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quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

HITCHCOCK

Hitchcock-EUA
Ano: 2012 - Dirigido por: Sacha Gervasi

Sinopse: Baseado no livro "Alfred Hitchcock And The Making Of Psycho", este filme revela os bastidores do clássico Psicose (1960). Na época, mesmo estando no auge de sua carreira, Hitchcock não conseguiu apoio para realizar a obra, porque os estúdios não queriam investir em um pequeno filme de terror. O resultado foi uma produção independente, de baixo orçamento, que encontrou grandes dificuldades para driblar a censura e para ser distribuída nos Estados Unidos, em função das cenas de violência e nudez. Além disso, diversos obstáculos surgiram durante as filmagens, como as brigas constantes entre Hitchcock e sua esposa, Alma (Helen Mirren), os problemas de saúde do diretor e seus desentendimentos com o elenco. Contrariando todas as expectativas, "Psicose" se tornou uma referência no cinema mundial, e um dos maiores sucessos na carreira do cineasta.


Não vou perder tempo falando quem foi Alfred Hitchcock ou da importância que este diretor tem para o cinema. Creio que todos conhecem ou já ouviram falar desse nome de um dos grandes diretores que Hollywood já teve, um grande empresário e publicista que soube trabalhar bem com sua imagem e vender o seu produto como ninguém. Portanto, vamos ao filme. 

Este “Hitchcock” é dirigido por Sacha Gervasi, que dirigiu um documentário chamado “Anvil!” que não vi. Gervasi faz aqui sua estreia em um, digamos, grande produto. A história é baseada no livro “Alfred Hitchcock And The Making Of Psycho”, cujo autor Stephen Rabello é também quem assina o roteiro que narra os bastidores do processo de filmagem do maior clássico de Alfred Hitchcock, “Psicose”. Desde a conturbada trajetória para vender a ideia aos estúdios, passando pelos bastidores e a vida pessoal de Hitch com a esposa Alma, o longa busca retratar a grande importância que Alma teve para o diretor, e que ela não foi apenas uma esposa para se mostrar na mídia, e sim, uma imponente e importante peça para a vida de Hitchcock e a realização de seus filmes. 


Entretanto, confesso que esperava bem mais da fita. A nós fãs e cinéfilos é muito gratificante os inúmeros detalhes presentes no filme sobre Hitch e conhecer também como se sucederam as filmagens de “Psicose”, e ver um grande ator como Anthony Hopkins interpretar Hitchcock é um deleite. Sua química com Helen Mirren, que faz sua esposa, é essencial para o êxito do longa. Os dois atores se divertem juntos e criam uma interação dinâmica e convincente. 

A maquiagem é outro grande destaque da fita. Recebeu uma indicação ao Oscar e transforma completamente Anthony Hopkins em Alfred Hitchcock. Porém, confesso que ora achei parecido e em outros momentos achei mal realizada e nitidamente que Hopkins estava maquiado. Não repete o efeito de Meryl Streep lá em "A Dama de Ferro", cuja maquiagem permanece sublime durante todo o filme. Daí o motivo que acho do porque o longa ter perdido a estatueta para "Os Miseráveis". 


Agora, um filme que foca mais no intimo do diretor do que necessariamente nas filmagens de “Psicose”, pois mesmo tendo como fundo as filmagens do clássico, “Hitchcock” trata da vida de Hitch, de seu temperamento, problemas com mulheres e da importância de sua esposa. Tudo isso é apresentado aqui, mas de forma amena e agradável. 

“Hitchcock” parece ser aquelas “reportagens homenagens” feitas para a TV para serem mostradas na comemoração do aniversário do homenageado, no caso aqui de Alfred Hitchcok. A obra mostra o seu prazer e amor em fazer cinema e sua perseverança para concretizar “Psicose”. Fora isso, o longa não passa de referências e homenagens, soando oco em seu drama e pouco impactante em seu todo. 


Hitchcock tinha sérios problemas com mulheres, diga-se de passagens com as loiras, e hoje temos até relatos de atrizes que trabalharam com o diretor e disseram terem sido assediadas por ele e que seu temperamento era forte e incisivo, por vezes até desrespeitoso. E como fica sua esposa Alma nisso tudo? Então... Um detalhe que o filme apenas sugere, passa superficialmente e busca o caminho mais prazeroso criando uma imagem positiva de Hitch até nos defeitos. 

Não estou dizendo que “Hitchcock” é um filme ruim, porque não é. Uma obra nitidamente de fã feita para fãs. Divertido, suave e com um desenrolar agradável e prazeroso. Nada mais do que isso. Mas sobre a vida de Hitchcock, a obra pouco acrescenta e deixa muito a desejar mostrando o quão ótimo ele era como diretor, mas esquecendo de apresentar o verdadeiro Hitchcock da vida real.

Nota: «««««

Comentário por Matheus C. Vilela

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