Ano: 2010 - Dirigido por: Randall Wallace
Cavalos, corridas, Disney e um emaranhado de lições sobre nunca desistir, correr atrás de seus objetivos e não se acomodar na vida. Isso tudo não parece nada original não é mesmo? Eu, particularmente, me lembro de diversos outros filmes que trabalham bastante com os mesmos assuntos, como por exemplo: Corcel Negro, Seabiscuit – Alma de Herói, O Encantador de Cavalos, Duplo Triunfo e outros tantos que o cinema Hollywoodiano sempre fez questão de produzir. E agora, chegando direto para DVD no Brasil, a Disney nos apresenta Secretariat – Uma História Impossível, que nos conta basicamente o que já vimos nos exemplos citados acima.
O problema de se já produzir algo há algum tempo batido e que pouco anda interessando o público atualmente é deixar com que o filme caia no costumeiro e não desenvolver tal material sem gerar grandes surpresas. Secretariat erra justamente por não explorar os pontos fortes de dramas com cavalos, que seria o dramalhão em torno de sua dona e o animal, o medo de perder o cavalo, cenas em câmera lenta para transmitir uma beleza maior do bicho e outras pequenas nuances que, aparentemente melodramáticas demais (e na realidade são), por um lado proporcionaria um envolvimento bem maior com o público e criaria cenas tocantes cumprindo uma velha definição minha de: é clichê mas faz chorar. E mesmo Secretariat - Uma História Impossível tendo alguns desses requisitos, tais momentos são mal desenvolvidos e sem inspiração.
No entanto, a fita preocupa-se essencialmente em focar nos conflitos financeiros em torno do cavalo do título, na dívida de 8 milhões que a personagem precisa pagar e não têm dinheiro e nas pessoas que a criticam por não querer vender o cavalo e saldar a dívida, e isso, simplesmente por acreditar que o mesmo vencerá o campeonato mais importante do ano e valer o triplo do valor.
No entanto, a fita preocupa-se essencialmente em focar nos conflitos financeiros em torno do cavalo do título, na dívida de 8 milhões que a personagem precisa pagar e não têm dinheiro e nas pessoas que a criticam por não querer vender o cavalo e saldar a dívida, e isso, simplesmente por acreditar que o mesmo vencerá o campeonato mais importante do ano e valer o triplo do valor.
Não estou afirmando que apresentar tais conflitos seja ruim, são detalhes que fazem parte dessa história real e portanto são importantes, mas o erro é se focar exclusivamente nisso e deixar de criar uma abordagem mais emocional entre Secretariat e sua dona como outros filmes fazem. As cenas de treinamento e as corridas são apresentadas burocraticamente, rápidas e sem muitas ousadias. E logo no momento onde a fita procura criar uma identificação maior entre o público e Secretariat mostrando sua dona lhe dando banho, o soar da música “Oh Happy Day” acaba por não se encaixar perfeitamente bem, tirando assim, tudo de melhor e inspirador que aquele momento seria capaz de proporcionar.
Agora, um fator que sustenta a película tornando-a agradável é justamente o seu time de atores. Encabeçado pela simpática Diane Lane, seguido de um divertido John Malkovich e com participações especiais de James Cromwell e Scott Glenn, a fita, entre trancos e barrancos, se mantém acessível.
Mas Secretariat, mesmo assim, não atinge um patamar memorável. Não ligo para os clichês, pois as vezes filmes com clichês melodramáticos conseguem encantar e serem inesquecíveis, porém, a falta de um dramalhão melhor elaborado e detalhista acaba por prejudicar a eficiência da fita, tornando os seus 120 minutos longos, cansativos e desinteressantes.
Quer assistir um bom filme de cavalo com corridas e um drama bem construído e montagens de cenas belíssimas e tocantes? Assista primordialmente os já citados O Encantador de Cavalos, Corcel Negro e Seabiscuit, esses sim sabem mexer bem com o dramalhão e tocar na alma da gente.
Nota: «««««
Nota: «««««
Comentário por Matheus C. Vilela
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