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sexta-feira, 31 de maio de 2013

SE BEBER, NÃO CASE! - PARTE 3

The Hangover - Part 3-EUA
Ano: 2013 - Dirigido por: Todd Phillips

Sinopse: Alan (Zach Galifianakis) está deprimido devido à morte de seu pai. Preocupado com o cunhado, Doug (Justin Bartha) sugere que ele vá até um lugar chamado New Horizons, que pode torná-lo um novo homem. Alan apenas aceita a sugestão após Phil (Bradley Cooper) e Stu (Ed Helms) concordarem em levá-lo, juntamente com Doug. É o início de uma nova viagem do quarteto, que acaba sendo interrompida bruscamente pelos capangas de Marshall (John Goodman). O malfeitor está atrás de Chow (Ken Jeong), que lhe aplicou um golpe milionário, e acredita que os amigos ainda possuam contato com ele. Após sequestrar Doug, Marshall dá a Alan, Stu e Phil um prazo para que encontrem Chow e devolvam as barras de ouro por ele roubadas, caso contrário todos morrerão. O que o trio não esperava era que, para reencontrar Chow, teria que ir até Tijuana, no México, e também em Las Vegas.


O primeiro “Se Beber, Não Case!“ lançado em 2009 foi uma das gratas surpresas daquele ano e uma das melhores comédias da última década. A combinação perfeita de uma boa história com elementos que faziam prender a atenção do público, um humor ácido eficiente combinado com doses de ação e um elenco cuja interação era perfeita. Tudo isso proporcionou inúmeros elogios ao filme que se consagrou como a comédia para maiores de maior sucesso de Hollywood e faturou também, surpreendentemente, o Globo de Ouro de Melhor Filme Comédia e/ou Musical daquele ano. 

Obviamente que com todo esse sucesso o diretor Todd Phillips faria uma continuação. Eis que em 2011 temos “Se Beber, Não Case! – Parte 2” onde Phillips repete basicamente a mesma estrutura que deu certo no primeiro, mudando apenas o cenário e aumentando o peso dos piadas, agora bem mais pesadas. Pois bem, a continuação repetiu o sucesso financeiro, mas regrediu em qualidade recebendo muitas criticas negativas e decepcionando pela falta de criatividade de seus realizadores. 


Mas como também é moda em Hollywood fazer tudo em 3, a trilogia de “Se Beber, Não Case!”, enfim, se conclui com este “Se Beber, Não Case! – Parte 3”, agora sem ressacas e esquecimentos e com uma história que pega elementos do primeiro filme e desenvolve em cima disso. Oferece mais espaço para personagens que antes secundários, aqui ganham status de protagonista. É o caso de Leslie Chow, o chinês traficante e viciado em cocaína interpretado por Ken Jeong, e o personagem de Zach Galifianakis, Allan, que se torna o centro dramático da história.

Vou falar logo de uma vez: “Se Beber, Não Case! – Parte 3” não é ruim! As inúmeras críticas negativas recebidas pelo filme, particularmente, considero um tanto quanto exageradas. Sem dúvida alguma o original continua sendo o melhor de todos, seja em aspectos narrativos quanto de humor onde tudo era equilibrado se encaixando perfeitamente bem. O diretor Todd Phillips aprendeu com o segundo e volta ao clima mais pastelão e irônico do primeiro, deixando de lado o tom pesado e sombrio do segundo. E claro, sem ressacas dessa vez! 


As piadas aqui são leves e bem equilibradas, e o filme leva a sério aquilo que apresenta. Talvez este seja o seu maior problema, já que o humor é deixado de lado em vários momentos e o que vemos é um thriller policial, do que, necessariamente, uma comédia. 

Porém, avaliando de modo geral, o filme possui momentos divertidos e um desenrolar que entretêm e nos envolve. Ainda que longe de ter a competência do primeiro, ao menos este terceiro episódio é bem melhor que o antecessor em tudo. Sem muita expectativa, confesso que me diverti mais do que esperava. Bom!

Nota: «««««

Comentário por Matheus C. Vilela

BATMAN: O CAVALEIRO DAS TREVAS - PARTE 2

Batman: The Dark Knight Returns - Part 1
Ano: 2012 - Dirigido por: Jay Oliva

Sinopse: A história mostra Bruce Wayne aposentado, aos 55 anos, tentando levar o que mais se aproxima de uma vida comum, mas a onda de crimes em Gotham City não o deixa em paz. Até que ele resolve vestir novamente o manto do morcego e, uma vez mais, perseguir os criminosos pelas ruas, o que desencadeará uma série de eventos que pode significar a destruição da cidade.


Dividido em duas partes, minha ressalva em relação ao primeiro filme foi a de uma obra bem feita visualmente, ágil em seu desenvolvimento, porém, pouco profundo nos dramas e motivações de seus personagens, com acontecimentos apressados e uma história movida pela ação fetiche. 

Neste segundo o problema continua, e o mais decepcionante é que nesta sequencia temos o material mais interessante e esperado da HQ: o embate entre Batman e Superman e a morte de personagens amados pelo público. Entretanto, ainda assim, esta Parte 2 consegue ser mais eficiente e empolgante que o anterior, e tudo isso por causa de um único personagem: o Coringa! 


Aparecendo pouquíssimas vezes na Parte 1 em cenas dentro do Arkham, totalmente imóvel e sem reações, já que ele não teve mais motivos para viver depois que o Batman se foi, o Coringa vai retornando aos poucos na medida em que o Homem Morcego volta à ativa e o primeiro filme termina com ele dando aquele seu sorriso para a câmera. Nesta parte 02, o Coringa mostra o porquê de ser um dos maiores vilões já criados. Tudo bem que tudo acontece na HQ, mas a transposição para o desenho apresenta essa força do personagem, que quando aparece muda completamente o clima e toda nossa maneira de acompanhar a fita. 

Não temos aqui o Coringa paspalho e pouco ameaçador do desenho da “Liga da Justiça”, ou o Coringa suavizado de outros desenhos, mas simplesmente o mais cruel, violento, imprevisível e caótico que já vi no âmbito da televisão e filmes para Home Video. Sem medir suas ações e pouco se importando com qualquer sanidade existente, o Coringa deste “Batman – O Cavaleiro das Trevas Parte 2” é um verdadeiro agente do caos, e já velho, não busca brincar com o herói nem fazer os seus habituais joguinhos. Ele quer matar o Batman e matar pra valer, e para isso não mede inocentes para chamar sua atenção. Não quero detalhar nada para não perder a graça, mas a entrevista sua para um programa de televisão e a sequencia que se passa dentro de um parque de diversões são memoráveis! 


A conclusão que tiro tanto da primeira quanto desta segunda parte, é que ambos os filmes se dão melhor quando buscam focar em dramas pessoais dentro do universo Batman. Já nas questões mais complexas e maiores, como o conflito entre americanos e soviéticos que está presente na HQ, e que envolve o Superman e etc, o filme deixa a desejar mostrando uma falta de desleixo em relação a tais sub tramas. Nunca nada disso é explorado a fundo, e quando aparecem as cenas do Superman ajudando os americanos na guerra, acontece uma quebra de ritmo e nada parece ter relevância para a história do filme, já que o foco é outro. 

Portanto, este “Batman O Cavaleiro das Trevas – Parte 2” é melhor que o anterior e mais empolgante. Mas não deixa de ter os seus problemas graves em relação à história. Problemas estes que atrapalham o filme de ser bem mais do que um mero fetiche para fãs. Mais vale a pena conferir!

Nota: «««««

Comentário por Matheus C. Vilela

BATMAN: O CAVALEIRO DAS TREVAS - PARTE 1

Batman: The Dark Knight Returns - Part 1
Ano: 2012 - Dirigido por: Jay Oliva

Sinopse:
A história mostra Bruce Wayne aposentado, aos 55 anos, tentando levar o que mais se aproxima de uma vida comum, mas a onda de crimes em Gotham City não o deixa em paz. Até que ele resolve vestir novamente o manto do morcego e, uma vez mais, perseguir os criminosos pelas ruas, o que desencadeará uma série de eventos que pode significar a destruição da cidade.


“O Cavaleiro das Trevas” escrita por Frank Miller talvez seja a mais icônica HQ já feita sobre o Batman, e influenciou, após o seu lançamento, as gerações seguintes tanto no universo dos quadrinhos quanto também do próprio cinema. 

O retrato de Miller para o Homem Morcego, como nunca antes visto, foi a de uma figura complexada e atormentada pelo seu passado e extremamente sombria e violenta, sem medo nem piedade de matar se for preciso. Claro que ver o Batman sofrendo por causa do seu passado não é nada novo, porém, Miller se aprofundou nesta questão trazendo maior dramaticidade ao personagem, que já velho, faz o governo dos EUA declará-lo um fora da lei e enviar o Superman para prendê-lo. 


Dirigido por Jay Oliva, que já dirigiu outros desenhos de super-heróis como “O Invencível Homem de Ferro”, “Tropas Estelares” e “Doutor Estranho”, ele faz aqui o seu trabalho mais significativo, baseado em uma obra de peso adorada por muitos. Oliva busca emular em inúmeros aspectos a obra de Miller, desde o visual até cenas homenageando momentos clássicos da HQ. 

Mas ainda assim, esta primeira parte, ainda que possuindo cenas de ação empolgantes e bem feitas, não impressiona como deveria. A impressão que tive é a de um filme fetiche, que se preocupa em se relacionar com o seu material de inspiração, mas esquece de criar uma desenvoltura jus para a história. 


Ainda que sério e extremamente violento, “Batman O Cavaleiro das Trevas – Parte 1” pouco se aprofunda nas motivações de seu herói para voltar à ativa e também nos acontecimentos que desencadeiam as cenas de luta. Parece que elas acontecem por acontecer e parecer legal. Sem falar do surgimento do tal Robin, que aqui é uma menina, mas não sabemos quem é e o porquê daquilo, já que simplesmente ela veste a roupa e decide sair pulando pela cidade ajudando o Batman. 

Portanto, achei esta primeira parte ágil, dinâmica e movimentada. Entretanto, superficial com seus personagens e dramas, e o resultado final acaba não fazendo jus a icônica HQ escrita por Frank Miller, e soa como mais um longa metragem animado do herói. Nada mais!

Nota: «««««

Comentário por Matheus C. Vilela

segunda-feira, 27 de maio de 2013

O ACORDO

Snitch-EUA
Ano: 2012 - Dirigio por: Ric Roman Waugh

Sinopse: Um adolescente é preso injustamente por um crime que não cometeu e, após ser julgado, acaba sendo condenado a 10 anos de prisão. Desesperado, seu pai John Matthews (Dwayne Johnson) está disposto a qualquer acordo para livrá-lo da cadeia. É quando recebe a proposta de uma promotora federal (Susan Sarandon) para que trabalhe como agente infiltrado em uma operação em andamento, que tem por meta capturar um poderoso chefão das drogas (Benjamin Bratt).


Não tenho nada contra Dwayne Johnson e confesso que o considero um ator de carisma que tanto em filmes de ação quanto em suas embarcadas em obras infantis convence e diverte sem exagerar na dose. Neste “O Acordo”, Johnson faz o seu primeiro grande drama e busca provar ser muito mais do que um “garanhão bombado”. 

Johnson interpreta John Matthews, empresário no ramo de construção que decide trabalhar junto com a policia para prender um traficante de drogas em troca da liberdade de seu filho, que foi preso injustamente acusado de tráfico de drogas. Obviamente que no decorrer dessa história surgirão imprevistos e obstáculos que podem comprometer o êxito da operação impedindo que os planos de John se concretizem. 


Dirigido por um tal de Ric Roman Waugh, que trabalhou vários anos como dublê em filmes como “Maquina Mortífera 2”, “Soldado Universal”, “Hook – A Volta do Capitão Gancho” e dentre outros, Waugh faz sua estreia na direção de um longa e assina também o roteiro que foi baseado numa história real. 

Repito que não tenho nada contra Dwayne Johnson e acho que é um sujeito carismático que faz um bom trabalho aqui. Não digo ser um grande papel dramático, mas ao menos o ator convence não soando forçado ou rígido, como outros astros de ação já mostraram ser nesse tipo de filme. 


O diretor Ric Roman Waugh nitidamente buscou seguir uma linha mais certa em sua estreia querendo agradar o grande público. “O Acordo” tem tensão, ação e um drama genérico de pai e filho com uma trilha sonora sempre elevada ao fundo insistindo pra gente chorar. A fotografia é densa, a câmera de Waugh é sempre na mão e bem próxima ao rosto dos personagens, e tudo é construído buscando extrair a emoção de quem assiste. Ainda que seja “Baseado em Fatos Reais”, o filme é previsível do início ao fim e em nenhum momento acreditamos que possa acontecer algo de inesperado. 

O Acordo” não irá decepcionar nas locadoras, vai agradar várias pessoas e muitos irão elogiar Johnson dizendo ser um filme bem diferente em sua carreira. Porém, está longe de ser um grande drama ou um filme memorável. Desligou, esqueceu!

Nota:  «««««

Comentário por Matheus C. Vilela

sexta-feira, 24 de maio de 2013

VELOZES E FURIOSOS 6

Fast and Furious 6-EUA
Ano: 2013 - Dirigido por: Justin Lin

Sinopse: Desde que o golpe de Dom (Vin Diesel) e Brian (Paul Walker) no Rio de Janeiro deixou o grupo com US$100 milhões, os heróis se espalharam pelo globo. Mas a incapacidade de voltar para casa e viver em um lar tornou suas vidas incompletas. Enquanto isso, Jobbs (Dwayne Johnson) esteve perseguindo uma organização de mercenários sobre rodas, um grupo de homens cruéis divididos em 12 países, cujo mentor (Luke Evans) tem ajuda da destemida Letty (Michelle Rodriguez), a antiga namorada de Dom, que ele acreditava estar morta. A única maneira de parar este grupo de criminosos é superá-los nas ruas, por isso Hobbs pede a Dom para reunir um grupo de elite em Londres. A recompensa? Perdão a todos eles, para poderem voltar para as suas casas e tornarem suas famílias completas novamente.


Quando um filme faz muito dinheiro, é mais do que óbvio que Hollywood fará uma continuação daquele material. E na medida em que tal material continuar enchendo os cofres do estúdio há grandes chances da franquia continua ativa. É o caso de “Velozes e Furiosos”. Mas o mais legal nessa franquia é que ela não é aquele exemplar nerd, nem almeja ser mais do que propõe. Principalmente nesses últimos anos, desde a volta de Vin Diesel no quarto capítulo, que a franquia assume sua natureza de filme pipoca mostrando aquilo que o grande público, principalmente homem, gosta de ver: ação, ação e ação. 

Porém, nem sempre “Velozes e Furiosos” foi assim. No inicio, com o lançamento e sucesso do primeiro filme em 2001, o grande destaque eram os carros turbinados e os rachas urbanos recheados de manobras radicais e perseguições daquelas de tirar o fôlego. Só que nas duas continuações que vieram em seguida, “+ Velozes e + Furiosos” e “Velozes e Furiosos – Desafio em Tóquio”, a franquia começa a mostrar sinais de esgotamento e a seriedade em torno da história junto com as corridas não estavam surtindo tanto efeito. Solução: reinventar! 


Diesel ficou fora nos dois longas posteriores ao original e retorna só no quarto, agora em um filme focado na ação e mais descontraído, tendo vários alívios cômicos. Os filmes com carros tunados e corridas clandestinas transformavam-se em filmes de assalto, tendo a parte da estratégia e as cenas de ação exageradas e divertidas. O novo visual agradou e muito o público fazendo de “Velozes e Furiosos 5: Operação Rio” o mais rentável de todos arrecadando impressionantes 622 milhões mundialmente, e foi o mais elogiado pelos críticos. 

Trazendo sangue novo a nova franquia “Velozes e Furiosos”, além de Vin Diesel, Paul Walker e cia, o elenco conta agora com a presença de Dwayne Johnson! E vê-lo lutar mano a mano com Vin Diesel no quinto filme já vale o ingresso pago! 


Portanto, seguindo o padrão apresentado no quarto e estabelecido no quinto, este sexto filme traz muita energia com sequências de ação bem coreografadas, divertidas e empolgantes. Tudo é conduzido com muito humor e criatividade. Momentos como a sequencia do tanque ou a do avião no final são exageradíssimas, mas não menos empolgantes e memoráveis. Afinal, se o cinema é também para viver o impossível, “Velozes e Furiosos 6” entende bem isso. 

Já com o sétimo capítulo confirmado eu confesso que não me canso dos filmes. Não são obras primas, mas conseguem cumprir com eficácia sua proposta com estilo e empolgação. Particularmente, prefiro o novo tom da franquia do que o estilo anterior. 


E pra ninguém dizer que não existem mais rachas em “Velozes e Furiosos”, este sexto capítulo possui uma sequencia pra saciar aqueles que estavam sentindo falta das competições clandestinas nos novos filmes. Até Vin Diesel se deleita com tal momento ao dizer com um sorriso maroto: “Como nos velhos tempos!”. 

Obs: Temos uma sequencia durante os créditos que introduz o vilão do próximo filme. E ele será interpretado por... Bem... É melhor você mesmo assistir e descobrir.

Nota: «««««

Comentário por Matheus C. Vilela

Series: HOUSE OF CARDS - 1ª TEMPORADA

House Of Cards: 1ª temporada - EUA
Total de episódios: 13
Ano: 2013
Dirigido por: David Fincher, James Foley, Joel Schumacher, Charles McDougall, Carl Franklin, Allen Couter.



“House Of Cards” é a segunda série original realizada para a Netflix, a maior empresa de TV online do mundo, e os 13 episódios que compõem a primeira temporada, diferente do habitual, foram disponibilizados no site simultaneamente podendo ser adquiridos em pacote. A ideia deu certo e a série foi a mais assistida da Netflix desde o seu lançamento, sem falar do sucesso de críticas que, evidentemente, deram sinal verde para os próximos 13 capítulos. 

Criada por Beau Willimon e produzida por pessoas como David Fincher (que dirige os dois primeiros episódios) e Kevin Spacey (que também estrela), a série é baseada em uma minissérie de mesmo nome produzida pela BBC em 1990, que foi baseada no romance homônimo de Michael Dobbs, cuja trama se passa em Londres após a renúncia de Margareth Thatcher como primeira ministra e acompanhamos a disputa pelo disputado cargo. Nesta nova adaptação o cenário muda para os Estados Unidos, Washington D.C, onde após a vitória de Garret Walker para presidente da república, o líder do partido republicano e congressista Frank Underwood espera dele o cumprimento da promessa de torná-lo Secretário de Estado, já que ele foi fundamental para a vitória do atual presidente. 


Surpreendentemente, Frank é mantido no congresso sob alegações que sua presença ali é fundamental para o governo, e o cargo de secretário é oferecido a outra pessoa. A partir de então, Frank começa uma série de táticas para derrubar o atual presidente. 

Não vemos aqui no Brasil uma separação tão acentuada e competitiva entre democratas e republicanos como vemos nos Estados Unidos. Existem sim os conflitos e diferenças, mas tudo tendo outros interesses e motivos, já lá a idealização de cada um desses partidos é tão forte e martelada com tanta frequência na cabeça das pessoas, que um cidadão norte-americano já sabe bem de que lado é desde cedo. 


O que vemos em “House Of Cards” é a dinâmica existente por trás desse mundo e como, muitas vezes, ou em grande maioria, tudo não passa de um jogo onde quem vence é quem for mais esperto e tiver mais poder. Frank Underwood é influente, esperto e preza sempre por sua imagem, e para isso, cobre com extremo cuidado os seus rastros e não mede esforços para alcançar aquilo que deseja. Ele sabe argumentar, sacrificar um peão para matar a rainha, coloca os seus subalternos sob suas rédeas, entrega o que o oponente deseja em troca, não de dinheiro, mas de lealdade e poder. Pois assim como o próprio personagem exemplifica no episódio número 02: “Dinheiro é a mansão no bairro errado, que começa a desmoronar depois de 10 anos. Poder é o velho edifício de pedra que se mantém de pé por séculos”. 

A série conta com diretores de nome como David Fincher e Joel Schumacher na direção de alguns episódios. Fincher, sendo também um dos principais produtores, mantém seu estilo de filmagem com pouca câmera na mão e uma fotografia que lembra trabalhos como “Millenium – Os Homens Que Não Amavam As Mulheres” e “Seven – Sete Crimes Capitais”. A câmera que anda pelo ambiente, que vai se aproximando ou se afastando dos atores é frequentemente usada aqui. Outro fator que ajuda muito no envolvimento do público com a história, é a quebra da quarta parede com a interação direta com o público. Kevin Spacey, que dá vida ao protagonista Frank Underwood, para o que está fazendo e se dirige fixamente para a câmera explicando o que pretende fazer ou o que está acontecendo naquele momento, tornando-nos assim uma espécie de cúmplices. 


Por falar em Kevin Spacey, o ator de 53 anos mostra-se completamente a vontade na pele do congressista Frank Underwood. Usando grande parte do tempo uma voz mansa e arrastada recheada de sarcasmo e desdém, Spacey consegue, apesar do caráter dúbio de seu personagem, criar uma figura simpática que desperta o nosso interesse em querer acompanhá-lo e saber o que fará em seguida. 


Outros atores também merecem elogios como Robin Wright interpretando a esposa de Frank, Claire Underwood. Ela não é apenas uma esposa que serve para satisfação sexual e propaganda politica do marido, Claire Underwood e Frank Underwood se amam, mantém os seus casos extraconjugais movidos por interesses, e ambos trabalham juntos criando uma forte muralha contra os ataques de fora. São como Bonnie e Clyde, unidos no amor, unidos no crime. 

Kate Mara, Corey Stoll, Michael Kelly, Kristen Connoly (linda e maravilhosa!) completam o elenco principal trazendo interpretações fortes e consistentes. E Gerald McRaney empresta sua competência e talento interpretando um bilionário no ramo de energia. 


“House Of Cards” merece todo o sucesso e respeito a que vêm tendo. Geralmente obras politicas tende a ser cansativas e pouco agrada o grande público, mas “House Of Cards” com sua desenvoltura ágil e diálogos estupendos, a série é uma das melhores desses últimos anos. Traz os bastidores da política norte americana de um jeito empolgante, imprevisível, interessante e bem irônico. 

A escolha de lançar os 13 episódios juntos foi um acerto e tanto, pois assim como eu, tenho certeza que você não irá se contentar em assistir apenas um episódio por dia.

Nota: «««««

Comentário por Matheus C. Vilela

TERAPIA DE RISCO

Side Effects-EUA
Ano: 2012 - Dirigido por: Steven Soderbergh

Sinospe: A trama gira em torno da jovem Emily Hawkins (Rooney Mara), que acaba de ver o marido (Channing Tatum) ser libertado da prisão por um crime de colarinho branco. Mesmo aliviada, Emily tem crises de depressão e busca a ajuda de medicamentos prescritos para conter a ansiedade. Ela também busca amparo num tratamento psicológico, lidando com profissionais (Jude Law e Catherine Zeta-Jones). O tratamento, por mais que comece de forma positiva, vai gerar consequências inesperadas na vida da jovem.


Steven Soderbergh anunciou que este “Terapia de Risco” será o seu último longa metragem feito para o cinema, e que irá investir mais em trabalhos televisivos. Particularmente, não acredito muito em tal declaração, mas se caso Soderbergh foi fiel às suas palavras, será uma grande perda. O diretor é um dos pouquíssimos hoje em dia que consegue trilhar por gêneros diferentes e conseguir ser eficiente e criativo, ainda que com derrapadas feias ao longo do caminho, como por exemplo, o horrível “Confissões de Uma Garota de Programa”. 

“Terapia de Risco” acompanha uma mulher chamada Emily Hawkins (Rooney Mara) que teve o seu marido liberto da prisão após cumprir quatro anos de pena, sofre de depressão e ansiedade e após um acidente de carro onde tentou cometer suicídio batendo o veiculo contra a parede de um estacionamento, Hawkins começa a ser atendida por um psiquiatra chamado Jonathan Banks (Jude Law). 


De inicio, os remédios receitados por Banks não surtem efeito causando enjoo e tontura, até que este receita uma nova droga lançada no mercado chamada Ablix e que muda completamente a rotina de Emily, proporcionando-lhe disposição e ânimo. Entretanto, os efeitos colaterais trarão consequências amargas com episódios inesperados que mudará totalmente o modo de agir dos personagens. 

O grande êxito de Soderbergh com este “Terapia de Risco” é por surpreender o seu público com acontecimentos imprevisíveis, mudando totalmente o gênero do filme. Se no começo tínhamos um drama focado na situação da personagem de Rooney Mara, e uma discussão sobre a indústria farmacêutica que fatura bilhões em cima de doentes e de suas doenças, Soderbergh inesperadamente transforma isso num eficiente suspense onde ninguém ali soa confiável o bastante. 


Rooney Mara, que alcançou o reconhecimento após “Millenium – Os Homens Que Não Amavam As Mulheres”, onde recebeu uma indicação ao Oscar de Melhor Atriz, está um arraso como Emily Hawkins. A atriz está belíssima com cabelo longo e uma maquiagem que a transforma na figura mais carismática de todo o filme. Mas não menos problemática. 

Jude Law, como sempre, eficiente no papel do homem íntegro, carinhoso e atencioso. Catherine Zeta-Jones aparece pouco e sem muita utilidade no inicio, mas vai se mostrando parte importante da história. E Channing Tatum, aos poucos, vêm se mostrando um ator competente e simpático, e não apenas um sexy simbol


Terapia de Risco” exige certa persistência em seu inicio discursivo e sem grandes acontecimentos. Mas quando as coisas mudam de rumo, cada minuto que passa fica mais e mais prazeroso de acompanhar. Se realmente é o último trabalho de Steven Soderbergh para o cinema, ao menos o diretor despede-se com chave de ouro. Deixando também a dor da saudade.

Nota: «««««

Comentário por Matheus C. Vilela

segunda-feira, 20 de maio de 2013

HOLY MOTORS

Holy Motors-FRANÇA
Ano: 2012 - Dirigido por: Leos Carax

Sinopse: Oscar (Denis Lavant) transita solitário em vidas paralelas, atuando como chefe, assassino, mendigo, monstro, pai... Mergulha profundamente em cada um dos papéis e é transportado por Paris e arredores em uma luxuosa limusine, comandada pela loira Céline (Edith Scob). Ele é um homem em busca da beleza do movimento, da força motriz, das mulheres e dos fantasmas de sua vida.


“Holy Motors” é um filme que vai ser difícil conquistar o grande público. Isso por ser uma obra complicada não na questão de entender sua história, pois o filme não possui de fato uma trama linear, mas em fazer as pessoas entenderem a sua intenção e objetivo, e o que o longa deseja falar com aquilo tudo. 

Dirigido por Leos Carax ("Sangue Ruim", "Tokyo"), Carax faz aqui um grande estudo sobre a vida e o cinema. O filme já inicia-se com o protagonista chamado Oscar, interpretado sublimemente por Denys Tenant, que acorda de um sonho, abre uma porta secreta no local onde se encontra, vai andando por um corredor, abre outra porta e estamos dentro de um cinema. O lugar onde se realizam os sonhos e o impossível, e isto é justamente o que Carax irá explorar. 


“Holy Motors” mostra a experiência que temos de viver um filme dentro de um filme. Oscar é um sujeito que diariamente possui inúmeros “compromissos”, sendo estes momentos onde se passa por diferentes personagens, por isso a trama não linear da fita. O que temos aqui é uma mescla de diferentes gêneros cinematográficos interpretados por uma única pessoa, ou melhor, seriam esquetes onde Oscar interpreta tipos como: assassino, pai de família, monstro, músico, etc. 

Mas a questão é que Carax aproveita isso para no desenrolar disso tudo abrir questões como a importância da imagem no cinema, a geração atual movida pela facilidade que a tecnologia proporciona e como isso tem afetado o público, tanto que quando Oscar entra na sala de cinema no inicio o que temos é uma plateia dormindo diante da grande tela. Mas nunca essas questões são muito aprofundadas, abrindo uma deixa para o público interpretar tais imagens da maneira como desejar. 


Portanto, “Holy Motors” é sem dúvida um material original, único. Denis Lavant está um assombro como Oscar e nas demais performances. O filme é para poucos. Particularmente, achei uma obra envolvente, interessante e excelente para avaliar com mais detalhes ao longo do tempo. Uma de minhas sequencias prediletas é o momento musical nos instantes finais do filme, principalmente por um se grande fã desse gênero. 

O cinema é o único meio de viver vidas diferentes? Bem, pode até não ser o único, mas o que Leos Carax faz questão de mostrar é que o cinema é o mais belo e mágico meio de transporte para as mais diversas experiências da vida.

Nota: «««««

Comentário por Matheus C. Vilela

sábado, 18 de maio de 2013

SACRIFÍCIO

Zhao Shi Gu Er-CHINA
Ano: 2010 - Dirigido por: Chen Kaige

Sinopse: Ao longo de gerações o clã Zhao deteve um grande poder na China. Cansado de ser desprezado pelos líderes do clã, Tu'an Gu (Wang Xueqi) elabora um plano que visa matar, de uma só vez, todos os integrantes da família. Apenas um bebê sobreviveu ao massacre, sendo levado às escondidas por Cheng Yin (Ge You), um médico que passa a cuidá-lo como se fosse seu filho recém-nascido, após ele ser morto juntamente com sua esposa. A criança passa a se chamar Cheng Bo e, tempos depois, se torna afilhada de Tu'an Gu. O que ele não esperava era que a criança era parte de um plano de vingança pelo massacre do clã Zhao.


Ainda não consegui assistir a todos os filmes dirigidos por Chen Kaige, mas os que vi falo sem medo que Kaige é eficiente e sabe contar uma história de forma que ela nunca fique cansativa. O seu primeiro grande sucesso mundial foi com “Adeus, Minha Concubina” (1993) seguido de outros trabalhos notáveis ao longo dos anos como “A Promessa” (2004), por exemplo. 

Este “Sacrifício” chega agora nas locadoras e meses atrás foi lançado bem timidamente nos cinemas, sem grande repercussão. Que erro! O filme narra uma história de vingança envolto de lutas pelo poder e família e Chen Kaige, como sempre, nos concede uma obra eficiente em sua desenvoltura com sequencias de ação bem realizadas e empolgantes. E sem aqueles habituais exageros do cinema chinês, como guerreiros pulando de árvore em árvore ou voando durante as lutas, trazendo assim, maior realismo a história.  


Como é normal no cinema chinês, a produção de “Sacrifício” é notável, indo de uma trilha sonora que exala a tensão de cada momento, passando pela direção de arte minuciosa até a fotografia belíssima. “Sacrifício” é uma grata surpresa nas locadoras e vale a nossa atenção. Recomendado!

Nota: «««««

Comentário por Matheus C. Vilela

sexta-feira, 17 de maio de 2013

REINO ESCONDIDO (3D)

Epic-EUA
Ano: 2013 - Dirigido por: Chris Wedge

Sinopse: O professor Bomba (Jason Sudeikis) dedicou boa parte de sua vida às pesquisas por um povo de tamanho diminuto, que vive na floresta e cujos movimentos são rápidos demais para serem registrados pelo olho humano. Apesar de ter encontrado alguns indícios de que estes seres existem, como armas e selas de pássaros, o professor é alvo de piadas no meio científico. Além disto, a dedicação ao trabalho fez com que seu casamento fosse por água abaixo. Agora, após o falecimento de sua ex-esposa, sua filha Maria Catarina (Amanda Seyfried), ou M.K., como prefere ser chamada, vai morar com ele. A adolescente não gosta nem um pouco de morar perto da floresta e das loucuras do pai e, quando está prestes a ir embora, acaba acidentalmente sendo envolvida no confronto entre os Homens-Folha e os Boggans, os tais seres que seu pai tanto procura. Diminuída de tamanho pela rainha da floresta (Beyoncé Knowles), ela agora precisa ajudar o valente Ronin (Colin Farrell) a levar um valioso botão de flor para Nim Galuu (Steven Tyler).


Quando começaram a sair os trailers deste "Reino Escondido”, nova animação do estúdio Blue Sky, o mesmo de “A Era do Gelo” e “Rio”, simplesmente nada me chamou atenção nem criou expectativas que me levassem a querer assistir ao filme. Achei parado, sem graça e comum. E de fato é! Entretanto, o filme conseguiu me agradar mais do que eu esperava, sendo um entretenimento divertido e despretensioso. 

A história se passa em um mundo escondido na natureza com seres que buscam o equilíbrio no ecossistema e cuja missão é proteger toda flora contra as forças contrárias, no caso os vilões que desejam destruir o equilíbrio ecológico matando tudo que tiver vida no meio ambiente. Mas para isso, a rainha dos chamados “homens folha”, uma espécie de mãe natureza, precisa ser destruída para que nunca mais a vida seja gerada na natureza. 


A trama é um tanto quanto mal explorada já que em um mundo com tantos ecossistemas, tais guardiões se restrinjam apenas àquela área mostrada no filme, e sem falar também que os motivos dos vilões para a destruição da natureza é banal e pouco convincente, soando como algo forçado, sem propósito e com utilidade apenas para o velho confronto entre as forças do bem e do mal. 

E ainda, o filme possui uma trama familiar envolvendo a protagonista Maria Catarina com o seu pai, um cientista maluco que investiu toda a sua vida na ideia da existência de seres minúsculos protegendo o meio ambiente, e que acabou custando tanto a sua carreira como o seu casamento, já que ninguém acreditou em seus estudos. 


Mas a Blue Sky ainda esta longe de ter a profundidade de uma Pixar e até de uma Dreamworks em alguns de seus recentes filmes. O relacionamento entre pai e filha é desenvolvido da maneira mais clichê e superficial possível, e pouco surpreende sendo apenas algo “legalzinho”. 

Mas em contra partida, “Reino Escondido” possui cenas de ação bacanas, um 3D que consegue nos transportar para esse mundo minúsculo e temos personagens carismáticos e coadjuvantes divertidíssimos responsáveis pelos momentos de humor do filme. Destaque para a lesma e o caracol que são os melhores!


Dirigido por um dos nomes de peso do estúdio, Chris Wedge, que dirigiu o primeiro “A Era do Gelo” e “Robôs”, “Reino Perdido” agrada, diverte e é um bom programa para toda a família. Não vai ficar na memória por muito tempo, mas vale a pena conferir e relaxar a cabeça.

Nota: «««««

Comentário por Matheus C. Vilela

O MASSACRE DA SERRA ELÉTRICA 3D - A LENDA CONTINUA

Texas Chainsaw 3D-EUA
Ano: 2013 - Dirigido por: John Luessenhop

Sinopse: 1974, uma pequena cidade no interior do Texas. Uma garota escapou de um massacre que matou cinco pessoas e é criada sem saber a verdade sobre seu passado. Já adulta, Heather Mills (Alexandra Daddario) é surpreendida ao ser informada que é a beneficiária da herança de uma avó que nem sabia existir. Ao lado dos amigos Nikki (Tania Raymonde), Ryan (Trey Songz) e Kenny (Kerum Milicki-Sanchez), Heather viaja ao Texas para conhecer a mansão que herdou. Entretanto, ela tem duas regras a seguir: não pode vender a mansão e precisa seguir à risca as instruções deixadas pela avó em uma carta. O problema é que, antes mesmo de abrir esta carta, Heather é surpreendida por outro parente que também sobreviveu ao massacre de décadas atrás.


Quando “O Massacre da Serra Elétrica” estreou em 1974 surpreendeu a muitos pela crueza e violência de suas cenas e tornou-se um clássico do gênero e é considerado um dos mais importantes filmes de horror do cinema. Teve um remake desastroso em 2003, que não tinha nenhuma ligação com o original, e agora, temos este filme dirigido por John Luessenhop (Ladrões) que é uma continuação do filme de 1974, passando logo após os acontecimentos mostrados no longa setentista. 

Talvez este seja o detalhe mais bacana neste novo “O Massacre da Serra Elétrica”. A introdução resgata cenas do original, criando uma base para aqueles que nunca viram o filme antigo se sintonizarem na história. Em seguida, já conhecemos os novos personagens que serão perseguidos pelo psicopata Leatherface, e aqui vamos ter uma abordagem familiar da história do assassino. 


Colocar humanidade em um psicopata, principalmente em um personagem brutal e cruel como Leatherface, é uma atitude arriscada. Foram fazer isso com Freddy Krueger no recente “A Hora do Pesadelo” e tudo aquilo de mais temível e enigmático no personagem foi pelos ares. Entretanto, a maneira como os roteiristas Adam Marcus, Debra Sullivan e Kirsten Elms fazem aqui, surpreendentemente soa crível, não tira a frieza do personagem e faz com que nós se interessemos por ele. 

Quando disseram que no final Leatherface ficava sentimental e etc, pensei que teria relação com sua natureza e este começaria a pensar nos seus atos, mas ao relacionar o personagem com sua linhagem familiar, tal atitude convence trazendo maior profundidade a sua história. O filme não fala de origem mostrando como ele se tornou esse assassino frio, pois assim já seria demais, porém, tal humanidade mostrada não prejudica nem diminui a violência de seus atos e sua natureza. E quando Leatherface luta ao lado da protagonista no grande clímax, poxa, é um momento empolgante e animador. 


Portanto, ainda que não seja uma obra prima, ao menos este “O Massacre da Serra Elétrica – A Lenda Continua” respeita o original, traz novo fôlego a série e mostra-se um entretenimento empolgante e divertido, com momentos inspirados. 

Já o 3D vale por algumas partes aonde a motosserra chega bem próximo do público, mas fora isso, é desnecessário e o que vale mesmo é o próprio filme, que confesso, me divertiu muito.

Nota: «««««

Comentário por Matheus C. Vilela

AS PALAVRAS

The Words-EUA
Ano: 2012 - Dirigido por:

Sinopse: Rory Jansen (Bradley Cooper) é casado com Dora (Zoe Saldana) e trabalha em uma editora de livros. Ele sonha em publicar seu próprio livro, mas a cada nova tentativa se convence mais de que não é capaz de escrever algo realmente bom. Um dia, em uma pequena loja de antiguidades, ele encontra uma pasta com várias folhas amareladas. Rory começa a ler e logo não consegue tirar a história da cabeça. Logo ele resolve transcrevê-la para o computador, palavra por palavra, e a apresenta como se fosse seu livro. O texto é publicado e Rory se torna um sucesso de vendas. Entretanto, tudo muda quando ele conhece um senhor (Jeremy Irons) que lhe conta a verdade por trás do texto encontrado.


“As Palavras”, dirigido pelos estreantes Brian Klugman e Lee Sternthal, é um filme que engana. Muitos vão achar lindo, edificante já que a fita caminha para um final positivo e durante toda sua história temos o personagem de Bradley Cooper buscando se reencontrar.

Mas o filme não possui apenas a trama envolvendo o personagem de Bradley Cooper. Na realidade, dentro de sua história temos outra história narrada por Jeremy Irons, e ambas são fruto da leitura de um livro feita pelo personagem de Dennis Quais, que é escritor. Portanto, temos uma espécie de “Inception” com uma história dentro de outra história, podemos dizer.


Com isso, essa trinca acaba tendo problemas na exploração de cada uma delas. A principal é a do personagem Rory Jensen (Cooper) que é escritor e não consegue publicar os seus romances. Até que um dia acha um livro dentro de uma pasta antiga e é fisgado pelo material contido ali. Decide publicar o livro que se torna um imenso sucesso possibilitando a evolução de sua carreira. Mas certo dia aparece um senhor (Jeremy Irons) que diz ser o verdadeiro escritor daquele livro.

Como o foco é Rory Jensen, as demais histórias não ganham a devida atenção, principalmente a de Dennis Quaid. Não conhecemos muito bem o seu personagem, o filme termina e ainda ficamos sem ver sua utilidade ali.


Tudo em “As Palavras” é manipulador para fazer o público sair se sentindo bem da sala. Desde a música ininterrupta até sua história moralista cuja única intenção é servir de alto ajuda ao falar de temas como: conviver com os seus erros e olhar sempre pra frente.

Apesar do elenco competente, destaques para Bradley Cooper e Jeremy Irons, “As Palavras” não passa de um material meticuloso para agradar, mas ao fim, é decepcionante por nunca conseguir.

Nota: «««««

Comentário por Matheus C. Vilela

BELEZA ADORMECIDA

Sleeping Beauty-AUSTRÁLIA
Ano: 2012 - Dirigido por: Julia Leigh

Sinopse: Lucy (Emily Browning) é uma jovem universitária que vive precisando de dinheiro. Para isso, divide o apartamento com outras duas pessoas e possui uma série de pequenos empregos. Através de um anúncio de jornal, entra em contato com uma inusitada agência, que a contrata para prestar um trabalho estranho chamado beleza adormecida. Ela adormece. Ela acorda. É como se nada tivesse acontecido...


A história de uma garota que aceita trabalhar num misterioso trabalho onde é colocada para dormir, sob efeitos de remédios, e homens pagam por uma noite inteira com a moça. Não podem penetrar, o resto é permitido. Com o desenrolar, ela irá questionar e buscar saber o que de fato acontece nessas noites quando está dormindo. 

Aparentemente, “Beleza Adormecida” possui toda aquela ousadia de filme polêmico e controverso, onde lida com assuntos que beiram o estupro. Mas tudo é aparência, já que o longa não passa de um material fetiche sendo vazio e sem impacto. 


Trabalho de estreia da diretora Julia Leigh, Leigh conduz a fita lentamente, com tomadas longas e uma câmera que observa o ambiente. Não tenho nada contra filmes lentos, desde que tenha uma história que te prenda a atenção, fora isso, a experiência torna-se um tanto quanto cansativa. E isso acontece aqui. 

Beleza Adormecida” nunca chega a lugar algum. Ao invés de evoluir e crescer em sua tensão, o filme nunca ousa e termina do mesmo jeito. A intenção da história em lidar com temas como sexo, sociedade e liberdade é superficial, pouco ousada e não causa nenhuma impressão. Assim como todo o filme.

Nota: «««««

Comentário por Matheus C. Vilela

terça-feira, 14 de maio de 2013

O DOBRO OU NADA

Lay the Favorite-EUA
Ano: 2012 - Dirigido por: Stephen Frears

Sinopse: Beth Raymer (Rebecca Hall) é uma sonhadora incorrigível que trabalha como dançarina em uma casa de striptease em Tallahassee. Sua vida muda quando conhece Dink Heimowitz (Bruce Willis), um dos jogadores mais conhecidos da atualidade, que participará de um campeonato de pôquer em Las Vegas. Beth logo se torna sua assistente, mas precisa lidar com as ameaças da esposa de Dink, Tulip (Catherine Zeta-Jones), uma showgirl aposentada.


Não consigo acreditar que este “O Dobro ou Nada” é dirigido por Stephen Frears, um diretor que nos presenteou com obras marcantes como “A Rainha”, “Alta Fidelidade” e “Ligações Perigosas”, mas que aqui, mostra uma total falta de ritmo e profundidade no desenvolvimento de sua história. 

O filme tem como pano de fundo o lucrativo, mais imprevisível, mercado de apostas em jogos dos EUA. E o foco da história é uma moça bonita chamada Beth que chega a Las Vegas para mudar de vida. Com um estilo, digamos, de “piriguete”, esta moça interpretada desastrosamente por Receba Hall, coincidentemente, é boa com números e consegue um trabalho com um dos apostadores mais famosos da cidade, Dick (Bruce Willis). Ela vai começar a se interessar por Dick, despertando assim os ciúmes de sua esposa perua Tulipa (Catherine Zeta-Jones). 


O primeiro grande problema da fita é por soar totalmente falsa para o público. A falta de profundidade nos acontecimentos e em seus personagens torna a experiência distante e banal. Nunca nos convencemos de que Beth é realmente boa com números, e quando entra para o mercado de apostas, seu crescimento é tão rápido e mal explicado que fica difícil acreditar que uma pessoa que nunca trabalhou com aquilo, de um dia para o outro consiga tamanho feito. 

E como se não bastasse, a trama entre Beth, Dick e Tulipa é tão descartável e exagerada, que nada acontece de fato para ocorrer tamanho dramalhão. Tudo para chegar num final repleto de lições de moral transmitidas do jeito mais melodramático e maniqueísta possível. 


Stephen Frears, sem dúvida, realiza um de seus piores trabalhos. Um diretor que não apresenta aqui nada do que realmente sabe fazer, conduzindo uma história oca, com personagens fúteis em um filme para se esquecer. 

Poderia até ser interessante se o roteiro adentrasse mais no universo das apostas, mostrando melhor como funciona, o jogo de interesses e tudo que corre por trás desse mundo, entretanto, o foco acaba sendo a desinteressante e descartável Beth. Nem a frase “Por incrível que pareça, está história é baseada em fatos reais.” traz alguma credibilidade ao filme

Nota:  «««««

Comentário por Matheus C. Vilela