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terça-feira, 25 de março de 2014

Series: BLACK SAILS - 1ª TEMPORADA

Black Sails 1ª temporada-EUA
Total de episódios: 08
Ano: 2014

NOTA: «««««


Nada melhor do que você ser surpreendido por algo. Com “Black Sails” foi assim. Começando com aquela habitual introdução de personagens e trama, os dois primeiros episódios da série, aparentemente, não apresentava nenhum personagem com, digamos, “aquele” diferencial. Ninguém ali instigava nossa atenção, principalmente o próprio protagonista Capitão Flint.

Mas não se engane com isso, pois “Black Sails” vai melhorando a cada episódio trazendo, diferente de “Piratas do Caribe” ou outros exemplares de piratas, os bastidores desse mundo recheado de intrigas, interesses e traições. Não que “Piratas do Caribe”, o grande responsável pelo sucesso dos piratas na cultura pop, seja ruim. A questão é que “Black Sails” deixa toda a fantasia em torno das histórias de piratas de lado e foca no realismo, em como era a realidade da época. 


O mundo pirata vai muito além de meros saqueadores de navios. Existia todo um monopólio, uma organização hierárquica desse comércio ilegal que perdura até hoje, ainda que dentro de uma realidade completamente diferente. A história em grande parte se passa em Nassau, um porto comercial onde os piratas trocavam e negociavam suas mercadorias e mantinham um padrão de vida estável com toda a liberdade, conforto e prazer que almejavam. 

E se “Black Sails” já consegue ser eficiente na construção desse mundo, as cenas de ação não ficam por menos. Empolgantes, bem filmadas e com um cuidado técnico visível, a série mostra ter forte potencial para continuar o legado pirata iniciado pela franquia bucaneira da Disney, agora na televisão e com uma pegada crível e pautada na realidade dos piratas. Recomendado!


Comentário por Matheus C. Vilela

sexta-feira, 7 de março de 2014

TRINCA: "Diana", "Canção Para Marion" e "Um Brinde à Amizade"

DIANA
(Diana-REINO UNIDO)
Ano: 2013 - Dirigido por: Oliver Hirschbiegel
Elenco: Naomi Watts, Naveen Andrews, Geraldine James

NOTA: «««««


Baseado no livro “Diana: Her Last Love” escrito por Kate Snell, “Diana” relata os últimos dias de vida da então princesa de Gales, sua separação do príncipe Charles e o seu romance secreto com o cirurgião plástico paquistanês Hasnat Khan. Buscando retratar o cotidiano da princesa e a enorme pressão por parte da mídia vivida por esta, já que Diana se tornou uma celebridade e uma das figuras mais influentes do final da década de 90, o filme dirigido por Oliver Hirschbiegel peca justamente na maneira pouco expressiva com que narra a história e principalmente no tom novelesco que injeta na trajetória de Diana até o fatídico dia do seu acidente. 

O romance da princesa com Hasnat Khan em nenhum momento consegue captar a atenção de quem assiste, e até os trabalhos filantrópicos da princesa, ou a perseguição da mídia quando se descobre o romance de Diana com Khan, e várias outras situações são transmitidas com superficialidade, e no fim, o roteiro de Stephen Jeffreys cria mesmo um típico romance, clichê e sem graça, e de praxe, coloca Diana como uma mulher carente, inocente, vitima do destino. Uma verdadeira princesa de contos de fadas.

CANÇÃO PARA MARION
(Song For Marion-REINO UNIDO)
Ano: 2013 - Dirigido por: Paul Andrwe Williams
Elenco: Terence Stamp, Vanessa Redgrave, Gemma Artenton

NOTA: «««««



Dirigido e escrito por Paul Andrew Williams, “Canção Para Marion” é aquele tipo de filme feito pra fazer a gente chorar. A Marion do título é interpretada por Vanessa Redgrave que é casada com Arthur, encarnado por Terence Stamp. Marion está com câncer no estágio terminal e se preocupa muito com o seu marido, já que Arthur não se relaciona muito bem com as pessoas e vive em constante atrito com o filho. 

“Canção Para Marion” possui aquela velha história de aprendizado e amadurecimento. Neste caso é Arthur quem viverá essa transformação. Mas isso é passado com tanta vivacidade por Andrew Williams e interpretado com tanta emoção pelo elenco, que as lágrimas são certas. Momentos como Vanessa Redgrave cantando “True Colors” numa apresentação de coral, ou Terence Stamp soltando a voz com “Good Night, My Angel” são únicos.

Relaxa! “Canção Para Marion” não é um musical, a música é inserida dentro de um contexto que servirá de mecanismo para essa história de superação e mudança. Vale muito a pena!

UM BRINDE À AMIZADE
(Drinking Buddies-EUA)
Ano: 2013 - Dirigido por: Joe Swanberg
Elenco: Olivia Wilde, Jake Johnson, Anna Kendrick

NOTA: «««««


Kate (Olivia Wilde) e Luke (Jake Johnson) trabalham numa fábrica de cerveja. Os dois são super amigos, se entendem e possui gostos muito parecidos. Com o tempo e a convivência, nitidamente se percebe um sentimento maior que uma amizade nascendo em cada um deles. Entretanto, Kate namora com Chris (Rin Livingston) e Luke esta noivo de Jill (Anna Kendrick). 

Inicialmente “Um Brinde à Amizade” não apresenta nenhum atrativo. Possui um ritmo lento e sem surpresas, mas com o desenrolar sua história ganha vida e começamos a se identificar com a situação daqueles personagens. A química entre Kate e Luke é um encanto e no fim de tudo, o filme se mostra um material bem mais interessante do que pensávamos.

Comentários por Matheus C. Vilela

quinta-feira, 6 de março de 2014

NoCinema: TUDO POR UM FURO

The Anchorman 2: The Legend Continues-EUA
Ano: 2013 - Dirigido por: Adam McKay
Elenco: Will Farell, Steve Carrell, Paul Rudd

NOTA: «««««

Sinospe: O charmosão Ron Burgundy (Will Ferrell) e seus amigos Brick Tamland (Steve Carell), Brian (Paul Rudd) e Champ (David Koechner) regressam aos noticiários em "Tudo por um Furo". Com todos juntos não será fácil manter a classe, enquanto eles tentam gerir o primeiro canal nacional de notícias com transmissão 24 horas por dia.


O filme “O Âncora” de 2004 não fez um estrondoso sucesso nas bilheterias, mas com o tempo foi ganhando a admiração do público, fãs, o que colaborou muito para a realização desta continuação, intitulada aqui no Brasil de “Tudo Por Um Furo”. Idealizado e estrelado por Will Farrell, os filmes abordam períodos do jornalismo e usa o conceito para criar uma história que explore o protagonista, o âncora de TV Ron Burgundy. 

No primeiro filme a iniciação da mulher na indústria da comunicação era a base do roteiro escrito por Will Farrell e Adam McKay (também diretor). Um âncora de TV mulher era visto por muitos homens como um retrocesso no desenvolvimento do jornalismo televisivo. Ron Burgundy encara isso com esse tipo de pensamento, e o filme investe nesse contraste e cria um romance entre o protagonista e a nova integrante do grupo de noticias, mas nunca fazendo disso um escape para momentos melodramáticos e humanistas envolvendo os personagens. Tudo é tratado com bastante ironia e sarcasmo, e o humor de "O Âncora" permanece até os instantes finais fiel à sua essência. 


Já nesta continuação o roteiro parte da ideia do jornalismo como material de entretenimento. Tendo trocado sua cidade natal San Diego por Nova York e ser posteriormente despedido pelo grande chefe, Ron Burgundy é chamado para trabalhar numa nova emissora que transmitirá noticias por 24 horas, algo nunca antes feito por ninguém. Designado para o horário da madrugada, considerado o período fúnebre da TV, Burgundy e sua equipe decidem mudar o modo de passar noticias e transmitir apenas aquilo que as pessoas gostariam de ouvir. Nada de problemas ou violência. Isso eleva a audiência do canal colocando o personagem como um dos jornalistas mais aclamados do país. 

“Tudo Por Um Furo” mantém o excelente humor do primeiro filme. Ora besteirol, ora vulgar, a acidez injetada por Will Farrell é admirável, pois consegue ser extremamente engraçada sem soar ofensiva, ainda que no fundo algumas piadas sejam, mas entram num contexto, digamos, tão “idiota”, típico de Will Farell por assim dizer, que no fim, nem ligamos e entramos na brincadeira. 


Outro ponto forte de “Tudo Por Um Furo”, e que já era em “O Âncora”, são os ótimos coadjuvantes e as surpreendentes aparições surpresas, principalmente neste último. Compondo o time de noticias de Ron Burgundy: David Koechner, Paul Rudd e principalmente Steve Carrell são personagens formidáveis e responsáveis por vários dos ótimos momentos do filme. E devo destacar Steve Carrell com o seu Brick Tamland. Seu personagem foi tão bem recebido pelo público no longa anterior, que em “Tudo Por Um Furo” recebe mais destaque que os demais (exceto o protagonista, claro!), e ganha até um interesse amoroso interpretado por Kristen Wigg (de “Missão Madrinha de Casamento”). 

Mas “Tudo Por Um Furo” não consegue ser superior ao seu antecessor, mesmo mantendo o estilo de humor e os ótimos personagens, porque não consegue ter um objetivo claro na sua história. Se no filme de 2004 existia um foco e os personagens trabalhavam por algo, em “Tudo Por Um Furo” senti que Farrell atira para todos os lados e não abraça nenhuma das tramas que apresenta. Seja as falcatruas envolvendo o dono da emissora, ou a separação de Ron Burgundy da sua esposa, ou o relacionamento distante dele com o filho, ou a transformação do jornalismo em entretenimento, o filme cria sketches passando por essas abordagens e deixa de criar algo sólido e estruturado como foi feito em “O Âncora”. 


Entretanto, “Tudo Por Um Furo” possui situações únicas, hilárias e inesquecíveis. Uma comédia que merece uma segunda olhada posteriormente, e muitas outras ao longo dos anos. Vale a pena!

Comentário por Matheus C. Vilela