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segunda-feira, 23 de dezembro de 2013

NoCinema: CARRIE - A ESTRANHA

Carrie-2013
Ano: 2013 - Dirigido por: Kimberly Peirce
Elenco: Chloe Grace Moretz, Julianne Moore, Alex Russell

NOTA: ««««« 

Sinopse: O filme retrata um desastre ocorrido em uma cidade americana destruída pela jovem Carietta White. Nos anos anteriores à tragédia, a adolescente foi oprimida pela sua mãe, Margaret, uma fanática religiosa. Além dos maus tratos em casa, Carrie também sofria com o abuso dos colegas de escola. Aos poucos, ela descobre que possui estranhos poderes telecinéticos.


 ATENÇÃO: O texto a seguir contém spoilers! Cuidado!

Carrie – A Estranha” de 1976 foi um filme que deu novo fôlego a carreira do escritor norte-americano Stephen King. Considerado o mestre do suspense na literatura, os livros de King são freqüentemente adaptados para o cinema e televisão, mas nem sempre fazem jus a qualidade dos seus livros. 

Dirigido por Brian De Palma (diretor de “Scarface” com Al Pacino), o “Carrie” de 76 é um trabalho competente que construía da maneira mais angustiante possível a trajetória de uma menina que descobre possuir poderes tele cinéticos enquanto tem que conviver com a mãe religiosa e o desprezo das pessoas na escola por ter tido a primeira menstruação no vestiário feminino, mas não tinha conhecimento disso e foi humilhada por todas as meninas da sala. 

O peso dramático vivido pela personagem de Sissy Spacek no longa de Brian De Palma era uma das abordagens mais fortes daquele filme, assim como o teor sexual presente ao longo da história trazendo essa personagem numa fase de descoberta do corpo e dos prazeres carnais que todo ser humano tem. Os poderes tele cinéticos desenvolvidos por Carrie era uma expressão de revolta e sofrimento escondidos que eram exprimidos através dessas habilidades, tanto que toda vez que Carrie se revoltava seus poderes ganhava proporções letais. Brian De Palma entendia isso e seu filme não era um terror, mas um suspense que impactava pela crueza com que era filmado, sem floreios e com um clima denso e desesperador, que servia para ressaltar o drástico peso das conseqüências que cairia sobre cada personagem. 


O anúncio, portanto, de um novo “Carrie” obviamente despertou minha preocupação. Não por achar que o antigo não seja digno de uma nova versão, mas principalmente pela desconfiança em torno do nosso cinema atualmente, ainda mais Hollywood. E, infelizmente, meus medos se tornaram realidade ao ver Hollywood pegar um material eficiente e transformá-lo numa fita mercantil deixando de explorar todos os elementos que fizeram do antigo “Carrie” e do livro de Stephen King tão marcante. 

O principal problema se concentra principalmente no roteiro de Lawrence D. Cohen junto com Roberto Aguirre-Sacasa e na direção de Kimberly Peirce. Se no filme de Brian De Palma os cenários eram escuros, a fotografia seca, o clima melancólico e envolto de uma tristeza monumental, neste novo “Carrie”, Kimberly Peirce aposta em seqüências animadas, como aquela das meninas se arrumando para o baile ao som de uma canção agitada, e em cenários claros, com muitas cores remetendo aos filmes de colegial. Tudo é muito pra cima, nítido e com muitos efeitos neste recente “Carrie”. 


Já em relação ao roteiro da dupla Lawrence D. Cohene e Roberto Aguirre-Sacasa, os dois roteiristas recriam a trama da maneira mais pobre e desinteressante possível. Transformando a história numa fita de aventura, ambos parecem não entender as nuances da trama escrita por Stephen King, e transformam a telecinesia, que no filme anterior a personagem estranhava tais dons e mal sabia controlá-los, neste daqui Carrie já os domina rapidamente e de telecinesia, que não tem nada, os roteiristas transformam a personagem numa mutante dos X-Men, abrindo um leque maior para o uso de efeitos especiais e cenas dignas de uma verdadeira vilã dos mutantes da Marvel. Exemplo disso é a cena onde Carrie destrói um asfalto utilizando o pé ou quando solda a tranca de uma porta para manter sua mãe presa dentro do quarto. Ou seria Carrie a Supergirl, prima do Superman? E o que dizer da última cena grotesca abrindo espaço para uma continuação (típico de Hollywood não?) e que ressalta mais ainda a visão mutante da personagem, que agora, volta dos mortos? 

Outro erro vai para a escolha da atriz que interpreta Carrie. Apesar de ser fã de Chloe Moretz, que ganhou reconhecimento após o ótimo “Kick-Ass”, a atriz é muito bonita para viver Carrie, o que já tira um pouco da figura macabra e imprevisível da personagem. Chloe é angelical, delicada e nada ameaçadora. Em contra partida Julianne Moore está horrível fisicamente, com uma maquiagem que a deixou com a fisionomia de uma bruxa, e a atriz está ótima como a mãe religiosa de Carrie. O problema é que o roteiro (novamente!) explora pouquíssimo o embate entre as duas, e os momentos de conflito são insossos e nada impactantes, diferente do antigo que ambas se debatiam de frente e a mãe, interpretada sublimemente por Piper Laurie não media na violência. 


Portanto, esse “Carrie – A Estranha” da nova geração representa o que os novos tempos possuem de mais desinteressante e banal. Com cara de filme colegial, sem emoção ou suspense, exagerado e com uma visão estritamente financeira por trás, mostrando a ânsia de Hollywood por franquias, este novo “Carrie” ainda traz uma das mortes mais ridículas do cinema, tudo causado por um balde de lata! Um balde!!! É o cúmulo! Vamos ficar com o clássico de 1976, por favor!

Comentário por Matheus C. Vilela

1 comentários:

Anônimo disse...

Uma critica idiota, criticos de verdade elogiaram o desempenho de Chloë, a morte mas ridicula que você disse está no livro e no filme de Brian De Palma, você nem deve ter visto o filme legendado ou deve ter lido o livro ou viu pelo menos o excelente filme de Brian De Palma, criticos internacionas de verdade elogiaram o desempenho de Chloë até os criticos que não gostaram do filme, mas eu vou perdoa sua critica, porque eu perdoou criticas amadoras.