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sábado, 5 de julho de 2014

MUDAMOS!!!


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segunda-feira, 23 de junho de 2014

NoCinema: TRANSCENDENCE - A REVOLUÇÃO

Transcendence-EUA
Ano: 2014 - Dirigido por: Wally Pfister 
Elenco: Johnny Depp, Paul Bettany, Rebecca Hall

NOTA: «««««

Sinopse: O dr. Will Caster (Johnny Depp) é o mais famoso pesquisador sobre inteligência artificial da atualidade. No momento ele está trabalhando na construção de uma máquina consciente que conjuga informações sobre todo tipo de conteúdo com a grande variedade de emoções humanas. O fato de se envolver sempre em projetos controversos fez com que Caster ganhasse notoriedade, mas ao mesmo tempo o tornou o inimigo número 1 dos extermistas que são contra o avanço da tecnologia - e por isso mesmo tentam detê-lo a todo custo. Só que um dia, após uma tentativa de assassinato, Caster convence sua esposa Evelyn (Rebecca Hall) e seu melhor amigo Max Waters (Paul Bettany) a testar seu novo invento nele mesmo. Só que a grande questão não é se eles podem fazer isto, mas se eles devem dar este passo.



O diretor de fotografia em um filme é tão importante quanto o próprio diretor. Em alguns aspectos, até mais. Enquanto o diretor delega os trabalhos para cada departamento, expondo suas ideias e trabalhando para colocar em prática sua visão, o diretor de fotografia é o que dá o tom visual da imagem do filme e aquele que cuida de toda a dinâmica da câmera. Por isso que é extremamente comum um diretor de fotografia assumir a direção de um longa-metragem. 

Portanto, o que esperar de um filme dirigido por Wally Pfister, ganhador do Oscar de melhor fotografia por “A Origem” e que trabalhou nos filmes de Christopher Nolan (Trilogia Batman) desde “Amnésia”? Sem falar que temos Johnny Depp como protagonista e uma história que fala de neurociência e os perigos da tecnologia autossuficiente. O mínimo que se espera é uma obra boa que faça jus a tantos pontos a favor. Mas também quando o resultado final passa longe disso, a decepção é absurdamente grande. 


Ouvindo todo o murmurinho dos críticos norte-americanos com o filme já fui com a mentalidade de que seria uma bomba. Mas ainda assim, com certa esperança por ter um dos meus atores preferidos da atualidade. No fim, confesso que não acho o filme uma porcaria, mas, de fato, está longe de ser uma obra espetacular. Há momentos competentes e gosto desse ritmo ascendente de tensão e pesado, um tom que nitidamente remete ao cinema de Nolan, mas “Transcendence”, infelizmente, está muito aquém do que poderia ter sido. 

Primeiro porque o filme comete aquele pecado mortal, muito comum em Hollywood, de conduzir sua história a favor de um romance e achar que sem isso o público dificilmente se identificará com o filme. Ou por simplesmente achar que um casal apaixonado na história dará maior profundidade e emoção ao mesmo. Tudo papo furado! O próprio Nolan já provou que isso não é necessário, e aqui, o roteiro de “Transcendente” faz questão de não se aprofundar nas questões mais interessantes da história, passando superficialmente por elas, para focar principalmente na relação amorosa dos personagens de Johnny Depp e Rebecca Hall, que são casados e procuram viver juntos, mesmo depois da consciência de Depp ter sido upada para um computador. 


Como se não bastasse, o filme é incessante nas frases de efeito e naquele clima melancólico e emotivo querendo criar o suspense em torno do casal protagonista. Se fosse o tom explicativo e realista do Nolan juntamente com uma história focada nos temas que ela aborda, criando um conflito que envolvesse as consequências de ter um máquina dominando o planeta, o filme poderia ter sido muito melhor e interessante de se assistir. Aqui, como já dito, tudo é desperdiçado em um romance nada envolvente, e os demais conflitos são postos em segundo plano. Os grupos pró-orgânicos, que no começo do filme atacam várias empresas de nanotecnologia e atiram no personagem de Depp, são meros coadjuvantes e sua causa nunca é delineada para o público que mal consegue julgar se são válidas ou não. E pra piorar ainda mais, o roteiro com frequência busca resoluções instantâneas não explicando como algumas coisas acontecem. Exemplo disso é a volta de Johnny Depp em carne osso nos instantes finais do filme e cuja unica justificação do roteiro é a frase "eu arrumei um jeito de voltar" (?), e que se exploda o público para entender como.

Equivocado e mal aproveitado, “Transcendence” entra no hall dos filmes que tinham tudo pra dar certo mas no fim, foram prejudicados por um péssimo roteiro. Há momentos que você se envolve, não é um filme impossível de se ver, mas olhando o potencial que tinha, é realmente triste e frustrante, principalmente em ver um ator competente e criativo como Johnny Depp se perdendo numa fase alarmante de sua carreira. Seu último filme memorável foi em 2007 com “Sweeney Todd – O Barbeiro Demoníaco da Rua Fleet”, depois disso... uma pena. Fraco!

Comentário por Matheus C. Vilela

NoCinema: VIZINHOS

Neighbors-EUA
Ano: 2014 - Dirigido por: Nicholas Stoller
Elenco: Seth Rogen, Zac Efron, Rose Byrne

NOTA: «««««

Sinopse: Mac (Seth Rogen) e Kelly Radner (Rose Byrne) acabaram de se mudar para uma casa nova, junto com o filho recém-nascido deles. Aparentemente trata-se do local perfeito para criar uma família, mas logo o casal percebe que as aparências enganam. Especialmente quando um dos vizinhos é Teddy Sanders (Zac Efron), que lidera os jovens das redondezas nas confusões aprontadas por eles.



Comédia, como sempre falo, é uma coisa complicada de se avaliar. Principalmente por ser algo que depende muito de cada pessoa e do estilo de humor que ela se identifica. Particularmente, gosto muito e sempre me divirto com as comédias de Seth Rogen: “Ligeiramente Grávidos”, “Pagando Bem, Que Mal Tem?”, “Paul – Um Alien Fugitivo”, “É o Fim” e agora este “Vizinhos”. Cada um desses filmes apresenta um estilo de humor que não tem vergonha da falta de pudor e abusam das referências com filmes e séries.

“Vizinhos” segue o casal Mac (Seth Rogen) e Kelly Radner (Rose Byrne), que se mudaram para a casa nova com o seu bebê recém-nascido vivendo o sonho de suas vidas. Mas a paz dos dois é ameaçada quando uma fraternidade de uma das universidades da cidade se muda para a casa ao lado. Conhecidos pelas festas agitadas, a disputa entre os dois lados começa.


Falando assim parece meio boba a história, e de fundo é mesmo. O divertido, e o que vale a pena em “Vizinhos”, são as situações criativas e o humor escatológico que brinca sem medo com as deformidades humanas, os estereótipos e as várias referências com filmes e séries colocadas certeiramente nos diálogos.

No elenco, quem surpreende é Zac Efron que interpreta o líder da fraternidade. Efron brinca com ele mesmo, não tem vergonha de se expor ao ridículo tirando sarro da sua imagem de galã teen, se mostra à vontade se divertindo muito. Aliás, é um tipo de humor que se encaixou perfeitamente com ele e Seth Rogen, que estrela e produz o filme, soube usá-lo muito bem. 


Vizinhos” é uma comédia excelente, com momentos inspiradíssimos e diversas piadas ótimas. É um tipo de humor que não é para todos, mas afinal, que humor conquista a aprovação unânime? E nesse caso, principalmente para os fãs de Seth Rogen e cia., o filme vale muito a pena.

Comentário por Matheus C. Vilela

sábado, 21 de junho de 2014

NoCinema: COMO TREINAR O SEU DRAGÃO 2

How To Train Your Dragon 2-EUA
Ano: 2014 - Dirigido por: Dean DeBlois
Vozes de: Jay Baruchel, Gerard Butler, Cate Blanchett

NOTA: «««««

Sinopse: Cinco anos após convencer os habitantes de seu vilarejo que os dragões não devem ser combatidos, Soluço (voz de Jay Baruchel) convive com seu dragão Fúria da Noite, e estes animais integraram pacificamente a rotina dos moradores da ilha de Berk. Entre viagens pelos céus e corridas de dragões, Soluço descobre uma caverna secreta, onde centenas de novos dragões vivem. O local é protegido por Valka (voz de Cate Blanchett), mãe de Soluço, que foi afastada do filho quando ele ainda era um bebê. Juntos, eles precisarão proteger o mundo que conhecem do perigoso Drago Bludvist (Djimon Hounson), que deseja controlar todos os dragões existentes.


Como Treinar o Seu Dragão”, de 2010, é para mim a melhor animação da DreamWorks até hoje. Ponto. Quando lançada minha reação ao término do filme foi de extrema surpresa por ter assistido uma obra madura, emocionante e profunda na construção dos seus personagens. Principalmente ao abordar a deficiência física de maneira sutil e ao mesmo tempo memorável. Isso sem falar das relações familiares muito bem desenvolvidas. Tudo isso era algo que a DreamWorks nunca havia apresentado antes quando começou a fazer animações em formato tridimensional com “FormiguinhaZ”. O estúdio sempre era sinônimo de continuações e filmes cômicos, principalmente quando “Shrek” estreou. Mas com “Como Treinar o Seu Dragão” a empresa mostrou outra cara. 

Mas, claro, velhos hábitos nunca mudam. A DreamWorks sempre foi adepta de continuações de filmes que fazem sucesso. Acertou com “Shrek 2” e “Kung Fu Panda 2”, que considero melhores que o original, mas derrapou feio com “Shrek Terceiro” e “Shrek Para Sempre” que são um vexame para a franquia do ogro. E com o grande sucesso de “Como Treinar o Seu Dragão”, quatro anos depois estamos aqui assistindo “Como Treinar o Seu Dragão 2” no cinema. 


O filme não faz feio em relação ao original amadurecendo os personagens e trazendo uma relação familiar ainda mais tocante e emocionante que o primeiro, com uma nova personagem que aparece, na história do filme, depois de muitos anos de ausência. Estou falando da mãe do protagonista Soluço, Valka, que foi dada como morta ainda quando ele era criança. A relação de Soluço, do seu pai Stoick e de Valka se dá de um jeito irretocável e confesso que me emocionei com uma construção tão bela do encontro de Soluço com ela, e posteriormente, do reencontro dela com Stoick. 

A animação também não poderia estar mais bela. Agora com os moradores da Ilha de Berk domando os dragões, abriu-se caminhos para eles conhecerem outros mundos. Aqui, temos diferentes cenários sendo cada um mais belo que o outro. As cenas de voo são lindíssimas e utilizam da melhor maneira possível o recurso do 3D. Aliás, o 3D no primeiro filme já foi algo eficiente, e agora no segundo é ainda melhor ajudando bastante a nossa imersão nas cenas, sejam nas sequencias de ação ou nos momentos em que estamos sendo apresentados a uma terra diferente. 


Só que nem tudo são mil maravilhas em “Como Treinar o Seu Dragão”. Apesar de manter o padrão de qualidade em relação ao anterior em alguns aspectos, o filme perde quando falamos do seu vilão. Agora temos um vilão, e é complicado quando o que há de mais interessante no filme são situações que não envolve em nenhum momento o vilão, que aqui é um sequestrador de dragões que almeja dominar o mundo utilizando os mesmos, e para isso, possui o controle de um dragão alfa e está formando um exército dos bichos para executar o seu plano. Porém, a sensação deixada é a de que os roteiristas não encontraram uma saída melhor para o confronto no ato II do roteiro. O vilão é um figura que nunca se destaca, suas motivações são superficialmente exploradas e é extremamente apático. Apesar de termos uma cena onde discursa para Soluço os motivos de suas atitudes, ainda assim, ele nada convence e pouco é aprofundado. Parece estar ali apenas por uma obrigação, não por acrescentar algo ou ser importante. 

Fora isso, “Como Treinar o Seu Dragão 2” não decepciona. É um filmaço lindo e emocionante! Dirigido dessa vez por Dean DeBlois, o diretor já foi confirmado no comando do terceiro filme e agora é esperar com bom ânimo e empolgação retornar à Ilha de Berk e vivenciar mais uma outra grande aventura com Soluço e Banguela. Recomendado!

Comentário por Matheus C. Vilela

quarta-feira, 18 de junho de 2014

Series: SILICON VALLEY - 1ª TEMPORADA

Silicon Valley 1º season-EUA 
Total de episódios: 08 
Ano: 2014 

NOTA: «««««

Sinopse: Richard (Thomas Middleditch), Big Head (Josh Brener), Gilfoyle (Martin Starr) e Dinesh (Kumail Nanjiani) são programadores tão inteligentes quanto introvertidos. Eles trabalham na companhia Hooli, no Vale do Silício, e vivem sob a "custódia" de Erlich, um milionário que os deixa morarem em sua casa de graça - desde que ele ganhe 10% dos lucros dos projetos dos garotos.  


Confesso que não sou um cara empolgado para séries de comédia. Mas quando vi que “Silicon Valley” era produzida pela HBO, meio que deixei o medo de lado e resolvi dar um voto de confiança, afinal, estamos falando é da HBO, que produz hoje um dos melhores conteúdos para a TV. E a série tem por finalidade mostrar como se é a vida no Vale do Silício, localizado na Califórnia e onde se encontra as grandes empresas de tecnologia do mundo. 

A história foca num grupo de seis programadores que buscam alcançar o sucesso no Vale do Silício. Um deles se chama Richard (Thomas Middleditch) que cria um algoritmo inovador de compressão de arquivos, capaz de compactar grandes quantidades de dados em um tamanho bem menor. Após a cria de Richard, o grupo busca investimento para o projeto e recebe a ajuda de um bilionário do ramo chamado Peter Gregory (Christopher Evan Welch, que faleceu no período de gravação da série aos 48 anos), que aceita patrocinar a ideia para impedir que o seu rival, Gavin Belson (Matt Ross), outro bilionário da área, consiga o produto. 


Diferente do que é costumeiro em séries cômicas, “Silicon Valley” não utiliza risadas gravadas e procura investir numa história sequencial. Os oito episódios, apesar de cada um possuir o seu arco, no final de tudo, completam uma única história. Isso é bom, pois oferece não apenas profundidade à trama central, como cria um interesse maior por parte do público em querer saber como será o fim daquilo. 

Com atores excelentes e um tom de humor que explora a fundo os estereótipos desse mundo de gênios da tecnologia, a interação do elenco e a maneira equilibrada de fazer o humor sem deixar o interesse central de lado são características certeiras da série. Apesar de algumas situações resolvidas rapidamente, ainda assim, “Silicon Valley” possui um humor maduro até mesmo quando este soa boboca. Pena que só possui 8 episódios porque acompanhar essa turma é uma prazer imensurável. Que venha a segunda temporada!

Comentário por Matheus C. Vilela

terça-feira, 17 de junho de 2014

10 MELHORES MOMENTOS DE "MATAR QUALQUER UM" EM GAME OF THRONES 4ª TEMPORADA

CUIDADO! ZONA DE SPOILERS! SE VOCÊ AINDA NÃO ASSISTIU OU ESTA VENDO A QUARTA TEMPORADA, NÃO LEIA!

O quarto ano chegou ao fim e agora é esperar ano que vêm para acompanhar personagens tão queridos, e outros nem tanto mas que complementam nossa experiência. Esta quarta temporada foi recheada de cenas marcantes e escolhi aqui os meus 10 MELHORES MOMENTOS DE GAME OF THRONES SEASON 4

Quais são os de vocês? 

10 - A queda de Lysa Arryn


A irmã megera de Catelyn Stark finalmente foi despachada, e não por qualquer pessoa, mas jogada das alturas por Peter “Mindinho” Baelish, um dos personagens mais instigantes e imprevisíveis da série.

09 - A Morte de Ygritte


Durante a batalha dos Selvagens contra os Guardiões da Muralha no nono episódio, temos um momento emocionante quando a querida de John Snow, Ygritte, é morta em combate. E de frente para o seu amado!

08 - As Crianças e o Corvo de Três Olhos


É um momento que só serve para acrescentar muitos porquês na nossa cabeça. No último episódio da temporada, Brandon Stark é levado até as chamadas “As Crianças” e ao Corvo de Três Olhos. Uma cena que traz uma batalha eficiente envolvendo esqueletos e introduz um assunto que só vamos conhecer melhor no quinto ano. Principalmente para entender melhor o que o velho/corvo de três olhos quis dizer quando, voltado para Brandon, disse: “você nunca andará novamente, você irá voar!” (what the hell?!)

07 - O Rei do Norte


Muitos fãs dos livros ficaram irritados com a aparição do Rei do Norte? Pelo menos é o que parece, mas faça meu favor, a cena foi espetacular e deixou um gosto enorme de quero mais. O rei dos Night Walkers mostrado no final do quarto episódio foi sim um pequeno spoiler do que esperar no futuro. Vimos rapidamente naquela cena o que acontece com os bebês que são deixados na floresta e como é a vida além da muralha.

06 - A morte de Oberyn Martell


Muitos acharam que Oberyn seria um personagem frequente na série. Não! Sua participação é breve mesmo, e aqui o personagem é magistralmente interpretado por Pedro Pascal. Numa luta insossa com Gregor Clegane, apelidado de “A Montanha”, seu fim é o mais surpreendente e impactante de todos: Clegane esmaga a cabeça de Oberyn espalhando muita “carne moída” e sangue no chão!

05 - Selvagens VS. Guardiões da Muralha: A Batalha por Castle Black


Um episódio inteiro cheio de ação e focado exclusivamente na invasão dos Selvagens na Muralha, o nono capítulo foi um belo espetáculo com muita ação, dinamismo e um John Snow, ALELUIA, mostrando alguma utilidade. O capitulo também apresenta um elemento novo: os gigantes que são mostrados pela primeira vez, e em ação!

04 - Brienne de Tarh VS. Sandor “The Hound” Clegane


Brienne saiu de Westeros para encontrar Arya. Ao achar a garota, ela é desafiada por Sandor “The Hound” Clegane, que está cuidando da menina. Felizmente, temos uma sequência de luta digna e muito bem coreografada, diferente de outros momentos anteriores nada empolgantes da série. Aqui, socos, chutes na virilha, pedrada na cabeça enchem uma disputada frenética e mortal entre os dois guerreiros. No fim, Brienne leva a melhor, e Sandor é deixado para morrer. Arya, mesmo assim, consegue escapar, mas antes, vai ao encontro do seu ex-inimigo que durante a temporada ficaram bem próximos. O resultado? Um momento de despedida seco, mas emocionante entre os dois.

03 - A libertação de Tyrion Lannister


Tyrion é o personagem mais querido da série, isso é fato! E como sofreu nesta quarta temporada, sendo acusado de matar alguém que não matou. Mas quando seu irmão Jaime o liberta da prisão, um dia antes de ser sentenciado a morte, Tyrion vai tirar satisfação com o seu pai Tywin Lannister e o seu ex-amor Shae. O momento é um dos mais emocionantes e surpreendentes da história da série, principalmente por presenciarmos uma mudança radical na postura de Tyrion.

02 - A morte de Joffrey Baratheon


Filho da mãe! Filho da mãe! Filho da mãe! Felizmente chegou o tão sonhado momento, logo no segundo episódio da temporada, a morte do rei Joffrey Baratheon! O garoto que fez cair os cabelos de muita gente ao longo de três temporadas não recebe o fim que eu daria pra ele, no entanto, ver Joffrey morto já é uma alegria sem tamanho.

01 - O julgamento de Tyrion Lannister 


Um dos momentos mais tocantes e impactantes desta quarta temporada, o julgamento de Tyrion Lannister nos faz se identificar e torcer mais ainda pelo personagem. Seu discurso de desabafo e revolta contra todas as injustiças já sofridas por ele, principalmente por causa de pessoas que amava e se preocupava, é digno de ser lembrado sempre. E nos traz um Peter Dinklage incrível e arrebatador, numa atuação que é impossível não ficar arrepiado. Guarde minhas palavras: Dinklage será indicado ao Emmy e Globo de Ouro, principalmente, por esse episódio. 


Comentários por Matheus C. Vilela

quinta-feira, 5 de junho de 2014

NoCinema: A CULPA É DAS ESTRELAS

The Fault in Our Stars/EUA
Ano: 2014 - Dirigido por: Josh Boons
Elenco: Shailene Woodley, Ansel Elgort, Willem Dafoe

NOTA: «««««

Sinopse: Hazel é uma paciente terminal. Ainda que, por um milagre da medicina, seu tumor tenha encolhido bastante — o que lhe dá a promessa de viver mais alguns anos —, o último capítulo de sua história foi escrito no momento do diagnóstico. Mas em todo bom enredo há uma reviravolta, e a de Hazel se chama Augustus Waters, um garoto bonito que certo dia aparece no Grupo de Apoio a Crianças com Câncer. Juntos, os dois vão preencher o pequeno infinito das páginas em branco de suas vidas. 


Entre os representantes da atual geração na literatura infanto-juvenil, John Green é aquele que foge completamente do universo fantástico de vampiros, lobisomens, bruxas, dragões e outros personagens tão presentes hoje, mais do que nunca, na cultura pop. Pode-se dizer que Green é o representante nato dessa geração, trazendo em seus livros não apenas a maneira jovem de se falar, mas conseguindo através de histórias simples, de temáticas reais e presentes no cotidiano, entender os tipos de reação e atitudes do adolescente. 

“A Culpa É Das Estrelas” foi o BOOM de John Green. Ao contar a história de amor de dois adolescentes que sofrem de câncer, Green trabalha em cima dos velhos clichês, mas ao mesmo tempo, fugindo deles. Como fugindo? Simples. O primeiro ponto diferenciado é a maneira irreverente e irônica que o autor lida com a doença dos personagens através deles. Os protagonistas Hazel Grace e Augustus Waters sabem que um dia irão morrer, sentem por isso, temem por isso, mas não deixam de enxergar a doença como uma brincadeira. Compartilhando dos mesmos pesares dentro de uma situação comum para eles, enxergar com sarcasmo e ironia é a melhor forma de viver com menos dor. Rir de si mesmo é um remédio muito mais eficiente do que chorar de si mesmo. 


Quando li “A Culpa É Das Estrelas” era impossível não imaginar como aquela história daria um filme legal. Tudo bem que temos centenas de filmes de pessoas doentes, e geralmente são obras com grande capacidade de nos fazer chorar, mas o texto de John Green tinha algo diferente, a sua já citada irreverência com um tema tão delicado é a força motriz que nos faz torcer e se identificar com os seus personagens, e posteriormente, é também a grande responsável pela enxurrada de emoções. 

Felizmente, o longa dirigido por Josh Boone e escrito por Scott Neustadter e Michael H. Weber mantém todas essas qualidades da obra de Green, criando um filme extremamente fiel à obra literária, desde diálogos até cada acontecimento na história, assistir “A Culpa É Das Estrelas” é como estar lendo o livro simultaneamente. Minha única ressalva é em relação aos pais da protagonista e os do seu namorado Augustus. No livro, há um aprofundamento maior na convivência entre eles que no filme é construído bem de por alto, o que tira o impacto de certos momentos lá na frente. Principalmente entre Hazel e sua mãe. 


E não posso falar de “A Culpa É Das Estrelas” sem elogiar as ótimas atuações. Vamos primeiro com Shailene Woodley. A atriz já tinha me conquistado em “Os Descendentes” de 2011, como a filha do George Clooney, protagonizou “Divergente” este ano querendo colocar o seu nome nos holofotes com uma adaptação de um “BEST-SELLER MUNDIAL!” (uhuu!), mas é com “A Culpa É Das Estrelas” que Shailene será lembrada pelo público. Apesar de ser também uma adaptação de um livro infanto-juvenil, Shailene aqui realmente tem chances de brilhar e a atriz agarra com força essa oportunidade. Considero uma das melhores atuações do ano até agora, e sem dúvida é uma comprovação de que Shailene tem talento para ir muito além. 

Ansel Elgort é outro que surpreendente. Carismático e convincente, o ator nos diverte na pele de Augustos Waters com os seus flertes, e quando a doença se agrava, Elgort mostra que não está ali para ser apenas um rostinho bonito. Elogios também para Willem Dafoe (o Duende Verde em "Homem-Aranha"), ótimo na pele do escritor Peter Van Houten. 


Alguns podem achar que “A Culpa É Das Estrelas” é meramente mais um filme melodramático de personagens com câncer como tantos outros que conhecemos. Superficialmente até concordo, aliás, há os momentos onde o uso da trilha, da câmera e a construção da cena são feitas com a nítida intenção de fazer o público chorar. E consegue, só ressaltando. Mas “A Culpa É Das Estrelas”, seja o livro ou o filme, não é algo original, não mesmo. No entanto, existe ali um trabalho diferenciado com o tema e uma maneira de passar aquela história sem deixá-la cair no novelão banal e cansativo. Sem dúvida, é um filme para se guardar no coração, ser sentido e assistido com total entrega. Recomendado!

Comentário por Matheus C. Vilela

terça-feira, 3 de junho de 2014

A CULPA É DO JOHN GREEN

Livro: A Culpa É Das Estrelas
Autor: John Green
Ano: 2012

NOTA: «««««


A culpa é das estrelas é um livro que, nos últimos anos, conquistou o coração de diversas pessoas por todos os cantos. Eu fui uma dessas. 

Logo na capa, uma citação de Marcus Zusak te avisa: “Você vai rir, vai chorar e ainda vai querer mais.”. A dica é: nunca (para dar mais ênfase: NUNCA!) duvide de Marcus Zusak ou, pros leigos em literatura popular, o escritor de A Menina Que Roubava Livros. 

Como esperado, eu ri, chorei e depois de tanta emoção junta, eu quis mais. John Green, o autor do livro, fez a mim e a milhares de garotas ao redor do mundo nos sentirmos como Hazel Grace Lancaster, a protagonista de 16 anos que tem câncer na tireoide com metástase no pulmão e uma paciente terminal. Não compare Hazel Grace a qualquer outra personagem do cinema ou da literatura que possua algum tipo de doença grave porque ela tem uma singularidade nunca vista antes. 

Com seus olhos verdes e sua mania de achar que viver sozinha é melhor, Hazel conquistou o coração do (lindo, maravilhoso, cheiroso, charmoso) Augustus Water ou, pros mais íntimos, Gus, outro personagem incrível que vai ganhar seu coração. Gus tem 17 anos e possuiu osteossarcoma, câncer que afeta os ossos e “atualmente”, é um SEC – “sem evidencia de câncer”- que precisou amputar a perna direita. 


São com esses personagens juntamente com Isaac, amigo de ambos que possui câncer ocular, que John Green te faz viver em um universo paralelo em que Hazel e Gus estão ali, vivendo seu “pequeno infinito” ao seu lado. E, apesar de, em certos momentos, quebrar seu coração e te fazer chorar, seria uma honra ter um trio de amigos tão lindos logo ali. 

Não, não vou dar spoiler de nada, mas, se você pretende ver o filme nos cinemas, fique com minha dica de: Por favor! Leva bastante lencinhos para o caso de o filme ser tão emocionante quanto o livro. 

Caso se interesse por livros, por favor, leia-o. Você vai amar isso eu te garanto! 

Curiosidade que você precisa saber para não fazer feio no cinema

Sabe por que a culpa é das estrelas se elas não fizeram nada? 

Hazel Grace é uma personagem dedicada a uma menina de verdade (!). Seu nome é Esther Grace (qualquer semelhança é mero abuso do autor do livro que também é amigo de Esther, tendo a conhecido em uma conferência sobre Harry Potter (Oh... John Green, não seja um autor tão perfeito!). Esther morreu em agosto de 2010, mas foi eternizada no livro sendo “reencarnada” em Hazel. O autor explica que Hazel não se parece com Esther, mas, sem esta, não teria conseguido escrever o livro que passou 10 anos sendo construído. No persa, Esther significa Estrela o que explica bastante o titulo do livro. 


Foi lançado também um livro sobre Esther Grace (e não Hazel) com o nome “This Star Won’t Go Out”, que tinha como sonho ser escritora. Eternizada em “A Culpa É Das Estrelas”, Esther também teve o seu livro publicado com suas cartas, diários e contos de forma independente, tudo sendo montado pela família juntamente com a ajuda de John Green. 

Por fim, acho que precisamos dizer: obrigada, Esther. 

“Não sou formada em matemática, mas sei de uma coisa: existe uma quantidade infinita de números entre 0 e 1. Tem o 0,1, 0,12 e o 0,112 e uma infinidade de outros. Obviamente, existe um conjunto ainda maior entre o 0 e o 2, ou entre o 0 e o 1 milhão. Alguns infinitos são maiores que outros... Há dias, muitos deles, em que fico zangada com o tamanho do meu conjunto ilimitado. Eu queria mais números do que provavelmente vou ter.” – Hazel Grace


Comentário por Lohany Fernandes

domingo, 1 de junho de 2014

No Cinema: NO LIMITE DO AMANHÃ

Edge of Tomorrow/EUA
Ano: 2014 - Dirigido por: Duncan Liman
Elenco: Tom Cruise, Emily Blunt, Bill Paxton

NOTA: «««««

Sinopse: Quando a Terra é tomada por alienígenas, Bill Cage (Tom Cruise) é obrigado a juntar-se às Forças Armadas e ir para a linha de frente no dia do confronto final. Inexplicavelmente ele acaba preso no tempo, condenado a reviver esta data repetidamente. A cada morte e renascimento, Cage adquire mais conhecimento e, antecipando os acontecimentos, tem a chance de mudar o curso da batalha com o apoio da guerreira Rita Vrataski (Emily Blunt).


Apesar de bons filmes nos últimos anos e um quarto capítulo excelente da franquia “Missão Impossível”, Tom Cruise não conseguia emplacar um projeto original e muitos menos fazer algo que ganhasse a atenção do público, fora claro, a já citada franquia que o tornou um hit. Agora a chance reaparece com este “No Limite do Amanhã” trazendo uma história de viagem no tempo misturada com alienígenas e um visual nitidamente inspirado em vídeo games. O resultado final de tudo isso? Um filmaço marcante que abre novos ares para um Tom Cruise já estabelecido, que possui a chance de ouro de, possivelmente, abrir uma nova franquia. Não que isso seja algo bom ou necessário aqui, mas... você sabe como funciona Hollywood, né? 

Dirigido por Duncan Liman, um diretor que sabe filmar uma ação e criar ritmo, foi ele quem dirigiu o primeiro Bourne (A Identidade Bourne) e o sucesso “Sr. e Sra. Smith”, que resultou no casal mais comentado do cinema, Liman faz aqui o seu melhor trabalho lidando com uma história que por si só já é complexa por envolver viagem no tempo, um assunto tão complicado que se explicar demais ou explicar de menos, o resultado, independente do caminho, pode levar a desgraça, mas, se bem trabalhado, gera clássicos como “De Volta Para o Futuro”, “O Exterminador do Futuro”, “A Máquina do Tempo” de 1960 e “Feitiço do Tempo”, que é outra grande inspiração para este “No Limite do Amanhã”. 


A trama nos apresenta Bill Cage (Cruise), um marqueteiro do governo norte-americano responsável por vender ao povo os novos armamentos de guerra criados para bater de frente com os seres alienígenas que invadiram o planeta. Após chantagear um oficial, Cage é forçado a se juntar às Forças Armadas e ir para a linha de frente no intitulado dia do Combate Final. Durante o confronto, Cage é morto e inexplicavelmente retorna no tempo voltando ao momento em que acorda na base das Forças Armadas. Toda vez que Cage morre, ele volta para o mesmo local reiniciando o dia. Para entender o que está acontecendo e encontrar uma solução para a guerra, ele vai receber ajuda de Rita Vrataski (Emily Blunt), uma guerreira do exército que já passou pelo mesmo problema de Cage. 

Se formos olhar os elementos, a estrutura e o objetivo central de “No Limite do Amanhã” veremos situações comuns que já vimos em outros filmes. Mas o grande acerto de Duncan Liman e dos roteiristas Christopher McQuarrie, Jez Butterworth e John-Henry Butterwoth, que se basearam na light novel do escritor japonês Hiroshi Sakurazaka (“All You Need Is Kill”), é justamente pegar esses elementos velhos e criar um filme novo que coloca o telespectador dentro da história e principalmente em fazê-lo se interessar por uma causa. Seja o destino da humanidade, ou o fim que terá os personagens de Cruise e Blunt, tudo isso é de alta importância e de enorme peso para o arco dramático do roteiro. 


Outro grande acerto é o filme nunca se entregar completamente ao romance. Existe, obviamente, o interesse amoroso entre Tom Cruise e Emily Blunt ao longo da história, mas nunca há uma entrega do roteiro pra esse lado. A relação dos dois sempre é mantida em segundo plano dentro de um contexto maior, já que ambos, como conhecem a experiência de voltar no tempo, se veem como a chave para a salvação do planeta. 

Com uma edição maravilhosa que apresenta com eficiência e dinamismo os primeiros momentos de aprendizado do personagem de Cruise com a experiência única de voltar no tempo, e a maneira como evolui suas técnicas de combate toda vez que retorna, o filme nunca perde o ritmo e se mantêm frenético todo instante. E um frenesi que não deixa a história de lado para se preocupar com a ação que acontece, felizmente, quando necessário e dentro de um objetivo. Nada é gratuito. 


Voltando a falar novamente de Tom Cruise, o ator merecia um trabalho assim. Torço para que faça sucesso e Cruise seja reconhecido, novamente, fora do universo “Missão Impossível”. Além de sempre simpático em tela, o ator consegue transmitir veracidade nas suas ações nunca apresentando uma performance no automático. Em cada um de seus filmes, Cruise parece se dedicar e buscar fazer o melhor. Sua química com Emily Blunt funciona e ambos são duas peças importantes para o êxito deste projeto. Além das outras qualidades já citadas, claro. 

Surpreendente em todos os aspectos, “No Limite do Amanhã” é, me desculpe Capitão América e Wolverine, o melhor filme do intitulado verão norte-americano deste ano até agora. O melhor por trazer algo diferente que faz a gente querer prestar atenção, torcer por algo, confiar e acreditar que dará certo, e no fim, faz você pensar na história e avaliar os detalhes. Um filme que instiga debate, que empolga na ação, que possui efeitos visuais excelentes, e claro, dois atores e um diretor que merece todos os elogios. Vá correndo para o cinema porque “No Limite do Amanhã” vale muito a pena!

Comentário por Matheus C. Vilela

sexta-feira, 30 de maio de 2014

NoCinema: MALÉVOLA

Maleficent/EUA
Ano: 2014 - Dirigido por: Robert Stromberg
Elenco: Angelina Jolie, Elle Fanning, Sharlto Copley

NOTA: «««««

Sinopse: Baseado no conto da Bela Adormecida, o filme conta a história de Malévola (Angelina Jolie), a protetora do reino dos Moors. Desde pequena, esta garota com chifres e asas mantém a paz entre dois reinos diferentes, até se apaixonar pelo garoto Stefan. Os dois iniciam um romance, mas Stefan tem a ambição de se tornar líder do reino vizinho, e abandona Malévola para conquistar seus planos. A garota torna-se uma mulher vingativa e amarga, que decide amaldiçoar a filha recém-nascida de Stefan, Aurora. Aos poucos, no entanto, Malévola começa a desenvolver sentimentos de amizade em relação à jovem e pura Aurora.


Estamos vivendo tempos onde a necessidade de algo novo no cinema é latente. Mas ao mesmo tempo entramos num paradoxo já que, esta mesma arte vem sofrendo um forte desgaste de criatividade apostando cada vez mais em remakes e reboots de filmes já existentes. Uma das principais sensações nos últimos anos está sendo adaptar os principais contos de fadas segundo, claro, os padrões da nova geração. Particularmente considero a ideia excelente. Passamos tantos anos sobre a sombra de uma única versão, aquele tom clássico e poético dos filmes da Disney de décadas atrás, que buscar novos ares e novas ideias dentro dessa mesma história é algo sempre bem-vindo e gratificante. Não necessariamente o motivo para filmes bons, mas a intenção, em si, é bastante válida. 

No caso deste “Malévola” a Disney busca seguir um caminho diferente. O foco central não é a princesa e muito menos sua história de amor verdadeiro e descobertas. Aqui o centro é a vilã. Ou talvez não necessariamente uma vilã. Clássica personagem do estúdio e de sua galeria de vilões, Malévola era temível e ameaçadora no desenho de 1959, uma das minhas vilãs preferidas dos filmes de princesas da Disney, por assim dizer. Uma figura imponente que não media esforços. A Malévola deste filme, interpretada por Angelina Jolie, mantém os elementos clássicos da personagem, mas com um fundo de humanidade. Aqui, conhecemos o que levou Malévola a se tornar uma pessoa obscura. Não temos a superficialidade de um típico vilão com risadas sinistras e frases de efeito, muito pelo contrário, no filme, a personagem é posta como alguém como qualquer outro, que soube amar, cuidar, se preocupar e ser justa, mas que no processo, foi machucada a tornando reclusa e solitária. Mas sem nunca deixar de, lá no fundo, ser a pessoa doce e humana que um dia foi.


Tudo isso me chamou mais atenção do que o lado fantástico da obra. Os vilões por si só fazem mais sucesso e são mais queridos pelo público por natureza. E cá entre nós, eles são os melhores sem dúvida! E fazer o público entender os sentimentos desse tipo de personagem, torcer por ele e se emocionar é um feito muitíssimo gratificante. Em “Malévola”, apesar dos problemas estruturais do seu roteiro que vou falar a seguir, consegue esse feito, e talvez um dos grandes méritos do filme, se não o maior deles, é ter Angelina Jolie encarnando esse papel. A atriz está muito mais do que se divertindo, mas se entrega de tal maneira, que traz uma profundidade que se dependesse apenas do roteiro não teríamos. Seus olhares são maravilhosos, sua fala é essencial e cada gesto e movimento do seu corpo é Angelina expressando algo sobre Malévola. Uma atriz que não tem um rosto de mulher inocente, mas sim, aquele sexy-appeal que já conhecemos bem em seus filmes, e a atriz usa isso criando uma personagem orgânica, sensível, imprevisível e, devo dizer, sexy. Detalhe este que a torna ainda mais interessante e fascinante. 

Dirigido pelo estreante na direção Robert Stromberg, que na realidade é designer de produção e de efeitos visuais de filmes como “As Aventuras de Pi”, “Piratas do Caribe: No Fim do Mundo”, “Jogos Vorazes” e outros, e ganhador de dois Oscars de melhor designer de produção pelos filmes “Avatar” e “Alice no País das Maravilhas”, Stromberg é um profissional que sabe trabalhar com efeitos e construir cenas. Há momentos de puro delírio visual como as sequencias de voo da personagem ou mesmo o visual do mundo das fadas onde vive Malévola. 


Mas dentre tantas qualidades, “Malévola” erra em pontos chaves que prejudicam um melhor aprofundamento nas relações apresentadas no filme. Se os motivos que levaram Malévola ao lado sombrio são apresentados de uma maneira eficiente no início do filme, relacionando sua “maldade” a uma decepção amorosa que sofreu com Stefan, que se tornaria rei e pai da princesa Aurora, esse envolvimento soa extremamente apagado no grande clímax, e a mudança de personalidade de Stefan, sua ganância pelo reino e os motivos que o levaram trair a pessoa que dizia amar tanto, são passados superficialmente tornando-o um personagem apático e pouco interessante dentro da história, e sem impacto algum, o que torna ainda mais banal sua insanidade no já citado grande clímax.

Sem falar também da rapidez que se resolve o sono profundo da famosa princesa, comprovando que os roteiristas estavam pouco interessados na história da Bela Adormecida e também o desleixo que o roteiro tem com as três fadas madrinhas, na obra original três pessoas super protetoras que, apesar do tom cômico, se preocupavam ao máximo com a princesa. No filme, Aurora fica fora de casa até altas horas da noite e não é mostrado nenhum pingo de preocupação das personagens, que só aparecem para fazer piadinhas. 


Mantendo a cultura das mulheres fortes e independentes que não precisam de homens e nem de ninguém para se sobressaírem, “Malévola” tem uma reviravolta que lembra muito o já clássico “Frozen – Uma Aventura Congelante” e é a Disney subvertendo mais uma vez os seus próprios clichês, adaptando suas personagens femininas ao mundo atual. E isso é simplesmente ótimo! 

Malévola” consegue ser a melhor releitura de um conto de fadas até agora. Apesar dos pesares, é um filme que diverte, é visualmente magnifico, estabelece bem a nova visão que tiveram da protagonista e possui uma atriz forte e interessante num papel que requeria justamente alguém do seu perfil. Um entretenimento que vale a pena e merece ser visto. Ponto final.

Comentário por Matheus C. Vilela

quinta-feira, 22 de maio de 2014

NoCinema: X-MEN - DIAS DE UM FUTURO ESQUECIDO

X-Men: Days of Future Past/EUA
Ano: 2014 - Dirigido por: Bryan Singer
Elenco: Hugh Jackman, James MacAvoy, Michael Fassbender

NOTA: «««««

Sinopse: No futuro, os mutantes são caçados impiedosamente pelos Sentinelas, gigantescos robôs criados por Bolívar Trask (Peter Dinklage). Os poucos sobreviventes precisam viver escondidos, caso contrário serão também mortos. Entre eles estão o professor Charles Xavier (Patrick Stewart), Magneto (Ian McKellen), Tempestade (Halle Berry), Kitty Pryde (Ellen Page) e Wolverine (Hugh Jackman), que buscam um meio de evitar que os mutantes sejam aniquilados. O meio encontrado é enviar a consciência de Wolverine em uma viagem no tempo, rumo aos anos 1970. Lá ela ocupa o corpo do Wolverine da época, que procura os ainda jovens Xavier (James McAvoy) e Magneto (Michael Fassbender) para que, juntos, impeçam que este futuro trágico para os mutantes se torne realidade.


Em 2000 chegava aos cinemas “X-Men – O Filme”, obra que adaptava os populares quadrinhos da Marvel sobre um grupo de mutantes cuja principal luta, muito além do que meramente lutar contra outros seres super poderosos, era a busca pelo aceitamento do seu espaço dentro de uma sociedade não acostumada com tais tipos de seres humanos. Bryan Singer, diretor do filme, conseguiu trazer de uma maneira tão viva e equilibrada essa discussão, sem abusar de efeitos ou ação, que despertou em Hollywood não apenas o interesse dos estúdios em apostar em filmes adaptados de quadrinhos novamente, como despertou o interesse do público com uma discussão identificável para qualquer pessoa. 

Um tema sempre mantido nos demais filmes da franquia, Bryan Singer, após deixar a direção do terceiro filme para dirigir “Superman – O Retorno” (2006), volta ao posto de diretor neste “X-Men – Dias de Um Futuro Esquecido” adaptando um dos mais conhecidos arcos das histórias dos X-Men nos quadrinhos. E nada melhor que a viagem no tempo para trazer personagens anteriormente mortos nos demais filmes, como também abre a possibilidade de consertar certas incongruências narrativas na linha cinematográfica dos X-Men. Ainda que no final de tudo não deixe tê-las, isso não passa de detalhes e não interfere em absolutamente nada na eficiência do filme e muito menos nas ligações feitas com os longas já lançados da franquia. 


O mundo atual está destruído. Devastado pelo poder arrasador dos Sentinelas, robôs criados para exterminar a raça mutante mas que no processo não deixou de poupar humanos. Os mutantes estão cada vez mais escassos e o mundo já não é um lugar habitável para nenhum de nós. Xavier juntamente com os mutantes sobreviventes desse holocausto encontram a solução na volta no tempo, mas precisamente no ano de 1972 para impedir que Mística (Jennifer Lawrence) mate o cientista e empresário Bolivar Trask (Peter Dinktale), criador dos Sentinelas, liberando o ódio do mundo contra os mutantes confirmando a ideia dos humanos de “ser uma raça violenta que será responsável pelo extermínio do Homo Sapiens”. Wolverine é o escolhido para o serviço e sua mente é transportada para o seu corpo dos anos 70 com a missão de encontrar os jovens Xavier (James McAvoy) e Magneto (Michael Fassbender) para impedir os planos da Mística e impedir que a humanidade tenha o destino devastador mostrado no inicio do filme. 

O roteiro não busca entrar na discussão de como funciona a viagem no tempo ou como a mutante Kitty Pryde/Lince Negra adquiriu os poderes de transportar a mente de outras pessoas para o passado e, particularmente, acho isso ótimo. Soa orgânico, não cria delongas no roteiro que têm espaço para se preocupar com o que realmente interessa: a história central! 


Outro ponto forte é o fato de deixarem de escanteio o próprio Wolverine, que sempre foi o centro das atenções nos filmes anteriormente. Ele aparece bem, tem presença de cena, protagoniza ótimas cenas de ação, tanto que a escolha de Singer e os roteiristas em levá-lo para o passado é justamente para aproveitar um personagem tão amado pelo público, já que na HQ quem volta no tempo é a Kitty Pryde, mas Wolverine não ofusca o foco central do roteiro que é o triângulo Xavier, Magneto e Mística. 

Realçando a velha discussão entre Xavier e Magneto, aqui temos uma forte continuidade da história de cada um vista no excelente “X-Men – Primeira Classe”, se aprofundando mais ainda no relacionamento entre os três mostrando como a relação entre o trio chegou ao ponto dos primeiros filmes dos X-Men. E a ligação com “X-Men – O Filme”, “X-Men 2” e “X-Men 3: O Confronto Final” é fantástica criando um universo mais redondo e modelando com maior perfeição todo o arco dos mutantes no cinema, sendo este o filme que mais necessita da presença dos anteriores, e sendo este o melhor eficiente como filme solo. É soberba a construção da história capaz de contar uma trama singular de maneira plausível, mas ao mesmo tempo criando forte ligação com os filmes anteriores, mas de um jeito que não atrapalha a experiência de quem, por acaso, não assistiu os outros filmes. 


Criando cenas de ação eficientes, Singer utiliza os poderes de cada mutante coadjuvante com fluidez aproveitando o talento de cada um em cenas de ação criativas e empolgantes. Principalmente a cena envolvendo o personagem Mercúrio e o seu poder de alta velocidade. A cena não só é divertida, como comprova que não devemos criticar um personagem pelo que vemos em fotos ou cartazes. Criticado severamente pelo visual nas redes sociais, este Mercúrio dos X-Men (lembrando que o personagem também será usado em “Vingadores 2” com outra finalidade e outro ator) não é um dos mutantes principais do filme, mas o seu tempo de tela já consegue mostrar a simpatia e carisma do ator Evan Peters, que já foi confirmado no próximo filme “X-Men: Apocalipse”. 

Dramático e tocante. Empolgante e extasiante. “X-Men – Dias de Um Futuro Esquecido” marca a volta triunfal de Bryan Singer ao universo que ele mesmo foi o responsável por nos apresentar. Criando um filme maduro que aborda os temas freqüentes dos X-Men com maestria, equilíbrio e sensibilidade, o filme surpreende se tornando, para mim, o melhor de toda a franquia mutante no cinema. Rever atores tão queridos como Ian McKellen (Magneto) e Patrick Stewart (Xavier) reprisando os seus respectivos papéis é uma alegria sem tamanho principalmente para aqueles, como eu, que cresceram assistindo uma, duas, três e inúmeras vezes os filmes dos X-Men. E agora “Dias de Um Futuro Esquecido” entra para a lista de vícios e filmes memoráveis de super-heróis. Não gostei, eu amei!

Comentário por Matheus C. Vilela