Pages

terça-feira, 22 de janeiro de 2013

AMOR

Amour/ÁUSTRIA
Ano: 2012 - Dirigido por: Michael Haneke

Sinopse: Georges (Jean-Louis Trintignant) e Anne (Emmanuelle Riva) são um casal de aposentados, que costumava dar aulas de música. Eles têm uma filha musicista que vive com a família em um país estrangeiro. Certo dia, Anne sofre um derrame e fica com um lado do corpo paralisado. O casal de idosos passa por graves obstáculos, que colocarão o seu amor em teste.


Este “Amor”, ou preferindo o original “Amour”, foi a grande surpresa das indicações ao Oscar deste ano. Recebendo a já esperada indicação a Melhor Filme Estrangeiro, o longa também recebeu indicações importantíssimas a Melhor Filme, Melhor Diretor, Melhor Atriz e Roteiro Original, mostrando a força do diretor Michael Haneke no prêmio. 

O novo longa do diretor Michael Haneke, cuja crueza é comum em seus trabalhos, talvez seja o seu filme mais intimista e humano de toda a sua carreira. Haneke já realizou thrillers psicológicos como os dois “Violência Gratuita”, “Chaché” e o mais recente “A Fita Branca”, filmes onde busca nas situações apresentadas avaliar determinados comportamentos trazendo a tona dualidades e o caráter violento do ser humano, e dentre outras questões. 


No entanto, neste “Amor” Haneke lida com algo completamente diferente. Aqui, nos temos um casal de senhores vivendo sua vida normalmente quando a esposa sofre o primeiro AVC ficando com um lado do corpo paralisado, mudando assim toda a rotina do casal. Não conseguindo raciocinar como antes, e com o agravamento da doença, e não podendo fazer praticamente nada, Anne (Emmanuelle Riva) torna-se totalmente dependente do marido Georges (Jean-Lois Trintignant), cuja rotina será auxiliar a esposa com os tratamentos dentro de casa. 

Assim como diz o próprio título, “Amor” busca explorar aquilo que existe de mais forte na vida do casal. Aquilo que os mantém juntos diariamente principalmente depois de todo o ocorrido, nos fazendo pensar e refletir sobre o que é a expressão “verdadeiro amor”. Quem já passou por uma situação como a mostrada no filme, seja com algum familiar ou acima de tudo com o companheiro(a) irá se identificar mais ainda. O filme é uma aula de companheirismo, força, e claro, amor. 


Porém, essa abordagem humana não muito habitual no cinema de Haneke também não torna o longa menos impactante. Com um final surpreendente e emocionante, Haneke não adentra no tom romântico ou meloso do drama mostrado. Permanece o tempo inteiro cru, com longos planos e criando minuto após minuto essa melancolia da perda e da dor de ver a pessoa amada sofrer a cada dia mais. 

Indicada a Palma de Ouro em Cannes e esnobada em todos os prêmios norte-americanos, exceto pelo principal deles, o Oscar reconheceu a interpretação de Emanuelle Riva que está realmente um estrondo e é agora a favorita para ganhar a estatueta. Juntamente com o também formidável Jean-Lois Trintignant, o casal dá um show de química, emoção e sutilezas que fazem de “Amor” um filme apaixonante. 


Portanto, é mais do que merecido todo o sucesso de Michael Haneke com este “Amor”. Considero o seu melhor trabalho. Lidando com um tema muito decorrente na vida do ser humano, o filme é sensível quando tem que ser e um soco no estômago quando necessário. Sem dúvida, já é pra mim um dos melhores deste ano.

Nota: «««««

Comentário por Matheus C. Vilela

2 comentários:

Anônimo disse...

Naum foi só indicado à Palma de Ouro. ele ganhou o troféu!!

Lyons Movie Set disse...

Ola Sr.Anônimo,

Sim, mas Emanuelle Riva não ganhou, apenas concorreu, e eu falei sobre ela.

Abs

Att