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segunda-feira, 28 de outubro de 2013

JOBS

Jobs-EUA
Ano: 2013 - Dirigido por: Joshua Michael Stern
Elenco: Ashton Kutcher, Matthew Moddine, Josh Gad

NOTA: «««««

Sinopse: De hippie sem foco nos estudos a líder de uma das maiores empresas de tecnologia do mundo. Este é Steve Jobs (Ashton Kutcher), um sujeito de personalidade forte e dedicado, que não se incomoda de passar por cima dos outros para atingir suas metas, o que faz com que tenha dificuldades em manter relações amorosas e de amizade.


Fazer um filme sobre alguém é uma das coisas mais complicadas que existem. Biografar uma pessoa no cinema, principalmente quando ela é mundialmente conhecida, requer cuidado e atenção para não deixar cair no ovacionismo exacerbado e perder a oportunidade de se fazer algo digno. Afinal, por mais que sejamos fãs, todos temos defeitos e a apresentação destes numa biografia não ridiculariza ou transforma a pessoa em um monstro, muito pelo contrário, isso humaniza e torna a experiência ainda mais interessante. 

Confesso que quando anunciaram uma biografia de Steve Jobs, fundador da Apple e revolucionário da tecnologia atual, tendo como protagonista Ashton Kutcher, minha relutância foi imediata. Recusei assistir o filme no cinema e quando vi que o longa não estava sendo bem recebido pela crítica, meu medo aumentava. Primeiro porque o filme não obteve o apoio da família de Jobs e não é baseado em sua biografia oficial, o livro “Steve Jobs – A Biografia”, e segundo, porque Ashton Kutcher nunca foi um grande ator e interpretar alguém fundador da Apple apenas por parecer fisicamente não soava como justificativa para tal. 


Agora que o filme está chegando nas locadoras, resolvi dar uma oportunidade, e, por incrível que pareça, me surpreendi e gostei mais do que esperava. Entendo o porque das críticas em torno da obra, e mesmo não sendo algo ainda digno de Steve Jobs, este filme “Jobs”, dirigido por Joshua Michael Stern consegue transmitir não apenas a personalidade difícil do empresário como também motivar o público partindo da perseverança e determinação de um homem que mudou a história do mundo. E nisso o filme nunca cai no exagero santificando Steve Jobs. Mas o trata com equilíbrio mostrando sua personalidade difícil e também sua genialidade. 

O filme passa surperficialmente sobre sua vida. Não busca se aprofundar em absolutamente nada, como por exemplo, a questão acerca da sua filha Lisa que Jobs negou durante anos ser pai da criança. O filme mostra isso, depois esquece e momentos depois já vemos Jobs morando com a garota, já crescida, e a esposa. O filme explora apenas momentos chaves da vida de Jobs, como o começo da Apple na garagem da casa dos seus pais, sua saída da empresa e sua volta anos mais tarde como CEO. Para os que não conhecem nada sobre sua vida, o filme será mais interessante, mas aos que já conhecem, “Jobs” é sustentando unicamente pela direção e, vejam só, pela competência de Ahston Kutcher. 


Como até já falei anteriormente nesse texto, “Jobs” é um filme pra cima, uma peça motivacional que apresenta a figura genial de Steve Jobs, ao mesmo tempo em que mostra sua personalidade dura e, por vezes, sem educação. E isso deve-se a direção de Joshua Michael Stern que filma com ritmo e dinamismo, escolhe músicas certeiras para compor a trilha sonora (temos Cat Stevens e Bob Dylan!) e Ashton Kutcher me convenceu personificando os trejeitos e modo de falar de Jobs e entregando uma performance redonda para os padrões do roteiro de Matt Whiteley. 

Resta esperar o filme que será baseado na biografia oficial de Jobs e escrito pelo ótimo Aaron Sorkin, que escreveu o excelente “A Rede Social”. Este filme está previsto para 2016 e provavelmente será ali que veremos um Jobs mais incisivo e arrogante e teremos maior profundidade em acontecimentos marcantes de sua vida que o ótimo livro escrito por Walter Isaacson relata muito bem. No entanto, não achei este filme ruim. Sob medida e motivador, “Jobs” é uma experiência positiva.

Comentário por Matheus C. Vilela

1 comentários:

Pablyne Martins disse...

A música consegue criar uma atmosfera para os sentimentos em cena e cria um grande ritmo durante a projeção, principalmente no início do filme. Eu sair do cinema com uma visão diferente sobre Steve Jobs. Seus discursos memoráveis, sempre com uma leve cutucada no seu rival Bill Gates e na poderosa IBM, ganharam grande destaque.Mas um dos melhores momentos da cenas no filme é quando Jobs liga para Gates com o propósito de tirar satisfação sobre a cópia de um dos seus softwares. Assim, a produção mostra como era difícil o relacionamento entre os dois grandes gênios da informática. Mas depois tive dúvida se ele é um gênio, um vilão ou os dois.Mais eu percebi que des do inicio, JOBS tem o objetivo de transformar Steve em um deus da genialidade. A desconstrução do personagem, no entanto,me surpreendeu ao apresentar o grande empresário vulnerável, principalmente, em relação à sua vida pessoal. O gênio da tecnologia gostava de andar descalço e via o futuro em mainframes e plataformas.Pra mim, Steve Jobs era perturbado emocionalmente tinha que ir pra igreja (Iurd)rs. Ashton Kutcher passou no teste. O ator me conveceu com sua determinação e o seu controle cênicos, principalmente na fase inicial adulta de Jobs. Não deixei de conferir de maneira nenhuma a saga do homem que foi o começo e o fim do seu próprio mundo. ^^