The Great Gatsby-EUA
Ano: 2013 - Dirigido por: Baz Luhrmann
Sinopse: Nick Carraway (Tobey Maguire) tinha um grande fascínio por seu vizinho, o misterioso Jay Gatsby (Leonardo DiCaprio). Após ser convidado pelo milionário para uma festa incrível, o relacionamento de ambos torna-se uma forte amizade. Quando Nick descobre que seu amigo tem uma antiga paixão por sua prima Daisy Buchanan (Carey Mulligan), ele resolve reaproximar os dois, esquecendo o fato dela ser casada com seu velho amigo dos tempos de faculdade, o também endinheirado Tom Buchanan (Joel Edgerton). Agora, o conflito está armado e as consequências serão trágicas.
“O Grande Gatsby” é um romance escrito pelo americano F. Scott Fitzgerald e considerado um dos principais livros da literatura norte americana. Requisitado em todas as escolas de lá, a história se passa no ano de 1922, logo após a Primeira Guerra Mundial, numa época onde os Estados Unidos se deleitava com o seu período de prosperidade, com uma economia solidificada e crescente. Ao mesmo tempo, os americanos viviam o período da Lei Seca, onde era proibida a venda de bebidas alcoólicas, desencadeando assim, um crescimento do mercado ilegal e da violência.
Se passando anos antes da chegada da Grande Depressão (1929), “O Grande Gatsby” é uma critica a esta sociedade consumista e sem propósito vista por Fitzgerald como uma sociedade rica, cheia de glamour, mas vazia. Misturando uma história de romance, o autor adentra nesse mundo sem limitações através de personagens que no decorrer da trama aproveitará para avaliar o caráter de cada um.
A obra já obteve uma adaptação para a Broadway e três para o cinema, contando com esta. O primeiro filme foi lançado em 1949 estrelado por Allan Ladd e Bett Field, o segundo e mais conhecido foi em 1974 estrelado por Robert Redford e Mia Farrow, e o último é este com Leonardo DiCaprio e Tobey Maquire.
Vou falar logo de cara que este “O Grande Gatsby”, dirigido por Baz Luhrmann (de “Moulin Rouge”) foi a adaptação mais eficaz do livro de Fitzgerald até agora. Primeiro que o livro não é um material fácil de adaptar e que o autor analisa e relata de forma muito incisiva e seca esses conflitos da época. Luhrmann foi feliz por conseguir transparecer com mais emoção esse ambiente de festa e altos gastos da burguesia americana da década de 20, e também o descaso para com a classe inferior.
Com toda sua pirotecnia já vista em “Moulin Rouge”, Luhrmann cria cenários recheados de cores, brilho e suntuosidade exaltando a riqueza do império de Gatsby e da classe alta da época. As cenas das festas na mansão do personagem título são de encher os olhos e extremamente empolgantes, assim como toda a narrativa, sempre ágil e bem orquestrada por Luhrmann. O uso de músicas recentes mescladas em tons de jazz, blues, hip-hop e outros ritmos, igual ele fez em “Romeu + Julieta” e “Moulin Rouge”, trazem maior vivacidade ao filme e se encaixam maravilhosamente bem, não soando nada desconexo ou irregular. Aqui ele contou com a ajuda do rapper Jay-Z e a banda The Bullits, responsáveis pelo desenvolvendo da trilha que teve o próprio Jay-Z, Beyoncé, Florence and The Machine, Will.i.am, Fergie, Lana Del Rey e outros cantores como interpretes.
Aliás a produção de “O Grande Gatsby” chama mais atenção até do que a própria história. É sem dúvida uma das mais belas vistas este ano, com uma fotografia estupenda, uma direção de arte exímia que dará trabalho no Oscar do ano que vem, assim como o figurino belo e detalhista. Foram mais de 1.500 profissionais usados para recriar o clima de ostentação e glamour dos anos 20. E o 3D ajuda a ressaltar ainda mais essa beleza da produção, num formato em terceira dimensão que vale a pena pagar mais caro.
Vamos falar do elenco que também não faz feio. Leonardo DiCaprio, um ator que vem se tornando mais maduro e melhor com o tempo, cria um Gatsby perfeito. Convincente, carismático e misterioso, o ator acerta na construção de uma figura poderosa, vazia, triste e que esconde dentro de si ressentimentos de um amor do passado. Ao longo de todo o filme, seu verdadeiro eu se esconde através de sua riqueza, festas, e o verdadeiro Gatsby vamos conhecendo aos poucos, e DiCaprio traz essa ar dúbio, mas interessante e charmoso ao personagem.
Tobey Maguire se sai muito bem como Nick Carraway, transmitindo simpatia com toda aquela sua ingenuidade habitual. Carey Mulligan traz graça, beleza e carisma a Daysi, prima de Nick e mulher de Gatsby no passado. Mas gostei muito mesmo foi de Joel Edgerton como Tom Buchanan, marido mulherengo de Daysi que vai se tornando mais envolvente na medida em que se papel cresce no filme.
Portanto, “O Grande Gatsby” é uma obra bem executada que transmite bem a inquietação dos anos 20 e explora os elementos abordados na obra de Fitzgerald com maior emoção e sentimentalismo, detalhe que gera um filme envolvente e empolgante. E bem mais empolgante devido à ótima direção de Baz Luhrmann que me fez até sentir vontade de assistir “Moulin Rouge” novamente. Vale a pena!
Nota: «««««
Comentário por Matheus C. Vilela
0 comentários:
Postar um comentário