo de filme. Ledo engano! Estrelado por Brendan Fraser e dirigido por um tal de Terry George, que fez o excelente “Hotel Ruanda”, o filme é uma produção inglesa/irlandesa que se intitula uma comédia onde busca ter aquele humor negro e reviravoltas inesperadas de um “Na Mira do Chefe”. As intenções são boas e a história até possui potencial para seguir caminhos interessantes, mas a má execução do material impedem o filme de ir além e o que temos é um embaralhado de situações, um desenrolar longo e uma narrativa lenta e cansativa. 

A história foca em vários personagens que em determinado momento irão se encontrar, desencadeando o momento clímax da história. Primeiro, temos Fraser como um americano que está na Irlanda cuidando, temporariamente, da loja de moveis antigos do irmão que viajou para África. Em segundo, um rapaz endividado com um gangster que ameaça pegar o seu filho como forma de pagamento, então, ele decide roubar uma loja de peixes e durante a fuga se esconde na loja de Fraser. Em terceiro, temos um policial interpretado por Colm Meaney que com o ocorrido acaba tomando a frente do caso. E sem falar do próprio gângster que teve uma bolsa muito valiosa roubada pelo rapaz endividado durante o assalto na loja de peixes. 


Como você pode ver são diversas situações que equivocadamente se cruzarão gerando todos os conflitos e revezes do roteiro. Mas o problema não acaba sendo apenas a forma pouco criativa e empolgante com que o diretor Terry George faz esse cruzamento de tramas, mas o roteiro opta por injetar momentos sentimentais ligando certos personagens com motivos estúpidos e extremamente mal explorados pelo roteiro. Além de não acrescentarem nada e não trazer profundidade alguma aos personagens, o ritmo do filme só despenca ainda mais. 

A tentativa de fazer esse humor mais fechado e seco, típico dos europeus, com pitadas de ação e revelações surpreendentes, não surte efeito e o resultado é um ótimo sonífero. Como consolo, destaco a bonita e bem realizada fotografia. Mas de resto, “O Negociador” é um exemplar fraquíssimo.

Comentário por Matheus C. Vilela