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terça-feira, 1 de outubro de 2013

R.I.P.D - AGENTES DO ALÉM

R.I.P.D-EUA
Ano: 2013 - Dirigido por: Robert Schwentke
Elenco: Jeff Bridges, Ryan Reynolds, Kevin Bacon

NOTA: «««««

Sinopse: Nick Walker (Ryan Reynolds) é um policial que morreu recentemente. Para sua surpresa, sua alma foi enviada para o Departamento Descanse em Paz, uma espécie de agência que trabalha às escondidas na Terra. Devido à sua experiência, Nick logo é enviado de volta à Terra para trabalhar ao lado do veterano Roy Pulsipher (Jeff Bridges). Juntos, eles precisam encontrar o assassino de Nick.


Baseado na HQ de Peter Lenkov, Lucas Marangon e Randy Emberlin, “R.I.P.D – Agentes do Além” é uma daquelas decepções ainda mais frustrantes por possuir um potencial imenso e tudo ser jogado fora ao longo de 90 minutos. Confesso que não li a HQ, mas como cinema, o material do longa tinha tudo para se tornar uma nova franquia de aventura e comédia. Primeiro por possuir uma trama interessante envolvendo um mundo paralelo com alta infra estrutura responsável pelo afastamento dos mortos do mundo dos vivos, e os responsáveis por tal tarefa são os chamados R.I.P.D, policiais mortos contratados pelo intitulado Rest In Piece Department (Departamento Descanse em Paz) para prender os “desmortos” (como são chamados) fugitivos escondidos no nosso mundo. 

Dirigido por Robert Schwentke, que dirigiu “Plano de Voo” e mais recentemente “Red – Aposentados e Perigosos”, Schwentke mais uma vez mostra-se um diretor sem personalidade. Apesar dos efeitos de câmera e filmagem usados com a intenção de deixar o filme mais animado, é impossível não comparar toda a estrutura do filme com outra franquia de fantasia chamada “M.I.B – Homens de Preto”. Obviamente que há certas semelhanças na história, mas não precisava adotar o mesmo tom e estilo narrativo como se tivéssemos assistindo uma ramificação de M.I.B. 


Mas o principal problema de “R.I.P.D” está no roteiro escrito por Phil Hay e Matt Manfredi, que mostra-se ainda mais sem personalidade que seu diretor. Não aproveitando os elementos do universo e explicando muito mal e de forma confusa como funciona essa interação entre o mundo dos vivos e dos mortos, deixando muitos porquês na cabeça, o roteiro busca o caminho mais fácil adotando uma estrutura clichê e previsível do inicio ao fim. Personagens mal explorados e colocados ali para resoluções cômodas do roteiro, nunca conseguimos nos identificar com nenhum, principalmente com a dupla protagonista, que soa tão vazia e nada interessante. 

Ryan Reynolds e Jeff Bridges mostram ter química juntos e a interação dos dois atores, com um roteiro melhor, seria sensacional. E mesmo com a superficialidade de cada um deles, ainda sim, devido ao talento e carisma dos próprios atores, conseguimos nos envolver em alguns momentos onde tanto Bridges quanto Reynolds funcionam. 


Entretanto, “R.I.P.D – Agentes do Além” é um desperdício de ótimos atores e um material com grande potencial para um excelente filme. Pena que Hollywood tem o costume de destruir o que faz optando sempre pelo caminho mais fácil com roteiros padronizados e esquemáticos. Com o fracasso nas bilheterias, pouco provável que veremos um continuação de “R.I.P.D”. E se for pra ver mais do mesmo ou o que foi mostrado aqui, é melhor que seja assim.

Comentário por Matheus C. Vilela

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