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quinta-feira, 5 de junho de 2014

NoCinema: A CULPA É DAS ESTRELAS

The Fault in Our Stars/EUA
Ano: 2014 - Dirigido por: Josh Boons
Elenco: Shailene Woodley, Ansel Elgort, Willem Dafoe

NOTA: «««««

Sinopse: Hazel é uma paciente terminal. Ainda que, por um milagre da medicina, seu tumor tenha encolhido bastante — o que lhe dá a promessa de viver mais alguns anos —, o último capítulo de sua história foi escrito no momento do diagnóstico. Mas em todo bom enredo há uma reviravolta, e a de Hazel se chama Augustus Waters, um garoto bonito que certo dia aparece no Grupo de Apoio a Crianças com Câncer. Juntos, os dois vão preencher o pequeno infinito das páginas em branco de suas vidas. 


Entre os representantes da atual geração na literatura infanto-juvenil, John Green é aquele que foge completamente do universo fantástico de vampiros, lobisomens, bruxas, dragões e outros personagens tão presentes hoje, mais do que nunca, na cultura pop. Pode-se dizer que Green é o representante nato dessa geração, trazendo em seus livros não apenas a maneira jovem de se falar, mas conseguindo através de histórias simples, de temáticas reais e presentes no cotidiano, entender os tipos de reação e atitudes do adolescente. 

“A Culpa É Das Estrelas” foi o BOOM de John Green. Ao contar a história de amor de dois adolescentes que sofrem de câncer, Green trabalha em cima dos velhos clichês, mas ao mesmo tempo, fugindo deles. Como fugindo? Simples. O primeiro ponto diferenciado é a maneira irreverente e irônica que o autor lida com a doença dos personagens através deles. Os protagonistas Hazel Grace e Augustus Waters sabem que um dia irão morrer, sentem por isso, temem por isso, mas não deixam de enxergar a doença como uma brincadeira. Compartilhando dos mesmos pesares dentro de uma situação comum para eles, enxergar com sarcasmo e ironia é a melhor forma de viver com menos dor. Rir de si mesmo é um remédio muito mais eficiente do que chorar de si mesmo. 


Quando li “A Culpa É Das Estrelas” era impossível não imaginar como aquela história daria um filme legal. Tudo bem que temos centenas de filmes de pessoas doentes, e geralmente são obras com grande capacidade de nos fazer chorar, mas o texto de John Green tinha algo diferente, a sua já citada irreverência com um tema tão delicado é a força motriz que nos faz torcer e se identificar com os seus personagens, e posteriormente, é também a grande responsável pela enxurrada de emoções. 

Felizmente, o longa dirigido por Josh Boone e escrito por Scott Neustadter e Michael H. Weber mantém todas essas qualidades da obra de Green, criando um filme extremamente fiel à obra literária, desde diálogos até cada acontecimento na história, assistir “A Culpa É Das Estrelas” é como estar lendo o livro simultaneamente. Minha única ressalva é em relação aos pais da protagonista e os do seu namorado Augustus. No livro, há um aprofundamento maior na convivência entre eles que no filme é construído bem de por alto, o que tira o impacto de certos momentos lá na frente. Principalmente entre Hazel e sua mãe. 


E não posso falar de “A Culpa É Das Estrelas” sem elogiar as ótimas atuações. Vamos primeiro com Shailene Woodley. A atriz já tinha me conquistado em “Os Descendentes” de 2011, como a filha do George Clooney, protagonizou “Divergente” este ano querendo colocar o seu nome nos holofotes com uma adaptação de um “BEST-SELLER MUNDIAL!” (uhuu!), mas é com “A Culpa É Das Estrelas” que Shailene será lembrada pelo público. Apesar de ser também uma adaptação de um livro infanto-juvenil, Shailene aqui realmente tem chances de brilhar e a atriz agarra com força essa oportunidade. Considero uma das melhores atuações do ano até agora, e sem dúvida é uma comprovação de que Shailene tem talento para ir muito além. 

Ansel Elgort é outro que surpreendente. Carismático e convincente, o ator nos diverte na pele de Augustos Waters com os seus flertes, e quando a doença se agrava, Elgort mostra que não está ali para ser apenas um rostinho bonito. Elogios também para Willem Dafoe (o Duende Verde em "Homem-Aranha"), ótimo na pele do escritor Peter Van Houten. 


Alguns podem achar que “A Culpa É Das Estrelas” é meramente mais um filme melodramático de personagens com câncer como tantos outros que conhecemos. Superficialmente até concordo, aliás, há os momentos onde o uso da trilha, da câmera e a construção da cena são feitas com a nítida intenção de fazer o público chorar. E consegue, só ressaltando. Mas “A Culpa É Das Estrelas”, seja o livro ou o filme, não é algo original, não mesmo. No entanto, existe ali um trabalho diferenciado com o tema e uma maneira de passar aquela história sem deixá-la cair no novelão banal e cansativo. Sem dúvida, é um filme para se guardar no coração, ser sentido e assistido com total entrega. Recomendado!

Comentário por Matheus C. Vilela

1 comentários:

Pablo Santos disse...

pooo.. arrebentou! tô vendo a juventude falar muito desse filme ultimamente. tanto q os ingressos acabaram antes do dia da estreia. vou assistir amanhã. já vi q é bom :)