Pages

terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

NA TERRA DE AMOR E ÓDIO

In the Land of Blood and Honey-EUA
Ano: 2011 - Dirigido por: Angelina Jolie

Sinopse: Ajla (Zana Marjanovic) e Danijel (Goran Kostic) se conheceram em uma boate. Logo eles começam a flertar um com o outro, mas a explosão de uma bomba acaba com qualquer clima existente entre eles. Era o início da Guerra da Iugoslávia, que colocaria sérvios e bósnios como inimigos mortais. Logo Ajla, que é bósnia, é capturada pelo exército sérvio. Em meio a ameaças de estupro, ela é salva por Danijel, que ocupa uma posição de destaque na tropa. A partir de então ela se torna a protegida de Danijel, que ordena que ninguém toque nela. É o início de um estranho relacionamento, onde ele tenta protegê-la e também tê-la sob seu controle, enquanto ela segue suas ordens com medo de que algo pior lhe aconteça.


Angelina Jolie realiza sua estreia na direção e também assina o roteiro deste “Na Terra de Amor e Ódio”. Embaixadora do Alto Comissariado das Nações Unidas Para Refugiados, pertencente a ONU, Jolie aproveita sua influência e fama para apresentar ao mundo sua opinião sobre os conflitos entre sérvios e bósnios, e criando um romance como escape para o verdadeiro interesse da atriz, “Na Terra de Amor e Ódio” é bonito, bem feito esteticamente, mas perde-se em boas intenções e mal realizadas execuções em seu roteiro. 

As atitudes de Jolie em relação aos problemas sociais e étnicos do continente africano e de outras regiões da Europa são de fato admiráveis. A atriz não se esconde nem se acanha em defender as causas e colocar a mão no arado, e depois de Jolie, outras estrelas decidiram seguir o mesmo caminho. 


No entanto, ainda que com boas intenções, neste seu primeiro filme Jolie perde a mão e pouco sabe extrair as emoções das situações. É nítido que o seu interesse é denunciar e criticar a guerra inútil e violenta entre bósnios e sérvios, e também a violência dos soldados para com as mulheres muçulmanas onde muitas foram violentadas e espancadas inúmeras vezes. Porém, o romance criado por Jolie acaba soando altamente artificial e pouco convincente, estando ali apenas como justificativa para apresentar o amor proibido entre uma muçulmana e um sérvio e assim, mostrar que todos somos iguais e que a união entre os dois povos é o melhor a se fazer e que há esperanças. Ou seja, o velho clichê a lá Romeu e Julieta. 

Ao término, o romance não causa efeito e a crítica soa vazia, com pouca profundidade e sustentando-se por meio de algumas cenas violentas de assassinato e estupro. 


Visualmente gostei muito do filme. A fotografia e figurinos são bem realizados e gostei da firmeza com que Jolie filma. Pena que o romance tira o peso da história e da crítica. Mas a intenção foi boa e claramente honesta.

Nota: «««««

Comentário por Matheus C. Vilela

0 comentários: