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quarta-feira, 28 de novembro de 2012

Especial Woody Allen: BANANAS

Bananas/EUA
Ano: 1971


Costumo dizer que, se juntasse Bananas e “Tudo o que Você Sempre Quis Saber Sobre Sexo...”, Woody Allen obteria uma obra realmente empolgante. Digo isso pois Bananas é bem mais engraçado, mas o outro possui uma narrativa que, apesar de frágil, poderia muito bem ser abraçada por este filme – como o grupo Monty Pyton fez em “O Sentido da Vida”. Assim, Bananas é preciso ao evidenciar o humor crítico de W.A., prejudicado, porém, por uma narrativa pedestre, que investe numa sucessão de gags (oscilando entre o ótimo e o medíocre) sem um fio narrativo coeso o suficiente para sustenta-las. 

Na trama, um simples testador de produtos duma firma, Fielding Melish (o próprio Allen) é induzido pela namorada (Louise Lasser) a unir-se aos rebeldes de San Marcos, na América Central, tornando-se rapidamente o presidente do país. 


É claro que a sátira política envelheceu um pouco (e “O Ditador” é muito mais atual nesse sentido), mas não deixa de ser muitíssimo divertido os absurdos retratados por Allen (como a icônica sequência no metrô, com a participação do ilustre Sylvester Stallone). Além disso, é curioso observar um pastelão calcado no humor físico, uma vez que o diretor e roteirista nova-iorquino é conhecido por seus emblemáticos diálogos – a já citada sequência, inclusive, é criada sem nenhuma fala. 

E, se uma obra é sustentada apenas por suas piadas (como ocorre em “Ted”, por exemplo), elas tem que ser, no mínimo, ótimas para conseguirem manter nossa atenção. A verdade é que o filme tem sacadas brilhantes, como a da barba falsa, mas outras absolutamente decepcionantes – e que, por estas, Bananas acaba sendo apenas regular.

Comentário por Júlio Pereira

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