Rush-EUA
Ano: 2013 - Dirigido por: Ron Roward
Elenco: Chris Hemsworth, Daniel Brühl, Olivia Wilde
NOTA: «««««
Sinopse: Anos 1970. O mundo sexy e glamouroso da Fórmula 1 é mobilizado principalmente pela rivalidade existente entre os pilotos Niki Lauda (Daniel Brühl) e James Hunt (Chris Hemsworth). Eles possuíam características bem distintas: enquanto Lauda era metódico e brilhante, Hunt adotava um estilo mais despojado, típico de um playboy. A disputa entre os dois chegou ao seu auge em 1976, quando ambos correram vários riscos dentro do cockpit para que pudessem se sagrar campeão mundial de Fórmula 1.
Esporte sempre fascinou o mundo desde os tempos da Grécia Antiga. A corrida, por exemplo, é um desses casos que causa fascínio no homem não somente pela adrenalina, mas também pela sensação de poder que um carro é capaz de proporcionar. Esse fascínio os gregos já sentiam com as corridas de quadriga realizadas nos jogos olímpicos, e com o passar dos anos tal sentimento nunca diminuiu. Obviamente que com os tempos modernos e a evolução da indústria automobilística no século XX, as corridas foram se aperfeiçoando até em 1950 se criar a Fórmula 1, a mais popular modalidade de automobilismo do mundo.
Como todo bom esporte a rivalidade é essencial para se criar partidas memoráveis, do mesmo jeito que sem concorrente no comércio o público não se beneficia. E na Fórmula 1 não é diferente. Sempre houve disputas marcantes e históricas ao longo das temporadas: Senna contra Prost, Schumacher contra Mika Hakkinen (citando um exemplo recente) e uma das mais lembradas até hoje foi a rivalidade entre o alemão Niki Lauda e o inglês James Hunt.
Niki Lauda sempre foi um piloto preciso, calculista que buscava a perfeição em cada aspecto, e não tinha medo de correr atrás do seus sonhos e objetivos. Não fazia muitas amizades, mas isso não o impediu de se tornar um dos maiores corredores do mundo. Já James Hunt era também um piloto excepcional, mas totalmente o oposto de Lauda. Seu passatempo eram festas, mulheres, bebidas, drogas e tinha como maior sonho se consagrar campeão mundial pela Fórmula 1. A rivalidade entre os dois pilotos começou na época da Fórmula 3 e perdurou até a aposentadoria de James Hunt. A temporada de 1976 foi a mais histórica de todas num campeonato repleto de imprevistos e um acidente que levou Niki Lauda a queimar boa parte do rosto, obrigando-o a abandonar o prêmio por algumas semanas até sua volta depois de quase quarenta dias. Uma volta por sinal inesperada provocada pela determinação do próprio Lauda.
Muito bem, aos fãs de Fórmula 1 “Rush – No Limite da Emoção” é um filme imperdível que não só recria os acontecimentos da temporada de 1976 com perfeição e maestria, como o filme é também um drama bem construído e envolvente sobre esses dois pilotos. Sem dúvida conquistará a atenção não só dos apaixonados pelo esporte, mas do público em geral.
Dirigido pelo veterano Ron Roward, que já fez de tudo nessa vida desde comédias adolescentes como “Splash – Uma Sereia em Minha Vida”, passando por suspenses como “Apollo 13” e dramas aclamados pela crítica e público como “Uma Mente Brilhante” e “Frost/Nixon”, e sem falar de trabalhos mais comerciais como “O Código da Vinci” e “Anjos e Demônios” com Tom Hanks, Roward é um diretor com estrada e entendimento de cinema. Mas em seus 30 anos de carreira, Roward surpreende fazendo aqui o seu melhor filme até então.
“Rush – No Limite da Emoção” traz a emoção da Formula 1 numa época onde os carros não possuíam a tecnologia avançada de hoje e se exigia bastante do piloto. Os riscos eram grandes, e se o piloto não fosse acima da média, não se destacava. O filme consegue se aprofundar de tal maneira na vida de cada um dos dois protagonistas que conseguimos se identificar e tirar nossas próprias conclusões sobre cada um. Roward não faz um drama barato se preocupando no fetiche de querer mostrar apenas cenas de corrida, mas oferece o mesmo enfoque ao drama da mesma forma que se preocupa com a minuciosidade das seqüências de ação.
O elenco é outro que merece aplausos. O “Thor da Marvel” Chris Hemsworth, cada vez mais em ascensão, interpreta o britânico James Hunt. Hemsworth convence como sempre em tipos mulherengos e desleixados e seu carisma, que fizeram o seu Thor conquistar a atenção do público, é essencial para a formação do seu personagem, e o ator se saiu maravilhosamente bem. No entanto, o grande destaque de “Rush” é Daniel Brühl como Niki Lauda. O ator alemão, que participou de “Bastardos Inglórios” e protagonizou “Adeus Lenin!”, faz uma de suas melhores e talvez a mais significativa interpretação de sua carreira até agora. A maquiagem de Brühn não só o tornou idêntico a Niki Lauda, como sua atuação capta os trejeitos e características fortes do piloto. Não me surpreenderia se o ator recebesse uma indicação ao Oscar de Melhor Ator Coadjuvante ano que vem.
Em um ano fraco onde a temporada de Blockbusters não obteve o sucesso esperado, o final de 2013 está chegando trazendo a chamada “Temporada de Ouro” e um pouco de esperança para os apaixonados por um cinema de qualidade. Esse ano promete com inúmeros títulos elogiados pela crítica mundial chegando aos cinemas, e “Rush – No Limite da Emoção” é uma dessas surpresas que consegue um efeito além do esperado e ficar cravado na nossa mente e coração mesmo depois da subida dos créditos. Não tenho medo de falar que é um dos melhores filmes deste ano! Prova disso é que assisti "Rush" com meu pai que cresceu na época de Lauda e Senna, e o velho saiu empolgadíssimo do cinema. Precisa mais de que? Corre pro cinema!
Comentário por Matheus C. Vilela
1 comentários:
Se chegasse por aqui na região eu assistiria com certeza. pena que ela so permite filme comercial. E quando tem filme bom passa no pior cinema da cidade, o jeito é esperar pelo DVd.
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