Total de episódios: 3
Ano: 2010
Dirigido por: Paul McGuigan e Euros Lyn.
Sherlock Holmes é um dos meus personagens preferidos da literatura e vêm ganhando nos últimos anos adaptações criativas, respeitando a mitologia do personagem criado por Sir Artur Conan Doyle. Não vou entrar nos méritos da criação nem dos filmes e seriados que tivemos ao longo dos anos, e hoje, com os direitos do personagem em domínio público, cada um pode fazer o seu próprio Sherlock Holmes.
Atualmente temos duas séries que trabalham em cima desse personagem e do seu universo, e ambas trazem Sherlock Holmes para os dias atuais. Uma delas é “Elementary” estrelada por Johnny Lee Miller, como o detetive, e Lucy Liu, encarnando a versão feminina do Dr. Watson. Em “Elementary”, Holmes é internado em um centro de reabilitação e depois de liberado, chega a Nova York e é forçado a morar juntamente com a Dra. Joan Watson, uma ex-cirurgiã que perdeu a licença há três anos após a morte de um paciente.
A outra é esta “Sherlock”, estrelada por Benedict Cumberbatch como Holmes, e Martin Freeman como Dr. Watson. “Sherlock” é uma série inglesa, se passa na Londres atual e mantêm-se fiel à criação dos personagens de Conan Doyle. A transição de época é tão bem realizada, que a Londres atual mostra-se um cenário perfeito para os crimes mais insanos e teatrais típico das histórias do detetive.
Digo “teatral” não como demérito, mas como exemplo, pois as tramas de Sherlock Holmes envolvem muitos crimes com seitas secretas, organizações internacionais em busca do domínio mundial, misticismo e dentre outras características que tornam a experiência bem mais intrigante, devo confessar.
A série possui apenas três capítulos, cada um com uma hora e meia de duração. Praticamente uma trilogia de longas metragens feita para a televisão. Cada capítulo possui uma trama fechada, e outra aberta oferecendo continuidade à história dos personagens. E o melhor, é o suspense gerado em torno do arqui-inimigo de Holmes, Dr. Jim Moriarty, numa interpretação inspiradíssima de Andrew Scott.
Por falar em interpretação, Benedict Cumberbatch e Martin Freeman foi um acerto e tanto para a série. Cumberbatch transmite o sarcasmo e inteligência de Holmes lembrando um pouco Robert Downey Jr. nos filmes. Mas só lembrando, pois Cumberbatch não abusa dos tiques e cria um Holmes mais contido no humor, mas não menos imprevisível e excêntrico. Respeitando os livros, o Sherlock Holmes em “Sherlock” toca violino de madrugada, fica preso dentro de casa sem fazer nada por dias, é viciado em nicotina (no original é em ópio, mas como se passa nos dias atuais), e claro, possui um dom de dedução apuradíssimo chegando, por vezes, a ser desrespeitoso.
Martin Freeman é o que traz o balanço nessa bomba relógio que é Sherlock Holmes. O Dr. Watson de Freeman não é apenas o braço direito de Holmes, mas o alivio cômico da série. Juntamente com Cumberbatch, a interação de ambos é perfeita trazendo maior profundidade e interesse a série.
E não posso deixar de elogiar a ótima trilha sonora composta por David Arnold e Michael Price, que lembra e muito a trilha de Hans Zimmer feita para os filmes. Sem dúvida os filmes de Guy Ritchie inspiraram a série, e particularmente, não acho isso ruim.
“Sherlock” é uma adaptação respeitosa, divertida, empolgante e muito bem dirigida e realizada. Principalmente para os fãs do personagem, “Sherlock” é mais do que obrigatório. E ainda que não seja um fã, quem gosta de uma história bem contada e criativa, a série está mais do que recomendada.
Nota: «««««
Comentário por Matheus C. Vilela
1 comentários:
A segunda temporada é ainda melhor, eu aguardo ansioso pela terceira!
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