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segunda-feira, 21 de outubro de 2013

KICK ASS 2

Kick Ass 2-EUA
Ano: 2013 - Dirigido por: Jeff Wadlow
Elenco: Aaron Taylor-Johnson, Chlöe Grace Moretz, Christopher Mintz-Plasse

NOTA: «««««

Sinopse: O ato insano de Dave Lizewski (Aaron Taylor-Johnson) em se vestir como o super-herói Kick-Ass e ir para as ruas combater o crime, mesmo sem ter qualquer tipo de superpoder, serviu de inspiração para dezenas de pessoas, que resolveram seguir o mesmo caminho. Mindy Macready (Chloë Moretz) deseja seguir como a super-heroína Hit-Girl, mas o sargento Marcus Williams (Morris Chestnut), que prometeu ao pai dela que iria cuidá-la em sua ausência, não quer que ela leve uma vida perigosa. Com isso, Mindy é obrigada a levar a vida de uma garota de sua idade, deixando de lado os atos heróicos, por mais que Dave insista para que ela faça o contrário. Entretanto, a carreira heróica de Dave não será solitária por muito tempo, já que não demora muito para conhecer o Coronel Estrelas e Listras (Jim Carrey), um ex-integrante da máfia que está reunindo um grupo de super-heróis sem poderes para combater o crime. Paralelamente, Chris D'Amico (Christopher Mintz-Plasse) prepara sua vingança contra Kick-Ass, assumindo um novo codinome: Motherfucker.


Quando o primeiro “Kick Ass” foi lançado em 2010 todos ficaram impressionados com a criativa direção de Matthew Vaugh, que abriu portas para ele dirigir depois o ótimo “X-Men: Primeira Classe”, como também com a violenta história de um adolescente comum que decide virar um super herói. O enredo de “Kick Ass”, e confesso que ainda não li as HQs (ainda!), abrange questões interessantes relacionadas a temas como a influência da cultura pop dentro da sociedade hoje, o poder da mídia e como esses dois juntos podem influenciar, seja positiva ou negativamente as pessoas. Buscando ser sarcástico e cômico do que sério, o diferencial de “Kick Ass” é justamente esse, e como cinema é escapismo, o uso da violência explicita só ressaltam a veracidade dos temas abordados e ajuda muito na criação de momentos de ação inspirados onde Matthew Vaugh não mede esforços para impactar o telespectador.

Esta continuação foi alvo de grande rebuliço após o ator Jim Carrey, que interpreta no longa o Coronel Estrelas e Listras, recusar a divulgar o filme alegando ser muito violento e má influência. Não vou entrar na discussão, pois é um assunto para outro momento, mas que fique gravado que sou contra a opinião de Carrey, que mostra ter uma visão fechada e uma postura um tanto quanto hipócrita. Mas muito bem, vamos nos ater apenas ao filme. 


“Kick Ass 2” não supera o primeiro e está longe de possuir a mesma competência narrativa do mesmo, principalmente em relação ao desenvolvimento dos personagens. Neste segundo, como Kick Ass influenciou muitas pessoas, já temos um quadro maior de super heróis e de vilões, e uma busca maior por parte do roteiro em querer apresentar toda essa diversidade e focar com mais profundidade em outros personagens além do protagonista, como Hit Girl e o vilão Mother Fucker. Nada contra se não fosse à superficialidade com que a trama de cada um é apresentada, principalmente de personagens tão interessantes como Hit Girl e o Coronel interpretado por Jim Carrey, que está ótimo, mas é apagado por um roteiro apressado que torna o seu personagem distante e pouco envolvente. E isso irá prejudicar muito a intensidade da reviravolta que teremos com ele em determinado momento da trama. 

Por outro lado, o diretor Jeff Wadlow, que entra no lugar de Matthew Vaugh (que volta apenas como produtor) mantém o clima e tom do anterior conseguindo criar momentos de ação divertidos e empolgantes com toda a violência sem medo e receio mostradas no filme de 2010. Hit Girl ganha mais espaço e sua adaptação ao mundo “normal” de uma menina “normal” rendem momentos engraçados, ainda que totalmente descartáveis. 


Portanto, preocupado mais com a empolgação e anseio por violência de seus personagens, “Kick Ass 2” está longe de possuir o equilíbrio e qualidades que fizeram do primeiro filme uma experiência tão marcante. Problema este que afeta a duração tornando os 100 minutos do longa uma experiência de altos e baixos. Uma pena, já que via em “Kick Ass 2” um material excelente para se fazer algo superior ao original, agora com personagens novos em um mundo que se transformou após a aparição do herói. Fraco!

Comentários por Matheus C. Vilela

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