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domingo, 28 de outubro de 2012

SOMBRAS DA NOITE

Dark Shadows/EUA
Ano: 2012 - Dirigido por: Tim Burton

Sinopse: 1752. Joshua (Ivan Kaye) e Naomi Collins (Susanna Cappellaro) deixam a cidade inglesa de Liverpool juntamente com o filho, Barnabás, rumo aos Estados Unidos. A intenção deles era escapar de uma terrível maldição que atingiu a família. Vinte anos depois, Barnabás (Johnny Depp) é um playboy inveterado que tem a cidade de Collinsport aos seus pés. Após seduzir e partir o coração de Angelique Bouchard (Eva Green), sem saber que era uma bruxa, ele é transformado em vampiro e preso numa tumba por dois séculos. Quando enfim desperta, dois séculos depois, encontra sua propriedade em ruínas e os poucos familiares ainda vivos escondem segredos uns dos outros. Em meio a um mundo desconhecido, Barnabás se interessa por Victoria Winters (Bella Heathcote), a tutora do jovem David (Gulliver McGrath).


A parceria de Tim Burton com Johnny Depp é sem dúvida uma das populares do cinema. “Ambos começaram lá em 1990 com o excelente “Edward – Mãos de Tesoura”, passando por outros ótimos exemplares como “Ed Wood”, “A Fantástica Fábrica de Chocolate” e "Sweeney Todd” e deslizando no irregular “Alice no País das Maravilhas”. 

Agora, chegando em 2012, ambos lançam este “Sombras da Noite”, filme baseado numa novela americana de grande sucesso nos EUA entre 1966 até 1972, onde a ideia era acordar um vampiro de 1752 nos anos 70. 


Confesso que nunca assisti nenhum capítulo do seriado Dark Shadows, porém, buscando conhecer um pouco mais sobre a série percebi que o original “Sombras da Noite” era um horror gótico sem espaço para alivio cômico e até violento para a época. E com isso, pensei que Tim Burton no comando da adaptação para o cinema, o diretor faria o mais sombrio e violento de seus filmes, já que todo o ar gótico e sinistro são suas paixões. 

Porém, o “Sombras da Noite” de Burton não se assemelha muito com a série sessentista. Ele injeta muito daquele seu habitual e leve humor macabro, e mantém dosada toda a violência que a história é capaz de proporcionar, talvez assim, para levar um público maior ao cinema. Daí cria-se um filme que é dividido em momentos. Ora temos a sequência cômica, ora temos uma sequencia mais dramática mudando totalmente o ambiente do filme, causando certa ondulação no ritmo e uma transição de gêneros mal realizada. Diga-se de passagem, o horrível final com personagens que surgem do nada em meio a um clímax insosso e explicações mal feitas. 


Portanto, entre o cômico e o sombrio, Burton acerta mais na comédia, sendo as sequencias onde o personagem Barnabas Collins (Johnny Depp) se estranha com o mundo dos anos 70 as melhores. 

E em meio a estas falhas de Burton, que parece ter ficado cômodo depois do seu “Alice no País das Maravilhas”, cabe a Johnny Depp brilhar. O ator, que interpreta o vampiro Barnabas Collins, cria mais um tipo caricato, mas que se encaixa muito bem em toda a estrutura do filme. E seu carisma e leve tom cômico colaboram muito para o interesse em continuar assistindo “Sombras da Noite”. 


Mas não é só Johnny Depp quem brilha. Eva Green dá um show como a bruxa que amaldiçoa Barnabas e o deixa preso por dois séculos. Ela grita, se diverte, exagera nos trejeitos e soa altamente convincente e divertida criando uma boa química com Depp. 

Enfim, “Sombras da Noite” talvez seja agradável por trazer à lembrança os primórdios de Tim Burton. Veja que sua produção lembra muito sua época áurea de “Edward – Mãos de Tesoura” e “Bettlejuice”, ainda que a execução deste não tenha sido das melhores. Porém, vale como uma sessão da tarde leve e sem pretensões.

Nota: «««««

Comentário por Matheus C. Vilela

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