Now You See Me-EUA
Ano: 2013 - Dirigido por: Louis Leterrier
Sinopse: Daniel Atlas (Jesse Eisenberg) é o carismático líder do grupo de ilusionistas chamado The Four Horsemen. O que poucos sabem é que, enquanto encanta o público com suas mágicas sob o palco, o grupo também rouba bancos em outro continente e ainda por cima distribui a quantia roubada nas contas dos próprios espectadores. Estes crimes fazem com que o agente do FBI Dylan Hobbs (Mark Ruffalo) esteja determinado a capturá-los de qualquer jeito, ainda mais após o grupo anunciar que em breve fará seu assalto mais audacioso. Para tanto ele conta com a ajuda de Alma Vargas (Melanie Laurent), uma detetive da Interpol, e também de Thaddeus Bradley (Morgan Freeman), um veterano desmistificador de mágicos que insiste que os assaltos são realizados a partir de disfarces e jogos envolvendo vídeos.
Louis Leterrier conseguiu atrair a atenção de Hollywood quando lançou, em 2002, “Carga Explosiva”, estrelado por um não tão badalado Jason Stathan e que marca a sua estreia na direção de um longa metragem. De lá para cá Leterrier foi mostrando competência em dirigir ação como visto na continuação de “Carga Explosiva” e em “Cão de Briga”, um empolgante filme estrelado por Jet Li, que escancarou as portas para anos mais tarde ser chamado para dirigir o reboot do personagem Hulk no cinema, no agradável “O Incrível Hulk”. Dirigiu também os fracos “Fúria de Titãs 1 e 2” e agora vêm com este “Truque de Mestre”, que impressionou nas bilheterias tendo custado 75 milhões e superado em duas semanas esse valor.
Mas Leterrier nunca foi um sinônimo de alta qualidade. É competente em filmar ação, agradou na sua estreia, mas nunca foi aquele diretor que conseguiu ser um grande destaque na indústria. Portanto, este seu “Truque de Mestre” se destaca por não ser um dos seus típicos trabalhos de ação. Investe em uma trama diferente envolvendo roubos e mágica e consegue criar não só um clima envolvente, como também faz o seu melhor trabalho até aqui.
“Truque de Mestre” não é uma maravilha ou aquele filme que você levanta da poltrona e bate palmas pela originalidade ou competência narrativa. O filme é errante na construção dos seus personagens, que como muitos críticos ressaltaram, é vazia e pouco nos identificamos com eles. De fato os protagonistas são destacados apenas por suas habilidades, e ao longo de todo o roteiro, o foco da obra é impressionar com números de mágicas e reviravoltas surpreendentes. Mas esquece que seria mais impactante, se houvesse um aprofundamento maior nas motivações e porquês de cada um, o que resultaria em surpresas mais surpreendentes. O que acontece com os personagens de Michael Caine e Dave Franco, por exemplo, é tão apagado e distante que pouco impressiona.
Mas ainda assim Laterrier diverte e faz um filme dinâmico, nunca parado e que torna críveis as fantasias da história, ao ponto de realmente acreditarmos ser possível o que está sendo mostrado. E se os personagens são tão mal explorados, fica a cargo do carisma e talento dos atores a tarefa de trazer algum interesse para eles, e por causa de pessoas como Jesse Eisenberg, Isla Fisher, Woody Harrelson, Dave Franco, Mark Ruffalo, Morgan Freeman e Michael Caine, é que “Truque de Mestre” fica mais interessante.
Este ano está sendo o ano dos filmes menores, que estão surpreendendo bem mais nas bilheterias que os caríssimos blockbusters cada vez mais padronizados e desinteressantes. “Truque de Mestre”, repito, não é uma maravilha, mas dentro da sua proposta é competente e nos envolve do inicio ao fim.
Nota: «««««
Comentário por Matheus C. Vilela
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