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quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

A ÚLTIMA ESTAÇÃO

The Last Station/EUA
Ano: 2011 - Dirigido por: Michael Hoffman


Lev Nikolayevich Tolstoy, ou mais conhecido como Liev Tolstói, é considerado um dos maiores autores de todos os tempos, tendo escrito obras como Ana Karenina e Guerra e Paz. Nascido na Rússia, Tolstoy teve uma infância difícil. Perdeu os pais cedo e acabou educado por preceptores. Anos mais tarde, em 1851, se inscreveu no exército da Rússia onde o ajudaria a adquirir idéias para se tornar um pacifista. Tolstói na adolescência bebia muito, perdia muito dinheiro em jogos e constantemente se encontrava com prostitutas. Na velhice, o escritor repudiaria seu antigo estilo de vida.


Mas A Última Estação não relata toda a vida de Tolstói. O filme baseia-se em um romance de mesmo nome lançado em 1900 onde o foco são os últimos anos do escritor, que já velho, ficou ainda mais conhecido por se tornar um pacifista, onde pregava uma vida isenta de luxo e mais próxima da natureza. Condenava os dogmas, os Estados e a igreja dizendo que eram apenas ferramentas de dominação sobre os mais fracos. Tais idéias bateriam de frente com o governo e a igreja, mas acima de tudo, o conflito maior cresceria dentro de sua casa onde sua esposa, a Condessa Shophia Tolstaia (Helen Mirren), também não concordaria com os pensamentos do marido de abster de toda uma vida afortunada e abrir mão dos direitos autorais de suas obras tornando-as públicas.


O diretor Michael Hoffman narra bem a história misturando conflitos emocionais com divertidos momentos entre as personagens. Mostrando com extrema eficácia os ideais e os últimos anos conturbados do casamento de Liev Tolstói, Hoffman abre uma tocante discussão sobre o amor, à união e os valores mais importantes que devemos ter na vida colocando o telespectador no meio desse fogo cruzado entre pacifistas e a condessa, fazendo com que cada um decida com qual dos dois lados deve-se concordar.

O grande problema é a história se focalizar no personagem Valentin Bulgakov (James MacAvoy), o novo assistente de Tolstói, que após se apaixonar por uma moça livre que não segue as regras impostas pelo movimento pacifista e, depois de conviver boa parte com a condessa e entender o porquê de ser contra o marido, acabará dividido entre os dois lados do conflito. E é um grande problema, pois o filme perde muito tempo com um romance pouco aprofundado entre o rapaz e a moça gerando certo desconforto por deixar de explorar melhor a vida de Tolstói.


Contudo, nada que um bom elenco, uma impecável trilha sonora e direção de arte (mesmo que esta lembre muito a Inglaterra e não a Rússia) não resolvam. Christopher Plummer está muito parecido com o real Tostói e mereceu sua indicação ao Oscar de Melhor Ator Coadjuvante, e de mesmo modo, Helen Mirren por sua indicação ao prêmio de Melhor Atriz.

Nota: «««««

Comentário por Matheus C. Vilela

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