Superman Returns-EUA
Ano: 2006 - Dirigido por: Bryan Singer
Sinopse: Após alguns anos de um misterioso desaparecimento, Superman (Brandon Routh) retorna ao planeta Terra. Porém a situação em Metrópolis está bastante mudada desde que o Homem de Aço deixou o planeta, pois a cidade se acostumou a viver sem ele. Além disto Lois Lane (Kate Bosworth), sua grande paixão, seguiu sua vida após o sumiço do herói. Ao mesmo tempo em que precisa se adaptar à nova realidade, Superman precisa enfrentar um antigo inimigo, que planeja um meio de acabar com ele de uma vez por todas.
Talvez se este “Superman – O Retorno” tivesse sido lançado na década de 80 juntamente com os anteriores, funcionaria até bem. Revendo o filme novamente, e não me lembro da primeira vez ter deixado boas impressões, entendo melhor as intenções do diretor Bryan Singer e o que ele quis fazer com este "Superman - O Retorno".
Respeitando o universo criado por Richard Donner e Christopher Reeve no clássico de 1978, Singer mantém basicamente toda a estrutura dos dois primeiros filmes, não reiniciou do zero a série em respeito ao original e faz uma sequencia direta do segundo filme “Superman II”, de 1980.
Olhando para todos os longas existentes do Superman, o quesito ação nunca foi o forte dos filmes. Digo ação me referindo à pancadaria e toda a violência comum da geração atual. O trunfo dos filmes de Reeve era focar nos grandes feitos que esse ser de outro planeta era capaz de fazer e a importância sua para a humanidade, como um símbolo de esperança e paz. A ação mais brutal veio com os desenhos e foi evoluindo ao longo dos anos e se adaptando com a mudança da sociedade. Não falo isso me referindo aos quadrinhos, pois nunca li um gibi do Superman, mas no campo do cinema e da televisão, o herói, digamos, “paulera”, veio com as animações, pois nem mesmo na série “Lois e Clark – As Novas Aventuras do Superman” tínhamos isso, e sim, mais cenas de heroísmo e simbolismos. Já em “Smallville” a coisa foi melhorando.
Portanto, Singer consegue manter esse clima de heroísmo e os símbolos em torno do herói, e explora a fundo as relações entre Superman e Jesus Cristo. Algo que sempre existiu.
Só que hoje em dia não basta apenas colocar o herói salvando pessoas e apresentando todos os seus super poderes, afinal, isso já foi feito repetidas vezes ao longo dos anos, e claro, com a tecnologia de hoje fica visualmente magnifico, porém, o público atual mudou e quer ver mais do que isso. Homenagear o clássico no visual, na trilha sonora, no clima “aventura” e mostrar o herói abrir a camisa correndo pela rua mostrando o “S” apenas, é preguiça e falta de ousadia. Tanto que neste ano vamos ter o “Superman” adaptado para as novas plateias, com muita ação do jeito que o público gosta e do jeito que o herói condiciona fazer, com uma pegada mais realista e violenta. E aparentemente respeitando sua mitologia que é o mais importante.
Bryan Singer também derrapa na relação entre Clark Kent e Lois Lane. Nos filmes antigos, a química entre Christopher Reeve e Margot Kidder era perfeita, pois Reeve fazia o tipo sonso e carinhoso encarnando Clark, enquanto Margot como a jornalista ousada e intrometida. Ela brincava com Clark, o criticava como todo amigo faz e as brincadeiras entre ambos era algo delicioso nos filmes, já aqui, apesar do visual idêntico de Brandon Routh com Reeve, a interação entre os dois personagens não possui o humor, o sarcasmo e a inocência dos antigos. Tudo é muito apagado, gélido e sem ritmo. Kate Bosworth não passa a segurança e o jeitão controlador da verdadeira Lois Lane dos filmes anteriores.
Já Kevin Spacey considero uma escolha certeira para o papel de Lex Luthor, pena que o ator seja mal aproveitado pela história. Lex volta com mais um dos seus planos mirabolantes de dominar o mundo e destruir o Homem de Aço, porém, aparece pouco e soa como não tendo grande importância para a trama, apenas estando ali por ser o principal vilão do herói e ter a necessidade de um.
O foco acaba sendo a relação entre Superman/Clark Kent e Lois Lane gerando um clima de romance “água com açúcar” que perdura basicamente por todo o filme. E temos a inserção de um drama envolvendo o filho de Lois Lane que revela ser o bambino desconhecido do herói. Como? É isso mesmo, o filho do Superman!
Acho sensacionais as cenas de heroísmo que utiliza o melhor da tecnologia atual proporcionando sequências belíssimas e nostálgicas. Momentos como a do avião no inicio, a bala no olho e o herói salvando a cidade próximo ao clímax final são belíssimas e de encher os olhos. Mas como já foi dito não basta ter só isso. O que temos é um filme que se perde em sua história com um desenrolar morno e frio, e se preocupa tanto em homenagear os clássicos que se esquece de si próprio.
Se o intuito era fazer uma sequencia, “Superman – O Retorno” pouco acrescenta à mitologia do herói e é mais do mesmo em relação aos seus predecessores, “Superman – O Filme” e “Superman II – A Aventura Continua”. E quando acrescenta faz errado. Portanto, no quesito nostalgia, o filme é até agradável e traz boas lembranças, mas deixa a desejar quando é trazer o herói para as novas plateias, principalmente se tratando de um ser tão poderoso e icônico como o Superman.
Mas ainda assim consegue ser bem melhor que “Superman III” e “Superman IV - Em Busca da Paz”, que são dois filmes que nunca deveriam ter existido.
Nota: «««««
Comentário por Matheus C. Vilela
TERÇA-FEIRA A CRÍTICA DO AGUARDADO "O HOMEM DE AÇO"!
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