Pacific Rim-EUA
Ano: 2013 - Dirigido por: Guillermo Del Toro
Elenco: Idris Elba, Ron Pearlman, Charlie Hunnam, Rinko Kinuchi.
NOTA: «««««
Sinopse: Quando várias criaturas monstruosas, conhecidas como Kaiju, começam a emergir do mar, tem início uma batalha entre estes seres e os humanos. Para combatê-los, a humanidade desenvolve uma série de robôs gigantescos, os Jaegers, cada um controlado por duas pessoas através de uma conexão neural. Entretanto, mesmo os Jaegers se mostram insuficientes para derrotar os Kaiju. Diante deste cenário, a última esperança é um velho robô, obsoleto, que passa a ser comandado por um antigo piloto (Charlie Hunnam) e uma treinadora (Rinko Kikuchi).
Monstros sempre fascinaram o cinema. Monstros sempre fascinaram Guillermo Del Toro. O diretor mexicano que ganhou destaque com “Cronos” e “A Espinha do Diabo” bem no inicio da carreira, recebeu em 2002 o green card para Hollywood ao ser chamado para dirigir “Blade 2”, continuação do sucesso de 1998. Estabeleceu-se logo em seguida ao adaptar para o cinema os quadrinhos de Hellboy em dois ótimos filmes, e foi ovacionado pelo mundo quando, em 2006, voltando ao México, dirigiu o estupendo “O Labirinto do Fauno”, que foi indicado ao Oscar de Melhor Filme Estrangeiro e levou três estatuetas nas categorias técnicas.
Portanto, com esta ascensão de Del Toro em filmes cuja beleza técnica vinha acompanhada de excelentes roteiros nos levando para mundos fantásticos de um jeito que mestres como Steven Spielberg, James Cameron e George Lucas uma vez fizeram, era mais do óbvio que a expectativa para o seu novo trabalho fosse algo monumental. Principalmente por se tratar de um filme que busca homenagear os clássicos de criaturas gigantes invadindo e destruindo cidades inteiras, como, por exemplo, o filme “Godzilla” de 1954, uma das inspirações de Del Toro aqui.
Chamado de “Círculo de Fogo”, Del Toro faz o seu filme mais caro e o mais visualmente grandioso. Uma fenda no fundo do oceano pacífico libera criaturas monstruosas que atacam cidades inteiras. Para bater de frente com os monstros em proporções iguais, os humanos constroem robôs gigantes chamados de Jaegers idealizados para um combate corpo a corpo com as criaturas chamadas de Kaiju.
No quesito ação pode-se considerar “Círculo de Fogo” como um dos melhores filmes nesse quesito do ano até agora. As sequencias de embate entre um Jaeger e um Kaiju são fenomenais e altamente críveis, transmitindo não só uma empolgação nostálgica, afinal, quem não se lembra de “Godzilla”, ou mesmo de King Kong, Jaspion e Power Rangers, que fizeram parte da nossa infância e trazia aquele sonho de um dia vivenciar uma luta de seres gigantes, “Círculo de Fogo” traz a tona justamente esse sonho com cenas empolgantes, bem filmadas e efeitos especiais de encher os olhos, até agora o meu favorito para levar o Oscar da categoria.
Entretanto, o filme sofre de um sério problema, que não prejudica o êxito final da obra, mas causa incômodo ao longo das duas horas e dez minutos de duração: a má exploração dos personagens humanos. A história de “Círculo de Fogo” não é uma das mais originais ou melhores escritas por Del Toro, que escreveu junto com o roteirista Travis Beacham (de Fúria de Titãs 2). Conflitos clichês entre pai e filho e resoluções previsíveis permanecem ao longo de todo o roteiro, porém, não vejo isso como um ponto negativo, afinal, “Avatar“ é um dos melhores exemplos de como trabalhar com clichês e fazer algo memorável. Mas o que prejudica “Círculo de Fogo” é justamente não explorar os conflitos de cada personagem e passar superficialmente por eles como se estivessem ali apenas para não se ter um filme só de robôs e monstros.
Apesar das interpretações fortes de Charlie Hunnam, Idris Elba, Rinko Kinuchi, Charlie Day e outros, incluindo uma participação marcante de Ron Perlman, sempre companheiro de Del Toro, certos acontecimentos não atingem o impacto almejado justamente por não se identificarmos com os personagens. Em certo momento, por exemplo, antes de acertar um golpe mortal em um kaiju, a personagem de Rinko Kinuchi solta a frase “Isso é pela minha família!”, mas que família se não vimos nada disso antes e não conhecemos o seu drama.
Pois bem, fora isso, o restante de “Círculo de Fogo” é puro gozo e deleite de cenas belíssimas e empolgantes. O 3D merece elogios, pois trabalha a favor da nossa imersão no filme, e Guillermo Del Toro merece nossos aplausos mais uma vez. Vale a pena!
Comentário por Matheus C. Vilela
1 comentários:
Deu vontade de assistir. Correndo pro cinema...
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