The Amazing Spider Man/EUA
Ano: 2012 - Dirigido por: Marc Webb
Sinopse: Peter Parker (Andrew Garfield) é um rapaz tímido e estudioso, que inicou há pouco tempo um namoro com a bela Gwen Stacy (Emma Stone), sua colega de colégio. Ele vive com os tios, May (Sally Field) e Ben (Martin Sheen), desde que foi deixado pelos pais, Richard (Campbell Scott) e Mary (Embeth Davidtz). Certo dia, o jovem encontra uma misteriosa maleta que pertenceu a seu pai. O artefato faz com que visite o laboratório do dr. Curt Connors (Rhys Ifans) na Oscorp. Parker está em busca de respostas sobre o que aconteceu com os pais, só que acaba entrando em rota de colisão com o perigoso alter-ego de Connors, o vilão Lagarto.
Desde quando anunciaram uns três ou dois anos atrás o reboot de Homem Aranha eu já não gostei da ideia. Primeiro por ser tão recente, e segundo por decidirem contar novamente suas origens fazendo de tudo para apagar a imagem da trilogia do diretor Sam Raimi. O problema é que a trilogia de Raimi, principalmente o primeiro e o segundo filme, ainda que com problemas, são dois excelentes filmes que não só foram marcantes, como ficaram cravados no imaginário de muita gente, então, é praticamente impossível esquece-los.
A ideia de reiniciar a franquia começou quando Raimi decidiu deixar a produção de Homem Aranha 4 alegando não ter liberdades criativas, e a Fox já o impediu de realizar muita coisa no terceiro filme que acabou sendo o mais criticado de todos. Com a saída do diretor, consequentemente os atores Toby Maguire, Kristen Stewart e os demais também se retiraram. Então, a solução foi remodelar tudo de novo.
E qual o resultado final deste “O Espetacular Homem Aranha”? Aqui, talvez sobre a influência de “Batman – O Cavaleiro das Trevas”, onde a moda de se fazer filmes de super-heróis sombrios e realistas começou, o filme larga todo o ar de quadrinhos existentes nos anteriores e adentra numa ambientação realista, parecendo muitas vezes com um filme policial e opta pelo tom sombrio, totalmente diferente do tom colorido dos filmes de Raimi.
Ainda que mais verossímil e palpável, o problema deste “O Espetacular Homem Aranha” é por ser nada empolgante. Respeito refazer o herói mais parecido com o dos gibis, onde produz sua própria teia e não é tão forte assim, no entanto, durante todo o processo de divulgação se anunciou que no filme seria contada a história jamais contada, em referência aos pais de Peter Parker, entretanto, a ladainha em cima disso foi tão grande que o filme foca mais de uma hora na origem do herói, sendo que já há vimos antes e aqui nada soa tão bacana e surpreendente como no longa de 2002, e a tal história sobre os pais de Peter só fica na promessa. O filme cita uma coisa aqui e outra ali, mas no final, tudo é deixado para uma possível continuação. E provavelmente vamos ter essa trama envolvendo o passado de Peter durante toda a nova trilogia.
Outra coisa que me incomodou bastante neste filme é o Homem Aranha aparecer quase sempre de noite. Nos filmes de Raimi, grande parte das cenas de ação era de dia, e tínhamos toda uma abordagem dos atos heroicos, como o Homem Aranha salvando crianças em prédios pegando fogo, ou estando na rua e precisa salvar alguém imediatamente, ou seja, Raimi sabia como caracterizar de maneira heroica e empolgante o herói, e tudo seguido de um trabalho técnico primoroso e cenas de ação marcantes, a exemplo da excelente luta entre o Homem Aranha e o Dr. Octopus no trem no segundo filme. Porém, aqui tudo isso se perde. É um filme que se preocupa mais com o drama da história de Peter, que acaba se esquecendo do Homem Aranha. As cenas de ação são medianas, o vilão não convence em nenhum momento e o herói não consegue gerar aquela vontade no público em querer ser o Homem Aranha.
Mas o filme tem qualidades. A mais notável se concentra na abordagem do romance entre Peter Parker e Gwen Stacy. Dirigido por Marc Webb, que dirigiu o excelente “500 Dias Com Ela”, “O Espetacular Homem Aranha” possui ótimos diálogos entre o casal que lembram muito os diálogos entre os personagens de Joseph Gordon-Levitt e Zooey Deschanel no já citado “500 Dias Com Ela”. Nessa parte, o filme consegue superar os de Raimi cujo romance soava um tanto quanto genérico, e em nenhum momento humano e tocante como aqui.
Sobre os atores, digo que cada time fez bem feito em cada jogo. Não critico Tobey pois gostei muito dele na primeira trilogia e ficou bacana no universo daqueles filmes, e aqui, Andrew Garfield convence e faz um Homem Aranha mais sarcástico, brincalhão e não tanto um nerd rejeitado com medo de falar com as garotas. Enfim, em seus respectivos universos, cada ator fez bem feito o que lhe foi proposto.
Portanto, “O Espetacular Homem Aranha” inicia a nova trilogia do herói aracnídeo nos cinemas. Particularmente, deu saudade de ter Sam Raimi de volta. É um filme que não consegue ter o mesmo impacto que os anteriores e nem criar aquela vontade de ser um super-herói. Ainda que com ótimos diálogos, na parte mais movimentada da coisa, o filme deixa a desejar. É assistível, mas esquecível.
Nota: «««««
Comentário por Matheus C. Vilela
Nota: «««««
Comentário por Matheus C. Vilela
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