Iron Man 3-EUA
Ano: 2013 - Dirigido por: Shane Black
Sinopse: Desde o ataque dos chitauri a Nova York, Tony Stark (Robert Downey Jr.) vem enfrentando dificuldades para dormir e, quando consegue, tem terríveis pesadelos. Ele teme não conseguir proteger sua namorada Pepper Potts (Gwyneth Paltrow) dos vários inimigos que passou a ter após vestir a armadura do Homem de Ferro. Um deles, o Mandarim (Ben Kingsley), decide atacá-lo com força total, destruindo sua mansão e colocando a vida de Pepper em risco. Para enfrentá-lo Stark precisará ressurgir do fundo do mar, para onde foi levado junto com os destroços da mansão, e superar seu maior medo: o de fracassar.
Geralmente quando se chega ao terceiro capitulo de uma trilogia tem-se ali um desgaste de ideias, um amontoado de história e um conglomerado de exageros para o bom uso dos efeitos e de tudo aquilo que a série já se mostrou um dia. Felizmente, com este “Homem de Ferro 3” não acontece isso.
Chegamos ao final do ciclo de um personagem antes pouquíssimo lembrado pelo público mas que nas mãos da Marvel, de Robert Downey Jr. e Jon Favreau se tornou um dos mais conhecidos e amados heróis do cinema. Obviamente a história possui possibilidades de continuar já que o universo é imenso e a última frase apresentada durante os créditos finais sugere justamente isto ao mostrar “Tony Stark voltará”, ou seja, Homem de Ferro não acabou. Porém, com este terceiro filme temos um fechamento de um arco muito bem iniciado em 2008 com o primeiro filme, e que seguiu com a mitologia do personagem trazendo informações novas no segundo, perdurou em “Os Vingadores”, e agora, encerra-se neste terceiro trazendo um herói atormentado pelo que aconteceu em Nova York ao lado dos vingadores e obcecado cada vez mais em sua existência e na construção de suas armaduras.
O diretor não é mais Jon Favreau, que havia deixado o posto na época para se dedicar ao filme “Cowboys e Aliens” e Favreau só retorna como ator na pele do segurança de Tony Stark, Happy. Agora quem assume é Shane Black, que já dirigiu Downey Jr. no divertidíssimo “Beijos e Tiros” e foi indicado por Downey Jr. justamente por ser um diretor que sabe contar uma história pela ação e, principalmente, criar sequencias altamente empolgantes e criativas. Este é o melhor filme dos três no quesito ação. Momentos não só de uma beleza técnica e efeitos especiais estupendos, como conseguem criar a expectativa e o suspense que tornam tais momentos ainda mais empolgantes. Detalhe esses que não havia tanto nos longas anteriores.
Este “Homem de Ferro 3” é também o que menos expande e interliga o universo Marvel. A história é totalmente focada em Tony Stark e não temos aparições de outros heróis nem referências ao universo Marvel. Thor é e apenas citado como “o cara do martelo” e o portal mostrado em “Os Vingadores” é chamado de “buraco de minhoca”. Só! Nada mais do que isso. O resto é apenas Tony Stark e seus problemas pessoas em relação a sua pessoa, um ser humano comum em meio a um universo cheio de aliens, deuses, etc.
Talvez esse seja o mais dramático dos três, e o que mais pede de Robert Downey Jr. como ator. E mais uma vez Downey Jr. comprova o porquê de ser o personagem e ter se tornado um ícone. O astro não cai na mesmice e não se mostra cansado. Tendo interpretado quatro vezes Tony Stark, é incrível como Downey Jr. não perde o entusiasmo e o interesse em explorar cada vez mais a fundo os sentimentos de Stark. O ator não só traz mais emoção, como também aumenta o nosso interesse em conhecer mais daquele sujeito. E temos aqui uma interação deliciosa entre Downey Jr. e um garotinho que o ajuda com a armadura.
Devo destacar também as atuações de Gwyneth Paltrow, definitivamente não só como a mocinha do herói, mas aqui muito mais do que isso. Guy Pearce como um interessante cientista e Ben Kingsley excelente na pele do vilão Mandarim, possuindo uma aparência a lá Bin Laden tipificando o horror do terrorismo. Só não achei muito bem explorada a personagem de Rebeca Hall, que soa perdida e sem necessidade alguma ao longo de todo o filme.
Apesar de todas as qualidades notáveis de “Homem de Ferro 3”, o filme possui sim os seus problemas, principalmente em relação a história. Alguns furos que geram desconforto e nos faz sair do cinema com um incômodo na cabeça.
O primeiro problema começa com o vilão Mandarim. A reviravolta que se tem no roteiro em relação a sua pessoa é um total desprezo ao personagem dos quadrinhos, e principalmente ao que fora estabelecido lá no primeiro filme, onde o Mandarim foi citado. Mas aqui, quando acontece tal reviravolta, é difícil acreditar que um vilão tão assombroso e o principal do herói nos quadrinhos, acaba se resumindo ao que é mostrado. E assim, Ben Kingsley é desperdiçado totalmente, e ao final parece mais um daqueles vilões do Scooby Doo do que um dos vilões mais marcantes da história do Homem de Ferro. Uma vergonha!
Outro desprezo dado a história já estabelecida do Homem de Ferro no cinema, é quando Tony Stark, numa sequencia de menos de cinco segundos e com ele narrando em off, decide fazer uma operação e médicos tiram sem grandes problemas os estilhaços próximos ao seu coração que o ameaçavam de morte, e que foi o motivo dele ter aquela fonte de energia no peito. Porém, se em dois filmes Tony Stark sofreu por causa daquilo, buscando até tecnologias novas para aperfeiçoar o aparelho, neste terceiro o problema é solucionado com tanta facilidade que não precisava ter tido tanto trabalho antes.
E ainda, a tecnologia Extremis apresentada na fita é tão mal explicada que não entendemos o porquê de sua necessidade e importância. O filme termina e ficamos a ver navios.
Portanto, gostei demais deste terceiro filme. É empolgante, divertido e bem mais maduro em relação aos anteriores e principalmente em relação a Tony Stark. O problema são esses defeitos alarmantes que prejudicam a total eficácia do filme. Mas ainda assim, Tony Stark e Robert Downey Jr. já deixam saudades. Agora só na sequencia de “Os Vingadores” para revermos o playboy mais popular da atualidade. E que venha o quarto!
Nota: «««««
Comentário por Matheus C. Vilela
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