Ruby Sparks/EUA
Ano: 2012 - Dirigido por: Jonathan Dayton e Valerie Faris
Sinopse: O romancista Calvin (Paul Dano) sofre com perturbador bloqueio criativo que atrapalha o desenvolvimento de seu último livro. Com problemas também em sua vida pessoal, começa a criar uma personagem feminina poderia se apaixonar por ele. Daí nasce Ruby Sparks (Zoe Kazan), que inicialmente é uma personagem dentro de uma história, mas que pouco depois ganha vida e passa a conviver e se relacionar com Calvin pessoalmente.
O que você faria se tivesse como criar uma namorada do seu jeito? O que você escrevesse numa folha de papel imediatamente aconteceria com a tal pessoa. Será que ter alguém 100% perfeito, que te agradasse em tudo e fosse exatamente do jeitinho que você tanto quer vale a pena? Pois é, essa é a questão na qual este “Ruby Sparks – A Namorada Perfeita” trata.
Dirigido pela dupla Jonathan Dayton e Valerie Faris que comandaram o excelente “A Pequena Miss Sunshine”, os dois diretores criam um filme muito mais interessante nos temas abordados do que necessariamente no romance em si. Não que seja ruim o lado romântico, mas entrar em assuntos tão complexos falando de um jeito tão direto como que jogando na cara do telespectador é incrível.
O filme mostra que ser humano perfeito é um grande problema, e se tivéssemos esse poder de criar a pessoa ideal, na realidade, a vida seria sem graça, já que a magia de um relacionamento é você se adaptar a outra pessoa aprendendo a conviver dia após dias com os seus defeitos e também qualidades.
Outra questão apresentada é como o ser humano é egoísta e egocêntrico. Se tal poder de criar a namorada perfeita existisse de fato, tornar-se-ia uma obsessão. Nos momentos onde as diferenças baterem e o casal se desentender, a pessoa com tal poder mostraria o seu verdadeiro “amor” não se colocando no lugar da outra, e querendo tudo para si, se transformaria numa espécie de ditador. Algo que já acontece muitas vezes com muitos casais onde um busca controlar o parceiro em todos os sentidos, imagina se alguém pudesse controlar outro ser humano escrevendo como a pessoa deveria ser numa folha de papel? Tentador... mas desumano.
Portanto, “Ruby Sparks – A Namorada Perfeita” é uma grata surpresa. Um filme independente que mostra toda a sua força e vigor numa ótima história acompanhada de excelentes atuações. Vale a pena!
Nota: «««««
Comentário por Matheus C. Vilela
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