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quarta-feira, 29 de janeiro de 2014

NoCinema: A MENINA QUE ROUBAVA LIVROS

The Book Thief-EUA
Ano: 2013 - Dirigido por: Brian Percival
Elenco: Sophie Nélisse, Geoffrey Rush, Emily Watson

NOTA: «««««

Sinopse: Durante a Segunda Guerra Mundial, uma jovem garota chamada Liesel Meminger sobrevive fora de Munique através dos livros que ela rouba. Ajudada por seu pai adotivo, ela aprende a ler e partilhar livros com seus vizinhos, incluindo um homem judeu que vive na clandestinidade.


Concordo que quando o livro é bom, tem conteúdo, uma adaptação para o cinema daquele material sempre será inferior a ele, ainda que o filme seja muito bom. É uma questão de lógica já que na escrita você possui uma liberdade maior para explorar cada personagem e situações e muito mais espaço para criar algo mais completo. Diferente do filme que é limitado de tempo e, portanto, você precisa pegar os pontos chaves e adaptar o mais fielmente possível. São duas mídias distintas e por isso não gosto de menosprezar um filme justificando ter menos acontecimentos do que se viu no papel. 

Obviamente que é impossível, quando se leu o livro, não ficar a todo instante comparando as duas mídias. É normal do ser humano querer que seja totalmente fiel, página por página o filme. Impossível! E neste “A Menina Que Rouba Livros”, cuja obra literária sou fã, pode não errar na adaptação que faz dos relatos do livro, mas derrapa na construção da tensão e emoções do momento retratado. 


A história se passa durante a Segunda Guerra Mundial em uma cidadezinha alemã fictícia chamada Molching. Nela, antes do estouro da guerra, alemães e judeus viviam normalmente, até o instante em que toda a Alemanha inicia sua chacina contra as raças consideradas inferiores a ela. Dentro desse mundo, a história do autor Markus Zusak busca na Morte o ser ideal para narrar a história da menina alemã Liesel Meminger. Nada mais instigante e oportuno para o período do que ter a Morte contando uma história. A partir daí, conhecemos a vida de Liesel, cuja mãe biológica lhe oferece para adoção e esta é enviada para o casal Hans e Rosa Hubberman, moradores da rua Himmel na cidade Molching. 

Não quero perder tempo contando a história mas saiba desde já que nela a morte será presente na vida dos personagens. Um acontecimento da vida sempre a nossa espera, mas que nunca sabemos quando irá chegar. A morte assusta a protagonista Liesel. A morte assusta os seus pais, amigos, a morte assusta a todos os vivos dentro desse mundo tomado pela guerra onde ninguém está seguro de acordar e ver a luz do dia. Zusak faz questão de explorar esse temor, a futilidade da guerra, e em cada acontecimento do livro “A Menina Que Roubava Livros”, cada sentimento ou momento vivenciado pelos personagens é um momento para se guardar e aproveitar, pois nunca sabemos do amanhã. Se vocês ainda não leram, por favor, leiam “A Menina Que Roubava Livros”. 


Portanto, infelizmente, o filme dirigido por Brian Percival e roteirizado por Michael Petroni, com o próprio autor do livro Markus Zusak auxiliando, é apressado em querer colocar o máximo de acontecimentos do livro e deixa de realizar a construção das suas emoções. Os medos de Liesel iniciados após a morte do irmão mais novo, a passagem de Max Vanderburg, um judeu que os seus pais adotivos protegem dos alemães colocando-o dentro do porão, os momentos de refúgio dos bombardeios até o grande e emocionante clímax, são apagados por um filme que pouco investe no impacto que esses acontecimentos poderiam causar. 

Brian Percival nitidamente quer fazer um melodrama família, e isso não é ruim aparentemente, pois o livro também não é pesado nos seus relatos, mas é incômodo a tamanha superficialidade com que ele lida com a trajetória de Liesel. Nem mesmo a música de John Williams, um entendedor do assunto, afinal, é o fiel colaborador de Spielberg, mas, aqui, nem sua trilha sonora consegue emular a sensação de perigo, ou encanto, ou dor, ou entusiasmo tão sentidos quando se lê o livro. Aliás, um diretor que se daria muito bem adaptando a “A Menina Que Roubava Livros” é o próprio Steven Spielberg, que sabe como emocionar o público. Pensa comigo: um filme que se passa na guerra, com uma criança como protagonista e John Williams na trilha sonora, poxa, foi feito para o Spielberg, e tenho certeza que ele teria feito muita coisa diferente em relação a maneira de explorar a trajetória de Liesel. 


Mas depois de falar tanta coisa contra o filme você deve estar pensando que eu o odiei. Calma! “A Menina Que Roubava Livros” não é uma porcaria de se assistir. É um filme agradável, muito bem feito, com uma fotografia por sinal linda, mas apenas isso. Nada memorável ou da grandeza do livro de Zusak. Talvez para os que não leram a obra literária, o longa tenha um efeito melhor. Já quem leu... É um filme que não saí do “Bom” ou... “Legal”.

Comentário por Matheus C. Vilela

terça-feira, 28 de janeiro de 2014

NoCinema: FRANKENSTEIN - ENTRE ANJOS E DEMÔNIOS

I, Frankenstein-EUA
Ano: 2014 - Dirigido por: Stuart Beattie
Elenco: Aaron Eckhart, Bill Nighy, Yvonne Strahovski

NOTA: «««««

Sinopse: Versão moderna da história do cientista Frankenstein e de seu monstro. Desta vez, a criatura participa de uma longa e sangrenta batalha entre dois grupos que se opõem há séculos.


Não sou admirador ou fã da franquia “Anjos da Noite”, que já teve quatros filmes que não foram mega sucessos mas seguiram na média com o seu público estabelecido, e agora, querendo criar uma nova franquia, eis que os realizadores da franquia de vampiros contra lobisomens foram buscar na clássica história de Mary Shelley a inspiração para compor um Frankenstein moderno, galã e com nada dos traços monstruosos da obra literária. 

Aliás, querer discutir este “Frankenstein – Entre Anjos e Demônios” relacionando com o livro de Shelley é um tanto quanto desrespeitoso a autora de uma das maiores obras literárias já escritas. Primeiro porque este filme apenas se utiliza do nome e do argumento da criação do monstro para criar uma história completamente diferente envolvendo batalhas celestiais entre demônios e anjos que comprometem o destino do mundo enquanto que Frankenstein fica no meio do fogo cruzado sendo almejado pelas criaturas de Satã como material de estudo, enquanto os anjos, por outro lado, querem fazê-lo encontrar seu propósito na vida e impedir a destruição global. 


Na realidade as intenções dos “anjos” (que olha, nunca vi criaturas celestiais com uma aparência tão demoníaca como aqui!) nunca são explorados a fundo. As reviravoltas do roteiro que colocam o protagonista contra os anjos soam tão bagunçadas e mal explicadas que não nos convencemos dos motivos para se chegar a um confronto físico. Determinada cena temos Frankenstein lutando ao lado dos demônios contra os seres celestiais, e instantes depois o vemos confrontar o líder dos demônios Naberius, interpretado pelo sempre carismático Bill Nighy. É uma dança entre os dois lados sem propósito, e Frankenstein nunca se mostra convencido do que de fato deseja. 

Diferente dos demônios cujas motivações em querer possuir Frankenstein e entender melhor sua criação são apresentadas com mais explicações fazendo sentido existirem demônios na história, as criaturas divinas se mostram apenas uma complemento insosso, existente apenas para se ter o embate entre a famosa luta entre o bem e o mal. 


Mas ainda assim, “Frankenstein – Entre Anjos e Demônios” é um derivado de “Anjos da Noite” escancarado. A produção apenas troca vampiros e lobisomens para colocar outros seres enquanto que o objetivo, no fim, não deixa ser o mesmo: a busca por vingança e respostas. E tudo com o mesmo tom sombrio, escuro, o mesmo ritmo de ação que reforça ainda mais a marca dos “produtores de Anjos da Noite”. Filme fraco!

Comentário por Matheus C. Vilela

segunda-feira, 20 de janeiro de 2014

MEUS MELHORES FILMES DE 2013

Se são os melhores do ano eu não sei, mas sei que foram filmes que falaram comigo, me empolgaram, emocionaram e tiveram o seu espaço conquistado no meu coração. Qual o seu Top20?

Obs: A LISTA ESTÁ EM ORDEM ALFABÉTICA

01. AMOR

O que fazer diante de algo que não esperávamos? Como seguir a vida ao lado de quem se ama, mas esta pessoa se encontra em um estado terminal que não se lembra de nada? São questões delicadas tratadas com cuidado, mas não menos impacto pelo diretor Michael Haneke. A atuação de Emmanuelle Riva é sublime e deveria ter sido a grande vencedora do Oscar de Melhor Atriz ano passado.

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02. ANTES DA MEIA NOITE

“Antes do Amanhecer” e “Antes do Pôr do Sol” talvez sejam os dois filmes mais humanos e críveis sobre relacionamento que Hollywood já fez. Sem maniqueísmos ou aquele ar de “felizes para sempre” tido em grande parte das comédias românticas, a série desenvolvida pelo diretor Richard Linklater é um retrato verdadeiro da nossa vida. E para encerrar o arco dramático iniciado em 1995 com o primeiro filme temos este “Antes da Meia Noite”, que encerra a história de maneira nada menos que soberba.

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03. AZUL É A COR MAIS QUENTE

“Azul É A Cor Mais Quente” não é um filme sobre lesbianismo. Não entra em discussões sobre o assunto e passa longe de ter essa intenção. O filme é um romance básico entre duas pessoas, um filme sobre vida a dois, casamento. A única diferença do que estamos acostumados a assistir é que ao invés de termos um homem e uma mulher, o que temos é um relacionamento entre duas mulheres. A atriz Adèle Exarchopoulos é um estrondo e infelizmente foi esnobada no Oscar deste ano.

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04. A CAÇA

Um professor do ensino fundamental é acusado de pedofilia injustamente por uma de suas alunas, você sabe que não aconteceu, o filme não esconde isso, mas o personagem é rejeitado e repelido por todos depois disso. Esse drama/suspense dinamarquês é o tipo de filme que te deixa com o coração na mão, que te faz querer justiça e defender com todas as forças o protagonista. Uma experiência singular e extasiante que merece ser vista.

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05.CAPITÃO PHILLIPS


Tom Hanks é um ótimo ator, mas desde “Náufrago”, lançado em 2002, não vinha mostrando nada que fizesse jus ao seu talento. Até que o diretor Paul Greengrass o coloca como prisioneiro de piratas somalis nessa história real de sobrevivência contada com maestria e ritmo por Greengrass. Um filmaço que merece nossa atenção e Hanks merece mais do que nunca todo o reconhecimento pelo trabalho.

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06. DJANGO LIVRE

Se Tarantino revigorou a Segunda Guerra Mundial com o excelente “Bastardos Inglórios”, agora é a vez do gênero “western” ganhar a mesma atenção. E nas mãos de Tarantino a experiência não pode ser menos que extasiante!

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07. ERNEST E CÉLESTINE

Animação francesa excepcional que fala de racismo e preconceito a partir de simbologias como uma sociedade formada por ursos e ratos. Inspirado nas criações da ilustradora belga Gabrielle Vincent, “Ernest e Célestine” é uma experiência única que merece ser vista.

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08. FROZEN - UMA AVENTURA CONGELANTE

“Frozen” é a Disney sendo o melhor de Disney, mas com a pegada atual dada as princesas do estúdio, que correm, gritam, mas não deixam de ser encantadoras e inesquecíveis. Foi assim em “Enrolados” e agora com este “Frozen”, que além de ter ótimos personagens, é um filme que foge de clichês criados pela própria Disney ao longo dos anos e surpreende pela beleza das imagens e emotividade da história. As canções são lindas e emocionantes!

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09. GRAVIDADE

A história de “Gravidade” é básica. É um filme de sobrevivência, mas ocorrido no espaço, algo que nunca antes foi visto. Mas é um filme tão magistral na construção das suas cenas, tenso e ao mesmo emocionante, que o filme foi um dos mais badalados desse ano com razão! Nunca antes o espaço esteve tão perto da gente e foi uma personagem tão fundamental em um filme como presenciamos aqui. Só acho injusto comparar o longa com “2001 – Uma Odisséia no Espaço” já que são dois filmes extremamente diferentes entre si, a não ser pelo fato de ser ambos duas inesquecíveis obras primas.

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10. HOMEM DE AÇO

Podem falar o que for mais eu gostei e muito da nova visão oferecida ao super herói mais antigo da humanidade e um dos mais influentes da cultura em geral. Nunca fui um fã do personagem, sempre achei um super herói cheio de poderes para todos os momentos, era colocado sempre como um ser sem falhas e no cinema o Superman era muito infantil. Mas nas mãos de Christopher Nolan e David S. Goyer isso muda! Realista e com muita ação, “O Homem de Aço” mostra o Superman que eu queria assistir no cinema!

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11. O HOMEM DE GELO

Que surpresa este “Homem de Gelo”! Filmaço baseado em uma história real que traz um estupendo Michael Shannon interpretando um pai de família e marido fiel que leva uma vida paralela como assassino profissional, e se tornou conhecido por congelar o corpo das vitimas para esconder a data do falecimento. Com uma produção excelente, e, repito um Shannon maravilhoso, “Homem de Gelo” é aquele tipo de filme que te prende do inicio ao fim e ainda você fica querendo mais.

12. JOGOS VORAZES: EM CHAMAS

Jogos Vorazes é a melhor série de filmes infanto-juvenis baseado em livros da mesma categoria feita por Hollywood hoje! Trazendo discussões políticas, uma ótima ação e personagens que você passa a se interessar mais e torcer, esta continuação “Em Chamas” consegue um resultado superior ao antecessor, que já era bom, e abre caminho para um final épico que veremos nos dois próximos filmes “Jogos Vorazes: A Esperança Parte 1 e 2”.

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13. KILLER JOE - MATADOR DE ALUGUEL

William Friedkin é um diretor excepcional que sabe como ninguém impressionar! Seu trabalho mais conhecido e creio que sempre será é o clássico “O Exorcista”, de 1973, e neste ano de 2013 lançou este suspense “Killer Joe”, trazendo um Matthew McConaughey surtado na pele de um assassino de aluguel que decide se vingar após ser chamado para um trabalho e no fim não ter sido pago por ele. A situação vai ganhando proporções cada vez maiores e o filme é um thriller empolgante que possui a cena mais escatológica do ano protagonizada por uma coxa de frango. Assista que você vai entender!

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14. O LADO BOM DA VIDA

David O. Russell é um diretor que sabe contar uma história e desenvolver personagens de maneira que você se identifica com eles. “Três Reis”, “O Vencedor” e este “O Lado Bom da Vida” são exemplos claros dessa qualidade. E junto com dois atores ótimos como Bradley Cooper e Jennifer Lawrence (ganhadora do Oscar de Atriz pelo filme), o longa é uma experiência única, divertidíssima que faz do gênero comédia romântica algo ainda digno de ser visto.

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15. OS MISERÁVEIS

Ou você gosta de musicais ou você odeia! Simples assim! Principalmente em relação a este “Os Miseráveis” que é um filme 99% cantado. Baseado na peça homônima da Broadway, adaptada do livro clássico de Victor Hugo. Me apaixonei por esta adaptação cinematográfica da peça que conta com uma belíssima produção, números emocionantes e um elenco merecedor de nota. Eu que já li o livro e assisti à peça que é um musical, ver isso levado para as telonas de um jeito tão belo e tocante é tornar nossa apreciação pela história escrita por Victor Hugo ainda mais completa.

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16. O PASSADO

“O Passado” lida com algo presente na vida de todos: um passado daqueles que gostaríamos de mudar. Situações na vida que aconteceram, mas que não conseguimos resolver e deixamos guardados até o momento que tudo é posto para fora. Um filme lento? Sim! Mas com nuances que falam muita coisa e uma trama que te deixa cada vez mais interessando nela. Excelente filme!

17. RUSH - NO LIMITE DA EMOÇÃO

Até mesmo quem não é fã de Fórmula 1 irá vibrar com a história do confronto entre os rivais Nikki Lauda e James Hunt. Com uma recriação excepcional dos torneios de Fórmula 1, uma direção eficiente de Ron Howard que há muito tempo não se via e um Daniel Brühl realizando uma das melhores atuações do ano, "Rush" é prioridade para os cinéfilos.

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18. OS SUSPEITOS

Uma experiência profunda e marcante que te faz interessar por cada personagem e principalmente em querer desvendar os segredos desse thriller excepcional dirigido pelo canadense Denis Villeneuve.

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19. THE WORLD´S END / HERÓIS DE RESSACA

Edgar Wight, Simon Pegg e Nick Frost são um trio que até hoje se mostrou infalível. Três filmes juntos, e três filmes sensacionais! Cheio de referencias nerds, com uma ação de deixar qualquer um louco e uma história muitíssimo bem contada, “The World´s End/Heróis em Ressaca” fecha a trilogia Cornetto iniciada em 2005 com “Todo Mundo Quase Morto” mantendo a qualidade vista nos demais trabalhos do trio.

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20. UNIVERSIDADE MONSTROS

Eu realmente me surpreendi com “Universidade Monstros”. Após o susto que tive com a Pixar depois do lançamento do detestável “Carros 2”, o medo de que “Universidade Monstros” soasse meramente como uma fita comercial usando um mundo que deu tão certo em “Monstro S.A” para encher os cofres do estúdio era eminente. Mas fui pego de surpresa e o filme é muito mais do que uma história de colegial. Pixar sendo Pixar novamente pegando elementos básicos e transformando em algo emocionante. A história deixa ainda mais completa nossa afinidade pelos personagens Mike e Sully.

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Comentários por Matheus C. Vilela

sexta-feira, 17 de janeiro de 2014

Series: SHERLOCK - 3ª temporada

Sherlock - 3ª temporada-REINO UNIDO
Total de episódios: 3
Ano: 2014
Dirigido por: Jeremy Lovering, Colm McCarthy, Nick Hurran

NOTA: «««««


O último capitulo da segunda temporada “The Reichenbach Falls” terminava de um jeito que é impossível de não deixar até o menos nerd das criaturas com os pêlos do corpo arrepiados. Se você ainda não assistiu, por favor, pare de ler este texto porque vou falar sem receios o que acontece. Neste episódio da segunda temporada, temos um confronto espetacular entre Sherlock e o seu arqui-inimigo Moriarty (que vontade de ter visto um Moriarty desses no filme do Guy Ritchie...) o que resulta numa cena onde o vilão atira em si próprio, e Sherlock se joga de um prédio rumo a morte. Pronto! Watson assistiu ao “suicídio” do personagem, vê ele estirado no chão cheio de sangue e instantes depois o vemos desolado no velório do amigo. Mas, aí esta o segredo, a última cena de “The Reinchenbach Falls” é Sherlock assistindo de longe o seu próprio velório e a tristeza do fiel companheiro Watson. Fim! Só na terceira. E agora? Como ele sobreviveu? Qual foi o truque dessa vez? Não sabemos. Só na terceira oras. Problemas? Sim! Vai demorar dois anos poxa vida! Uma eternidade para os fãs do personagem e da minissérie. 

Mas o martírio acabou e eis que chegou 2014, e no primeiro domingo deste ano tivemos a tão esperada volta de Benedict Cumberbatch como Sherlock Holmes e Martin Freeman como Dr. James Watson. A maior ansiedade de todos era saber como Sherlock sobreviveu a queda. De inicio, o roteiro de Mark Gatiss junto com Steven Moffat (criadores do show) não revela como o personagem sobreviveu. Explora inúmeras hipóteses do que poderia ter acontecido partindo da opinião de várias pessoas. Cada um com a sua teoria, mas ninguém com algo realmente concreto. Já faz dois anos desde a “morte” de Sherlock. Watson não mora mais em Baker Street, está noivo de uma moça chamada Mary, mas ainda sente a falta do amigo e a vontade de sair daquela vida pacata em que vive. 


Tudo muda quando Sherlock aparece. Nesta terceira temporada o acerto de Gatiss e Moffat é não optar por deixar as coisas lineares, sem novidades. A química entre Sherlock e Watson está ainda melhor nesta temporada, mostrando como os atores estão confortáveis em seus respectivos papeis. Mais cômico que de costume e mais sarcástico que o habitual, Cumberbatch dá um show de atuação mostrando uma versatilidade de estilos notável. Percebam os momentos de agonia, ansiedade, preocupação e os ataques nerds típicos de Sherlock, o ator tira de letra todos eles. Destaco o momento do casamento de Watson no segundo episódio “The Sign of Tree”, quando Sherlock precisa fazer um discurso, já que é o padrinho, e, a partir daí, soluciona um caso no casamento! É incrível a dinâmica de Cumberbatch e a agilidade do roteiro que, aparentemente perdendo tempo mostrando muito do casamento de Watson, puxa o nosso tapete para fazer daquilo algo muito mais do que imaginávamos e uma parte fundamental para a investigação de Sherlock. 

Nesta terceira temporada conhecemos quem são os pais de Sherlock Holmes, e Mary, a noiva de Watson, terá uma importância fundamental ao longo temporada, principalmente no último capítulo “His Last Vow”. Aqui também é explorado melhor o relacionamento de Sherlock com o seu irmão Mycroft onde descobrirmos que este financia as investigações do irmão.


Com quase 10 milhões de expectadores só no primeiro episódio transmitido no primeiro domingo deste mês na Inglaterra (a maior audiência das três temporadas), a série continua mostrando-se um sucesso que os fãs não querem perder. Benedict Cumberbatch e Martin Freeman confirmaram uma quarta temporada que trará a volta do vilão Moriarty! Como? Para tudo! Ele não havia se matado na segunda temporada? Pois é, só saberemos como ele sobreviveu daqui a dois anos na quarta temporada de “Sherlock”. Infelizmente, só em 2016.

Comentário por Matheus C. Vilela

NoCinema: NINFOMANÍACA - VOLUME 1

Nymphomaniac: Volume 1-DINAMARCA
Ano: 2013 - Dirigido por: Lars von Trier
Elenco: Charlotte Gainsburg, Stellan Skarsgard, Stacy Martin

NOTA: «««««

Sinopse: Bastante machucada e largada em um beco, Joe (Charlotte Gainsbourg) é encontrada por um homem mais velho, Seligman (Stellan Skarsgard), que lhe oferece ajuda. Ele a leva para sua casa, onde possa descansar e se recuperar. Ao despertar, Joe começa a contar detalhes de sua vida para Seligman. Assumindo ser uma ninfomaníaca e que não é, de forma alguma, uma pessoa boa, ela narra algumas das aventuras sexuais que vivenciou para justificar o porquê de sua auto avaliação.


É incrível o poder de um excelente marketing! Com este “Ninfomaníaca” esta minha afirmação ganha ainda mais evidencia, já que o novo filme do diretor dinamarquês Lars von Trier vem lotando as salas dos cinemas onde está sendo exibido e toda a campanha de divulgação tem batido em cima no alto conteúdo sexual existente no filme, sendo chamado por muitos de um “soft porn”, ou seja, um pornô leve. 

Mas não! Não se deixem enganar por esta afirmação. Ainda que apareça antes do filme um letreiro informando que a obra a ser vista não é a versão original do diretor, duvido muito que o corte final de Lars von Trier seja a apelação toda que o diretor e a equipe de marketing vêm falando. Seu filme de 2009 “Anticristo”, pra você ter uma idéia, é muito mais pesado e mais explicito que este “Ninfomaníaca”. Mas desde o título até os pôsteres com atores famosos simulando um orgasmo, absolutamente tudo sugere a idéia de que quem for ao cinema verá muitas cenas de sexo explicito como nunca antes vista em um filme que não fosse pornô. Lêdo engano! “Ninfomaníaca – Volume 1” (ainda não vejo o porque de ter dois volumes!) tem cenas de sexo? Sim! Mas nada que já não tenhamos visto em outros filmes e nenhuma que de fato faça sair do cinema com ela em mente. 


Portanto, depois de ressaltar bem o ótimo trabalho dos marqueteiros do filme, e do próprio diretor que tem fama de rebelde sem causa, devo alegar que “Ninfomaníaca – Volume 1” me surpreendeu mais do que esperava. Não sou fã do cinema de Lars von Trier, mas achei que o diretor conseguiu centrar em um tema especifico neste filme e dissecá-lo sem a apelação dos seus trabalhos anteriores. Aqui, a melancolia e a solidão, sempre presentes nos personagens do cinema de von Trier, são mais acentuadas diante de uma protagonista viciada em sexo, e que usa isto como ferramenta de escape, chegando ao ponto de envolver sexualmente com sete homens numa mesma noite para, de alguma maneira, preencher o vazio e a falta de prazer que sente por sua vida. E um prazer que, em certo momento, nem o sexo consegue proporcionar. 

Mostrando aquele sexo seco, sem propósito, apenas por mero prazer, von Trier mostra como isso tem tornado as pessoas mais enclausuradas em uma emoção que no fim nada acrescenta. E obviamente que isto é passado aos moldes do diretor, conhecido pelo tom parado e longos diálogos. Confesso que não esperava ver o que vi em “Ninfomaníaca – Volume 1”. Sentindo-me enganado pelo marketing, ao longo do filme a indignação foi substituída pela surpresa, de ver um Lars von Trier se preocupando menos com a apelação, e centrado numa história interessante, apesar de longa e com muitos momentos arrastados, justificando que não tinha necessidade de dois filmes, apenas um, porém, ainda assim, me envolvi com o filme mais do que esperava. Dividido em capítulos, destaco aquele que têm a participação de Uma Thurman que está um arraso, e surpreende fazendo uma das melhores atuações da sua vida! 


Não considero uma obra prima, existem problemas e, repito, não precisava de dois! Decisão puramente comercial. Entretanto, por não ser um fã de Lars von Trier, vi aqui um diretor consistente e focado. Agora, filmes como “Um Estranho no Lago” e “Azul É A Cor Mais Quente”, ambos também do ano passado, que possuem cenas de sexo realmente pesadas, chegando a ser explicitas, não ganham a atenção toda de um “Ninfomaníaca”, que é levíssimo comparado a eles. Aí, digo mais uma vez, o que um excelente marketing não faz!

Comentário por Matheus C. Vilela

quinta-feira, 16 de janeiro de 2014

INDICADOS AO OSCAR 2014

A entrega dos Oscars acontece no dia 02 de Março à partir das 23h.

Confira os indicados deste ano:

MELHOR FILME
12 Anos de Escravidão
Capitão Phillips
Clube de Compras Dallas
Ela
Gravidade
O Lobo de Wall Street
Nebraska
Philomena
Trapaça

MELHOR ATOR
Christian Bale por "Trapaça"
Bruce Dern por "Nebraska"
Leonardo DiCaprio por "O Lobo de Wall Street"
Chwetel Ejiofor por "12 Anos de Escravidão"
Matthew McConaughey por "Clube de Compras Dallas"


MELHOR ATRIZ
Amy Adams por "Trapaça"
Cate Blanchett por "Blue Jasmine"
Sandra Bullock por "Gravidade"
Judi Dench por "Philomena"
Meryl Streep por "Álbum de Família"

MELHOR ATOR COADJUVANTE
Barkhad Abdi por "Capitão Phillips"
Bradley Cooper por "Trapaça"
Michael Fasbbender por "12 Anos de Escravidão"
Jonah Hill por "O Lobo de Wall Street"
Jared Leto por "Clube de Compras Dallas"

MELHOR ATRIZ COADJUVANTE
Sally Hawkins por "Blue Jasmine"
Jennifer Lawrence por "Trapaça"
Lupita Nyong´o por "12 Anos de Escravidão"
Julia Roberts por "Álbum de Família"
June Squibb por "Nebraska"

MELHOR DIRETOR
David O. Russell por "Trapaça"
Alfonso Cuarón por "Gravidade"
Alexander Payne por "Nebraska"
Steve McQueen por "12 Anos de Escravidão"
Martin Scorsese por "O Lobo de Wall Street"

MELHOR ROTEIRO ORIGINAL
Trapaça
Blue Jasmine
Clube de Compras Dallas
Her
Nebraska

MELHOR ROTEIRO ADAPTADO
Antes da Meia Noite
Capitão Phillips
Philomena
12 Anos de Escravidão
O Lobo de Wall Street

MELHOR FILME ANIMADO
Os Croods
Meu Malvado Favorito 2
Ernest e Celéstine
Frozen - Uma Aventura Congelante
The Wind Rises

MELHOR FILME EM LÍNGUA ESTRANGEIRA
The Broken Circle (Bélgica)
A Grande Beleza (Itália)
 A Caça (Dinamarca)
The Missing Picture (Camboja)
Omar (Palestina)

MELHOR EDIÇÃO
Trapaça
Capitão Phillips
Clube de Compras Dallas
Gravidade
12 Anos de Escravidão

MELHOR FOTOGRAFIA
O Grande Mestre
Gravidade
Inside Llwyn Davis
Nebraska
Os Suspeitos

MELHOR MAQUIAGEM
Clube de Compras Dallas
Vovô Sem Vergonha
O Cavaleiro Solitário

MELHOR MIXAGEM DE SOM
Capitão Phillips
Gravidade
O Hobbit - A Desolação de Smaug
Inside Llwyn Davis
Love Survivor

MELHOR EDIÇÃO DE SOM
Até o Fim
Capitão Phillips
Gravidade
O Hobbit - A Desolação de Smaug
Lone Survivor

MELHORES EFEITOS ESPECIAIS
Gravidade
O Hobbit - A Desolação de Smaug
Homem de Ferro 3
O Cavaleiro Solitário
Além da Escuridão - Star Trek

MELHOR FIGURINO
Trapaça
O Grande Mestre
O Grande Gatsby
The Invisible Woman
12 Anos de Escravidão

MELHOR DIREÇÃO DE ARTE
Trapaça
Gravidade
O Grande Gatsby
Her
12 Anos de Escravidão

MELHOR TRILHA SONORA ORIGINAL
A Menina Que Roubava Livros
Gravidade
Her
Philomena
Walt nos Bastidores de Mary Poppins

MELHOR CANÇÃO ORIGINAL
Alone Yet Not Alone de "AloneYet Not Alone"
Happy de "Meu Malvado Favorito 2"
Let It Go de "Frozen - Uma Aventura Congelante"
The Moon Song de "Her"
Ordinary Love de "Mandela: Long Way To Freedom"

MELHOR CURTA
"Aquel No Era Yo" (That Wasn´t Me)
"Avant Que De Tout Perdre" (Just Before Losing Everything)
"Helium" 
"Pitaako Mun Kaikki Hoitaa?" (Do I Have To Take Care of Everything?)
"The Voorman Problem"

MELHOR CURTA ANIMADO
Feral
Get A Horse!
Mr. Hublot
Possessions
Room on the Room

MELHOR DOCUMENTÁRIO
The Act of Killing
Cutie and the Boxer
Dirty Wars
The Square
20 Feet From Sardom

MELHOR CURTA DOCUMENTÁRIO
CaveDigger
Facing Fear
Karama Has No Walls
The Lady in Number 6: Music Saved My Life
Prison Terminal: The Last Days of Private Jack Hall 

sexta-feira, 10 de janeiro de 2014

TRINCA: "O Mordomo da Casa Branca", "Depois de Lúcia" e "A Melhor Oferta"

O MORDOMO DA CASA BRANCA
(The Butler-EUA)
Ano: 2013 - Dirigido por: Lee Danisl
Elenco:  Forest Whitaker, Alan Rickman, Oprah Winfrey

NOTA: «««««

Sinopse: Eugene (Forest Whitaker) cresce e passa a trabalhar em um hotel ao deixar a fazenda onde cresceu. Sua vida dá uma grande guinada quando tem a oportunidade de trabalhar na Casa Branca, servindo o presidente do país, políticos e convidados que vão ao local. Entretanto, as exigências do trabalho causam problemas com Gloria (Oprah Winfrey), a esposa de Eugene, e também com seu filho Louis (David Oyelowo), que não aceita a passividade do pai diante dos maus tratos recebidos pelos negros nos Estados Unidos.


Vi muitos aqui no Brasil criticando negativamente “O Mordomo da Casa Branca” dizendo ser uma propaganda barata ao presidente Barack Obama, um melodrama cafona que retrata a vida de Cecil Gaines da maneira mais maniqueísta possível. Não discordo, mas também não considero motivos para colocar o filme no fundo do poço. É dirigido por um diretor negro e este se utiliza do recurso cinematográfico para divulgar sua visão, se concordamos ou não isso parte de cada um. 

Não é um grande filme, nada maravilhoso ou surpreendente, a desenvoltura é aquela bem novelesca e tudo é muito previsível, no entanto, o diretor Lee Daniels ("Preciosa") cria um filme que consegue nos fazer se interessar pelos seus personagens. Não apenas focando na vida do mordomo e os seus anos na Casa Branca, Daniels também faz questão de explorar a luta dos negros contra o preconceito e um lugar ao sol dentro da sociedade norte-americana, até hoje, uma das mais racistas do mundo. 

O elenco de apoio conta com nomes de destaque como Robin Williams, Alan Rickman, Cuba Gooding Jr., John Cusack, Jane Fonda, James Marsden, e outros. Bom!

DEPOIS DE LÚCIA
(Después de Lucia-MÉXICO, FRANÇA)
Ano: 2012 - Dirigido por: Michel Franco
Elenco: Tessa La, Gonzalo Vega Jr, Tamara Yazbek

NOTA: «««««

Sinopse: Quando a esposa de Roberto morre, a relação dele com sua filha Alejandra, de 15 anos, fica abalada. Para escapar da tristeza que toma conta da rotina dos dois, pai e filha deixam a cidade de Vallarda e rumam para a Cidade do México em busca de uma nova vida. Alejandra ingressa em um novo colégio, e sentirá toda a dificuldade de começar de novo quando passa a sofrer abusos físicos e emocionais. Envergonhada, a menina não conta nada para o pai, e à medida que a violência toma conta da vida dos dois, eles se afastam cada vez mais.



Depois de Lucia” não possui aquela estupenda produção com fotografia sofisticada e etc, mas é um filme cuja história é muito bem contada. O filme não opta por entrar em discussões acerca do bullying, apenas mostra os acontecimentos para o público deixando que falem por si só. O resultado final é um trabalho eficiente, ainda que inicialmente arrastado, mas com o tempo vai ganhando força trazendo uma realidade presente na vida de muitos, e que na grande maioria das vezes a vítima escolhe esconder. 

Dirigido por Michel Franco (“Daniel e Ana”), “Depois de Lúcia” merece nossa atenção!

A MELHOR OFERTA
(La Migliore Offerta, The Best Offer-ITÁLIA, EUA)
Ano: 2013 - Dirigido por: Giuseppe Tornetore
Elenco: Geoffrey Rush, Jim Sturgess, Donald Sutherland

NOTA: «««««

Sinopse: O filme narra a história de um excêntrico especialista em artes, interpretado por Geoffrey Rush (O Discurso do Rei), que é convidado por uma misteriosa mulher para avaliar uma peça valiosa, iniciando uma jornada que mudará a sua vida para sempre.



Esta aí um filme que me surpreendeu! Inicialmente lento e pouco intrigante, “A Melhor Oferta” de Giuseppe Tornetore ("Cinema Paradiso") se mostra um envolvente suspense ao longo de suas mais de duas horas. Tornetore explora a fundo aquela motivação do protagonista, que sai aos poucos da sua zona de conforto, para depois puxar o tapete do público rumo a um final surpreendente. Um filme que vai crescendo, possui um excelente ator como protagonista (Geoffrey Rush) e um diretor que não perde a mão. Recomendado!

Comentários por Matheus C. Vilela