Ano: 2008 - Dirigido por: Christopher Nolan
Dirigido por Christopher Nolan, O Cavaleiro das Trevas é a continuação do também excepcional Batman Begins. Nolan, aqui, mostrou ao mundo uma evolução drástica e ao mesmo tempo genial de como fazer filmes de super heróis. O diretor britânico leva cada cena e acontecimento de maneira séria, e faz com que cada uma delas tenha algo em ligação com a história. Nenhuma soa desnecessária ou fora de contexto. E tudo, de maneira sombria, realista e sem cair na pieguice da infantilidade ou do ridículo (se lembram de Joel Schumacher?).
Antes de falarmos das atuações, devo destacar aqui o grande amadurecimento que Nolan obteve de Begins para The Dark Knight. A produção se encontra muito mais realista e palpável, pois antes, ele havia gravado grande parte de Begins em estúdios, agora, Nolan decide gravar 99% do filme em cenários reais, ou seja, nas próprias cidades, que no caso, o destaque é a grande Chicago. Com isso, o tom realista e a sensação de que aquilo tudo existe colaboram ainda mais para a eficiência da película.
Outra grande evolução que Nolan obteve de Begins para cá, e principalmente se olhar outros filmes de heróis, está principalmente naquilo que eu considero o mais importante em um filme, sua história. O enredo de O Cavaleiro das Trevas foi escrito pelo próprio diretor e seu irmão com extrema preocupação em cada detalhe.
Com um vilão poderoso e psicótico como o Coringa, o roteiro explora principalmente o tema: anarquia. E através dele, Jonathan e Chris Nolan ensinam para o público que não importa quão boa uma pessoa possa ser ela têm o seu lado mal. Mostra que não somos santos e uma hora iremos mostrar isso, ou seja, os irmãos falam que nós, seremos humanos, estamos sujeitos a cair, não importa o dia, a hora ou a situação. Todos nós temos um lado mal! E tudo isso é transmitido através de três grandes personagens: o Batman, o Coringa e Harvey Dent, sendo este último a prova viva da mensagem da obra.
Agora, chegamos a um dos grandes momentos deste quarto Relembrando: o elenco. O roteiro de Batman – O Cavaleiro das Trevas é tão bem escrito e desenvolvido, que Chris e Jonathan Nolan não deixaram que o personagem Batman fosse apagado pelo vilão como aconteceu nos outros filmes. Apesar de o Coringa ser o grande destaque da fita, o personagem Batman é o centro do filme e se encontra presente no decorrer de toda a história. Os irmãos exploram seus sentimentos, suas dores e seu espírito de revolta e vingança, principalmente depois que o Coringa aparece para atrapalhar ainda mais.
Aaron Eckhart também realiza uma grande e destacável atuação como o promotor público Harvey Dent, que posteriormente se transformará no Duas Caras. Maggie Gyllenhaal injeta mais vivacidade e expressão para a personagem Rachel (par romântico do Batman). E os atores Gary Oldman (Gordon), Michael Caine (Alfred) e Morgan Freeman (Lucius Fox) continuam mantendo o espírito de seus respectivos personagens.
Agora, o grande destaque da fita e sem dúvida a melhor atuação fica a cargo de Heath Ledger. O ator interpreta o Coringa de maneira como nenhum outro ator ousou em fazer. Diferentemente de Jack Nicholson (que apesar de ter sido um bom Coringa, no fundo, era o Jack Nicholson), aqui, Ledger realiza uma atuação diferente de todas suas outras. O ator mostra um Coringa cheio de mágoas, ódio e pavor, porém, que não transmite isso diretamente, detalhe pelo qual ele se torna um grande psicopata. E o Coringa de Ledger é ao mesmo tempo assustador, engraçado, simpático, repugnante e extremamente divertido. A mudança na maquiagem (agora borrada) colabora ainda mais para a obscuridade de seu personagem, que possui a mesma essência dos gibis e consegue em cada cena, conquistar a atenção do telespectador.
Batman – O Cavaleiro das Trevas revoluciona o gênero, revoluciona as filmagens com câmeras IMAX e se consagra como o melhor filme de heróis da história, e o primeiro filme do tipo a ganhar um Oscar em categorias principais (Melhor Ator Coadjuvante Heath Ledger), e também, é um filme que possui o maior e melhor vilão do cinema. Uma mistura perfeita de Hannibal Lecter, Norman Bates e do próprio Coringa.
Nota: «««««
Comentário por Matheus C. Vilela
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