The Dark Knight Rises/EUA
Ano: 2012 - Dirigido por: Christopher Nolan
Sinopse: Batman está com sua reputação abalada e é agora um foragido da lei, perseguido pelo seu próprio amigo Comissário Gordon, por conta do assassinato de Harvey Dent. Ele deve lidar com a chegada repentina do novo vilão Bane, que promove a destruição e o caos sobre Gotham City, e tocar em velhas feridas com a enigmática Selina Kyle, antes que sua cidade esteja perdida para sempre.
Encerra-se neste ano de 2012 a tão aclamada trilogia do Homem Morcego comandada pelo diretor Christopher Nolan. Nolan foi o responsável por tirar da lama o nome do Batman, depois deste ter sido violentado de todas as maneiras possíveis por Joel Schumacher em “Batman Eternamente” (1995) e, principalmente, no indescritível “Batman & Robin” de 1998, que afundou de vez o super-herói no cinema impedindo da Warner de conseguir coragem para seguir em frente com o personagem.
Porém, após 6 anos, Nolan aparece para os executivos da Warner com uma proposta diferente para o Homem Morcego. Com um roteiro escrito juntamente com David S. Goyer, a ideia de Nolan era criar um universo do Batman mais realista, sem fantasias, sombrio, violento e que focasse com mais expressividade no personagem Bruce Wayne e como este decidiu se transformar no Batman. Portanto, como não existe nos quadrinhos uma história definida de como surgiu o Batman, optaram por começar a franquia mostrando a origem desse herói, suas motivações e o que levou um bilionário a sair pelas ruas vestido de morcego combatendo o crime. Daí, temos em 2005 o excelente “Batman Begins” que nos introduz de maneira sublime nesse novo universo criado por Nolan, que respeita as HQ´s, extrai elementos importantes dessas histórias, porém, cria ali a sua própria. Diferente de todos os outros filmes já feitos do Batman, Christopher Nolan apresenta um filme que muitos almejavam ver, ou seja, um filme sério, calcado na realidade, sombrio, violento e que trata não só o herói, mas também, todo o seu universo com respeito e seriedade.
Apesar das ótimas críticas e ótima recepção do público, Nolan disse na época em entrevistas que não teve o tempo necessário para fazer o filme que ele realmente queria. Detalhes como uma Gothan em estúdio era algo que ele não desejava fazer numa continuação. Porém, com todo o sucesso obtido por “Batman Begins”, ele teria toda a liberdade para seguir em frente com sua história e melhorar aquilo que não havia gostado no primeiro filme. Então, temos em 2008 a continuação intitulada “O Cavaleiro das Trevas”, onde segue a trajetória de Bruce Wayne como Batman agora enfrentando o seu arqui-inimigo, o Coringa.
Não vou falar muito de “Batman – O Cavaleiro das Trevas”, pois você pode conferir a crítica completa clicando aqui, no entanto, digo que Nolan não decepciona, faz uma continuação que supera o antecessor e nos apresenta a melhor interpretação do Coringa no cinema, interpretado pelo falecido Heath Ledger, que morreu seis meses antes da estreia do filme e que ganhou em 2009 o Oscar póstumo de Melhor Ator Coadjuvante pelo papel.
E agora em 2012, Nolan encerra o seu ciclo fechando sua história do Batman iniciada em 2005. Ele sempre disse que desde o inicio pensou na história como uma trilogia e que aqui, encerra da maneira como pensou lá no começo e está satisfeito. E parabéns a ele pelo excelente tratamento dado ao herói que teve uma reviravolta magistral no cinema.
Em “O Cavaleiro das Trevas Ressurge” o Batman já não aparece por 8 anos e Bruce Wayne se vê forçado a voltar após o surgimento do vilão Bane, que desestabiliza a pacificidade da cidade para mostrar que o verdadeiro poder pertence ao povo, e por aí se segue todo o discurso filosófico do vilão ao longo do filme.
Mais a melhor coisa de “Batman - O Cavaleiro das Trevas Ressurge” são as ligações feitas por Nolan aos filmes anteriores. Ao término, temos a sensação de completude e encerramento, e ainda, com certos ares para continuar o legado do Batman nos cinemas, já que, uma das coisas que Nolan faz questão de frisar aqui e que ele sempre fez questão de ressaltar ao longo dos demais filmes, é que o Batman não é o Bruce Wayne, e sim, um símbolo, e símbolos são eternos, não as pessoas.
Daí, o desfecho criado consegue ser impressionante e diferente do que estamos acostumados a ver nos habituais filmes de super-heróis. E mais ainda do que os anteriores, “O Cavaleiro das Trevas Ressurge” é um filme mais sobre Bruce Wayne do que necessariamente sobre o Batman.
Contando com um elenco melhor do que nunca, com um Christian Bale mostrando ser o melhor Batman do cinema, um Gary Oldman com mais espaço e melhor desempenho, um Tom Hardy que cria um vilão marcante e memorável, um Michael Caine pedindo uma indicação ao Oscar de Melhor Ator Coadjuvante pelo seu mordomo Alfred numa interpretação sensível e realmente tocante, e por fim, temos Anne Hathaway esbanjando sensualidade e carisma na pele da Mulher Gato, conseguindo seu espaço no nosso imaginário tanto quanto Michelle Pfeiffer conseguiu.
Enfim, “Batman – O Cavaleiro das Trevas Ressurge” encerra com competência e chave de ouro o que foi iniciado em “Batman Begins”. Com ares épicos, atuações excelentes, cenas de ação bem realizadas e empolgantes, e, uma história dinâmica sem espaço para papo furado, o filme é um dos melhores exemplares de super-heróis do ano.
Não é o meu preferido da trilogia. Considero melhor o capítulo do meio, “O Cavaleiro das Trevas”, porém, isso não desmerece em nada esta excelente conclusão de uma das melhores trilogias de Hollywood.
Nota: «««««
Comentário por Matheus C. Vilela
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