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sexta-feira, 29 de março de 2013

UM DIA

One Day-EUA
Ano: 2011 - Dirigido por: Lone Scherfig

Sinopse: Emma (Anne Hathaway) e Dexter (Jim Sturgees) se conheceram na faculdade, em 15 de julho. Esta data serve de base para acompanhar a vida deles ao longo de 20 anos. Neste período Emma enfrenta dificuldades para ser bem sucedida na carreira, enquanto que Dexter consegue sucesso fácil, tanto no trabalho quanto com as mulheres. A vida de ambos passa por várias outras pessoas, mas sempre está, de alguma forma, interligada.


“Um Dia” para alguns não passará daquele típico romance melodramático maniqueísta cuja principal intenção é fazer o publico cair em prantos. E de fato é! Mas, ainda assim, a excelente construção narrativa feita pela diretora Lone Wrede Scherfig, que nos envolve com personagens interessantes e carismáticos, faz de um “Um Dia” um clichê apaixonante, e de fato, emocionante. 

Scherfig havia dirigido anteriormente um filme chamado “Educação”, outro exemplar maniqueísta da diretora, mas que não funcionava pela lentidão com que era conduzido e pela trama boba e sem graça presente ali, detalhe este que não acontece neste “Um Dia”, cujo ritmo prende a nossa atenção focando em personagens totalmente opostos que durante todo o decorrer da história nos faz torcer para que tudo dê certo entre os dois. 


O elenco do longa também é outro fator fundamental para o seu êxito. Anne Hathaway é uma atriz que ganhou minha atenção após “O Diabo Veste Prada” e principalmente o meu respeito depois de “O Casamento de Rachel”, e filme após filme Hathaway transmite carisma e diversidade com obras totalmente diferentes como “Agente 86”, “Batman – O Cavaleiro das Trevas Ressurge”, “Amor e Outras Drogas”, “Os Miseráveis” e este “Um Dia”. E devido a isso, sua personagem logo de cara nos conquista como uma figura determinada, inteligente e sofrida pelo amor não correspondido do seu melhor amigo. 

Jim Sturgess já encontra o tom certo do sujeito festeiro e sem responsabilidades na vida, e junto com Hathaway, cria-se uma química instantânea onde à medida que o tempo passa, Sturgess convence de seu amadurecimento. 


Baseado em um livro de mesmo nome escrito por David Nichols, “Um Dia” é um romance que fala de vida, maturidade e tempo. E principalmente saber valorizar aquelas pessoas que se importam com a gente. Temas, sim, nada originais, mas que aqui, ao menos, causam um impacto emocionante.

Nota: «««««

Comentário por Matheus C. Vilela

terça-feira, 26 de março de 2013

A NEGOCIAÇÃO

Arbitrage-EUA
Ano: 2012 - Dirigido por: Nicholas Jerecki

Sinopse: Às vésperas de vender sua empresa milionária, Robert Miller (Richard Gere), um magnata da bolsa de valores, envolve-se em um acidente automobilístico causando a morte de uma pessoa. Para preservar sua imagem, ele esconde sua responsabilidade no caso. Mas um investigador (Tim Roth) está disposto a descobrir o verdadeiro culpado, sabotando todos os planos de Robert.


“A Negociação” é aquele filme que não causa um grande impacto de fazer você ficar pensando em tudo o que aconteceu quando desliga a televisão. Porém, é um suspense competente em sua construção que consegue nos fazer se interessar pelo que está acontecendo e principalmente em querer saber como tudo aquilo irá terminar. 

O filme é dirigido pelo estreante em longa metragem de cinema Nicholas Jerecki, que havia feito um curta e um documentário chamado “The Outsider”. Jerecki, que também escreveu o roteiro, com este “A Negociação” aborda a complexa situação do mercado financeiro nos Estados Unidos nesses últimos anos, mostrando que a bomba pode explodir no colo de qualquer um a qualquer momento. Mas pior do que isso é quando essa bomba vem acompanhada de outros problemas envolvendo família e um acidente de carro que mata uma pessoa. E quando se trata de sair por cima nos negócios, absolutamente nada pode atrapalhar que os planos corram de acordo, e claro, é preciso manter as aparências, portanto, o que tiver que ser feito tem que ser feito. 


Mas a força do longa não está somente em sua competente direção e na intrigante história, mas também em seu talentoso elenco. Richard Gere à medida que envelhece vêm se encaixando melhor em papéis mais imprevisíveis e complexos, e aqui apresenta todo o seu talento criando uma figura centrada, sagaz e que sabe que não pode deixar a peteca cair. Susan Sarandon interpreta a esposa de Gere e cria um laço de tensão forte com ele. Destaco uma negociação feita entre ambos nos momentos finais do filme, uma cena ótima que exemplifica o clima desse universo de aparências e interesses. 

Ainda que não seja nada de surpreendente ou maravilhoso, “A Negociação” é um empolgante e eficiente exemplar que não só mostra o difícil mercado financeiro atualmente, como também cria em cima um suspense com ótimos personagens e uma trama bem intrigante. Vale a pena conferir!

Nota: «««««

Comentário por Matheus C. Vilela

LOOPER - ASSASSINOS DO FUTURO

Looper-EUA
Ano: 2012 - Dirigido por: Rian Johnson

Sinopse: Kansas City, 2044. Viagens no tempo são uma realidade, mas estão apenas disponíveis no mercado negro. Seu principal cliente é a máfia, que costuma enviar ao passado pessoas que deseja que sejam eliminadas, já que é bastante complicado se livrar dos corpos no futuro. Os responsáveis por estes assassinatos são os loopers, organização a qual Joe (Joseph Gordon-Levitt) faz parte. Um dia, ao realizar mais um serviço corriqueiro, ele descobre que seu alvo é a versão mais velha de si mesmo (Bruce Willis), trazida em viagem no tempo por ter se tornado uma séria ameaça à máfia no futuro.


Hoje o cinema de ação e ficção vem tendo tantos filmes que seguem a risca um padrão Hollywoodiano, e com os inúmeros remakes, adaptações e etc, que grande parte dessas obras soam extremamente comuns e sem nada de muito interessante. Algumas divertem enquanto outras merecem de fato nosso esquecimento e raramente aparece um filme que foge desse padrão apresentando não só competentes cenas de ação, como também uma trama diferente e criativa. 


Este “Looper – Assassinos do Futuro” encaixa-se justamente nesta classe de filme. Dirigido por Rian Johnson, que dirigiu “Vigaristas” e alguns episódios da terceira temporada de “Breaking Bad”, faz aqui o seu melhor trabalho. Responsável também pelo roteiro, Johnson pega o conceito de viagens no tempo e o usa numa trama policial bem amarrada e interessante em suas abordagens, conseguindo em seu desenrolar elevar a tensão da história a um nível cada vez maior criando um final bem diferente do esperado. 

O elenco também de “Looper” está admirável. Bruce Willis quando é bem dirigido e com um ótimo enredo consegue mostrar toda sua competência e carisma como nunca, e Joseph Gordon-Levitt é o grande destaque interpretando a versão mais nova de Willis com exímio. Gordon-Levitt realiza de maneira idêntica os tiques faciais de Willis, assim como o seu habitual biquinho. O trabalho de maquiagem também merece elogios, pois ajuda na transformação, no entanto, é o talento desse astro em ascensão que faz com que consigamos acreditar que ele é realmente a versão mais jovem de Bruce Willis. 


Portanto, “Looper – Assassinos do Futuro” é uma excelente pedida para quem procura uma fita de ação e ficção empolgante, bem construída e que saí do habitual padrão de Hollywood, sendo algo inusitado e original. Vale a pena!

Nota: «««««

Comentário por Matheus C. Vilela

sábado, 23 de março de 2013

OS CROODS

The Croods-EUA
Ano: 2012 - Dirigido por: Chris Sanders e Kirk DeMicco

Sinopse: Em plena era pré-histórica, escondidos na maior parte do tempo dentro de uma caverna, vivem Grug (Nicolas Cage / Hércules Franco), a esposa Ugga (Catherine Keener / Bárbara Monteiro), a vovó (Cloris Leachman / Mariângela Cantú), o garoto Thunk (Clark Duke / Fred Mascarenhas), a pequena e feroz Sandy (Randy Thom / Pâmela Rodrigues) e a jovem Eep (Emma Stone / Luísa Palomanes). Eles são os Croods, uma família liderada por um pai que morre de medo do mundo exterior. Só que grandes transformações estão para acontecer, pois a adolescente Eep acaba conhecendo o também jovem Guy (Ryan Reynolds / Raphael Rossatto) e ele vai apresentar um incrível mundo novo, para o desespero do paizão protetor. Agora, juntos, eles vão enfrentar grandes desafios e se adaptar a uma nova e divertida era.


Desde quando saíram os trailers e fotos de “Os Croods” já fiquei ansiosíssimo para assistir ao filme. E já via ali uma próxima potencial franquia de sucesso para os estúdios Dreamworks, que são os responsáveis por obras como “Shrek”, “Kung Fu Panda” e “Madagascar”. 

A Dreamworks teve sempre um foco no humor e naquele típico e divertido filme família. “Shrek” apresenta uma acidez deliciosa para com o mundo dos contos de fadas, “Kung Fu Panda” nos leva para o mundo do kung fu juntamente com um dos melhores protagonistas criados pela empresa, afinal, a Dreamworks cria personagens fortes, marcantes, principalmente os coadjuvantes que se destacam e que ganham muito mais fama que os próprios protagonistas. 


Só que, por apostar muito em continuações e na comédia, muitas vezes as histórias vão ficando cada vez mais desinteressantes e bobas, gerando obras descartáveis como “Shrek Terceiro”, “Shrek Para Sempre”, “Os Sem Floresta”, “Bee Movie” e “O Gato de Botas”. “Madagascar” já considero uma exceção pois a proposta da franquia desde o inicio foi se mantendo ao longo dos filmes e ficando cada vez melhor, mais nonsense e engraçado, por isso que gosto muitos dos três filmes. 

Porém, nesses últimos anos pra cá confesso que estou ficando impressionado com o estúdio cujo um dos fundadores é Steve Spielberg. A Dreamworks nos brindou em 2010 com o melhor e mais emocionante de seus filmes chamado “Como Treinar o Seu Dragão” e com o tocante e original “A Origem dos Guardiões” ano passado. Sem falar de obras como “Megamente” e “Monstros vs. Alienígenas” que são prazerosos de se assistir e cheio de homenagens e referências, respectivamente, ao mundo dos monstros e dos super heróis. 


Mas falando, enfim, sobre este “Os Croods”, a Dreamworks acerta a mão novamente com os personagens e nesse novo universo que somos introduzidos de um mundo em transformação na época das cavernas. E quando digo que é uma próxima potencial franquia é porque temos aqui personagens marcantes e interessantes que nos faz se interessar por cada um deles ao longo de todo o filme. 

O visual também é outro destaque soberbo do longa. Um Terra com criaturas fantásticas, uma flora gigante e estilizada inspirada nitidamente nos livros de Julio Verne e até no recente “Avatar”. Cena após cenas temos esse maravilhoso trabalho técnico com paisagens minuciosamente criadas, cheio de cores e originalidade. Um mundo não só diferente, como marcante que desperta nosso interesse em conhecê-lo cada vez mais. Assim como os personagens estão descobrindo mais sobre ele, como o fogo e a chuva, por exemplo, estamos também sendo introduzidos nesse universo fantástico e curioso. 


Agora, o que pode prejudicar este “Os Croods” é justamente a falta de um objetivo melhor para os personagens. O mundo está acabando, na realidade em transformação com a divisão dos continentes, mas os personagens não sabem disso, porém, passar o filme inteiro fugindo da destruição e deixar o público sem saber aonde vai dar tudo aquilo, a sensação que fica é de algo mal explicado. Com isso, “Os Croods” fica um filme sem meta, sem proposito. O foco é o amadurecimento dos personagens, que por sinal não é irritante, do visual, e claro, do ótimo humor presente ao longo de todo o filme. 

Portanto, a jornada dessa família é impossível não se entregar a ela. Ainda que com uma história bem simples, “Os Croods” é divertido, belíssimo e com um final bem desenvolvido que toca na gente. E personagens que deixam saudades e aquele gostinho de quero mais.

Nota: «««««

Comentário por Matheus C. Vilela

A ÚLTIMA CASA DA RUA

House at the End of the Street-EUA
Ano: 2012 - Dirigido por: Mark Tonderai

Sinopse: Dispostas a conquistar uma nova vida, a jovem Elissa (Jennifer Lawrence) e sua mãe Sarah (Elisabeth Shue), que se separou recentemente, se mudam para uma grande casa em uma nova cidade. O negócio só foi possível porque o imóvel vizinho ao delas foi palco de um duplo assassinato e assim o aluguel ficou mais baixo. Mas tudo na vida tem um preço e quando Elissa começa a se relacionar com Ryan (Max Thieriot), o único sobrevivente da família assassinada, as coisas começam a mudar radicalmente, trazendo à tona problemas entre mãe e filha, além de conflitos com os vizinhos da região, que acabam envolvendo também a polícia local.


A atriz Jennifer Lawrence tornou-se a queridinha dos Estados Unidos. Além de bonita, simpática e talentosa, ganhou destaque com o drama “Inverno na Alma”, onde recebeu sua primeira indicação ao Oscar, depois protagonizou o longa “Jogos Vorazes” e ficou conhecida do grande público e este ano levou o Oscar de Melhor Atriz por sua atuação em “O Lado Bom da Vida”. Lawrence têm apenas 22 anos. E nesse meio de sucessos e filmes elogiadíssimos, a atriz estrela este suspense chamado “A Última Casa da Rua”, que foi lançado sem muito alarde e agora chega às locadoras. 

O filme marca a estreia de Mark Tonderai como diretor de um longa para cinema. Ele é mais conhecido como roteirista e diretor de alguns trabalhos para a TV. Neste “A Última Casa da Rua”, Tonderai parece apostar em Jennifer Lawrence para dar ao filme maior destaque, no entanto, nem Lawrence e muito menos ele conseguem criar algo envolvente. 


Além da história não ser uma das mais originais, um dos problemas deste “A Última Casa da Rua” é apresentar todos os segredos e situações logo de imediato ao público. O clima do inicio parece ser daqueles filmes envolvendo o sobrenatural, mas depois logo muda para um thriller de serial killer da pior qualidade. 

Sem buscar formar a figura do assassino, ao longo da história o que era pra ser a surpresa no ato final, torna-se minuto após minuto algo cada vez mais evidente, e quando chegamos ao grande clímax já não tem tanto impacto assim. 


Agora, tudo bem, o filme vira um thriller de assassino que procura esconder quem é o psicopata para depois revelar. Mas como já falei nós já sabemos quem é, não é nada surpreendente, então, nem criar tensão e o suspense em cima das atitudes do camarada o diretor Mark Tonderai consegue. O final pega inspiração em “O Silêncio dos Inocentes” com uma cena onde a protagonista tenta matar o assassino em um local com as luzes todas apagadas, e também em obras como “Psicose” em relação aos motivos da insanidade do individuo. 

Mas tudo é tão insosso, previsível e mal apresentado ao público que é triste ver Jennifer Lawrence desperdiçar seu talento e carisma em algo tão banal e descartável.

Nota: «««««

Comentário por Matheus C. Vilela

quarta-feira, 20 de março de 2013

UM FANTÁSTICO MEDO DE TUDO

A Fantastic Fear of Everything-INGLATERRA
Ano: 2012 - Dirigido por: Crispian Mills e Chris Hopewell

Sinopse: Jack (Simon Pegg) é um escritor de livros infantis que se torna romancista policial, cuja pesquisa sobre a vida dos assassinos seriais da era vitoriana faz dele um trapo, com medo de sair, com pavor de ser assassinado. Quando o agente de Jack aparece com a tábua da salvação, e um misterioso executivo de Hollywood subitamente se interessa pelo seu roteiro, o que deveria ser sua grande chance rapidamente se transforma em sua grande tragédia, pois Jack é forçado a enfrentar seus piores medos, dentre eles, amar, lavar roupa e assassinos seriais.


“Um Fantástico Medo de Tudo” é um desses filmes que aparentemente não chama muito a atenção, passa despercebido e você demora a assistir, mas é um daqueles casos que o resultado final é tão surpreendente que acaba causando um impacto maior do que o esperado. 

Estrelado por Simon Pegg, um ator que gosto muito e que fez duas das melhores comédias deste século, “Todo Mundo Quase Morto” e “Chumbo Grosso”, Pegg possui aquele sutil humor inglês e seus filmes geralmente são comédias possuídas de uma boa história e um desenrolar dinâmico e inovador. Não usa muito o humor físico como Monty Phython nem o caricatural como Mr. Bean, mas consegue ser altamente engraçado sendo aquele tipo desajustado que acaba se envolvendo em algo sem de fato querer. 


Este “Um Fantástico Medo de Tudo” nos apresenta um escritor de livros infantis chamado Jack que vira um romancista policial, e a partir daí, com todo o trabalho de pesquisa sobre o mundo do crime e como agem os assassinos em série, Jack passa a ficar paranoico achando que todos desejam tirar a sua vida. A situação vai piorando cada vez mais até o momento, claro, onde vamos ter uma situação que o fará enfrentar esse seu medo. 

“Um Fantástico Medo de Tudo” não é aquela comédia de rir o tempo inteiro. No entanto, a direção de Crispian Mills e Chris Hopewell é tão criativa e Simon Pegg tão excelente que fica difícil resistir ao filme. Ele te prende com uma engenhosa narrativa movida a uma edição rápida e delírios do protagonista, nos levando a esse mundo paranoico e nonsense do personagem do protagonista.


E mais uma vez devo elogiar Simon Pegg. O ator é carismático, engraçado e consegue prender a nossa atenção até em momentos aparentemente desinteressantes. Ele cantando e dançando rap é impagável! 

Agora, temos uma surpresa no ato final um tanto quanto forçada e sem impacto algum. O filme, nesse momento, me pareceu desesperado para terminar. E por criar um envolvimento tão pouco entre o público e o personagem em questão, tal surpresa surpreendente, mas com um gosto amargo e pouco convincente. 


Mas ainda assim considero este “Um Fantástico Medo de Tudo” uma pérola perdida. Uma comédia engenhosa, criativa, com uma história simplória, mas com um desenrolar irresistível. Vale a pena conferir com certeza!

Nota: «««««

Comentário por Matheus C. Vilela

QUATRO AMIGAS E UM CASAMENTO

Bachelorette-EUA
Ano: 2012 - Dirigido por: Leslye Headland

Sinopse: Na época do colegial, Regan (Kirsten Dunst), Katie (Isla Fisher) e Gena (Lizzy Caplan) eram as garotas mais populares da escola e amigas inseparáveis, que tinham como passatempo perturbar a gordinha e pouco popular Becky (Rebel Wilson). Agora, anos mais tarde, Becky é a primeira a se casar... e ela chama as antigas "colegas" para serem suas madrinhas de casamento. O trio aceita o convite e resolve preparar para Becky uma tremenda despedida de solteiro, mesmo sem conseguir esconder a dor de cotovelo por ela ser a primeira do grupo a se casar.


Todo filme que faz sucesso inicia uma moda que faz com que os estúdios se interessem em produzir cada vez mais filmes daquele estilo. “Avatar” iniciou a onda do 3D, “A Saga Crepúsculo” dos romances adolescentes com fantasia e “Se Beber, Não Case!” colocou as comédias para maiores em alta novamente, apostando em ótimos personagens e situações escatológicas envolvendo estes, e tudo, com inteligência e criatividade. 

Um desses derivados foi “Missão Madrinha de Casamento”, considerado o “Se Beber, Não Case!” feminino. Mas “Missão Madrinha de Casamento” consegue se destacar por não ficar na sombra de outros filmes. É criativo, original, possui momentos hilários e personagens carismáticas que possuem uma ótima química entre si. Nunca antes uma comédia protagonizada por mulheres conseguiu algo tão marcante como aqui. O filme até recebeu indicações ao Oscar de Melhor Roteiro Original e Melhor Atriz Coadjuvante para Melissa McCarthy. 


Portanto, é mais do óbvio que o longa geraria genéricos, e este “Quatro Amigas e Um Casamento” faz uma mistura de “Missão Madrinha de Casamento” com “Se Beber, Não Case!”, usando uma trama de casamento como fundo e um grupo de amigas como protagonistas, e também muita bebida, drogas e momentos onde os planos acabam não saindo como o planejado. 

O filme é agitado, as atrizes que estrelam estão bem, simpáticas, lindas, mas o longa não consegue o mesmo efeito cômico se comparado com suas inspirações. Temos até uma gordinha que passa longe de ser uma Melissa McCarthy. No entanto, não achei uma bomba daquelas impossíveis de se assistir. Ou melhor, não achei uma bomba. 


Temos alguns momentos inspirados e engraçados, e esse ritmo incessante e desesperador que a fita possui prende a nossa atenção. Realmente o filme se saiu melhor do que eu esperava. Uma comédia esquecível, mas durante os seus 90 minutos consegue ser um entretenimento divertido que vale a pena conferir.

Nota: «««««

Comentário por Matheus C. Vilela

terça-feira, 19 de março de 2013

AMOR É TUDO O QUE VOCÊ PRECISA

Den skaldede frisør-DINAMARCA
Ano: 2011 - Dirigido por: Susanne Bier

Sinopse: Ida (Trine Dyrholm) está passando por um terrível inferno astral. Além de se recuperar de uma doença, ela descobre que seu marido a está traindo com uma jovem contadora. De quebra, ainda sofre um acidente de carro quando está indo para o casamento da filha, em plena Itália. O que Ida não imaginava é que o outro carro envolvido no acidente pertencesse a Philip (Pierce Brosnan), o pai do noivo. Diante da situação, eles resolvem ir juntos ao local da cerimônia e, ao chegar, começam a se envolver romanticamente.


Eu não gosto muito do começo deste “Amor É Tudo o Que Você Precisa”. Dirigido por Susanne Bier, ganhadora do Oscar de Melhor Filme Estrangeiro por “Em Um Mundo Melhor”, de diálogos horríveis, como quando a protagonista, chamada Trine Dyrholm, chega em casa e encontra o seu marido no sofá com outra mulher, e durante a discussão sua personagem parece mais preocupada de ter sido no sofá de couro da sua mãe do que necessariamente no ato da traição. Particularmente acho esse tom de comédia involuntária desfocado da proposta geral do filme. 

Entretanto, felizmente Susanne Bier, que também assina o roteiro ao lado de Anders Thomas Jensen, do meio em diante deixa de lado esse lado comédia e aprofunda-se nas tramas presentes no filme. O romance entre a protagonista e o personagem de Pierce Brosnan, o casamento de sua filha com o filho de Pierce Brosnan e outras que servem para incrementar essas duas principais. 


Com isso, temos um filme que vai amadurecendo com o seu desenrolar. A segunda metade de “Amor É Tudo o Que Você Precisa” possui o tom ideal de uma verdadeira comédia romântica. Sutil em seu humor, tocante em seu drama e prazeroso em sua resolução, o longa é um deleite de se assistir. 

Com um ótimo elenco e paisagens belíssimas da Itália, “Amor É Tudo O Que Você Precisa” talvez seja a comédia romântica que você procura em meio a tantas tão banais e descartáveis como Hollywood vem fazendo hoje em dia. Não é uma obra prima nem nada, mas não só é divertida, como uma experiência relaxante e prazerosa. Vale a pena!

Nota: «««««

Comentário por Matheus C. Vilela

segunda-feira, 18 de março de 2013

A FUGA

Deadfall-EUA
Ano: 2012 - Dirigido por: Stefan Ruzowitzky

Sinopse:Em uma região próxima a fronteira com o Canadá, os irmãos Addison (Eric Bana) e Liza (Olivia Wilde) sofrem um acidente durante a fuga de um assalto cometido por eles. Para despistar a polícia, decidem se separar momentaneamente e seguem caminhos distintos. Enquanto isso, o jovem Jay (Charlie Hunnam) acaba de sair da prisão com a intenção de encontrar a mãe (Sissy Spacek) e o pai (Kris Kristofferson) durante o feriado de Ação de Graças. Mas ele acaba conhecendo Liza no meio do caminho e sem saber do passado dela, se deixa seduzir por sua beleza. Só que o tal irmão da garota vinha deixando um rastro de sangue por onde passava e seus destinos podem se cruzar a qualquer momento.


Com pouca divulgação, discretamente chega aos cinemas este “A Fuga”, estreia em Hollywood do diretor austríaco Stefan Ruzowitzky, que venceu o Oscar de Melhor Filme Estrangeiro pelo excelente “Os Falsários”, e mais uma vez mostra competência em conduzir uma história e em criar tensão ainda que não tenha um grande material para isso. 

Os momentos iniciais e finais deste “A Fuga” temos um competente exemplo do bom posicionamento das câmeras de forma a gerar o clima imprevisível e angustiante de tais cenas. O uso do silêncio e da trilha sonora na hora certa comprova essa qualidade do diretor e do clima envolvente que este cria.


Mas ainda assim “A Fuga” poderia ter sido algo bem mais impactante. A culpa não é nem de Stefan, mas sim do roteirista Zach Dean. Ele acerta em vários momentos, cria sequências ágeis que com a boa direção resulta nas qualidades já mencionadas no inicio. O problema é que temos um romance e algumas situações um tanto quanto previsíveis. Tudo isso poderia ter sido deixado de lado e o foco ser unicamente o suspense de determinadas cenas, como quando os bandidos estão na casa de um casal no último ato.

Teríamos algo a lá Hitchcock e bem instigante, porém, infelizmente são cortados por momentos banais de um romance pouco convincente e sem graça, e pela presença de dois personagens (dois policiais) que não acrescenta em nada ao filme, e as partes que o roteirista Zach Dean decide aprofundar em suas histórias só faz atrapalhar o ritmo do filme. 


Com um bom elenco e eficiente direção, “A Fuga” consegue ser um filme envolvente e empolgante em certos momentos. Ainda que falho, é uma obra que merece ser vista.

Nota: «««««

Comentário por Matheus C. Vilela

sexta-feira, 15 de março de 2013

LINHA DE AÇÃO

Broken City-EUA
Ano: 2012 - Dirigido por: Allan Hughes

Sinopse: Nicholas Hostetler (Russell Crowe) é o prefeito de Nova York, um sujeito arrogante e ambicioso, que se prepara para a reeleição dentro de alguns dias. Ele contrata Billy Taggart (Mark Wahlberg), um ex-policial que caiu em desgraça na corporação, para investigar quem é o amante de sua esposa (Catherine Zeta-Jones). O político tem medo de que esta informação torne-se pública, sujando sua imagem e fazendo com que ele perca eleitores. Por mais que tenha antigas discordâncias com o prefeito, responsável por sua saída da polícia, Billy aceita a tarefa pelo dinheiro prometido. Entretanto, logo ele descobre que Nicholas tem outras intenções por trás da investigação encomendada.


“Linha de Ação” não foi muito bem recebido pela crítica norte americana sob os ataques de ser um filme policial sem criatividade, comum e extremamente inferior a outros tantos do gênero. De fato, sim, o longa não é lá esse requinte de originalidade, mas com o cinema que temos hoje, acredito que um filme não precisa ter a ambição de ser uma obra prima ou ter um roteiro que nunca vimos. Apenas ser um material que desenvolva corretamente o que têm em mãos e cumpra sua proposta, de acordo com o seu gênero. Portanto, o problema de “Linha de Ação” está justamente aí, e não porque não é algo novo. 

O filme dirigido por Allan Hugues ("O Livro de Eli", "Do Inferno") é quase duas horas de um thriller policial sem ritmo, arrastado, onde os clichês acabam trabalhando contra do que a favor. Essa mornidão tira todo o interesse em continuar assistindo, e cena após cena a obviedade é cada vez mais evidente e o filme fica cada vez mais sem sal. 


Já o elenco não faz feio. Mark Wahlberg consegue convencer como o cara injustiçado que deseja redenção, e mistura bem isso com a ação. E Russell Crowe dá um show interpretando com a tensão necessária o prefeito traído da história, que claro, vai muito além desse mero detalhe. 

Mas “Linha de Ação” nunca chega a engrenar. Não é um clássico, ou uma obra prima e tal, mas nem um envolvente thriller policial consegue ser. Uma experiência broxante e um desperdício de bons atores.

Nota: «««««

Comentário por Matheus C. Vilela

quinta-feira, 14 de março de 2013

LOBISOMEM - A BESTA ENTRE NÓS

Werewolf: The Beast Among Us-EUA
Ano: 2012 - Dirigido por: Louis Morneau

Sinopse: Quando uma monstruosa criatura apavora um vilarejo nas noites de luar, o jovem Daniel convence um grupo de treinados caçadores de lobisomens a deixá-lo participar de sua captura. À medida que os moradores são atacados um a um e transformados em monstros vorazes, Daniel começa a recear que o monstro seja alguém mais próximo do que podia imaginar.


Eu simplesmente achei sensacional o filme “O Lobisomem” lançado em 2010, baseado no clássico de 1941 e estrelado por Benício Del Toro e Anthony Hopkins. O filme respeitava o antigo, a lenda do lobisomem e possuía um clima tenso e desesperador altamente envolvente e empolgante. Porém, não fez o sucesso esperado e teve uma produção muito problemática. Com isso, a Universal Studios decidiu fazer outro filme da lenda, mas agora visando o mercado de home vídeo e não o de cinema. Daí nós temos este “Lobisomem – A Besta Entre Nós”, um material barato com muita violência e sanguinolência. 

Não querendo fazer um mesmo filme, eles decidiram criar uma nova história para o lobisomem. Sem nenhuma referência ao clássico e muito menos ao filme mais recente, neste daqui o foco é a ação, a violência e o sangue jorrando em cena. Detalhes, claro, indispensáveis para um filme de lobisomem, porém, fútil quando não se tem uma boa história para contar. 


Sem nenhum pingo de interesse em buscar criar o suspense em torno de sua figura diabólica, o diretor Louis Morneau faz um trabalho medíocre não diferenciando em nada o seu filme de outros longas lançados para DVD onde o abuso do sangue e da violência é a principal prioridade. Com tomadas desesperadas e uma falta de ritmo notável, Morneau transforma o filme em um exemplar de aventura com caçadores de lobisomens correndo atrás da besta seguidos por mentirosos e situações que vão dividir a opinião do herói. É, o protagonista é um profissional em caçar lobisomens e possui todo aquele charme de um Indiana Jones ou mesmo do Van Helsing de Hugh Jackman. 

Outro erro neste filme é a escolha por fazerem o lobisomem em CGI. No filme que foi para o cinema, o grande destaque era a maquiagem excelente feita em Benício Del Toro onde não só trazia a nostalgia do clássico, como também mantinha o aspecto icônico do personagem. Já aqui, além de ficar evidente ser um efeito especial e inacabado, o lobisomem não assusta e pouco convence, gerando mais risadas por ser tão amador do que colaborando para a tensão e pavor que deveria causar. 


Portanto, “Lobisomem – A Besta Entre Nós” é uma frustrante experiência para os fãs do personagem e merece nossa rejeição. Vergonha!

Nota: «««««

Comentário por Matheus C. Vilela

JEFF E AS ARMAÇÕES DO DESTINO

Jeff, Who Lives At Home-EUA
Ano: 2012 - Dirigido por: Jay Duplass e Mark Duplass

Sinopse: História da hilariante busca de um homem pelo significado da vida. Quando o desocupado Jeff tropeça nas descobertas, ele encontra respostas para os desagradáveis problemas da família. Jeff não tem ideia de aonde vai parar, mas quando finalmente chega lá, ele descobre do que se trata, nesta pérola de filme, que é engraçado, terno e definitivamente sentimental.


Um marmanjo de 30 anos que fuma maconha e mora no porão da casa da mãe, o irmão casado que está passando por uma fase complicada com a esposa e a mãe de ambos que é solteira, frustrada e começa a ser paquerada por um admirador secreto no trabalho. Essas são as três tramas deste “Jeff e as Armações do Destino”, dirigido por Jay Duplass e Mark Duplass e estrelado por Jason Segel, Ed Helmes e Susan Sarandon. 

O filme se passa durante todo um dia e, como logo apresenta no inicio por meio de uma frase, tudo na vida é interligado, e seguindo essa ideia, o desenrolar da fita terá suas ligações, coincidências e ensinamentos. Um tanto quanto forçado às vezes, mas passa. 


A história de “Jeff e as Armações do Destino” não apresenta nada de muito interessante ou novo. Possui aquele jeitinho de filme indie com música bonitinha ao fundo e uma abordagem dramática leve e gratificante de se acompanhar. Um filme para nos fazer se sentir bem sem exigir muito da nossa mente e boa vontade. 

O que prende a nossa atenção é a simpatia e carisma do elenco, principalmente a ótima interação entre Jason Segel e Ed Helmes. Os dois, aliás, possui uma interação espontânea que torna os seus personagens mais interessantes. E Susan Sarandon acrescenta com o habitual carisma e simpatia frequentes em sua carreira. 


Jeff e as Armações do Destino”, portanto, é uma experiência sem grandes momentos e nada marcante, mas divertida que merece uma conferida.

Nota: «««««

Comentário por Matheus C. Vilela

quarta-feira, 13 de março de 2013

A PARTE DOS ANJOS

The Angel´s Share-REINO UNIDO
Ano: 2012 - Dirigido por: Ken Loach

Sinopse: Robbie (Paul Brannigan) escapa, por pouco, de uma sentença de prisão. Ele acaba de ter um filho com a namorada Leonie (Siobhan Reilly) e promete que o futuro do primogênito será diferente de tudo que viveu. Durante o serviço comunitário, ele conhece pessoas que enfrentam a mesma dificuldade de encontrar emprego e descobre um dom em degustação de whisky, que pode mudar suas vidas para sempre.


Assim como acontece em seu filme anterior, o ótimo “À Procura de Eric”, o diretor Ken Loach lida aqui com superação, através de um personagem visto por todos como um caso perdido e sem a mínima chance de dar a volta por cima. Com uma narrativa coesa e uma condução gostosa de se assistir, “A Parte dos Anjos” é um feel good movie competente, trazendo aquele delicioso humor inglês e ascendendo uma luz de esperança sobre o comportamento da sociedade atual. 

Quando digo “ascendendo uma luz de esperança sobre o comportamento da sociedade atual” é porque “A Parte dos Anjos” aborda esse lado dos dias atuais, onde jovens acabam com os seus futuros envolvendo-se em gangues, drogas e tendo atitudes violentas e sem propósito. O diretor usa isso como pano de fundo onde, através de seu protagonista, mostra que quando se quer mudar existe sim uma segunda chance. 


O legal de Ken Loach é que ele não faz disso um melodrama, como geralmente acontece nos Estados Unidos, e conduz o filme lidando sem exageros com os problemas ali apresentados e conseguindo passar com extrema precisão suas mensagens. O final inspirado e empolgante, e que não caí no piegas, reafirma a competência de Loach em fazer filmes humanistas sem nunca parecer novelesco ou forçado. 

Ainda que o filme seja um tanto quanto previsível, “A Parte dos Anjos” é uma excelente pedida de uma obra não só edificante de se ver, como também divertida.

Nota: «««««

Comentário por Matheus C. Vilela

terça-feira, 12 de março de 2013

ABRAHAM LINCOLN - CAÇADOR DE VAMPIROS

Abrahan Lincoln: Vampire Hunter-EUA
Ano: 2012 - Dirigido por: Timur Bekmambetov

Sinopse: Nancy Lincoln (Robin McLeavy) é a mãe do presidente Abraham Lincoln (Benjamin Walker) e foi assassinada por uma criatura sobrenatural. Incorfomado com o fato, ele declara uma guerra sem piedade contra os seres das trevas e começa a destruir todos os vampiros e os escravos que os ajudam. Dirigido por Timur Bekmambetov (O Procurado) e estrelado por Benjamin Walker, Dominic Cooper e Mary Elizabeth Winstead.


Não tinha visto no cinema este “Abraham Lincoln – Caçador de Vampiros” e demorei a dar uma chance desde que o filme chegou nas locadoras. E confesso que minhas suspeitas não só estavam certas como também todas as inúmeras críticas negativas fazem jus ao que o filme apresenta. 

O diretor Timur Bekmambetov, que ganhou notoriedade em Hollywood com o super empolgante “O Procurado”, busca repetir aqui a mesma façanha que deu certo com o longa estrelado por James McAvoy e Angelina Jolie. Abusa excessivamente da câmera lenta e de tomadas e cortes frenéticos, mas aqui o resultado final decepciona. 


Com cenas de ação confusas em meio a uma fotografia horrenda onde de noite é escura demais e de dia excessivamente clara, dando a impressão de ser um sonho, o longa perde-se em suas ambições e todo o criativo material pouco diverte devido não só a falha produção, como também a péssima direção de Bekmambetov. 

A história é adaptada do livro de mesmo nome escrito por Seth Grahame-Smith e é tão mal contada que chega a dar dó. Não li o livro, mas são nítidas as passagens de cenas pouco aprofundadas e sem explicações onde o verdadeiro intuito é partir logo para as sequencias de ação com Abraham Lincoln matando os vampiros do que buscar criar uma narrativa coesa e linear. 


Abraham Lincoln – Caçador de Vampiros” nem como mero entretenimento consegue ser eficaz, pois nem alivio cômico o filme possui para tentar tornar suportáveis as quase duas horas. Sendo ruim de roteiro, péssimo em narrativa, desastroso em produção, com atuações apagadas e uma direção medíocre de um diretor que se mostrou, anos antes, bem promissor, o longa nem em casa vale o esforço.

Nota: «««««

Comentário por Matheus C. Vilela

VIAJAR É PRECISO

Wanderlust-EUA
Ano: 2012 - Dirigido por: David Wain

Sinopse: Casal da cidade grande tenta mudar de vida e passa a adotar a ideologia do movimento contracultura. 


Hollywood vem tentando fazer Paul Rudd engrenar como protagonista em comédias e comédias românticas, mas até hoje o ator pouco conseguiu aparecer. É um sujeito que transmite simpatia e tem carisma, mas escolhe projetos tão fracos e pouco atraentes que fica complicado continuar apostando em sua pessoa. Filmes como “Como Você Sabe”, “Nosso Irmão Sem Noção” e este “Viajar É Preciso” são obras tão patéticas e sem graça que não ajudam em nada a carreira do ator. E olha que gosto dele em filmes como “Um Jantar Para Idiotas”, “Eu Te Amo Cara” e em “Modelos Nada corretos”, o problema é que nessas obras quem rouba a cena, na realidade, são outros atores e não de fato Rudd. 

Já por outro lado, Jennifer Aniston é uma atriz que não tenho nada contra, mas também nada a favor. A atriz sob a sombra de comediantes como Jim Carrey ou até mesmo Adam Sandler se saí bem melhor do que quando depende de si mesma para ser engraçada. 


Dirigido por David Wain, que já trabalhou com Paul Rudd no bem divertido “Modelos Nada Discretos”, também roteiriza este “Viajar É Preciso” e cria uma comédia sem graça e pouco inspirada. O diretor segue o seu estilo de humor centrado especificamente não em gags físicas, mas em falas e em personagens caricatos e sem noção. Temos momentos que conseguimos soltar um sorriso, mas grande parte temos é um filme arrastado que busca nas mesmas situações ser divertido. 

O filme saiu direto para DVD aqui no Brasil comprovando sua falta de ritmo e empolgação.

Nota: «««««

Comentário por Matheus C. Vilela

segunda-feira, 11 de março de 2013

KILLER JOE - MATADOR DE ALUGUEL

Killer Joe-EUA
Ano: 2012 - Dirigido por: William Friedkin

Sinopse: Em Dallas, Joe (Matthew McConaughey) é um detetive, mas também um assassino por encomenda. Quando Chris (Emile Hirsch), um traficante de 22 anos, tem seu estoque roubado pela própria mãe, ele deve rapidamente encontrar 6 mil reais, senão será assassinado. Chris recorre então a "Killer Joe", lembrando que o seguro de vida de sua mãe vale 50 mil dólares. Inicialmente Joe recusa, porque só é pago adiantado, mas ele abre uma exceção contanto que Dottie (Juno Temple), a sedutora irmã mais nova de Chris, sirva de "garantia sexual" até o dia do pagamento.


Dirigido por William Friedkin, “Killer Joe – Matador de Aluguel” é uma experiência angustiante e, ao mesmo tempo, divertida de se acompanhar. Friedkin é um diretor que sabe criar tensão e aqui não só faz isso muito também como consegue injetar alívios cômicos sutis, mas que quebram o clima pesado de todo o filme. 

A violência presente é também outro fator destaque. Sem suavizar nada, o diretor não mede a mão e cria momentos crus sem trilha sonora onde o falar dos personagens e a discussão do momento já bastam para deixar quem assiste fixado na tela. 


O final de “Killer Joe” é um evento marcante onde não só surgem revelações surpreendentes como também apresenta o prazer doentio do personagem Joe (Matthew McConauguey) em atos insanos, mostrando sua natureza cruel e imprevisível. 

E Matthew McConauguey na pele de Joe Cooper é um estrondo! Joe é um policial que faz serviços de assassino por encomenda no tempo extra, e McConauguey consegue ser aterrorizante sem precisar de gritos ou caricaturas, mas sim o uso adequado da fala mansa e imponente e do olhar fixo. Os olhares loucos e compenetrados de McConauguey remetem a Heath Ledger em “Batman – O Cavaleiro das Trevas”. 


Killer Joe – Matador de Aluguel” é um filme que vai crescendo minuto a minuto. A tensão e imprevisibilidades criadas por William Friedkin lembra o melhor de sua carreira marcada por obras inesquecíveis como “O Exorcista”, “Parceiros na Noite”, “Operação França” e “12 Homens e Uma Sentença”. Um dos melhores do ano!

Nota: «««««

Comentário por Matheus C. Vilela

sábado, 9 de março de 2013

OZ - MÁGICO E PODEROSO

Oz: The Great and Powerful-EUA
Ano: 2013 - Dirigido por: Sam Raimi

Sinopse: Oscar Diggs (James Franco) trabalha como mágico em um circo itinerante, é bastante egoísta, mas é seu envolvimento com mulheres que o acaba levando para uma mágica aventura na Terra de Oz. Chegando lá, ele conhece a bruxa Theodora (Mila Kunis), que o apresentar para a irmã Evanora (Rachel Weisz). Acreditando que estaria fazendo um bem para a população local, ele decide enfrentar a bruxa Glinda (Michelle Williams), mas descobre que ela lembra um amor do passado e seu comportamento em nada se assemelha ao de alguém realmente malvado. Dividido entre saber quem é do bem e quem é do mau, Oscar se depara com um lugar rico em belezas, cheio de riquezas, estranhas criaturas e também mistérios. Vivendo este conflito, o ilusionista vai usar sua criatividade para salvar o tranquilo povo de Oz das garras de um poderoso inimigo. Para isso, contará com a inusitada ajuda de Finley, o macaco alado, e uma menina de porcelana.


O filme “O Mágico de Oz”, de 1939, é uma das obras mais aclamadas e idolatradas do cinema norte americano. Um clássico que não envelhece onde não só temos uma abordagem politica discreta em sua trama, como também um mundo todo novo introduzido com competência e beleza por Victor Fleming. Baseado no livro de L. Frank Baum, que com o enorme sucesso escreveu mais treze exemplares sobre o mágico Oz antes de falecer em 1919. 

Este filme intitulado “Oz – Mágico e Poderoso” ocorre antes dos acontecimentos mostrados no longa de 1939 mostrando como Oscar, ou Oz para os amigos, chegou a terra de Oz posteriormente visitada por Dorothy. O longa começa com uma sequencia em preto branco, assim como no clássico, apresentando o personagem título e o seu caráter duvidoso. Vemos que Oscar trabalha em um circo itinerante como mágico e é aquele tipo desonesto que mente para as garotas e busca tirar sempre a melhor. Depois de chegar ao mundo de Oz levado por um tornado, assim como Dorothy foi, veremos com o desenrolar da história a evolução desse personagem que aprenderá muito sobre valores e toda aquela paleta de lições de moral típica desses filmes. 


Dirigido por Sam Raimi, que dirigiu a trilogia do Homem Aranha e “Arraste-me Para o Inferno”, um diretor por sinal que gosto muito, “Oz – Mágico e Poderoso” busca repetir o mesmo sucesso obtido pelo “Alice no País das Maravilhas” de Tim Burton. É impossível ver esse filme e não comparar com o megassucesso de 2010. E é impossível também não se lembrar de Burton aqui. 

Mesmo não sendo um dos trabalhos mais autorais e originais de Tim Burton, querendo ou não o diretor deixou sua marca ali. Ter o mesmo produtor e Danny Elfman na trilha sonora não deixa dúvidas em relação a isso. Desde os cenários todos digitais, o visual deste filme é deslumbrante lembrando muito um país das maravilhas. Altamente colorido, a Oz de Raimi não só respeita o filme clássico como também usa bem a tecnologia de hoje para transmitir toda a magia desse mundo, com paisagens belíssimas que engrandecem mais ainda o que já era visto como grandioso lá em 1939. Imagina hoje então! 


Porém, assim como em “Alice no País das Maravilhas”, “Oz – Mágico e Poderoso” acaba sendo um filme só de visual e oco por dentro. Claro que Burton e Raimi possuem certas diferenças no modo de conduzir a história, enquanto um busca o tom sombrio e o humor insano, o outro já investe mais na fofura e na magia daquele mundo, criando um clima leve e inocente. Mas ambos erram no ritmo que oscila entre o ligeiro e o arrastado, e em um clímax fraco que não condiz com o poder de cada um dos personagens ali presentes. Muito rápido e sem empolgação. 

O elenco deste “Oz” é composto por atores talentosos que acabam sendo mal usados e não transmitindo o carisma que deveriam. O time de atrizes é excelente com Michelle Williams, Mila Kunis e Rachel Weisz, todas lindas e bem vestidas, mas todas sem graça e pouco divertidas como as bruxas. Já James Franco como Oz soa caricato e engessado na pele do garanhão cafajeste e desonesto. Não achei sua pessoa muito natural aqui. De fato não possui o carisma de um Johnny Depp para tiradas cômicas, aliás, Depp seria uma boa escolha para o mágico Oz já que o ator consegue misturar bem o jeito galante com o interesseiro e sarcástico. Sem falar que é bem mais expressivo que Franco. 


Agora, além do visual impecável, outra grande qualidade da fita é o respeito que ela possui para com os livros de Baum e principalmente com o filme de 1939, recriando de forma idêntica a Cidade de Esmeraldas e outros locais parecidíssimos com “O Mágico de Oz”, e mantendo o visual verde e de nariz pontudo de uma das bruxas, visual este que foi criado unicamente para o clássico estrelado por Judy Garland. 

Tecnicamente impecável e visualmente deslumbrante, “Oz – Mágico e Poderoso” é uma experiência vazia e descartável.  

Nota: «««««

Comentário por Matheus C. Vilela