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quinta-feira, 15 de agosto de 2013

Especial DEL TORO: "A ESPINHA DO DIABO"

El espinazo del diablo-MÉXICO, ESPANHA
Ano: 2001 - Dirigido por: Guillermo Del Toro
Elenco: Marisa Paredes, Eduardo Noriega, Federico Luppi.

NOTA: «««««

Sinopse: Aos 12 anos de idade, durante a Guerra Civil Espanhola, Carlos (Fernando Tielve) é abandonado no decadente orfanato de Santa Lúcia, que é dirigido pela aleijada Carmen (Marisa Paredes) e pelo misterioso professor Casares (Federico Luppi). Além de ser recebido com hostilidade e violência pelas outras crianças e pelo cruel funcionário Jacinto (Eduardo Noriega), as escuras dependências da nova casa representam horror e mistério para o garoto. Até que ele recebe a visita do fantasma de Santi (Junio Valverde), um menino que foi brutalmente assassinado na instituição que implora alívio para seu tormento e, mais tarde, alerta para a iminência de uma desgraça. Por fim, o espírito pede a Carlos que execute uma terrível vingança.


Com “Cronos” Guillermo Del Toro ganhou destaque e chamou a atenção de Hollywood, em seguida o diretor realizou sua primeira empreitada na terra do tio Sam com o envolvente “Mutação”, mas o próprio Del Toro declarou não ter tido muitas liberdades criativas no filme e que não gostou muito do resultado final. Foi em 2001 que Del Toro fez o seu primeiro filme de grande sucesso e aclamado por toda a crítica com este “A Espinha do Diabo”. 

Curioso é que o longa é erroneamente vendido como um filme de terror, mas não é. Provavelmente o grande terror existente na obra seja o terror da guerra, da perda e da ganância. Como o diretor fez recentemente e maravilhosamente bem com “O Labirinto do Fauno”, onde mescla discussões fortes da realidade do ser humano com o surreal, aqui Del Toro parte do mesmo principio. 


A história se passa em um orfanato durante o período da Guerra Civil Espanhola, assim como no já citado “O Labirinto do Fauno”, e temos também uma criança como protagonista que vivencia todo o lado irreal da trama. Não temos na obra a fantasia assumida como a vista no filme de 2006. Neste “A Espinha do Diabo” o foco são os acontecimentos envolvendo os moradores do orfanato. 

O fantasma presente na história serve como uma tipificação aterrorizante da guerra e dos sonhos perdidos. O próprio nome “A Espinha do Diabo” podemos relacioná-lo com a própria guerra em si, uma espinha cravada na alma das pessoas. E Del Toro nunca apresenta o fantasma como sendo horror do filme, ainda que crie ótimos momentos de suspense. Porém, sua figura transmite dor e sofrimento, enquanto que, certos personagens humanos são apresentados como os verdadeiros monstros. 


Ainda que muitíssimos diferentes, no fundo “A Espinha do Diabo” e “O Labirinto do Fauno” compartilham de certas similaridades. E ambos conseguem o efeito de impactar o público não só por causa de suas fantasias, mas principalmente devido ao peso dramático de suas histórias.

Comentário por Matheus C. Vilela

CURIOSIDADE

- O diretor Pedro Almodóvar é um dos produtores do filme. 

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