Pages

domingo, 1 de junho de 2014

No Cinema: NO LIMITE DO AMANHÃ

Edge of Tomorrow/EUA
Ano: 2014 - Dirigido por: Duncan Liman
Elenco: Tom Cruise, Emily Blunt, Bill Paxton

NOTA: «««««

Sinopse: Quando a Terra é tomada por alienígenas, Bill Cage (Tom Cruise) é obrigado a juntar-se às Forças Armadas e ir para a linha de frente no dia do confronto final. Inexplicavelmente ele acaba preso no tempo, condenado a reviver esta data repetidamente. A cada morte e renascimento, Cage adquire mais conhecimento e, antecipando os acontecimentos, tem a chance de mudar o curso da batalha com o apoio da guerreira Rita Vrataski (Emily Blunt).


Apesar de bons filmes nos últimos anos e um quarto capítulo excelente da franquia “Missão Impossível”, Tom Cruise não conseguia emplacar um projeto original e muitos menos fazer algo que ganhasse a atenção do público, fora claro, a já citada franquia que o tornou um hit. Agora a chance reaparece com este “No Limite do Amanhã” trazendo uma história de viagem no tempo misturada com alienígenas e um visual nitidamente inspirado em vídeo games. O resultado final de tudo isso? Um filmaço marcante que abre novos ares para um Tom Cruise já estabelecido, que possui a chance de ouro de, possivelmente, abrir uma nova franquia. Não que isso seja algo bom ou necessário aqui, mas... você sabe como funciona Hollywood, né? 

Dirigido por Duncan Liman, um diretor que sabe filmar uma ação e criar ritmo, foi ele quem dirigiu o primeiro Bourne (A Identidade Bourne) e o sucesso “Sr. e Sra. Smith”, que resultou no casal mais comentado do cinema, Liman faz aqui o seu melhor trabalho lidando com uma história que por si só já é complexa por envolver viagem no tempo, um assunto tão complicado que se explicar demais ou explicar de menos, o resultado, independente do caminho, pode levar a desgraça, mas, se bem trabalhado, gera clássicos como “De Volta Para o Futuro”, “O Exterminador do Futuro”, “A Máquina do Tempo” de 1960 e “Feitiço do Tempo”, que é outra grande inspiração para este “No Limite do Amanhã”. 


A trama nos apresenta Bill Cage (Cruise), um marqueteiro do governo norte-americano responsável por vender ao povo os novos armamentos de guerra criados para bater de frente com os seres alienígenas que invadiram o planeta. Após chantagear um oficial, Cage é forçado a se juntar às Forças Armadas e ir para a linha de frente no intitulado dia do Combate Final. Durante o confronto, Cage é morto e inexplicavelmente retorna no tempo voltando ao momento em que acorda na base das Forças Armadas. Toda vez que Cage morre, ele volta para o mesmo local reiniciando o dia. Para entender o que está acontecendo e encontrar uma solução para a guerra, ele vai receber ajuda de Rita Vrataski (Emily Blunt), uma guerreira do exército que já passou pelo mesmo problema de Cage. 

Se formos olhar os elementos, a estrutura e o objetivo central de “No Limite do Amanhã” veremos situações comuns que já vimos em outros filmes. Mas o grande acerto de Duncan Liman e dos roteiristas Christopher McQuarrie, Jez Butterworth e John-Henry Butterwoth, que se basearam na light novel do escritor japonês Hiroshi Sakurazaka (“All You Need Is Kill”), é justamente pegar esses elementos velhos e criar um filme novo que coloca o telespectador dentro da história e principalmente em fazê-lo se interessar por uma causa. Seja o destino da humanidade, ou o fim que terá os personagens de Cruise e Blunt, tudo isso é de alta importância e de enorme peso para o arco dramático do roteiro. 


Outro grande acerto é o filme nunca se entregar completamente ao romance. Existe, obviamente, o interesse amoroso entre Tom Cruise e Emily Blunt ao longo da história, mas nunca há uma entrega do roteiro pra esse lado. A relação dos dois sempre é mantida em segundo plano dentro de um contexto maior, já que ambos, como conhecem a experiência de voltar no tempo, se veem como a chave para a salvação do planeta. 

Com uma edição maravilhosa que apresenta com eficiência e dinamismo os primeiros momentos de aprendizado do personagem de Cruise com a experiência única de voltar no tempo, e a maneira como evolui suas técnicas de combate toda vez que retorna, o filme nunca perde o ritmo e se mantêm frenético todo instante. E um frenesi que não deixa a história de lado para se preocupar com a ação que acontece, felizmente, quando necessário e dentro de um objetivo. Nada é gratuito. 


Voltando a falar novamente de Tom Cruise, o ator merecia um trabalho assim. Torço para que faça sucesso e Cruise seja reconhecido, novamente, fora do universo “Missão Impossível”. Além de sempre simpático em tela, o ator consegue transmitir veracidade nas suas ações nunca apresentando uma performance no automático. Em cada um de seus filmes, Cruise parece se dedicar e buscar fazer o melhor. Sua química com Emily Blunt funciona e ambos são duas peças importantes para o êxito deste projeto. Além das outras qualidades já citadas, claro. 

Surpreendente em todos os aspectos, “No Limite do Amanhã” é, me desculpe Capitão América e Wolverine, o melhor filme do intitulado verão norte-americano deste ano até agora. O melhor por trazer algo diferente que faz a gente querer prestar atenção, torcer por algo, confiar e acreditar que dará certo, e no fim, faz você pensar na história e avaliar os detalhes. Um filme que instiga debate, que empolga na ação, que possui efeitos visuais excelentes, e claro, dois atores e um diretor que merece todos os elogios. Vá correndo para o cinema porque “No Limite do Amanhã” vale muito a pena!

Comentário por Matheus C. Vilela

1 comentários:

Pablo Santos disse...

Gosto muito do Tom Cruise. Torço pelo sucesso também. Vou correndo pro cinema conferir ;)