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sexta-feira, 21 de junho de 2013

UNIVERSIDADE MONSTROS

Monsters University-EUA
Ano: 2013 - Dirigido por: Dan Scalon

Sinopse: Mike Wazowski (Billy Crystal) e James P. Sullivan (John Goodman) são uma dupla inseparável em Monstros S.A., mas nem sempre foi assim. Quando se conheceram na universidade, os dois jovens monstros se detestavam, com Mike sendo um sujeito estudioso, mas não muito assustador, e Sulley surgindo como o cara popular e arrogante, graças ao talento inerente para o susto. Após um incidente durante um teste, os dois são obrigados a participarem da mesma equipe na olimpíada dos sustos. A equipe, por sinal, é formada por uma série de monstros desajustados, para o desespero de Sulley, acostumado a conviver com os caras mais populares da escola.


Eu estava com muito medo deste “Universidade Monstros”. A Pixar surpreendeu com “Toy Story 3” ascendendo a emoção que os dois longas anteriores já haviam proporcionado. Depois fizeram o pior filme da empresa, “Carros 2”, que mostrava uma Pixar cedida a cupidez com uma continuação desnecessária e puramente comercial de “Carros”. Depois disso, quando soube que voltariam ao mundo dos monstros apresentado em “Monstros S.A” a apreensão tomou conta de mim. Primeiro por estarem mexendo em um filme perfeito em cada aspecto, e segundo, por estarem trazendo novamente personagens tão carismáticos e marcantes como Mike e Sully. 

Como se não bastasse, o intitulado “Universidade Monstros” não daria continuidade ao final sob medida de “Monstros S.A”, mas, voltaria ao passado mostrando os dois protagonistas na época da universidade. O medo aumentou ainda mais por temer que “Universidade Monstros” cairia na armadilha de “Carros 2”, tornando-se um exemplar puramente comercial, vazio e com o velho clichê hollywoodiano dos “filmes de colegial”, com os “descolados” oprimindo os “nerds” (ou “geeks” como é atualmente) na escola. 


Na história, Mike Wasowski sonha em ser um assustador. Entra na universidade para o curso de sustos com o desejo dentro de si de sair dali e tornar-se um dos maiores assustadores da história dos monstros. Porém, Mike não é o tipo assustador, e quando conhece James P. Sullivan, uma guerra entre os dois começa, pois Sullivan é grande e possui talento para a profissão, mas é desleixado, não estuda e vive ridicularizando Mike. Até que, terão que trabalhar juntos para vencerem a Olimpíada dos Sustos e conseguirem uma vaga no grupo de assustadores da universidade. 

Surpreendentemente, e fico muito, mas muito feliz em dizer isso, “Universidade Monstros” é a Pixar provando, mais uma vez, porque a Pixar é a Pixar. O filme utiliza os clichês de filmes de colegial, mas nunca torna isso o foco principal da história. E não é algo acentuado como geralmente são nos filmes de Hollywood desse estilo. Os conflitos e provocações existem, assim como as divisões de grupos por personalidade e gosto. Entretanto, a trama vai muito além revertendo tais clichês a favor da história, nunca soando bobos diante do público. A mensagem inicial de nunca desistir dos sonhos, reverte-se em algo muito mais profundo e humano sobre como temos que usar nossos talentos a nosso favor, e que nem sempre o que tanto queremos é no que realmente somos bons. Por isso, temos que saber nos avaliar e entender onde somos melhores e em quê. E que tudo na vida começa de baixo, e temos que aproveitar as oportunidades e entender que ninguém alcança o topo sem antes sair do andar de baixo. 


Com esse ambiente universitário, o diretor Dan Scanlon aproveita para mostrar suas afeições com o mundo do Vale do Silício, onde jovens gênios como Mark Zuckerberg (criador do Facebook), Bill Gates (fundador da Microsoft) e, principalmente, Steve Jobs (fundador da Apple e da Pixar) saíram. Todos estes icônes do mundo atual nunca completaram a faculdade. Passaram por ela, mas suas ambições estavam muito além. Com um final que serve como prova da realidade desses gênios, “Universidade Monstros” mostra que, acima de tudo, é preciso ser destemido para chegar onde queremos chegar. Algo que o próprio Jobs ressaltou em seu famoso discurso para a Universidade de Stanford em 2005. 

Outro detalhe notável é a desenvoltura da relação entre Mike Wazonski e James Sullivan. Continuando com uma química e entrosamento essenciais, “Universidade Monstros” trata de mostrar essa trajetória de amadurecimento dos dois personagens até ser o que vimos em “Monstros S.A”. A amizade entre ambos, e principalmente com o público, fica ainda mais completa. 


Portanto, “Universidade Monstros” não desagrada, não deixa de divertir nem de emocionar. O filme é uma surpresa além do esperado, trazendo algo a mais desses personagens e desse universo que conhecemos pela primeira vez lá em 2001. 

Se a Pixar já fez de um formigueiro, do fundo do mar, do espaço sideral, de um planeta só de carros e máquinas ou de um mundo só de monstros lugares tão inesquecíveis e mágicos, nunca antes ir para a universidade foi tão legal. Obrigado Pixar. Mais uma vez.

Nota: «««««

Comentário por Matheus C. Vilela

1 comentários:

Anônimo disse...

Muito legal a sua crítica, amei a redação, e espero loucamente para assistir esse filme,e com certeza esse filme será um grande filme!