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segunda-feira, 30 de setembro de 2013

TOP 10 - MELHORES FILMES DO VERÃO NORTE AMERICANO 2013

A temporada conhecida como "Verão Norte Americano" é o periodo onde Hollywood aproveita que as escolas estão de férias para lançar nos cinemas as super produções tão aguardadas pelo mundo inteiro. Neste ano curiosamente os maiores sucessos foram filmes de baixo orçamento que surpreenderam nas bilheterias, enquanto filmes acima de 100 milhões de custo, resultaram em grandes prejuizos.

Confira abaixo o TOP 10 dos MELHORES FILMES DO VERÃO NORTE AMERICANO 2013 do blog Lyons Movie Set para os filmes lançados aqui no Brasil entre MAIO e AGOSTO de 2013.

Poste um comentário apresentando também os seus 10 Melhores Filmes da Temporada do Verão Norte Americano 2013!

Obs: A lista está em ordem alfabética.    


01. ANTES DA MEIA NOITE 


Os melhores filmes da carreira do diretor Richard Linklater foram os que integram a trilogia Antes do Amanhecer. Seqüências longas e mostrando de forma crível e tocante o relacionamento do casal Celine (Julie Delpy) e Jesse (Ethan Hawke), “Antes da Meia Noite” é um encerramento magistral dessa trilogia que a cada filme é uma nova etapa na vida desses personagens. Se no primeiro eram dois adolescentes vivendo uma intensa paixão, no segundo se reencontram depois de anos e uma chama reacende entre ambos resultando neste terceiro filme onde os dois se casaram. Foram quase vinte anos acompanhando o amadurecimento de Jesse e Celine nessa que é uma das melhores trilogias de Hollywood. Merece ser visto! 

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02. CÍRCULO DE FOGO 


Grande homenagem de Guillermo Del Toro a filmes como “King Kong” e principalmente a “Godzilla”, filme de 1954 e sua grande inspiração para este “Círculo de Fogo”. A super produção é um deleite de cenas empolgantes envolvendo embates entre robôs e monstros gigantes no meio do mar, debaixo do oceano, no céu, dentro da cidade o que resulta em um dos blockbusters mais divertidos deste ano. Os efeitos especiais também é um dos melhores do ano e vejo grandes chances de uma vaga no Oscar da categoria em 2014. 

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03. INVOCAÇÃO DO MAL 


James Wan vem criando uma carreira sólida como diretor principalmente no gênero de terror/suspense. Dirigiu o primeiro “Jogos Mortais”, que foi um grande sucesso resultando em mais seis filmes, fez também outro sucesso chamado “Sobrenatural” e agora realiza este que é o seu melhor trabalho na carreira intitulado “Invocação do Mal”. Trabalhando maravilhosamente bem com o subconsciente do público, buscando criar momentos de pura tensão mostrando muito pouco, Wan cria um filme intrigante e assustador. Além de muito bem dirigido e com um elenco bastante competente. Ainda que no final “Invocação do Mal” se atrapalhe, ainda assim, é o melhor suspense do ano e um dos melhores da temporada do verão norte americano. 

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04. O GRANDE GATSBY 


É um filme que divide opiniões. Adaptado do romance homônimo escrito por F. Scott Fitzgerald, “O Grande Gatsby” já teve diversas adaptações para o cinema ao longo dos anos e nenhuma que resultou em aplausos por parte da crítica. O filme mais lembrado é o de 1977 com Robert Redford e Mia Ferrow no elenco. No entanto, dentre todas as adaptações, particularmente gostei muito desta versão comandada por Baz Luhrmann (de “Moulin Rouge!”). Luhrmann, com seus takes rápidos e edição desenfreada, mostra um visão exarcebada da sociedade consumista da década de 20, detalhe muito explorado no livro de Fitzgerald e que aqui, ganha o brilho de Luhrmann com todo o seu frenetismo e cenários envolto de cores vivas e uma trilha sonora fora do seu tempo. O resultado final é a melhor adaptação já feita do romance de Fitzgerald e um filme envolvente e emocionante. 

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05. O HOMEM DE AÇO 


Sou grande fã do primeiro filme do Superman de 1978 mas não como uma adaptação de quadrinhos, mas como cinema de aventura. Particularmente os filmes do Superman sempre trataram o personagem de maneira bastante infantil e com os anos resultaram em alguns filmes vergonhosos e cheios de resoluções oportunistas. Os melhores foram apenas os dois primeiros, principalmente o clássico dirigido por Richard Donner. Após a vergonhosa tentativa de trazer o Superman para as novas gerações com “Superman – O Retorno” de 2006, que buscava manter o tom dos antigos numa época totalmente diferente das décadas de 70 e 80, esta nova versão de Christopher Nolan e David S. Goyer (que fizeram a trilogia “Batman – O Cavaleiro das Trevas”) dirigida por Zach Snyder (de “300” e “Watchmen”) traz elementos interessantes e lida com o personagem de maneira mais humana e realista. Claro que há problemas, mas o resultado final é um filme competente que apresenta bem o Homem de Aço e que abre uma grande porta para outros filmes. 

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06. O LUGAR ONDE TUDO TERMINA 


Derek Cianfrance dirigiu um dos melhores filmes dessa última década chamado “Namorados Para Sempre”, que tratava de maneira incisiva e não muito feliz a decadência de um casamento ao longo dos anos. Em seu segundo trabalho Cianfrance faz, do mesmo modo, um filme forte dramaticamente que baseia a vida em: atitudes! Apresentando três histórias seqüenciais, “O Lugar Onde Tudo Termina” é uma grata surpresa e um filme cujo resultado é uma angústia com pingos de esperança. Excelente! 

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07. ALÉM DA ESCURIDÃO - STAR TREK


Nunca fui fã de Star Trek, nem dos seriados antigos, muito menos da nova geração. Mas curti e muito o filme “Star Trek” de 2009 onde o diretor J. J Abrams revigorava a franquia trazendo novos ares e mantendo muito coisa fiel ao material original. Com este “Além da Escuridão - Star Trek”, Abrams mantém a vitalidade do filme de 2009 e cria seqüências de ação empolgantes e traz o clássico vilão Khan, numa interpretação magistral de Benedict Cumberbacth. E neste, mais do que nunca, há várias homenagens e referências aos filmes antigos, principalmente a “Star Trek – A Ira de Khan”, de 1982. Um deleite aos já fãs de Star Trek, e principalmente ao público que não é fã ou desconhece o universo. Vale muito a pena! 

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08. TERAPIA DE RISCO 


Steven Soderbegh é um dos diretores mais versáteis de Hollywood atualmente. Já embarcou em aventuras como a trilogia iniciada por “Onze Homens e Um Segredo”, em dramas como “Confissões de Uma Garota de Programa” ou “Magic Mike”, em comédia com “O Desinformante!”, em ação com “A Toda Prova” e agora embarca no suspense com este “Terapia de Risco”. Com uma leve crítica a indústria farmacêutica, Soderbegh acerta por conseguir surpreender a todos com reviravoltas impressionantes e personagens que, aparentemente uma coisa, no fim, se mostram outra. Com clima tenso e ritmo empolgante, Soderbergh mantém sua eficácia como diretor neste excelente filme. 

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09. UNIVERSIDADE MONSTROS 


Não tem jeito, pra mim a maior surpresa que tive nesta temporada do verão norte americano foi "Universidade Monstros". Por mais que eu seja fã incondicional da Pixar, desde “Carros 2” meu temor aumentou com relação as continuações que o estúdio vem realizando. A Pixar nunca foi de fazer sequencias, e depois da sua compra pela Disney, parece que virou regra dentro da empresa. Já temos confirmado a continuação de “Procurando Nemo” para 2016. Portanto, ao saber que fariam mais um filme com o mundo de “Monstros S.A” fiquei com medo. Primeiro porque “Mostros S.A” é um clássico e um filme perfeito em cada aspecto, e quando soube também que a história voltaria no passado mostrando a época dos personagens na universidade, meu medo aumentou. Mas no fim, a Pixar comprova o porquê é Pixar. “Universidade Monstros” é um ótimo exemplar de filme de universidade, foge de clichês e nos faz se aproximar mais ainda dos tão queridos Mike e Sully. O filme é divertido, possui ótimas mensagens e emociona. Ainda que o retorno do estúdio ao mundo dos monstros não seja algo original, ao menos esses gênios conseguiram criar algo diferente e singular dentro de algo já existente. 

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10. VELOZES E FURIOSOS 6 


O primeiro “Velozes e Furiosos”, de 2001, foi um grande sucesso e um deleite para os fãs de velocidade e carros. Teve depois outras continuações que não repetiram o sucesso até Vin Diesel convencer a Sony a investir na franquia, porém, remodelando totalmente ela. A nova fase começou em 2009 com “Velozes e Furiosos 4”, mas foi em 2011 que a franquia deixou de ser uma fita unicamente de corridas e se transformou numa autêntica fita de ação com muitos exageros e cenas empolgantes. Cumprindo o seu propósito de diversão, "Velozes e Furiosos 6” é o melhor da franquia até agora, e ainda mata a saudade dos fãs de corrida com uma sequência de racha pelas ruas de Londres, e com Vin Diesel soltando “Como nos velhos tempos!”. Vale a pena!

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Comentários por Matheus C. Vilela

segunda-feira, 23 de setembro de 2013

ELYSIUM

Elysium-EUA
Ano: 2013 - Dirigido por: Neill Blomkamp
Elenco: Matt Damon, Jodie Foster, Wagner Moura

NOTA:  «««««

Sinopse: Em 2159, o mundo é dividido entre dois grupos: o primeiro, riquíssimo, mora na estação espacial Elysium, enquanto o segundo, pobre, vive na Terra, repleta de pessoas e em grande decadência. Por um lado, a secretária do governo Rhodes (Jodie Foster) faz de tudo para preservar o estilo de vida luxuoso de Elysium, por outro, um pobre cidadão da Terra (Matt Damon) tenta um plano ousado para trazer de volta a igualdade entre as pessoas.


O diretor sul africano Neill Blomkamp ganhou Hollywood em 2009 quando lançou o seu “Distrito 9”. Original e cheio de críticas sociais, Blomkamp criou uma ficção envolvendo seres alienígenas como nunca se tinha visto no cinema. Adaptado de um curta dirigido pelo próprio diretor, “Distrito 9” surpreendeu a todos, e com a expansão dos indicados na categoria de Melhor Filme no Oscar, o longa ganhou uma vaga no grupo e foi indicado a outros três prêmios como Melhor Roteiro Adaptado, Melhores Efeitos Especiais e Melhor Edição. 

Este seu novo trabalho, também uma ficção, parte do mesmo contexto e se utiliza das mesmas abordagens de “Distrito 9”. Não temos aqui alienígenas, mas o fundamento é o mesmo. A raça excluída e reclusa no filme de 2009 eram seres vindos de fora e visto pelo homem como uma raça desorganizada e longe dos padrões dignos para se viver em sociedade. Em “Elysium” quem entra no lugar dos ETs são os seres humanos pobres, reclusos na Terra, acabada pela alta poluição e transformada num verdadeiro lixão, enquanto os ricos, buscando manter o padrão de vida cheio de conforto e regalias, se mudaram para uma estação espacial cujo nome intitula o filme. Um lugar onde a tecnologia proporciona o não envelhecimento e a cura instantânea de qualquer doença. Resumindo: o sonho de todo cidadão morando na Terra, e visto por muitos como algo impossível. 


Obviamente que teremos um herói nessa trama toda que possui o sonho de se mudar para Elysium e que por causa dele vamos ter uma série de reviravoltas. Interpretado por Matt Damon, Max trabalha numa empresa de tecnologia que produz robôs de ponta. Após sofrer um acidente no trabalho e ser exposto a alta radioatividade, Max recebe cinco dias de vida e vê como única solução ir para Elysium e ser curado do problema. Para isso, pede ajuda para o hacker Spider (Wagner Moura), especialista em exportar ilegalmente cidadãos da Terra para Elysium e que ajudará Max na empreitada. 

Diferente de “Distrito 9”, “Elysium” se preocupa muito menos com sua história e foca mais precisamente na ação, que por sinal é excelente e muito empolgante. Um dos pontos fortes da fita, e que é usada para esconder o fraco roteiro. Digo fraco, pois o roteiro, também escrito por Blomkamp, perde várias oportunidades de adentrar em interessantes discussões sobre a situação da Terra naquele momento, e de se aprofundar em questões interessantes acerca da política de Elysium e do desejo de justiça de alguns cidadãos da Terra. Mas tudo isso é deixado de escanteio e Blomkamp limita-se a uma trama de perseguição que resulta em um filme previsível e bobo. 


Com isso, alguns atores acabam se apagando e pouco impressionam. Os principais exemplos são as personagens de Alice Braga, que faz uma amiga de Max que possui uma filha com leucemia, e Jodie Foster, secretária do governo de Elysium que pouco faz e no grande clímax rapidamente é descartada. Os méritos vão para Matt Damon, que segura o filme e por causa do seu carisma conseguimos se interessar por seu personagem. Porém, quem roubam a cena é Wagner Moura e Sharlto Copley. Moura interpreta o hacker Sniper, e com seu estilo excêntrico, o brasileiro não se apaga diante de Damon e sua presença não apenas traz um alivio cômico ao filme, como oferece certa grandiosidade ao mesmo. E Copley, que já trabalhou com Blomkamp protagonizando “Distrito 9”, surpreende no papel do assassino de aluguel a serviço do governo de Elysium. O ator faz o tipo durão e convence criando um personagem desprezível, que quando aparece, traz imprevisibilidade e tensão ao ambiente. Aliás, Copley ofusca totalmente Jodie Foster e se mostra o grande vilão do filme. 

Portanto, “Elysium” poderia ser muito melhor do que apresenta. Mas no quesito ação, o filme merece créditos por ser empolgante e bem filmado. Mesmo não superando “Distrito 9”, o filme é uma ótima pedida e merece ser visto. Vale a pena!

Comentário por Matheus C. Vilela

CINE HOLLIÚDY

Cine Holliúdy-BRASIL
Ano: 2013 - Dirigido por: Helder Gomes
Elenco: Edmilson Filho, Roberto Bomtempo, Miriam Feeland

NOTA: «««««

Sinopse: Interior do Ceará, década de 1970. A popularização da TV permitiu que os habitantes da cidade desfrutassem de um bem até então desconhecido. Porém, o televisor afastou as pessoas dos cinemas. É aí que Francisgleydisson entra em ação. Ele é o proprietário do Cine Holiúdy, um pequeno cinema da cidade que terá a difícil missão de se manter vivo como opção de entretenimento.


O diretor Helder Gomes é um batalhador. Dividiu a direção de “As Mães de Chico Xavier” com Glauber Filho, e neste “Cine Holliúdy”, primeiro filme no edital de longas metragens de baixo orçamento do Ministério da Cultura e derivado de um curta de Helder, o diretor comanda o filme sozinho brincando com o humor cearense em um filme autêntico, com personalidade e que esbanja um amor incondicional pela Sétima Arte. 

Obviamente que o longa apresenta os seus problemas, como uma montagem fraca que prejudica seriamente o ritmo do filme que possui momentos de cortes bruscos o que atrapalha a experiência do momento. E o uso de legendas, já que o filme brinca com o sotaque nordestino do Ceará, classificando-o como outro idioma dentro do Brasil, inicialmente me pareceu fantástica e sem dúvida alguma é algo inusitado e original. O problema é que, o que deveria ser uma forma de linguagem e um dos pontos fortes do humor da obra, resulta em algo desnecessário que nada acrescenta, já que a legenda acompanha as expressões locais mostrando nada de diferente do que ouvimos. 


Mas fora tais problemas, “Cine Holliúdy” foi a melhor experiência de comédia brasileira que vi este ano. Nosso cinema tem saturado aos montes o gênero de comédia com filmes globais em grande maioria sem graça, que repetem fórmulas e reciclam piadas vistas com frequência nos humorísticos televisivos, ou nos canais da internet, como é moda atualmente. Já “Cine Holliúdy” não! O longa de Helder Gomes é autêntico, possui momentos hilários e o diretor aproveita muito bem o “idioma” cearense criando diálogos memoráveis que proporcionam ótimos risos como há muito tempo não via no cinema nacional. 

E Helder Gomes aproveita para mostrar sua paixão pelo cinema e como ele foi importante desde sua infância para sua formação. Inspirado por filmes de kung fu e pelo mestre Bruce Lee, Gomes mostra a importância do cinema e como esse meio tão poderoso influência o ser humano. Destaco certo momento em que o personagem principal Francisglaydisson, interpretado por Edmilson Filho, fala ao povo da cidadezinha onde mora que “... enquanto haver vida, existirá cinema”. 


Interessante também é a preocupação do protagonista diante da chegada da televisão nas cidadezinhas interioranas do Ceará, já que tal aparelho é uma ameaça para os cinemas das cidades. Se antes da década de 70, um dos passatempos mais utilizados pelas pessoas era a ida ao cinema, com a chegada da televisão, sair de casa ficou uma opção frustrante e cansativa, apenas poucos se utilizavam de tal prática, o que, infelizmente, resultou no fechamento de muitos estabelecimentos. No Ceará, atualmente, existem menos de dez salas, e isso incluindo a capital. Difícil de acreditar né? Pois bem, esta é uma das abordagens de Helder, que com um olhar otimista, mostra o cinema como o maior meio de diversão e entretenimento do planeta, e que televisão nenhuma é capaz de superá-lo. 

Sucesso nos cinemas cearenses, desde “O Auto da Compadecida” não assistia uma comédia brasileira cuja boa parte do humor encontra-se nas falas dos personagens, e que possui certa originalidade e ambições autênticas que fazem do filme algo único e prazeroso de se ver. É perfeito? Não, não é, mas com tanta porcaria jogada hoje nas telonas, ver “Cine Holliúdy” é um alivio e uma experiência reconfortante que faz valer cada centavo gasto no ingresso. Muito bom!

Comentário por Matheus C. Vilela

quinta-feira, 19 de setembro de 2013

AS BEM ARMADAS

The Heat-EUA
Ano: 2013 - Dirigido por: Paul Feig
Elenco: Sandra Bullock, Melissa McCarthy, Demian Bachir

NOTA: «««««

Sinopse: Ashburn (Sandra Bullock) é uma agente especial do FBI extremamente competente, apesar de ser mal vista pelos colegas de trabalho por ser arrogante e antipática. De olho em uma promoção no trabalho, ela pede ao seu chefe (Demian Bichir) que a encarregue da investigação de um poderoso traficante de drogas em Boston, cuja identidade é desconhecida. Entretanto, logo ao chegar Ashburn decide interrogar um pequeno traficante preso por Mullins (Melissa McCarthy), uma desbocada policial local que não aceita ordens de ninguém. Não demora muito para que as duas batam de frente, mas elas precisam encontrar um meio de trabalhar juntas.


Em 2011 o diretor Paul Feig atingiu o auge com “Missão Madrinha de Casamento”. O filme surpreendeu na grande festa do Oscar recebendo duas indicações para categorias principais como a de Melhor Roteiro Original e Melhor Atriz Coadjuvante para Melissa McCarthy, esta última crescendo bastante em Hollywood e recebendo vários convites para participações especiais em comédias como “Se Beber, Não Case! 3” e “Bem Vindo Aos 40” e estrelar filmes como “Uma Ladra Sem Limites” e este “As Bem Armadas”, ambos com uma rentabilidade excelente.

“As Bem Armadas” parte de um conceito básico onde duas policiais totalmente distintas terão que trabalhar juntas em um caso. Sandra Bullock faz o tipo certinha e criteriosa que dedicou sua vida inteira ao trabalho, e McCarthy faz o oposto na pele de uma policial sem escrúpulos no falar e nas atitudes, e que pouco se importa com decoro ou formalidades. 


Gosto muito do estilo de direção que Paul Feig vêm adotando nos seus últimos trabalhos. Assim como em “Missão Madrinha de Casamento”, Feig investe em longas sequências, sem trilha sonora e com total liberdade para os atores esbanjarem seu talento cômico. Podemos dizer que o filme é dividido em sketches e tanto Bullock como McCarthy se saem maravilhosamente bem mostrando uma química essencial para o êxito do longa. 

Algumas pessoas podem achar um tanto quanto cansativo pois a trama de “As Bem Armadas” é pouco interessante e não são todos os momentos inspirados, o que resulta numa pequena falta de ritmo ás vezes. Entretanto, a comédia se sobressai graças ao talento e carisma da dupla Sandra Bullock e Melissa McCharthy, que se interagem tão bem que o sucesso do filme nos Estados Unidos já abriu portas para uma continuação. 

Comentário por Matheus C. Vilela

quarta-feira, 18 de setembro de 2013

PARA MAIORES

Movie 43-EUA
Ano: 2013 - Dirigido por: Steven Brill, Peter Farrelly, Steve Carr...
Elenco: Elizabeth Banks, Kristen Bell, Hugh Jackman

NOTA: «««««

Sinopse: Um adolescente de 15 anos tenta a todo custo encontrar um filme proibido, chamado "Movie 43". Para tanto ele conta com a ajuda de seu irmão caçula, um gênio da informática apesar de ter apenas 11 anos. Logo eles descobrem que Movie 43 é na verdade a composição de 14 curta-metragens, sendo que alguns deles são paródias dos super-heróis mais famosos da atualidade, como Super-Homem, Batman e Mulher-Maravilha.


Fica até difícil acreditar que uma comédia com um elenco formado por atores como Hugh Jackman, Richard Gere, Kate Wisnlet, Gerard Butler, Halle Berry, Greg Kinnear, Emma Stone, Uma Thurman, Naomi Watts, Jason Sudeikis, Liev Schreiber, Chloe Moretz, Justin Long, John Knoxville, Anna Faris, Josh Duhamel, Elizabeth Banks, Dennis Quaid e Kristen Bell seja absolutamente sem graça! 

O filme é um série de sketches partindo de um sketch maior onde dois adolescentes, como vingança, introduzem o irmão mais novo de um deles na pornografia insistindo para o menino pesquisar na internet um filme chamado “Movie 43”. No desenrolar da busca, eles descobrem videos grotescos e cada vez mais abusivos. 


A direção fica a carga de vários diretores onde cada um é o responsável por um determinado sketch. No time de diretores temos nada mais nada menos que entendedores da comédia como Peter Farrely (que fez “Debi e Lóide”, “Eu, Eu Mesmo e Irene”) e Brett Ratner (de “A Hora do Rush” e “Roubo Nas Alturas”) que são os mais conhecidos. 

O problema não é nem a estrutura narrativa do filme, mas principalmente a falta de graça das situações apresentadas. O contexto geral do filme se resume a nada, assim como cada sketch nada acrescenta e são totalmente desencontrados. O filme é apenas uma vitrine de grandes astros passando vergonha nesse que é um dos piores filmes da década!

Comentário por Matheus C. Vilela

terça-feira, 17 de setembro de 2013

INVOCAÇÃO DO MAL

The Conjuring-EUA
Ano: 2013 - Dirigido por: James Wan
Elenco: Vera Farmiga, Patrick Wilson, Lili Taylor

NOTA: «««««

Sinopse: Harrisville, Estados Unidos. Um casal (Ron Livinston e Lili Taylor) muda para uma casa nova ao lado de suas cinco filhas. Inexplicavelmente, estranhos acontecimentos começam a assustar as crianças, o pai e, principalmente, a mãe. Preocupada com algumas manchas que aparecem em seu corpo e com uma sequência de sustos que levou, ela decide procurar um famoso casal de investigadores paranormais (Patrick Wilson e Vera Farmiga), mas eles não aceitam o convite, acreditando ser somente mais um engano de pessoas apavoradas com canos que fazem barulhos durante a noite ou coisas do gênero. Porém, quando eles aceitam fazer uma visita ao local, descobrem que algo muito poderoso e do mal reside ali. Agora, eles precisam descobrir o que é e o porquê daquilo tudo acontecendo com os membros daquela família. É quando o passado começa a revelar uma entidade demoníaca querendo continuar sua trajetória de maldades.


Creio que muito mais do que mostrar monstros ou fantasmas, mais assustador ainda é o não mostrar nada e deixar nossa mente vagar tentando imaginar o que pode existir ali. O lidar com o psicológico e o medo de saber que existe algo, mas não sabemos o quê, é o verdadeiro terror capaz de arrepiar até no fundo da alma e nos fazer ficar pensando sobre aquilo dias e dias. 

Nos últimos anos esse gênero tem recebido um cuidado cada vez mais escasso em Hollywood. Hoje em dia temos inúmeros filmes do gênero lançados direto para Home Video, outros que vão para o cinema, mas a grande maioria nada assusta por lidar com os seus argumentos de maneira cada vez mais direta e aberta, e esquecem que existem pessoas do outro lado assistindo querendo fazer parte da história. 


Tivemos dois filmes recentemente que conseguiram trabalhar muitíssimo bem com esse psicológico do público. “A Mulher de Preto”, com Daniel Radcliffe (o Harry Potter) e “Mama”, produzido por Guillermo Del Toro, possuem momentos excepcionais que comprovam que o mostrar menos, apavora muito mais. Este “A Invocação do Mal” surpreende por saber trabalhar com sua história e trazer importância aos personagens, e no final das contas, o filme se mostra um dos melhores exemplares do gênero dessa última década. 

A história se baseia em um caso real vivido pelo casal de investigadores sobrenaturais Lorraine e Ed Warren. O casal ficou conhecido nas décadas de 50 e 60 pelos seus casos envolvendo paranormalidade, tendo no currículo histórias que inspiraram filmes como “Horror em Amithville” e “Evocando Espíritos”, por exemplo. 


Se verdade ou não isso não nos interessa, mas Lorraine, que ainda é viva tendo 86 anos hoje, alegou que o caso da família Perron apresentado neste “Invocação do Mal” foi um dos mais grotescos que o casal já trabalhou. Na vida real a história terminou com a retirada de Ed Warren do caso pelo patriarca da família, Roger Perron, por causa de uma sessão de exorcismo mal sucedida, e a casa atormentada por espíritos só foi esvaziada quando Carolyn Perron morreu anos mais tarde de doença, e o seu marido Roger Perron, com as filhas, se mudou da casa. 

Dirigido por James Wan, o filme recebeu um investimento de US$ 20 milhões e boa parte desse valor foi investido em ótimos atores resultando na contratação de Patrick Wilson (ótimo!) e Vera Farmiga (maravilhosa!) na pele do casal Warren. O restante foi direcionado a produção, incluindo uma ótima fotografia realizada por John R. Leonetti, uma edição precisa de Kirk M. Morri e uma reconstrução de época minuciosa. 


Mas destaco a direção de Wan como um dos pontos fortes do longa. Wan, que dirigiu os sucessos “Jogos Mortais” e “Sobrenatural”, faz aqui o seu melhor filme da carreira até o momento, demonstrando uma sensibilidade narrativa notória buscando levar o público para dentro da história sem exageros ou abusos de técnica. Tudo é muito sútil, e um mero detalhe, como uma porta se abrindo vagarosamente, diz muita coisa. Usando travellings que vão passeando pela casa ressaltando todo o ambiente, Wan transforma o local num personagem importante do filme e um lugar onde, assim como os personagens, o público se sente inseguro de estar. 

O deslize acontece justamente no final onde “Invocação do Mal” segue a moda de Hollywood em querer mostrar muita coisa entregando de bandeja elementos fundamentais para a tensão do público. Do mesmo jeito que aconteceu em “Mama”, o filme segue excelente trabalhando com o psicológico e o sobrenatural, até o instante que em decide transformar a sutileza e as nuances do suspense, numa fita com demônios se revelando e uma correria com tom de aventura. 


Mas enfim, mesmo com o final excedido, “Invocação do Mal” é ótimo e perdura depois do seu término. Além de ser bem feito e muito bem dirigido. Vale a pena!

Comentário por Matheus C. Vilela

segunda-feira, 16 de setembro de 2013

RUSH - NO LIMITE DA EMOÇÃO

Rush-EUA
Ano: 2013 - Dirigido por: Ron Roward
Elenco: Chris Hemsworth, Daniel Brühl, Olivia Wilde

NOTA: «««««

Sinopse: Anos 1970. O mundo sexy e glamouroso da Fórmula 1 é mobilizado principalmente pela rivalidade existente entre os pilotos Niki Lauda (Daniel Brühl) e James Hunt (Chris Hemsworth). Eles possuíam características bem distintas: enquanto Lauda era metódico e brilhante, Hunt adotava um estilo mais despojado, típico de um playboy. A disputa entre os dois chegou ao seu auge em 1976, quando ambos correram vários riscos dentro do cockpit para que pudessem se sagrar campeão mundial de Fórmula 1.


Esporte sempre fascinou o mundo desde os tempos da Grécia Antiga. A corrida, por exemplo, é um desses casos que causa fascínio no homem não somente pela adrenalina, mas também pela sensação de poder que um carro é capaz de proporcionar. Esse fascínio os gregos já sentiam com as corridas de quadriga realizadas nos jogos olímpicos, e com o passar dos anos tal sentimento nunca diminuiu. Obviamente que com os tempos modernos e a evolução da indústria automobilística no século XX, as corridas foram se aperfeiçoando até em 1950 se criar a Fórmula 1, a mais popular modalidade de automobilismo do mundo. 

Como todo bom esporte a rivalidade é essencial para se criar partidas memoráveis, do mesmo jeito que sem concorrente no comércio o público não se beneficia. E na Fórmula 1 não é diferente. Sempre houve disputas marcantes e históricas ao longo das temporadas: Senna contra Prost, Schumacher contra Mika Hakkinen (citando um exemplo recente) e uma das mais lembradas até hoje foi a rivalidade entre o alemão Niki Lauda e o inglês James Hunt. 


Niki Lauda sempre foi um piloto preciso, calculista que buscava a perfeição em cada aspecto, e não tinha medo de correr atrás do seus sonhos e objetivos. Não fazia muitas amizades, mas isso não o impediu de se tornar um dos maiores corredores do mundo. Já James Hunt era também um piloto excepcional, mas totalmente o oposto de Lauda. Seu passatempo eram festas, mulheres, bebidas, drogas e tinha como maior sonho se consagrar campeão mundial pela Fórmula 1. A rivalidade entre os dois pilotos começou na época da Fórmula 3 e perdurou até a aposentadoria de James Hunt. A temporada de 1976 foi a mais histórica de todas num campeonato repleto de imprevistos e um acidente que levou Niki Lauda a queimar boa parte do rosto, obrigando-o a abandonar o prêmio por algumas semanas até sua volta depois de quase quarenta dias. Uma volta por sinal inesperada provocada pela determinação do próprio Lauda. 

Muito bem, aos fãs de Fórmula 1 “Rush – No Limite da Emoção” é um filme imperdível que não só recria os acontecimentos da temporada de 1976 com perfeição e maestria, como o filme é também um drama bem construído e envolvente sobre esses dois pilotos. Sem dúvida conquistará a atenção não só dos apaixonados pelo esporte, mas do público em geral. 


Dirigido pelo veterano Ron Roward, que já fez de tudo nessa vida desde comédias adolescentes como “Splash – Uma Sereia em Minha Vida”, passando por suspenses como “Apollo 13” e dramas aclamados pela crítica e público como “Uma Mente Brilhante” e “Frost/Nixon”, e sem falar de trabalhos mais comerciais como “O Código da Vinci” e “Anjos e Demônios” com Tom Hanks, Roward é um diretor com estrada e entendimento de cinema. Mas em seus 30 anos de carreira, Roward surpreende fazendo aqui o seu melhor filme até então. 

“Rush – No Limite da Emoção” traz a emoção da Formula 1 numa época onde os carros não possuíam a tecnologia avançada de hoje e se exigia bastante do piloto. Os riscos eram grandes, e se o piloto não fosse acima da média, não se destacava. O filme consegue se aprofundar de tal maneira na vida de cada um dos dois protagonistas que conseguimos se identificar e tirar nossas próprias conclusões sobre cada um. Roward não faz um drama barato se preocupando no fetiche de querer mostrar apenas cenas de corrida, mas oferece o mesmo enfoque ao drama da mesma forma que se preocupa com a minuciosidade das seqüências de ação. 


O elenco é outro que merece aplausos. O “Thor da Marvel” Chris Hemsworth, cada vez mais em ascensão, interpreta o britânico James Hunt. Hemsworth convence como sempre em tipos mulherengos e desleixados e seu carisma, que fizeram o seu Thor conquistar a atenção do público, é essencial para a formação do seu personagem, e o ator se saiu maravilhosamente bem. No entanto, o grande destaque de “Rush” é Daniel Brühl como Niki Lauda. O ator alemão, que participou de “Bastardos Inglórios” e protagonizou “Adeus Lenin!”, faz uma de suas melhores e talvez a mais significativa interpretação de sua carreira até agora. A maquiagem de Brühn não só o tornou idêntico a Niki Lauda, como sua atuação capta os trejeitos e características fortes do piloto. Não me surpreenderia se o ator recebesse uma indicação ao Oscar de Melhor Ator Coadjuvante ano que vem. 

Em um ano fraco onde a temporada de Blockbusters não obteve o sucesso esperado, o final de 2013 está chegando trazendo a chamada “Temporada de Ouro” e um pouco de esperança para os apaixonados por um cinema de qualidade. Esse ano promete com inúmeros títulos elogiados pela crítica mundial chegando aos cinemas, e “Rush – No Limite da Emoção” é uma dessas surpresas que consegue um efeito além do esperado e ficar cravado na nossa mente e coração mesmo depois da subida dos créditos. Não tenho medo de falar que é um dos melhores filmes deste ano! Prova disso é que assisti "Rush" com meu pai que cresceu na época de Lauda e Senna, e o velho saiu empolgadíssimo do cinema. Precisa mais de que? Corre pro cinema! 

Comentário por Matheus C. Vilela

Especial Alfonso Cuarón: SÓLO CON TU PAREJA

Sólo Con Tu Pareja-MÉXICO
Ano: 1991
Elenco: Daniel Giménez Cacho, Claudia Ramírez, Luis de Icaza

NOTA: «««««

Sinopse: Um jovem yuppie e mulherengo (Gimenez Cacho) é pego em uma armadilha quando é falsamente diagnosticado com o vírus da Aids por Silvia (Liubomirova), uma enfermeira que se vê traída pelo jovem Casanova. À procura de uma morte rápida (colocando a cabeça em um forno de microondas) Tomás se apaixona por Clarisa (Ramirez), uma linda aeromoça que também quer se suicidar por causa de seu amante que está tendo um caso com uma aeromoça loira da Continental Airlines.


Sem tradução para o português e muito difícil de encontrar aqui no Brasil, “Sólo Con Tu Pareja” foi o primeiro longa metragem do diretor Alfonso Cuarón feito ainda no México (o seu trabalho seguinte já será em Hollywood com “A Princesinha”), e Cuáron faz aqui uma comédia romântica sobre um “Don Juan” chamado Tomás (Gimenez Gacho), que após decepcionar a médica assistente do seu vizinho Mateo (Luis de Icaza), é diagnosticado com o vírus da AIDS perdendo assim a vontade de viver. Decidido a suicidar, Tomás vai conhecer e se apaixonar por sua nova vizinha chamada Clarisa (Claudia Ramirez), uma aeromoça noiva de um piloto de avião. 

O filme foi escrito por Alfonso Cuarón e seu irmão Carlos Cuarón e inicialmente recusado a ser lançado nos cinemas pelo governo mexicano. No entanto, a comédia foi bem recebida em festivais como o Festival de Toronto e ganhou prêmios no Ariel Awards, prêmio da Academia Mexicana de Filmes. A boa repercussão internacional fez com que o filme, finalmente, fosse lançado em 1993 nos cinemas do México, consagrando-se como um dos maiores sucessos daquele ano no país.


“Sólo Con Tu Pareja” é um inicio de carreira bastante normal para Cuarón. O diretor mostraria ser um dos melhores em atividade atualmente posteriormente com “E Sua Mãe Também” e “Filhos da Esperança”. Entretanto, Cuarón mostra criatividade com algumas tomadas trazendo ritmo e ânimo para a história.

O roteiro centra-se no amadurecimento do protagonista, mostrando sua mudança de atitude diante do surgimento de uma paixão inesperada, e que ele acredita ser impossível de se concretizar por ela estar noiva e ele ter descoberto recentemente ser portador do vírus HIV. A estrutura de "Sólo Con Tu Pareja" é básica, possuindo o esquema clássico de “comédias românticas”. Ainda que sem o sentimentalismo excessivo dos filmes de Hollywood, que não é ruim, o que enfraquece “Sólo Con Tu Pareja” é a maneira rápida com que o roteiro explora o envolvimento e a paixão de Tomás por Clarisa, resultando em um final pouco emocionante. 


Sólo Con Tu Pareja” é a estreia de Alfonso Cuarón na direção de um longa metragem e ainda não vemos aqui o Cuarón que conhecemos hoje. Mas o filme, mesmo com os problemas, é um divertimento simples cujo elenco ajuda bastante no êxito do filme. Vale a pena conferir!

Comentário por Matheus C. Vilela

sábado, 14 de setembro de 2013

LOVELACE

Lovelace-EUA
Ano: 2013 - Dirigido por:  Rob Epstein e Jeffrey Friedman
Elenco: Amanda Seyfried, Peter Sarsgaard, Sharon Stone

NOTA: «««««

Sinopse: Cinebiografia de Linda Lovelace (Amanda Seyfried), a protagonista do clássico do gênero pornô "Garganta Profunda". Seu relacionamento com os maridos Chuck Traynor (Peter Sarsgaard) e Larry Marchiano (Wes Bentley) e o modo como lidava com o súbito estrelato, até abandonar de vez o cinema erótico.


“Lovelace” nos conta a história de Linda Susan Boreman, ou mais conhecida como Linda Lovelace, que se tornou a atriz pornô mais conhecida dos Estados Unidos nos anos 70 quando protagonizou “Garganta Profunda”, o maior sucesso da indústria pornográfica que arrecadou surpreendentes 600 milhões de dólares na época. 

O filme mostra a vida de Linda desde o momento em que ela conhece Chuck Traynor (Peter Sarsgaard), com quem se casou em 1972. O casamento de Linda com Chuck era conturbado. Os dois mal foram pagos pelo filme “Garganta Profunda” e Chuck não só batia em Linda, como a obrigava a fazer programas em troca de alguns milhares de dólares. O resultado foi a separação no ano seguinte e anos mais tarde Linda tornou-se ativista contra a indústria do pornô e lançou um livro autobiográfico chamado “Ordeal”. 


Dirigido por Rob Epstein e Jeffrey Friedman, a cinebiografia de Lovelace é rápida e centra-se nos principais acontecimentos de sua vida. O filme retrai na violência amenizando a tensão dos acontecimentos, e segue uma linha equilibrada e padrão de biografias. Nada de surpreendente ou maravilhoso. 

A força de “Lovelace” se encontra no seu elenco. Amanda Seyfried está linda e carismática como Linda, mostrando conseguir sustentar um filme onde sua personagem é a base total dele. Mas devo elogia Peter Sarsgaard como o marido violento Chuck Traynor. A mudança de personalidade de Sarsgaard no filme é essencial para caracterizar a natureza inconstante do seu personagem, que começa como um cavalheiro carinhoso para depois se mostrar um marido desequilibrado e agressivo. Cada vez que Sarsgaard aparece em cena conseguimos sentir a tensão e imprevisibilidade do ambiente. 


Com um elenco excelente, uma produção bem realizada e uma história que passa o principal da vida de Linda Lovelace, o filme prende a nossa atenção e vale os 90 minutos de duração. Bom!

Comentário por Matheus C. Vilela

THE BLING RING: A GANGUE DE HOLLYWOOD

The Bling Ring-EUA
Ano: 2013 - Dirigido por: Sofia Copolla
Elenco: Emma Watson, Katie Chang, Israel Broussard

NOTA: «««««

Sinopse: Nicki (Emma Watson), Marc (Israel Broussard), Rebecca (Katie Chang). Sam (Taissa Farmiga) e Chloe (Claire Julian), entre outros jovens de Los Angeles têm em comum uma vida meio vazia, de pais ausentes, como Laurie (Leslie Mann), mãe de Nicki, que não tem a menor noção do que as filhas estão fazendo nas ruas, durante o dia e, pior, durante a noite. Fascinados pelo mundo glamuroso das celebridades das revistas, como Paris Hilton, e artistas como Kirsten Dunst, o grupo começa a fazer pequenos assaltos na casa dessas pessoas, quando descobrem que entrar nas residências deles não é nada difícil. Cada vez mais empolgados com "os ganhos", o volume dos saques desperta a atenção das autoridades, que decidem dar um basta nos crimes dessa garotada sem limites. Baseado em fatos reais.


Sofia Copolla é filha de um dos maiores diretores do cinema norte americano, Francis Ford Copolla, responsável por obras primas como a trilogia “O Poderoso Chefão” e “Apocalipse Now”. Tentou seguir a carreira de atriz mas foi em 1999 que se entregou de vez a direção estreando como diretora com o muito bom “As Virgens Suicidas”, e quatro anos depois veio com seu segundo trabalho chamado “Encontros e Desencontros”, o seu melhor filme até hoje. 

Depois daí, Sofia entrou num território seguro. Centrada na vida da burguesia, seus filmes posteriores buscam retratar o padrão de vida excessivo da classe média alta e seus revezes como o “ter tudo e não ter nada”. Passando pela côrte francesa até chegar na vida de adolescentes riquinhos que decidem entrar nas mansões de suas celebridades favoritas e levar certos objetos sem permissão, Sofia não deixa de querer olhar esse mundo cercado por luxúria e status. 


Neste “The Bling Ring” a diretora consegue o mesmo efeito de seus dois filmes anteriores: nada! Preocupada em querer mostrar os personagens se divertindo dentro das casas das celebridades e em festas, temos por mais de uma hora de filme praticamente isso. Nada acontece de diferente que nos faça se interessar pelos personagens, e Sofia trata o assunto como uma aventura de jovens movida por impulso numa sociedade isenta de bons exemplos. Mas ao invês de buscar entender o porque disso tudo, a diretora nunca sai do mesmo lugar criando um filme desinteressante em todos os aspectos e cujo assunto soa tão superficial como a visão da senhorita Copolla. Nem mesmo a parte de investigação com os policiais procurando saber quem foram os responsáveis pelos assaltos consegue empolgar, e o resultado é igualmente frustrante. 

Portanto, “The Bling Ring: A Gangue de Hollywood” é um retrato vazio e sem graça de uma trama que nas mãos certas poderia ser muitíssimo interessante e empolgante. Já nas mãos de Sofia Copolla, o resultado é um filme pretensioso sustentado em um nome que vive da glória do seu passado.

Comentário por Matheus C. Vilela

sexta-feira, 13 de setembro de 2013

CAMPOS DE ESPERANÇA

Abel´s Field-EUA
Ano: 2013 - Dirigido por: Gordie Haakstad
Elenco: Samuel Davis, Kevin Sorbo, Richard Dillard

NOTA: «««««

Sinopse: O adolescente Seth McArdle (Samuel Davis) passa por uma situação complicada: além de ser constantemente maltratado pelos jogadores de futebol do colégio, ele trabalha em um emprego mal remunerado. O garoto tem dificuldades para sustentar sozinho suas duas irmãs pequenas, já que o pai abandonou a família e a mãe morreu. Cansado desta situação, ele revida contra um dos jovens da escola que o agride, e é punido pelo treinador. Seth é obrigado a cuidar do gramado do campo de futebol, junto do solitário funcionário Abel (Kevin Sorbo). Aos poucos, estes dois homens percebem várias semelhanças em suas vidas, e começam a ajudar um ao outro.


“Campos de Esperança” é um filme que foi lançando direto para home vídeo tanto aqui no Brasil quanto nos Estados Unidos. Foi distribuído pela Sony Pictures e não vi nada relacionado, em sua divulgação, ao mercado gospel. Porém, o filme em sua trama não esconde seu lado cristão nos trazendo uma história de superação e amadurecimento por meio da fé e do querer. 

O longa conta a história de um garoto chamado Seth Mcardle (Samuel Davis), um estudante que trabalha em dois empregos para sustentar as duas irmãs que cuida sozinho. Seu pai saiu de casa há dois meses e não manda noticias, e Seth perdeu a mãe quando bem novo. E como se não bastasse, a responsabilidade aumenta para Seth quando precisa lidar com uma divida no banco deixada pelo pai que coloca em risco sua casa, e também com um novo serviço de assistente no campo de futebol da escola, onde foi designado como punição por uma briga no colégio. Lá, Seth fará amizade com Abel (Kevin Sorbo), um homem misterioso com um passado sombrio que irá ajuda-lo nessa nova caminhada. 


Desde o começo até o final, a história de “Campos de Esperança” é previsível. Mas sendo um filme com fundo cristão, e sendo também um cristão, tal detalhe soa meio que irrelevante já que esperamos uma história que consiga passar sua mensagem de fé, apesar de tudo. E como já falei inúmeras vezes, um clichê bem contado não é problema nenhum. O problema aqui é a falta de pulso do diretor Gordie Haakstad ao contar a história, que nunca consegue atingir o seu ápice, e muito menos passar com eficacia sua mensagem.

Diferente de filmes como “Desafiando Gigantes” ou “À Prova de Fogo”, que pegavam um personagem problemático para mostrar o seu amadurecimento em relação a sua fé e como isso transforma a sua vida, em “Campos de Esperança” tudo se resolve sem aprofundamento ou emoção numa trama que vai se enrolando até, nos instantes finais, se revolver rapidamente. 


É um dos mais fracos filmes gospel lançados ultimamente. Nem como um drama a parte consegue ser eficiente e causar algum tipo de impacto. Uma decepção!

Comentário por Matheus C. Vilela